Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Segurança pública

Medo da PM

13 PMs são afastados em SP após homem ser jogado de ponte (Estadão, 4/12, A16). O que está acontecendo com os policiais militares de São Paulo? Batem, matam, jogam um homem do alto de uma ponte, esperando que aconteça o quê? Não foram treinados devidamente para a função? Faltam psicólogos na corporação, para que eles aprendam a ter empatia sem perder sua autoridade? Não devemos temer quem deve nos proteger.

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Tania Tavares

São Paulo

*

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A quem apelar?

Diante dos recentes acontecimentos envolvendo violência policial, e já se vão muitos, devemos falar em segurança pública ou em insegurança pública? A quem vamos apelar diante da violência? Deus nos acuda!

Alberto José Caram

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São Paulo

*

Barbárie

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As notícias desta semana são assustadoras, como sempre. Desta vez, policiais militares paulistas foram protagonistas de mais uma barbárie, como se neste país as barbáries não se sucedessem como água caindo de uma cachoeira. Não é preciso comentar o horror que vimos e sentimos quando os vídeos foram reproduzidos, mostrando a audácia dos policiais que participaram daqueles atos incompreensíveis para a maioria da população. Mas eu pergunto: quantos dos que assistiram às cenas horrorosas estavam mesmo sentindo o horror, o asco e a revolta que tocou alguns corações? Quantos, no fundo, não tiveram a sensação de que meliantes merecem algum tipo de punição exemplar? Diariamente, as notícias se repetem em lugares como o Rio de Janeiro, por exemplo, onde nos tiroteios e nas sucessivas operações nas favelas crianças, mulheres e inocentes são vítimas de “balas perdidas”. Aonde foi parar aquele brasileiro considerado um povo gentil, alegre e simpático? Simplesmente, se o brasileiro era de fato assim, já faz muito tempo que não é mais.

Maria Tereza Centola Murray

São Paulo

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*

Cidade de SP

Obra na zona leste

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Prefeitura quer cortar 10 mil árvores e criar área com incinerador de lixo (Estadão, 3/12, A12). Sou contra a retirada indiscriminada de árvores, mas, se for preciso, que o façam com critério, afinal a maior metrópole da América do Sul carece sempre de melhorias para facilitar a vida dos seus moradores – e são 11,45 milhões de habitantes (número de 2022, que continua a crescer). O projeto de lei que prevê a criação da área para incinerar o lixo, aprovado em primeira votação na Câmara, é alvo de críticas de ambientalistas, e a administração municipal as contesta dizendo que cumpre as exigências ambientais. As opiniões contrárias e favoráveis ao projeto, que deve ser analisado em segunda votação nesta semana, constam da excelente reportagem, e creio que a cidade vote favoravelmente a mais esta necessária benfeitoria.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

Hemorrede de SP

Financiamento estagnado

Importantíssimo o artigo Hemorrede de SP: uma história de sucesso (Estadão, 4/12, A6), que, além de historiar o estabelecimento de hemocentros no Estado e todos os benefícios proporcionados em mais de 40 anos de atividade, faz um alerta sobre a necessidade de adequado financiamento para que continuem a prestar esse relevante serviço. Em tempos de emendas parlamentares de todos os tipos e com as mais variadas utilizações – muitas não tão republicanas –, faço um apelo a nossos parlamentares: que tal enviarem o máximo possível de recursos para esses serviços?

Carlos Ayrton Biasetto

São Paulo

*

Leitura no Brasil

Retrato de 2024

A cultura é o coração pulsante de uma nação, e os livros, seus mais fiéis mensageiros. Mas a recente pesquisa Retratos da Leitura 2024, do Instituto Pró-Livro, trouxe à luz uma realidade preocupante: mais da metade dos brasileiros não lê livros, e perdemos 6,7 milhões de leitores em relação ao levantamento anterior (Estadão, 19/11). Essa diminuição, mais que um dado estatístico, é um alerta grave sobre os rumos de nossa sociedade. A leitura é alicerce para o conhecimento, a cidadania e a construção de uma nação justa. Quando a leitura declina, a democracia se fragiliza, a ética se desvanece e a criatividade esmorece. Incentivar a leitura não é só fomentar o prazer, é resgatar a alma de um povo e garantir que o Brasil não se perca no esquecimento das páginas em branco.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

BARBÁRIE

Nunca em tempo algum se viu uma polícia tão violenta e letal como a do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Tem-se a impressão de que essa barbárie ocorre num país onde a morte sumária é a regra e inexistem direitos humanos. Somente ontem a mídia mostrou duas cenas estarrecedoras. Numa delas, policiais perseguiam um homem numa moto e quando o alcançaram, um deles, sem mais, o arremessou de uma ponte sobre um rio. Em outra cena bárbara, um outro policial à paisana matou à queima roupa, com 11 tiros, um homem que furtou três produtos de limpeza, saiu correndo, desequilibrou-se e caiu quando foi alvejado e morto. Logo em seguida, o assassino sai do local, passa pelo corpo caído no chão, calmamente, olhando seu celular como se nada fosse matar alguém. Isso sem contar as dezenas de mortes na baixada santista há tempos atrás e outros casos, como a do estudante de medicina de 22 anos e outros que sequer aparecem na mídia. Na CPTM, cuja segurança foi terceirizada, outra cena de crueldade dantesca que resultou na morte da vítima por motivo banal. Isso só pode agradar aos adeptos daquele que se dizia profundo admirador do torturador Brilhante Ustra dos tempos de chumbo, que afirmava que o erro da ditadura foi apenas torturar em vez de matar, e que deveriam ter sido de 30 mil o número de mortos, sem contar que um de seus gestos preferidos era simular estar com uma arma em mãos em posição de atirar. Esse é o exemplo no qual o seu discípulo, também militar, Tarcísio de Freitas, parece ter-se inspirado ao escolher essa política de segurança que desconhece direitos humanos e as lei do País. Inaceitável, governador Tarcísio. E vale lembrar que SP é um Estado rico que pode ter e pagar uma polícia de alto nível. Os paulistas civilizados que prezam a democracia não aguentam mais essa barbárie.

Eliana França Leme

Campinas

*

LETALIDADE

A escala da violência policial em São Paulo é reflexo da política excludente e antissocial imposta pelo governo Tarcísio de Freitas em várias outras frentes. Investir na truculência em vez da inteligência, promover a arma em vez do diálogo e ler a cartilha do como atirar no marginal ali em vez do como tirar o marginal dali resultam na letalidade nunca antes vista, nem mesmo no período ditatorial. Ou seja, neste governo, não apenas a estética de símbolos, documentos e cartazes é fascista.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

*

ALGO MUITO ERRADO

Inadmissível a atitude dos policiais militares que, ao perseguirem um suspeito de moto, quando alcançado, o jogaram para fora da ponte. Mas não deixa de ser um alerta aos congressistas que até hoje não mudaram nosso código penal dos anos 1940, quando só existiam ladrões de galinha. Chega a ser humilhante para os policiais prenderem um bandido que será solto antes mesmo dele preencher o boletim de prisão. Já vimos muitos policiais reclamando quando a Justiça liberta assassinos pegos em flagrante, mas soltos em seguida por terem emprego e residência fixa. Muitos têm ficha corrida quilométrica de assalto, etc. O ambiente salvável que levaria policiais a cumprirem sua obrigação perante a sociedade seria terem o trabalho reconhecido e que surtisse efeito. Infelizmente, diante da população que vive acuada pela bandidagem, a maioria deve ter dito: “Bem feito para o bandido jogado da ponte”. Algo anda muito errado na Brasilândia, onde bandido vira mocinho e policiais bandidos.

Beatriz Campos

São Paulo

*

ATROCIDADE

Uma notícia inacreditável: policial joga sem pestanejar um homem de uma ponte em São Paulo e isso obviamente é inaceitável. Ocorre que temos que ir às causas. O Brasil adotou, de uns 30 anos para cá, uma postura que inviabiliza a polícia de existir como órgão de combate ao crime, afinal, o criminoso não conhece e nem pratica os direitos humanos, eles são cruéis e torturadores. Na maioria dos casos, sociopatas. Destroem famílias, vidas, e quando são pegos colocam policiais em risco. Criou-se no Brasil os direitos humanos, que atendem os criminosos que não os usam para os outros. Com isso, foram criando policiais descontrolados. A sociedade precisa decidir se quer ter uma polícia para defendê-la ou nem ter, e se entregar como cordeiro imolado aos criminosos. O que não pode mais é essa atrocidade contra policiais fadados a serem condenados ou morrer. Neste caso, não vemos a mídia horrorizada, mas se o policial ataca é um verdadeiro carnaval. Brasil oblíquo e obturado.

Roberto Moreira da Silva

Cotia

*

VIOLÊNCIA POLICIAL

Vejo o aumento da violência policial como consequência da audiência de custódia. Qualquer preso passa por essa audiência e a primeira pergunta do juiz ao preso é: ”você foi bem tratado pelos policiais que o prenderam?”. Óbvio que a resposta será “não”. O juiz então manda soltar o meliante e abre um inquérito contra os policiais. Isso os deixa desmotivados e a consequência é essa. Simples assim.

Milton Bulach

Campinas

*

EXCESSOS

Relembrando a recente sucessão de graves excessos cometidos pela PM paulista sob o comando do moderado Tarcísio e do seu secretário de Segurança Pública. Rumo à barbárie?

Carlos A. Idoeta

São Paulo

*

MUDANÇAS

Alô Tarcísio, ou você muda sua política de segurança pública em São Paulo ou não terás chance na corrida presidencial de 2026. Te cuida.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

CONGRESSO NACIONAL

Esperteza demais come o dono (Estadão, 4/12, A3). Título baseado numa máxima de Tancredo Neves revela as maquinações dos parlamentares para tomar R$ 50 bilhões do Orçamento e fazer o que quiserem com esta bufunfa toda. O ministro Flávio Dino, que já foi juiz, governador e parlamentar, deu um basta na orgia congressual.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

JAIR BOLSONARO

Sobre o editorial A pusilanimidade de Bolsonaro (Estadão, 3/12, A3), cabe acrescentar uma palavra ao seu ridículo e machista autoproclamado mote imbrochável, incomível e imorrível: inelegível.

J. S. Decol

São Paulo

*

GOLPE DE ESTADO

Golpes de Estado não são nenhuma novidade da história do Brasil. Desde a época do império não foram poucas as tentativas de golpe militar, algumas malogradas, outras bem-sucedidas. Muito se especula do porquê ainda existem no cerne das Forças Armadas Brasileiras, em pleno século 21, militares simpáticos à tomada do poder pela força, verdadeiros supremacistas autocráticos sem o mínimo respeito à liberdade individual e aos princípios democráticos. Tema complexo, mas uma das mais importantes explicações talvez se encontre no que aconteceu em 1979, durante a ditadura militar: o então presidente, general João Baptista Figueiredo assinou a Lei da Anistia, aprovada em seguida pelo Congresso. Faca de dois gumes, pois tal lei anistiava não só os que haviam pegado em armas ou criticado o regime, mas também perdoava os militares que, desde o golpe de 1964, em nome do Estado, cometeram abusos incluindo tortura e execuções. Ou seja, ficaram impunes e a impunidade é receita certa para a repetição. Por isso, não tem cabimento sequer pensar em anistiar os envolvidos na tentativa de golpe durante o governo Jair Bolsonaro. Chega de repetições, chega de golpes, chega de maus militares.

Luciano Harary

São Paulo

*

CORTE DE GASTOS

Por qual razão nada se fala de sobre o fato de que os congressistas, deputados e senadores venham a contribuir com o corte de gastos do governo, extinguindo o fundo partidário e as emendas parlamentares, bem como abrirem mão das demais vantagens das quais se beneficiam, tais como telefone celular? Eles podem pagar do seu próprio bolso qualquer plano, direito a passagens aéreas gratuitas, veículos blindados, moradia gratuita em Brasilia, despesas de viagens desnecessárias. E que paguem também por sua saúde e pensão como todos os brasileiros.

Geraldo C. Meirelles

São Paulo

*

NOVO CAMINHO

Não demorou muito e surgiu uma brecha para fugir do limite de gastos recentemente editado: que os fundos públicos com R$ 39 bilhões de saldo possam ser direcionados para livre aplicação com base em projeto de lei complementar enviado na sexta-feira passada ao Congresso. Nem deu tempo para analisar o corte de gastos e o Governo criou um novo caminho à gastança. Alegam cinicamente que tratar-se de uma medida para pagar dívidas. Não dizem quais, e quem sabe as futuras a serem criadas.

Mário Cobucci Junior

São Paulo

*

CONLUIO VERGONHOSO

Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ou melhor, ministro de Lula da Silva, liberou emendas parlamentares com algumas ressalvas depois que Rodrigo Pacheco e Arthur Lira alertaram que o pacotão de Fernando Haddad não seria aprovado. Esse conluio, Lula-STF-Congresso é vergonhoso.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

FUTURO LONGÍNQUO

A economia é uma ciência interessante, mais ainda num país como o Brasil. A classe mais desfavorecida, que tem mais necessidades de compra, quando sente uma melhora no seu rendimento vai às compras. A indústria não está preparada para atender esse nível de demanda e os preços acabam subindo. O Banco Central aumenta os juros para reduzir o consumo. A indústria precisa de investimento para produzir mais, entretanto, com os juros nas alturas e o consumo que cai para nível atendível não investe, ou seja, o PIB não cresce o quanto poderia crescer em função desse ciclo desvirtuoso. O governo precisa identificar os setores da indústria mais sensíveis ao desabastecimento e incentivar novas empresas a investir. A continuar com esse cenário, estaremos eternamente desperdiçando um enorme potencial de crescimento do PIB, confirmando que somos um país do futuro longínquo.

Sergio Kikuchi

São Paulo

*

AÇO NO BRASIL

Em relação à matéria intitulada China continua a ‘desovar’ aço no Brasil mesmo com as barreiras a importações (Estadão, 03/12, B8), gostaria de tecer os seguintes comentários: fiquei estupefato com a baixa qualidade da matéria, que sequer se preocupou em pesquisar e informar se a indústria brasileira está produzindo mais ou menos aço em relação ao período anterior às sobretaxas, se manteve o nível de emprego ou se teve suas exportações ou lucro afetados. Também não se preocupou em pesquisar e informar o que a indústria brasileira de aço está fazendo para enfrentar a concorrência além de pedir proteção de mercado. Houve algum investimento em melhor tecnologia, em barateamento de custos, em maior produtividade, enfim, alguma atitude que traga concretamente maior competitividade do setor no futuro? Infelizmente, essa atitude passiva da imprensa, de apenas transmitir cada vez mais só o que é convenientemente informado por órgãos de classe, sem se preocupar em refletir adequadamente sobre as informações recebidas, só prejudica nosso querido Brasil. Isso já se mostrou bastante claro nas discussões sobre o ajuste fiscal, em que sequer é passado aos leitores e leitoras o fato de que, como uma família altamente endividada e que se recusa terminantemente a baixar temporariamente o padrão de vida, o governo brasileiro não consegue sequer ter receitas maiores que as despesas, quanto mais pagar os juros devidos. E o resultado é uma dívida cada vez mais crescente em direção a uma tragédia financeira anunciada, enquanto Brasília teima em continuar em seu mundinho mágico e onírico, isolada e protegida da lamentável realidade do resto do país. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

Segurança pública

Medo da PM

13 PMs são afastados em SP após homem ser jogado de ponte (Estadão, 4/12, A16). O que está acontecendo com os policiais militares de São Paulo? Batem, matam, jogam um homem do alto de uma ponte, esperando que aconteça o quê? Não foram treinados devidamente para a função? Faltam psicólogos na corporação, para que eles aprendam a ter empatia sem perder sua autoridade? Não devemos temer quem deve nos proteger.

Tania Tavares

São Paulo

*

A quem apelar?

Diante dos recentes acontecimentos envolvendo violência policial, e já se vão muitos, devemos falar em segurança pública ou em insegurança pública? A quem vamos apelar diante da violência? Deus nos acuda!

Alberto José Caram

São Paulo

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Barbárie

As notícias desta semana são assustadoras, como sempre. Desta vez, policiais militares paulistas foram protagonistas de mais uma barbárie, como se neste país as barbáries não se sucedessem como água caindo de uma cachoeira. Não é preciso comentar o horror que vimos e sentimos quando os vídeos foram reproduzidos, mostrando a audácia dos policiais que participaram daqueles atos incompreensíveis para a maioria da população. Mas eu pergunto: quantos dos que assistiram às cenas horrorosas estavam mesmo sentindo o horror, o asco e a revolta que tocou alguns corações? Quantos, no fundo, não tiveram a sensação de que meliantes merecem algum tipo de punição exemplar? Diariamente, as notícias se repetem em lugares como o Rio de Janeiro, por exemplo, onde nos tiroteios e nas sucessivas operações nas favelas crianças, mulheres e inocentes são vítimas de “balas perdidas”. Aonde foi parar aquele brasileiro considerado um povo gentil, alegre e simpático? Simplesmente, se o brasileiro era de fato assim, já faz muito tempo que não é mais.

Maria Tereza Centola Murray

São Paulo

*

Cidade de SP

Obra na zona leste

Prefeitura quer cortar 10 mil árvores e criar área com incinerador de lixo (Estadão, 3/12, A12). Sou contra a retirada indiscriminada de árvores, mas, se for preciso, que o façam com critério, afinal a maior metrópole da América do Sul carece sempre de melhorias para facilitar a vida dos seus moradores – e são 11,45 milhões de habitantes (número de 2022, que continua a crescer). O projeto de lei que prevê a criação da área para incinerar o lixo, aprovado em primeira votação na Câmara, é alvo de críticas de ambientalistas, e a administração municipal as contesta dizendo que cumpre as exigências ambientais. As opiniões contrárias e favoráveis ao projeto, que deve ser analisado em segunda votação nesta semana, constam da excelente reportagem, e creio que a cidade vote favoravelmente a mais esta necessária benfeitoria.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

Hemorrede de SP

Financiamento estagnado

Importantíssimo o artigo Hemorrede de SP: uma história de sucesso (Estadão, 4/12, A6), que, além de historiar o estabelecimento de hemocentros no Estado e todos os benefícios proporcionados em mais de 40 anos de atividade, faz um alerta sobre a necessidade de adequado financiamento para que continuem a prestar esse relevante serviço. Em tempos de emendas parlamentares de todos os tipos e com as mais variadas utilizações – muitas não tão republicanas –, faço um apelo a nossos parlamentares: que tal enviarem o máximo possível de recursos para esses serviços?

Carlos Ayrton Biasetto

São Paulo

*

Leitura no Brasil

Retrato de 2024

A cultura é o coração pulsante de uma nação, e os livros, seus mais fiéis mensageiros. Mas a recente pesquisa Retratos da Leitura 2024, do Instituto Pró-Livro, trouxe à luz uma realidade preocupante: mais da metade dos brasileiros não lê livros, e perdemos 6,7 milhões de leitores em relação ao levantamento anterior (Estadão, 19/11). Essa diminuição, mais que um dado estatístico, é um alerta grave sobre os rumos de nossa sociedade. A leitura é alicerce para o conhecimento, a cidadania e a construção de uma nação justa. Quando a leitura declina, a democracia se fragiliza, a ética se desvanece e a criatividade esmorece. Incentivar a leitura não é só fomentar o prazer, é resgatar a alma de um povo e garantir que o Brasil não se perca no esquecimento das páginas em branco.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

BARBÁRIE

Nunca em tempo algum se viu uma polícia tão violenta e letal como a do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Tem-se a impressão de que essa barbárie ocorre num país onde a morte sumária é a regra e inexistem direitos humanos. Somente ontem a mídia mostrou duas cenas estarrecedoras. Numa delas, policiais perseguiam um homem numa moto e quando o alcançaram, um deles, sem mais, o arremessou de uma ponte sobre um rio. Em outra cena bárbara, um outro policial à paisana matou à queima roupa, com 11 tiros, um homem que furtou três produtos de limpeza, saiu correndo, desequilibrou-se e caiu quando foi alvejado e morto. Logo em seguida, o assassino sai do local, passa pelo corpo caído no chão, calmamente, olhando seu celular como se nada fosse matar alguém. Isso sem contar as dezenas de mortes na baixada santista há tempos atrás e outros casos, como a do estudante de medicina de 22 anos e outros que sequer aparecem na mídia. Na CPTM, cuja segurança foi terceirizada, outra cena de crueldade dantesca que resultou na morte da vítima por motivo banal. Isso só pode agradar aos adeptos daquele que se dizia profundo admirador do torturador Brilhante Ustra dos tempos de chumbo, que afirmava que o erro da ditadura foi apenas torturar em vez de matar, e que deveriam ter sido de 30 mil o número de mortos, sem contar que um de seus gestos preferidos era simular estar com uma arma em mãos em posição de atirar. Esse é o exemplo no qual o seu discípulo, também militar, Tarcísio de Freitas, parece ter-se inspirado ao escolher essa política de segurança que desconhece direitos humanos e as lei do País. Inaceitável, governador Tarcísio. E vale lembrar que SP é um Estado rico que pode ter e pagar uma polícia de alto nível. Os paulistas civilizados que prezam a democracia não aguentam mais essa barbárie.

Eliana França Leme

Campinas

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LETALIDADE

A escala da violência policial em São Paulo é reflexo da política excludente e antissocial imposta pelo governo Tarcísio de Freitas em várias outras frentes. Investir na truculência em vez da inteligência, promover a arma em vez do diálogo e ler a cartilha do como atirar no marginal ali em vez do como tirar o marginal dali resultam na letalidade nunca antes vista, nem mesmo no período ditatorial. Ou seja, neste governo, não apenas a estética de símbolos, documentos e cartazes é fascista.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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ALGO MUITO ERRADO

Inadmissível a atitude dos policiais militares que, ao perseguirem um suspeito de moto, quando alcançado, o jogaram para fora da ponte. Mas não deixa de ser um alerta aos congressistas que até hoje não mudaram nosso código penal dos anos 1940, quando só existiam ladrões de galinha. Chega a ser humilhante para os policiais prenderem um bandido que será solto antes mesmo dele preencher o boletim de prisão. Já vimos muitos policiais reclamando quando a Justiça liberta assassinos pegos em flagrante, mas soltos em seguida por terem emprego e residência fixa. Muitos têm ficha corrida quilométrica de assalto, etc. O ambiente salvável que levaria policiais a cumprirem sua obrigação perante a sociedade seria terem o trabalho reconhecido e que surtisse efeito. Infelizmente, diante da população que vive acuada pela bandidagem, a maioria deve ter dito: “Bem feito para o bandido jogado da ponte”. Algo anda muito errado na Brasilândia, onde bandido vira mocinho e policiais bandidos.

Beatriz Campos

São Paulo

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ATROCIDADE

Uma notícia inacreditável: policial joga sem pestanejar um homem de uma ponte em São Paulo e isso obviamente é inaceitável. Ocorre que temos que ir às causas. O Brasil adotou, de uns 30 anos para cá, uma postura que inviabiliza a polícia de existir como órgão de combate ao crime, afinal, o criminoso não conhece e nem pratica os direitos humanos, eles são cruéis e torturadores. Na maioria dos casos, sociopatas. Destroem famílias, vidas, e quando são pegos colocam policiais em risco. Criou-se no Brasil os direitos humanos, que atendem os criminosos que não os usam para os outros. Com isso, foram criando policiais descontrolados. A sociedade precisa decidir se quer ter uma polícia para defendê-la ou nem ter, e se entregar como cordeiro imolado aos criminosos. O que não pode mais é essa atrocidade contra policiais fadados a serem condenados ou morrer. Neste caso, não vemos a mídia horrorizada, mas se o policial ataca é um verdadeiro carnaval. Brasil oblíquo e obturado.

Roberto Moreira da Silva

Cotia

*

VIOLÊNCIA POLICIAL

Vejo o aumento da violência policial como consequência da audiência de custódia. Qualquer preso passa por essa audiência e a primeira pergunta do juiz ao preso é: ”você foi bem tratado pelos policiais que o prenderam?”. Óbvio que a resposta será “não”. O juiz então manda soltar o meliante e abre um inquérito contra os policiais. Isso os deixa desmotivados e a consequência é essa. Simples assim.

Milton Bulach

Campinas

*

EXCESSOS

Relembrando a recente sucessão de graves excessos cometidos pela PM paulista sob o comando do moderado Tarcísio e do seu secretário de Segurança Pública. Rumo à barbárie?

Carlos A. Idoeta

São Paulo

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MUDANÇAS

Alô Tarcísio, ou você muda sua política de segurança pública em São Paulo ou não terás chance na corrida presidencial de 2026. Te cuida.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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CONGRESSO NACIONAL

Esperteza demais come o dono (Estadão, 4/12, A3). Título baseado numa máxima de Tancredo Neves revela as maquinações dos parlamentares para tomar R$ 50 bilhões do Orçamento e fazer o que quiserem com esta bufunfa toda. O ministro Flávio Dino, que já foi juiz, governador e parlamentar, deu um basta na orgia congressual.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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JAIR BOLSONARO

Sobre o editorial A pusilanimidade de Bolsonaro (Estadão, 3/12, A3), cabe acrescentar uma palavra ao seu ridículo e machista autoproclamado mote imbrochável, incomível e imorrível: inelegível.

J. S. Decol

São Paulo

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GOLPE DE ESTADO

Golpes de Estado não são nenhuma novidade da história do Brasil. Desde a época do império não foram poucas as tentativas de golpe militar, algumas malogradas, outras bem-sucedidas. Muito se especula do porquê ainda existem no cerne das Forças Armadas Brasileiras, em pleno século 21, militares simpáticos à tomada do poder pela força, verdadeiros supremacistas autocráticos sem o mínimo respeito à liberdade individual e aos princípios democráticos. Tema complexo, mas uma das mais importantes explicações talvez se encontre no que aconteceu em 1979, durante a ditadura militar: o então presidente, general João Baptista Figueiredo assinou a Lei da Anistia, aprovada em seguida pelo Congresso. Faca de dois gumes, pois tal lei anistiava não só os que haviam pegado em armas ou criticado o regime, mas também perdoava os militares que, desde o golpe de 1964, em nome do Estado, cometeram abusos incluindo tortura e execuções. Ou seja, ficaram impunes e a impunidade é receita certa para a repetição. Por isso, não tem cabimento sequer pensar em anistiar os envolvidos na tentativa de golpe durante o governo Jair Bolsonaro. Chega de repetições, chega de golpes, chega de maus militares.

Luciano Harary

São Paulo

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CORTE DE GASTOS

Por qual razão nada se fala de sobre o fato de que os congressistas, deputados e senadores venham a contribuir com o corte de gastos do governo, extinguindo o fundo partidário e as emendas parlamentares, bem como abrirem mão das demais vantagens das quais se beneficiam, tais como telefone celular? Eles podem pagar do seu próprio bolso qualquer plano, direito a passagens aéreas gratuitas, veículos blindados, moradia gratuita em Brasilia, despesas de viagens desnecessárias. E que paguem também por sua saúde e pensão como todos os brasileiros.

Geraldo C. Meirelles

São Paulo

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NOVO CAMINHO

Não demorou muito e surgiu uma brecha para fugir do limite de gastos recentemente editado: que os fundos públicos com R$ 39 bilhões de saldo possam ser direcionados para livre aplicação com base em projeto de lei complementar enviado na sexta-feira passada ao Congresso. Nem deu tempo para analisar o corte de gastos e o Governo criou um novo caminho à gastança. Alegam cinicamente que tratar-se de uma medida para pagar dívidas. Não dizem quais, e quem sabe as futuras a serem criadas.

Mário Cobucci Junior

São Paulo

*

CONLUIO VERGONHOSO

Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ou melhor, ministro de Lula da Silva, liberou emendas parlamentares com algumas ressalvas depois que Rodrigo Pacheco e Arthur Lira alertaram que o pacotão de Fernando Haddad não seria aprovado. Esse conluio, Lula-STF-Congresso é vergonhoso.

Jose Alcides Muller

Avaré

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FUTURO LONGÍNQUO

A economia é uma ciência interessante, mais ainda num país como o Brasil. A classe mais desfavorecida, que tem mais necessidades de compra, quando sente uma melhora no seu rendimento vai às compras. A indústria não está preparada para atender esse nível de demanda e os preços acabam subindo. O Banco Central aumenta os juros para reduzir o consumo. A indústria precisa de investimento para produzir mais, entretanto, com os juros nas alturas e o consumo que cai para nível atendível não investe, ou seja, o PIB não cresce o quanto poderia crescer em função desse ciclo desvirtuoso. O governo precisa identificar os setores da indústria mais sensíveis ao desabastecimento e incentivar novas empresas a investir. A continuar com esse cenário, estaremos eternamente desperdiçando um enorme potencial de crescimento do PIB, confirmando que somos um país do futuro longínquo.

Sergio Kikuchi

São Paulo

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AÇO NO BRASIL

Em relação à matéria intitulada China continua a ‘desovar’ aço no Brasil mesmo com as barreiras a importações (Estadão, 03/12, B8), gostaria de tecer os seguintes comentários: fiquei estupefato com a baixa qualidade da matéria, que sequer se preocupou em pesquisar e informar se a indústria brasileira está produzindo mais ou menos aço em relação ao período anterior às sobretaxas, se manteve o nível de emprego ou se teve suas exportações ou lucro afetados. Também não se preocupou em pesquisar e informar o que a indústria brasileira de aço está fazendo para enfrentar a concorrência além de pedir proteção de mercado. Houve algum investimento em melhor tecnologia, em barateamento de custos, em maior produtividade, enfim, alguma atitude que traga concretamente maior competitividade do setor no futuro? Infelizmente, essa atitude passiva da imprensa, de apenas transmitir cada vez mais só o que é convenientemente informado por órgãos de classe, sem se preocupar em refletir adequadamente sobre as informações recebidas, só prejudica nosso querido Brasil. Isso já se mostrou bastante claro nas discussões sobre o ajuste fiscal, em que sequer é passado aos leitores e leitoras o fato de que, como uma família altamente endividada e que se recusa terminantemente a baixar temporariamente o padrão de vida, o governo brasileiro não consegue sequer ter receitas maiores que as despesas, quanto mais pagar os juros devidos. E o resultado é uma dívida cada vez mais crescente em direção a uma tragédia financeira anunciada, enquanto Brasília teima em continuar em seu mundinho mágico e onírico, isolada e protegida da lamentável realidade do resto do país. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

Segurança pública

Medo da PM

13 PMs são afastados em SP após homem ser jogado de ponte (Estadão, 4/12, A16). O que está acontecendo com os policiais militares de São Paulo? Batem, matam, jogam um homem do alto de uma ponte, esperando que aconteça o quê? Não foram treinados devidamente para a função? Faltam psicólogos na corporação, para que eles aprendam a ter empatia sem perder sua autoridade? Não devemos temer quem deve nos proteger.

Tania Tavares

São Paulo

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A quem apelar?

Diante dos recentes acontecimentos envolvendo violência policial, e já se vão muitos, devemos falar em segurança pública ou em insegurança pública? A quem vamos apelar diante da violência? Deus nos acuda!

Alberto José Caram

São Paulo

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Barbárie

As notícias desta semana são assustadoras, como sempre. Desta vez, policiais militares paulistas foram protagonistas de mais uma barbárie, como se neste país as barbáries não se sucedessem como água caindo de uma cachoeira. Não é preciso comentar o horror que vimos e sentimos quando os vídeos foram reproduzidos, mostrando a audácia dos policiais que participaram daqueles atos incompreensíveis para a maioria da população. Mas eu pergunto: quantos dos que assistiram às cenas horrorosas estavam mesmo sentindo o horror, o asco e a revolta que tocou alguns corações? Quantos, no fundo, não tiveram a sensação de que meliantes merecem algum tipo de punição exemplar? Diariamente, as notícias se repetem em lugares como o Rio de Janeiro, por exemplo, onde nos tiroteios e nas sucessivas operações nas favelas crianças, mulheres e inocentes são vítimas de “balas perdidas”. Aonde foi parar aquele brasileiro considerado um povo gentil, alegre e simpático? Simplesmente, se o brasileiro era de fato assim, já faz muito tempo que não é mais.

Maria Tereza Centola Murray

São Paulo

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Cidade de SP

Obra na zona leste

Prefeitura quer cortar 10 mil árvores e criar área com incinerador de lixo (Estadão, 3/12, A12). Sou contra a retirada indiscriminada de árvores, mas, se for preciso, que o façam com critério, afinal a maior metrópole da América do Sul carece sempre de melhorias para facilitar a vida dos seus moradores – e são 11,45 milhões de habitantes (número de 2022, que continua a crescer). O projeto de lei que prevê a criação da área para incinerar o lixo, aprovado em primeira votação na Câmara, é alvo de críticas de ambientalistas, e a administração municipal as contesta dizendo que cumpre as exigências ambientais. As opiniões contrárias e favoráveis ao projeto, que deve ser analisado em segunda votação nesta semana, constam da excelente reportagem, e creio que a cidade vote favoravelmente a mais esta necessária benfeitoria.

Sérgio Dafré

Jundiaí

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Hemorrede de SP

Financiamento estagnado

Importantíssimo o artigo Hemorrede de SP: uma história de sucesso (Estadão, 4/12, A6), que, além de historiar o estabelecimento de hemocentros no Estado e todos os benefícios proporcionados em mais de 40 anos de atividade, faz um alerta sobre a necessidade de adequado financiamento para que continuem a prestar esse relevante serviço. Em tempos de emendas parlamentares de todos os tipos e com as mais variadas utilizações – muitas não tão republicanas –, faço um apelo a nossos parlamentares: que tal enviarem o máximo possível de recursos para esses serviços?

Carlos Ayrton Biasetto

São Paulo

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Leitura no Brasil

Retrato de 2024

A cultura é o coração pulsante de uma nação, e os livros, seus mais fiéis mensageiros. Mas a recente pesquisa Retratos da Leitura 2024, do Instituto Pró-Livro, trouxe à luz uma realidade preocupante: mais da metade dos brasileiros não lê livros, e perdemos 6,7 milhões de leitores em relação ao levantamento anterior (Estadão, 19/11). Essa diminuição, mais que um dado estatístico, é um alerta grave sobre os rumos de nossa sociedade. A leitura é alicerce para o conhecimento, a cidadania e a construção de uma nação justa. Quando a leitura declina, a democracia se fragiliza, a ética se desvanece e a criatividade esmorece. Incentivar a leitura não é só fomentar o prazer, é resgatar a alma de um povo e garantir que o Brasil não se perca no esquecimento das páginas em branco.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

BARBÁRIE

Nunca em tempo algum se viu uma polícia tão violenta e letal como a do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Tem-se a impressão de que essa barbárie ocorre num país onde a morte sumária é a regra e inexistem direitos humanos. Somente ontem a mídia mostrou duas cenas estarrecedoras. Numa delas, policiais perseguiam um homem numa moto e quando o alcançaram, um deles, sem mais, o arremessou de uma ponte sobre um rio. Em outra cena bárbara, um outro policial à paisana matou à queima roupa, com 11 tiros, um homem que furtou três produtos de limpeza, saiu correndo, desequilibrou-se e caiu quando foi alvejado e morto. Logo em seguida, o assassino sai do local, passa pelo corpo caído no chão, calmamente, olhando seu celular como se nada fosse matar alguém. Isso sem contar as dezenas de mortes na baixada santista há tempos atrás e outros casos, como a do estudante de medicina de 22 anos e outros que sequer aparecem na mídia. Na CPTM, cuja segurança foi terceirizada, outra cena de crueldade dantesca que resultou na morte da vítima por motivo banal. Isso só pode agradar aos adeptos daquele que se dizia profundo admirador do torturador Brilhante Ustra dos tempos de chumbo, que afirmava que o erro da ditadura foi apenas torturar em vez de matar, e que deveriam ter sido de 30 mil o número de mortos, sem contar que um de seus gestos preferidos era simular estar com uma arma em mãos em posição de atirar. Esse é o exemplo no qual o seu discípulo, também militar, Tarcísio de Freitas, parece ter-se inspirado ao escolher essa política de segurança que desconhece direitos humanos e as lei do País. Inaceitável, governador Tarcísio. E vale lembrar que SP é um Estado rico que pode ter e pagar uma polícia de alto nível. Os paulistas civilizados que prezam a democracia não aguentam mais essa barbárie.

Eliana França Leme

Campinas

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LETALIDADE

A escala da violência policial em São Paulo é reflexo da política excludente e antissocial imposta pelo governo Tarcísio de Freitas em várias outras frentes. Investir na truculência em vez da inteligência, promover a arma em vez do diálogo e ler a cartilha do como atirar no marginal ali em vez do como tirar o marginal dali resultam na letalidade nunca antes vista, nem mesmo no período ditatorial. Ou seja, neste governo, não apenas a estética de símbolos, documentos e cartazes é fascista.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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ALGO MUITO ERRADO

Inadmissível a atitude dos policiais militares que, ao perseguirem um suspeito de moto, quando alcançado, o jogaram para fora da ponte. Mas não deixa de ser um alerta aos congressistas que até hoje não mudaram nosso código penal dos anos 1940, quando só existiam ladrões de galinha. Chega a ser humilhante para os policiais prenderem um bandido que será solto antes mesmo dele preencher o boletim de prisão. Já vimos muitos policiais reclamando quando a Justiça liberta assassinos pegos em flagrante, mas soltos em seguida por terem emprego e residência fixa. Muitos têm ficha corrida quilométrica de assalto, etc. O ambiente salvável que levaria policiais a cumprirem sua obrigação perante a sociedade seria terem o trabalho reconhecido e que surtisse efeito. Infelizmente, diante da população que vive acuada pela bandidagem, a maioria deve ter dito: “Bem feito para o bandido jogado da ponte”. Algo anda muito errado na Brasilândia, onde bandido vira mocinho e policiais bandidos.

Beatriz Campos

São Paulo

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ATROCIDADE

Uma notícia inacreditável: policial joga sem pestanejar um homem de uma ponte em São Paulo e isso obviamente é inaceitável. Ocorre que temos que ir às causas. O Brasil adotou, de uns 30 anos para cá, uma postura que inviabiliza a polícia de existir como órgão de combate ao crime, afinal, o criminoso não conhece e nem pratica os direitos humanos, eles são cruéis e torturadores. Na maioria dos casos, sociopatas. Destroem famílias, vidas, e quando são pegos colocam policiais em risco. Criou-se no Brasil os direitos humanos, que atendem os criminosos que não os usam para os outros. Com isso, foram criando policiais descontrolados. A sociedade precisa decidir se quer ter uma polícia para defendê-la ou nem ter, e se entregar como cordeiro imolado aos criminosos. O que não pode mais é essa atrocidade contra policiais fadados a serem condenados ou morrer. Neste caso, não vemos a mídia horrorizada, mas se o policial ataca é um verdadeiro carnaval. Brasil oblíquo e obturado.

Roberto Moreira da Silva

Cotia

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VIOLÊNCIA POLICIAL

Vejo o aumento da violência policial como consequência da audiência de custódia. Qualquer preso passa por essa audiência e a primeira pergunta do juiz ao preso é: ”você foi bem tratado pelos policiais que o prenderam?”. Óbvio que a resposta será “não”. O juiz então manda soltar o meliante e abre um inquérito contra os policiais. Isso os deixa desmotivados e a consequência é essa. Simples assim.

Milton Bulach

Campinas

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EXCESSOS

Relembrando a recente sucessão de graves excessos cometidos pela PM paulista sob o comando do moderado Tarcísio e do seu secretário de Segurança Pública. Rumo à barbárie?

Carlos A. Idoeta

São Paulo

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MUDANÇAS

Alô Tarcísio, ou você muda sua política de segurança pública em São Paulo ou não terás chance na corrida presidencial de 2026. Te cuida.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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CONGRESSO NACIONAL

Esperteza demais come o dono (Estadão, 4/12, A3). Título baseado numa máxima de Tancredo Neves revela as maquinações dos parlamentares para tomar R$ 50 bilhões do Orçamento e fazer o que quiserem com esta bufunfa toda. O ministro Flávio Dino, que já foi juiz, governador e parlamentar, deu um basta na orgia congressual.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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JAIR BOLSONARO

Sobre o editorial A pusilanimidade de Bolsonaro (Estadão, 3/12, A3), cabe acrescentar uma palavra ao seu ridículo e machista autoproclamado mote imbrochável, incomível e imorrível: inelegível.

J. S. Decol

São Paulo

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GOLPE DE ESTADO

Golpes de Estado não são nenhuma novidade da história do Brasil. Desde a época do império não foram poucas as tentativas de golpe militar, algumas malogradas, outras bem-sucedidas. Muito se especula do porquê ainda existem no cerne das Forças Armadas Brasileiras, em pleno século 21, militares simpáticos à tomada do poder pela força, verdadeiros supremacistas autocráticos sem o mínimo respeito à liberdade individual e aos princípios democráticos. Tema complexo, mas uma das mais importantes explicações talvez se encontre no que aconteceu em 1979, durante a ditadura militar: o então presidente, general João Baptista Figueiredo assinou a Lei da Anistia, aprovada em seguida pelo Congresso. Faca de dois gumes, pois tal lei anistiava não só os que haviam pegado em armas ou criticado o regime, mas também perdoava os militares que, desde o golpe de 1964, em nome do Estado, cometeram abusos incluindo tortura e execuções. Ou seja, ficaram impunes e a impunidade é receita certa para a repetição. Por isso, não tem cabimento sequer pensar em anistiar os envolvidos na tentativa de golpe durante o governo Jair Bolsonaro. Chega de repetições, chega de golpes, chega de maus militares.

Luciano Harary

São Paulo

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CORTE DE GASTOS

Por qual razão nada se fala de sobre o fato de que os congressistas, deputados e senadores venham a contribuir com o corte de gastos do governo, extinguindo o fundo partidário e as emendas parlamentares, bem como abrirem mão das demais vantagens das quais se beneficiam, tais como telefone celular? Eles podem pagar do seu próprio bolso qualquer plano, direito a passagens aéreas gratuitas, veículos blindados, moradia gratuita em Brasilia, despesas de viagens desnecessárias. E que paguem também por sua saúde e pensão como todos os brasileiros.

Geraldo C. Meirelles

São Paulo

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NOVO CAMINHO

Não demorou muito e surgiu uma brecha para fugir do limite de gastos recentemente editado: que os fundos públicos com R$ 39 bilhões de saldo possam ser direcionados para livre aplicação com base em projeto de lei complementar enviado na sexta-feira passada ao Congresso. Nem deu tempo para analisar o corte de gastos e o Governo criou um novo caminho à gastança. Alegam cinicamente que tratar-se de uma medida para pagar dívidas. Não dizem quais, e quem sabe as futuras a serem criadas.

Mário Cobucci Junior

São Paulo

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CONLUIO VERGONHOSO

Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ou melhor, ministro de Lula da Silva, liberou emendas parlamentares com algumas ressalvas depois que Rodrigo Pacheco e Arthur Lira alertaram que o pacotão de Fernando Haddad não seria aprovado. Esse conluio, Lula-STF-Congresso é vergonhoso.

Jose Alcides Muller

Avaré

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FUTURO LONGÍNQUO

A economia é uma ciência interessante, mais ainda num país como o Brasil. A classe mais desfavorecida, que tem mais necessidades de compra, quando sente uma melhora no seu rendimento vai às compras. A indústria não está preparada para atender esse nível de demanda e os preços acabam subindo. O Banco Central aumenta os juros para reduzir o consumo. A indústria precisa de investimento para produzir mais, entretanto, com os juros nas alturas e o consumo que cai para nível atendível não investe, ou seja, o PIB não cresce o quanto poderia crescer em função desse ciclo desvirtuoso. O governo precisa identificar os setores da indústria mais sensíveis ao desabastecimento e incentivar novas empresas a investir. A continuar com esse cenário, estaremos eternamente desperdiçando um enorme potencial de crescimento do PIB, confirmando que somos um país do futuro longínquo.

Sergio Kikuchi

São Paulo

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AÇO NO BRASIL

Em relação à matéria intitulada China continua a ‘desovar’ aço no Brasil mesmo com as barreiras a importações (Estadão, 03/12, B8), gostaria de tecer os seguintes comentários: fiquei estupefato com a baixa qualidade da matéria, que sequer se preocupou em pesquisar e informar se a indústria brasileira está produzindo mais ou menos aço em relação ao período anterior às sobretaxas, se manteve o nível de emprego ou se teve suas exportações ou lucro afetados. Também não se preocupou em pesquisar e informar o que a indústria brasileira de aço está fazendo para enfrentar a concorrência além de pedir proteção de mercado. Houve algum investimento em melhor tecnologia, em barateamento de custos, em maior produtividade, enfim, alguma atitude que traga concretamente maior competitividade do setor no futuro? Infelizmente, essa atitude passiva da imprensa, de apenas transmitir cada vez mais só o que é convenientemente informado por órgãos de classe, sem se preocupar em refletir adequadamente sobre as informações recebidas, só prejudica nosso querido Brasil. Isso já se mostrou bastante claro nas discussões sobre o ajuste fiscal, em que sequer é passado aos leitores e leitoras o fato de que, como uma família altamente endividada e que se recusa terminantemente a baixar temporariamente o padrão de vida, o governo brasileiro não consegue sequer ter receitas maiores que as despesas, quanto mais pagar os juros devidos. E o resultado é uma dívida cada vez mais crescente em direção a uma tragédia financeira anunciada, enquanto Brasília teima em continuar em seu mundinho mágico e onírico, isolada e protegida da lamentável realidade do resto do país. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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