Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Execução no RJ

Barbárie

Três médicos de SP são mortos em quiosque na Barra da Tijuca; vítima é irmão da deputada Sâmia Bonfim (Estadão, 5/10). Vivemos num estado de barbárie no Brasil. O Rio de Janeiro está dominado pelo crime; e outras cidades, como Guarujá, caminham na mesma direção. Estamos perdendo a soberania da Amazônia para o tráfico de drogas e o garimpo ilegal. Não dá para sair de casa sem pensar em como melhor se proteger. Não existe solução simples. Não são planos engendrados na última hora, pelo governo, que resolverão o problema. A solução passa por uma reinvenção de todo o sistema penal e Judiciário. As prisões deveriam se destinar a crimes graves e não poderiam nunca, por descaso do poder público, transformar-se em universidades do crime.

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Mário Corrêa da Fonseca Filho

mario@gmocoaching.com.br

São Paulo

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Congresso Nacional

PEC nº 8/2021

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Congresso amplia ofensiva sobre STF; PEC que limita atos de ministros avança (Estadão, 5/10, A6). O conflito entre o Congresso e o STF é como aquele fogo amigo que queima a própria trincheira. No circo da política nacional, vemos parlamentares e ministros se digladiando; e o povo? Bem, o povo assiste a tudo com uma pitada de ironia e um punhado de descrença. Será que estão lutando pelo País ou pelo próprio poder? Enquanto uns brigam como gatos e cachorros, o País segue sua sina, esperando por dias mais sensatos. O Barão de Itararé já dizia: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

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São Paulo

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Crédito de carbono

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Mercado de crédito de carbono é aprovado no Senado (Estadão, 4/10). Às vezes, as justificativas dadas por nossos políticos são tão esdrúxulas que ofendem até um recém-nascido. Assim, a senadora Leila Barros (PDT-DF) excluiu as atividades agrícolas primárias da regulamentação do mercado de carbono, porque “há dificuldade de quantificar as emissões de gases geradores do efeito estufa”. Começamos pelo rebanho bovino brasileiro. Há uma pesquisa do Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ) que estimou em 140 gramas a emissão média diária de metano (gás de efeito estufa) por animal. A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), sobre o efeito poluente de desmatamento, mostrou que cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2) equivalente em 20 anos. Como, então, é difícil de quantificar as emissões do poderoso agronegócio? Ou o negócio é ser campeão em produzir alimentos e gases poluentes também?

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

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São Paulo

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Trabalho e emprego

Ministro do desemprego

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que, caso a empresa Uber queira sair do Brasil, “o problema é só da Uber”. A Uber tem mais de 1 milhão de motoristas cadastrados. Apenas esse número é suficiente para que a gente faça a seguinte pergunta: como uma pessoa que pensa assim pode ser ministro do Trabalho e Emprego? Claro, essa pergunta não é para mim nem para você, é para o digníssimo presidente da República.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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Greve na USP

Greve-birra

Concordo com quase todas as ponderações que Eugênio Bucci faz no seu espaço no Estadão. Que bom que não é sempre, porque o uníssono é tedioso e contraprodutivo. Mas com o artigo publicado ontem, A greve na USP e seu impasse (A5), eu não poderia concordar mais. Lembro-me de Eugênio, meu veterano na faculdade, como um líder estudantil e um cara muito sensato. Brilhava no Círculo das Quartas-Feiras, quando nos reuníamos com o professor Goffredo para café da manhã em que se discutiam Filosofia e Direito. No artigo de ontem, ele parece ter traduzido a exata sensação que eu tive desde o início deste movimento grevista na USP: os meninos não são vândalos irresponsáveis, empilhar as cadeiras no Largo de São Francisco não é depredar o patrimônio histórico, mas é absolutamente irracional e é uma armadilha que eles armaram para si mesmos. Tomara que tenham a humildade de reconhecer e que o XI de Agosto tenha o protagonismo na interrupção desta greve-birra abobalhada e tardia, em vista das medidas já adotadas pela reitoria.

Carlos Frederico B. Bentivegna

carlosbentivegna@uol.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

EMPRÉSTIMO À ARGENTINA

Não se pode negar que Lula da Silva é um líder carismático, mesmo que seja junto ao “baixo clero”. Demonstrou isso ao conseguir, a “toque de caixa”, a liberação de US$ 1 bilhão, junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), para a “quebrada” Argentina. Está muito claro que o referido empréstimo-ponte não foi concedido apenas para que o FMI concedesse US$ 7,5 bilhões aos “hermanos”, mas também para alavancar a candidatura do peronista parceiro Sergio Massa. A falida Argentina, que certamente dará mais um calote, desta vez no CAF, há muito deixou de ser uma parceira comercial interessante para o Brasil, e somente Lula pode explicar que benefícios poderia trazer a manutenção do desastroso governo no país vizinho.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

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ELEIÇÃO PARA CONSELHEIRO TUTELAR

Tirem o sofá da sala! Foi anulada a eleição para conselheiro tutelar em Porto Real, município do Rio de Janeiro, de 1.° de outubro. Uma urna, que havia recebido votos em papel, foi violada antes da apuração. Novo escrutínio foi marcado para 8 de outubro. “Para evitar esse tipo de problema, queremos avançar, para que, nas próximas eleições, daqui a quatro anos, sejam utilizadas urnas eletrônicas em todos os municípios do estado do Rio”, afirmou, em nota, a promotora de Justiça Raquel Madruga, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do MP-RJ. Hummm, então tá! Que seja abençoado o código-fonte da vez. Amém!

Celso David de Oliveira

david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro

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LIMITES DA DEMOCRACIA

À semelhança do projeto da “Lei da Razoabilidade”, aprovado pelo Parlamento de Israel, que limita fortemente o poder judiciário local, começou a tramitar na Câmara dos Deputados uma PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF que “extrapolem os limites constitucionais”. Há poucos dias o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltou a defender uma proposta de mandato fixo para ministros do Supremo, proposta essa apoiada por outros senadores e pelo presidente Lula. Que os Poderes Executivo e Legislativo não costumam ter lá muita simpatia pelo Judiciário, é amplamente sabido e normal numa democracia. Agora, transformar isso em leis que limitem a ação do poder cuja função precípua é julgar conflitos à luz das leis e da Constituição pode ultrapassar os limites da própria democracia. Pergunta: caso essa PEC seja aprovada e uma decisão da Suprema Corte for derrubada pelo Parlamento, a quem caberá julgar recurso, cara pálida? Ao STF? Surreal...

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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INTOLERÂNCIA PROGRESSISTA

No editorial A intolerável intolerância progressista (1/10, A3), são atribuídos quatro métodos empregados pelos esquerdistas radicais, também chamados de esquerdopatas: intimidação, censura, ruptura e imposição. Há muito eu digo – e este terceiro mandato do atual presidente exacerbou – que o PT e seus partidos afins passam muito longe do que é democracia. Não estou dizendo que aqui virou Cuba ou Venezuela, mas isso não se concretizou não porque eles não desejaram e tentaram, mas porque a nossa democracia assim não permitiu. Veja o que conseguiram fazer com a Lava Jato, diga-se de passagem com a ajuda inestimável do Supremo Tribunal Federal. Ainda espero que um dia a História irá colocar nos seus devidos lugares o que o PT e seu líder supremo fizeram e estão fazendo pelo mal do povo brasileiro. Nem o pouco que fizeram de bom – se é que fizeram – vai apagar os rastros de intolerância intolerável.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.co

Salvador

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LAVA JATO

Houve um período no qual os brasileiros festejaram a Lava Jato porque viram muitos condenados devolverem altas somas de dinheiro para a Petrobras, governadores serem condenados a mais de cem anos de prisão, o ex-presidente Lula ir para a prisão com decisões judiciais de primeira e segunda instâncias e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e parecia que o País aplicava a lei e punia os corruptos. Passados alguns anos, estamos vendo o ex-governador livre, o ex-presidente reeleito e o STF revertendo todas as decisões do passado. Só falta prender o juiz e o procurador que fizeram tudo errado. Está difícil de entender o nosso País.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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SERGIO MORO

Todas as acusações que são feitas a ele são mentirosas e injustas!

Lourdes Migliavacca

São Paulo

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PLANO DE SEGURANÇA GENÉRICO

Acho que o ministro Flávio Dino seria um melhor candidato a participante do Big Brother Brasil 2024 do que a ministro do STF: gosta de uma resenha, bate-boca é com ele mesmo, e é especialista em tudo. Apresenta um plano de segurança genérico, que em 60 dias é que irá apresentar suas metas, e afirma que a segurança pública é 90% dos Estados. Ele pode escolher: este caos atual é devido às falhas dos 10% do governo federal ou, como na Bahia, é de responsabilidade dos governos petistas no Estado? Fala, Dino!

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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MOÇÃO DE CENSURA

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sofreu moção de censura e foi destituído da função. Kevin McCarthy perdeu o cargo numa votação por maioria simples (216 a 210). O fato histórico chama a atenção por vários motivos. Primeiro, a moção de censura é um mecanismo típico do parlamentarismo, sendo aplicado em relação ao primeiro-ministro. Portanto, em tese não se aplicaria no presidencialismo e ao presidente da casa legislativa. Segundo, não houve necessidade de maioria absoluta (218 votos do total de 435 membros). Terceiro, a Constituição não estabelece a obrigatoriedade de o eleito ser deputado. Sendo assim, deputados radicais trumpistas podem tumultuar o processo e indicar o ex-presidente republicano para concorrer ao cargo. Quarto, o presidente destituído pode concorrer ao próprio cargo que acabou de perder por falta de maioria. Quinto, o impasse político pode se prolongar por vários dias ou várias semanas, comprometendo os trabalhos legislativos por falta de acordo. Sexto, interessa mais desgastar o atual presidente democrata, em decorrência das eleições de 2024, do que chegar a uma solução.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

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TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Muito apropriado o texto de Sergio Avelleda (Transporte rodoviário de passageiros, 30/9, A6). A parte triste é algo mais do que falta de investimento em transporte ferroviário. É a insensatez de acintoso desmonte da rica estrutura que já tivemos, o abandono aos vândalos das linhas ainda existentes, como é o caso das antigas Sorocabana e Noroeste, cujos trilhos estão sendo impunemente furtados. O quadro existente não é de pobreza. Estamos abandonando riquezas anteriormente acumuladas na forma de trilhos e rotas de Norte a Sul do País. No início da década de 1970 foi inaugurado o Tronco Principal Sul, um vultuoso investimento materializado pelo labor de Batalhões de Engenharia do Exército, destinado a futura substituição da bitola de um metro pela de 1,435 metro nas linhas de Porto Alegre a Campinas e de Campinas a Brasília, para curso de trens rápidos de passageiros, sem prejuízo do transporte de cargas, em rampas inferiores a 1,5%, no melhor padrão internacional. Infelizmente os viajantes brasileiros não podem usufruir desse transporte, as linhas estão abandonadas, centenas de vagões de passageiros já não existem ou estão esquecidos, não se fala mais em bitola de uso internacional (a que permite intercâmbio com os países do Mercosul e um futuro acesso aos portos do Pacífico), e passageiros e cargas sobem e descem grandes rampas (rodoviárias) de serras por todos os lados.

Pedro de Camargo

decamargo.pedro@hotmail.com

São Paulo

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FAIXAS PARA MOTOS EM SÃO PAULO

Para que fazer faixas de motociclistas em algumas avenidas que têm corredores de ônibus? Não é mais fácil, barato e ainda mais seguro para os motociclistas permitir o uso dos corredores de ônibus? Pois pela agilidade deles não vão atrapalhar o fluxo dos coletivos, e ainda os tira do meio dos automóveis, evitando assim muitas mortes acidentes e conflitos.

José Mota de Carvalho

josemotadecarvalho@icloud.com

São Paulo

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GREVE NO LARGO DE SÃO FRANCISCO

Sem entrar no mérito da razão que motivou a greve de discentes na respeitada Universidade de São Paulo (USP), cabe dizer que, ao impedir com barreiras físicas a entrada de professores na Faculdade do Largo de São Francisco para dar aulas, os alunos de Direito dão um péssimo e condenável exemplo ao demonstrar não terem aprendido direito as lições por macularem o fundamental e constitucional direito de ir e vir. Com sua reprovável atitude de rebeldia, dão mostras de que não se tornarão bons profissionais. Vergonha!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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DIREITO DE IR E VIR

Fundamental que um professor da Universidade de São Paulo, em particular da Faculdade de Direito, professor Fernando Skaff, faça o devido enfrentamento a esses hipócritas e privilegiados – sim, estudar na USP é um privilégio – que insistem nas práticas mais vetustas da esquerda festiva (Só greves ilegítimas necessitam de barricadas, 3/10, A6). Estudei na USP nos anos 1970 e, para fazer oposição ao regime militar, sob o pretexto de ter melhorias no nível de ensino naquela universidade, alguns “estudantes profissionais” iam perturbar as aulas de professores que no entender deles apoiariam o regime militar, ainda que assim não fosse, mas por não aceitarem a ditadura de esquerda, para tentar obrigar os alunos a aumentarem o quórum baixo das assembleias para decidir sobre boicote às aulas. Mais de 50 anos depois, o mesmo discurso vazio: os usuários do serviço querem impedir a sua prestação porque não estaria agradando aos ”democratas” e “iluminados”. Mais lamentável ainda que as ”barricadas”, uma violência contra o direito de ir e vir, aconteçam por iniciativa de estudantes de Direito! É assim que atuam os que fizeram o “L”? Foi assim que o amor venceu?

Ana Lúcia Amaral

anamaral@uol.com.br

São Paulo

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GESTÃO DE CEMITÉRIOS

Sobre a matéria do repórter Ítalo Lo Re TCM volta a fazer críticas à gestão de cemitérios em SP (2/10, A16), é lamentável que a privatização seja uma panaceia para soluções que a própria Prefeitura, se tivesse mais respeito pelo contribuinte, evitaria, deixando um serviço – essencial à comunidade – na mão de empresas que apenas visam ao bolso dos cidadãos que querem enterrar seus mortos, sem se sentirem explorados comercialmente. Neste sábado, 30/9, passamos pela experiência – lamentável – de encarar essa exploração de serviço – essencialmente público – prestado por particulares, ansiosos de lucrar com a morte. A pessoa faleceu em São Miguel Paulista, e a informação recebida no hospital é que deveríamos procurar a empresa de acordo com o cemitério (no caso, seria enterrada no Tremembé) que coube a cada uma administrar, ou seja, em vez de procurar a funerária mais próxima do hospital, para a expedição da certidão de óbito, tivemos que nos locomover quilômetros para encontrar a empresa no Tatuapé. Lá chegando, a empresa (Consolare) nos ofertou, entre as várias opções de preço de urna funerária, a mais inferior no valor de R$ 6 mil, afora outros gastos de remoção e cemitério. Diante de tal descalabro, procuramos outra empresa (Maya), que no ofereceu pela metade do preço, já com outros serviços incluídos, além de uma coroa de flores. Para nossa surpresa, a empresa que nos atendeu tinha representante próximo ao hospital onde ocorreu a morte, ou seja, não havia necessidade de tamanha locomoção e preços exorbitantes. O sr. prefeito deveria olhar com cuidado a privatização que vai contra os mais nobres interesses dos cidadãos paulistanos.

Paulo Chiecco Toledo

pct@aasp.org.br

São Paulo

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AUDIOLIVROS

Ótima a notícia da entrada firme da Amazon no mercado de audiolivros (Estado, 4/10, C1). Muitas pessoas com deficiência visual serão beneficiadas com o prazer da leitura.

Marcos Lefevre

lefevre.part@hotmail.com

Curitiba

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CIÊNCIA BÁSICA

Os dois Prêmios Nobel de ciências duras, de Química e de Física, foram para trabalhos que investigam a natureza mais íntima da matéria: as mudanças em attosegundos de seus elétrons e as transições quânticas que levam a cores de nanopartículas. Ciência básica, portanto, que tanto é criticada e é fundamental para entender o mundo e revolucioná-lo, haja vista as tecnologias que já saíram desses conceitos. A cereja do bolo do grupo das ciências da natureza é a premiação ao desenvolvimento de vacinas pela técnica com RNA que aliviou e muito o impacto da pandemia.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

Execução no RJ

Barbárie

Três médicos de SP são mortos em quiosque na Barra da Tijuca; vítima é irmão da deputada Sâmia Bonfim (Estadão, 5/10). Vivemos num estado de barbárie no Brasil. O Rio de Janeiro está dominado pelo crime; e outras cidades, como Guarujá, caminham na mesma direção. Estamos perdendo a soberania da Amazônia para o tráfico de drogas e o garimpo ilegal. Não dá para sair de casa sem pensar em como melhor se proteger. Não existe solução simples. Não são planos engendrados na última hora, pelo governo, que resolverão o problema. A solução passa por uma reinvenção de todo o sistema penal e Judiciário. As prisões deveriam se destinar a crimes graves e não poderiam nunca, por descaso do poder público, transformar-se em universidades do crime.

Mário Corrêa da Fonseca Filho

mario@gmocoaching.com.br

São Paulo

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Congresso Nacional

PEC nº 8/2021

Congresso amplia ofensiva sobre STF; PEC que limita atos de ministros avança (Estadão, 5/10, A6). O conflito entre o Congresso e o STF é como aquele fogo amigo que queima a própria trincheira. No circo da política nacional, vemos parlamentares e ministros se digladiando; e o povo? Bem, o povo assiste a tudo com uma pitada de ironia e um punhado de descrença. Será que estão lutando pelo País ou pelo próprio poder? Enquanto uns brigam como gatos e cachorros, o País segue sua sina, esperando por dias mais sensatos. O Barão de Itararé já dizia: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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Crédito de carbono

Mercado de crédito de carbono é aprovado no Senado (Estadão, 4/10). Às vezes, as justificativas dadas por nossos políticos são tão esdrúxulas que ofendem até um recém-nascido. Assim, a senadora Leila Barros (PDT-DF) excluiu as atividades agrícolas primárias da regulamentação do mercado de carbono, porque “há dificuldade de quantificar as emissões de gases geradores do efeito estufa”. Começamos pelo rebanho bovino brasileiro. Há uma pesquisa do Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ) que estimou em 140 gramas a emissão média diária de metano (gás de efeito estufa) por animal. A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), sobre o efeito poluente de desmatamento, mostrou que cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2) equivalente em 20 anos. Como, então, é difícil de quantificar as emissões do poderoso agronegócio? Ou o negócio é ser campeão em produzir alimentos e gases poluentes também?

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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Trabalho e emprego

Ministro do desemprego

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que, caso a empresa Uber queira sair do Brasil, “o problema é só da Uber”. A Uber tem mais de 1 milhão de motoristas cadastrados. Apenas esse número é suficiente para que a gente faça a seguinte pergunta: como uma pessoa que pensa assim pode ser ministro do Trabalho e Emprego? Claro, essa pergunta não é para mim nem para você, é para o digníssimo presidente da República.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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Greve na USP

Greve-birra

Concordo com quase todas as ponderações que Eugênio Bucci faz no seu espaço no Estadão. Que bom que não é sempre, porque o uníssono é tedioso e contraprodutivo. Mas com o artigo publicado ontem, A greve na USP e seu impasse (A5), eu não poderia concordar mais. Lembro-me de Eugênio, meu veterano na faculdade, como um líder estudantil e um cara muito sensato. Brilhava no Círculo das Quartas-Feiras, quando nos reuníamos com o professor Goffredo para café da manhã em que se discutiam Filosofia e Direito. No artigo de ontem, ele parece ter traduzido a exata sensação que eu tive desde o início deste movimento grevista na USP: os meninos não são vândalos irresponsáveis, empilhar as cadeiras no Largo de São Francisco não é depredar o patrimônio histórico, mas é absolutamente irracional e é uma armadilha que eles armaram para si mesmos. Tomara que tenham a humildade de reconhecer e que o XI de Agosto tenha o protagonismo na interrupção desta greve-birra abobalhada e tardia, em vista das medidas já adotadas pela reitoria.

Carlos Frederico B. Bentivegna

carlosbentivegna@uol.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

EMPRÉSTIMO À ARGENTINA

Não se pode negar que Lula da Silva é um líder carismático, mesmo que seja junto ao “baixo clero”. Demonstrou isso ao conseguir, a “toque de caixa”, a liberação de US$ 1 bilhão, junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), para a “quebrada” Argentina. Está muito claro que o referido empréstimo-ponte não foi concedido apenas para que o FMI concedesse US$ 7,5 bilhões aos “hermanos”, mas também para alavancar a candidatura do peronista parceiro Sergio Massa. A falida Argentina, que certamente dará mais um calote, desta vez no CAF, há muito deixou de ser uma parceira comercial interessante para o Brasil, e somente Lula pode explicar que benefícios poderia trazer a manutenção do desastroso governo no país vizinho.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

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ELEIÇÃO PARA CONSELHEIRO TUTELAR

Tirem o sofá da sala! Foi anulada a eleição para conselheiro tutelar em Porto Real, município do Rio de Janeiro, de 1.° de outubro. Uma urna, que havia recebido votos em papel, foi violada antes da apuração. Novo escrutínio foi marcado para 8 de outubro. “Para evitar esse tipo de problema, queremos avançar, para que, nas próximas eleições, daqui a quatro anos, sejam utilizadas urnas eletrônicas em todos os municípios do estado do Rio”, afirmou, em nota, a promotora de Justiça Raquel Madruga, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do MP-RJ. Hummm, então tá! Que seja abençoado o código-fonte da vez. Amém!

Celso David de Oliveira

david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro

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LIMITES DA DEMOCRACIA

À semelhança do projeto da “Lei da Razoabilidade”, aprovado pelo Parlamento de Israel, que limita fortemente o poder judiciário local, começou a tramitar na Câmara dos Deputados uma PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF que “extrapolem os limites constitucionais”. Há poucos dias o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltou a defender uma proposta de mandato fixo para ministros do Supremo, proposta essa apoiada por outros senadores e pelo presidente Lula. Que os Poderes Executivo e Legislativo não costumam ter lá muita simpatia pelo Judiciário, é amplamente sabido e normal numa democracia. Agora, transformar isso em leis que limitem a ação do poder cuja função precípua é julgar conflitos à luz das leis e da Constituição pode ultrapassar os limites da própria democracia. Pergunta: caso essa PEC seja aprovada e uma decisão da Suprema Corte for derrubada pelo Parlamento, a quem caberá julgar recurso, cara pálida? Ao STF? Surreal...

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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INTOLERÂNCIA PROGRESSISTA

No editorial A intolerável intolerância progressista (1/10, A3), são atribuídos quatro métodos empregados pelos esquerdistas radicais, também chamados de esquerdopatas: intimidação, censura, ruptura e imposição. Há muito eu digo – e este terceiro mandato do atual presidente exacerbou – que o PT e seus partidos afins passam muito longe do que é democracia. Não estou dizendo que aqui virou Cuba ou Venezuela, mas isso não se concretizou não porque eles não desejaram e tentaram, mas porque a nossa democracia assim não permitiu. Veja o que conseguiram fazer com a Lava Jato, diga-se de passagem com a ajuda inestimável do Supremo Tribunal Federal. Ainda espero que um dia a História irá colocar nos seus devidos lugares o que o PT e seu líder supremo fizeram e estão fazendo pelo mal do povo brasileiro. Nem o pouco que fizeram de bom – se é que fizeram – vai apagar os rastros de intolerância intolerável.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.co

Salvador

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LAVA JATO

Houve um período no qual os brasileiros festejaram a Lava Jato porque viram muitos condenados devolverem altas somas de dinheiro para a Petrobras, governadores serem condenados a mais de cem anos de prisão, o ex-presidente Lula ir para a prisão com decisões judiciais de primeira e segunda instâncias e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e parecia que o País aplicava a lei e punia os corruptos. Passados alguns anos, estamos vendo o ex-governador livre, o ex-presidente reeleito e o STF revertendo todas as decisões do passado. Só falta prender o juiz e o procurador que fizeram tudo errado. Está difícil de entender o nosso País.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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SERGIO MORO

Todas as acusações que são feitas a ele são mentirosas e injustas!

Lourdes Migliavacca

São Paulo

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PLANO DE SEGURANÇA GENÉRICO

Acho que o ministro Flávio Dino seria um melhor candidato a participante do Big Brother Brasil 2024 do que a ministro do STF: gosta de uma resenha, bate-boca é com ele mesmo, e é especialista em tudo. Apresenta um plano de segurança genérico, que em 60 dias é que irá apresentar suas metas, e afirma que a segurança pública é 90% dos Estados. Ele pode escolher: este caos atual é devido às falhas dos 10% do governo federal ou, como na Bahia, é de responsabilidade dos governos petistas no Estado? Fala, Dino!

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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MOÇÃO DE CENSURA

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sofreu moção de censura e foi destituído da função. Kevin McCarthy perdeu o cargo numa votação por maioria simples (216 a 210). O fato histórico chama a atenção por vários motivos. Primeiro, a moção de censura é um mecanismo típico do parlamentarismo, sendo aplicado em relação ao primeiro-ministro. Portanto, em tese não se aplicaria no presidencialismo e ao presidente da casa legislativa. Segundo, não houve necessidade de maioria absoluta (218 votos do total de 435 membros). Terceiro, a Constituição não estabelece a obrigatoriedade de o eleito ser deputado. Sendo assim, deputados radicais trumpistas podem tumultuar o processo e indicar o ex-presidente republicano para concorrer ao cargo. Quarto, o presidente destituído pode concorrer ao próprio cargo que acabou de perder por falta de maioria. Quinto, o impasse político pode se prolongar por vários dias ou várias semanas, comprometendo os trabalhos legislativos por falta de acordo. Sexto, interessa mais desgastar o atual presidente democrata, em decorrência das eleições de 2024, do que chegar a uma solução.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

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TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Muito apropriado o texto de Sergio Avelleda (Transporte rodoviário de passageiros, 30/9, A6). A parte triste é algo mais do que falta de investimento em transporte ferroviário. É a insensatez de acintoso desmonte da rica estrutura que já tivemos, o abandono aos vândalos das linhas ainda existentes, como é o caso das antigas Sorocabana e Noroeste, cujos trilhos estão sendo impunemente furtados. O quadro existente não é de pobreza. Estamos abandonando riquezas anteriormente acumuladas na forma de trilhos e rotas de Norte a Sul do País. No início da década de 1970 foi inaugurado o Tronco Principal Sul, um vultuoso investimento materializado pelo labor de Batalhões de Engenharia do Exército, destinado a futura substituição da bitola de um metro pela de 1,435 metro nas linhas de Porto Alegre a Campinas e de Campinas a Brasília, para curso de trens rápidos de passageiros, sem prejuízo do transporte de cargas, em rampas inferiores a 1,5%, no melhor padrão internacional. Infelizmente os viajantes brasileiros não podem usufruir desse transporte, as linhas estão abandonadas, centenas de vagões de passageiros já não existem ou estão esquecidos, não se fala mais em bitola de uso internacional (a que permite intercâmbio com os países do Mercosul e um futuro acesso aos portos do Pacífico), e passageiros e cargas sobem e descem grandes rampas (rodoviárias) de serras por todos os lados.

Pedro de Camargo

decamargo.pedro@hotmail.com

São Paulo

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FAIXAS PARA MOTOS EM SÃO PAULO

Para que fazer faixas de motociclistas em algumas avenidas que têm corredores de ônibus? Não é mais fácil, barato e ainda mais seguro para os motociclistas permitir o uso dos corredores de ônibus? Pois pela agilidade deles não vão atrapalhar o fluxo dos coletivos, e ainda os tira do meio dos automóveis, evitando assim muitas mortes acidentes e conflitos.

José Mota de Carvalho

josemotadecarvalho@icloud.com

São Paulo

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GREVE NO LARGO DE SÃO FRANCISCO

Sem entrar no mérito da razão que motivou a greve de discentes na respeitada Universidade de São Paulo (USP), cabe dizer que, ao impedir com barreiras físicas a entrada de professores na Faculdade do Largo de São Francisco para dar aulas, os alunos de Direito dão um péssimo e condenável exemplo ao demonstrar não terem aprendido direito as lições por macularem o fundamental e constitucional direito de ir e vir. Com sua reprovável atitude de rebeldia, dão mostras de que não se tornarão bons profissionais. Vergonha!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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DIREITO DE IR E VIR

Fundamental que um professor da Universidade de São Paulo, em particular da Faculdade de Direito, professor Fernando Skaff, faça o devido enfrentamento a esses hipócritas e privilegiados – sim, estudar na USP é um privilégio – que insistem nas práticas mais vetustas da esquerda festiva (Só greves ilegítimas necessitam de barricadas, 3/10, A6). Estudei na USP nos anos 1970 e, para fazer oposição ao regime militar, sob o pretexto de ter melhorias no nível de ensino naquela universidade, alguns “estudantes profissionais” iam perturbar as aulas de professores que no entender deles apoiariam o regime militar, ainda que assim não fosse, mas por não aceitarem a ditadura de esquerda, para tentar obrigar os alunos a aumentarem o quórum baixo das assembleias para decidir sobre boicote às aulas. Mais de 50 anos depois, o mesmo discurso vazio: os usuários do serviço querem impedir a sua prestação porque não estaria agradando aos ”democratas” e “iluminados”. Mais lamentável ainda que as ”barricadas”, uma violência contra o direito de ir e vir, aconteçam por iniciativa de estudantes de Direito! É assim que atuam os que fizeram o “L”? Foi assim que o amor venceu?

Ana Lúcia Amaral

anamaral@uol.com.br

São Paulo

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GESTÃO DE CEMITÉRIOS

Sobre a matéria do repórter Ítalo Lo Re TCM volta a fazer críticas à gestão de cemitérios em SP (2/10, A16), é lamentável que a privatização seja uma panaceia para soluções que a própria Prefeitura, se tivesse mais respeito pelo contribuinte, evitaria, deixando um serviço – essencial à comunidade – na mão de empresas que apenas visam ao bolso dos cidadãos que querem enterrar seus mortos, sem se sentirem explorados comercialmente. Neste sábado, 30/9, passamos pela experiência – lamentável – de encarar essa exploração de serviço – essencialmente público – prestado por particulares, ansiosos de lucrar com a morte. A pessoa faleceu em São Miguel Paulista, e a informação recebida no hospital é que deveríamos procurar a empresa de acordo com o cemitério (no caso, seria enterrada no Tremembé) que coube a cada uma administrar, ou seja, em vez de procurar a funerária mais próxima do hospital, para a expedição da certidão de óbito, tivemos que nos locomover quilômetros para encontrar a empresa no Tatuapé. Lá chegando, a empresa (Consolare) nos ofertou, entre as várias opções de preço de urna funerária, a mais inferior no valor de R$ 6 mil, afora outros gastos de remoção e cemitério. Diante de tal descalabro, procuramos outra empresa (Maya), que no ofereceu pela metade do preço, já com outros serviços incluídos, além de uma coroa de flores. Para nossa surpresa, a empresa que nos atendeu tinha representante próximo ao hospital onde ocorreu a morte, ou seja, não havia necessidade de tamanha locomoção e preços exorbitantes. O sr. prefeito deveria olhar com cuidado a privatização que vai contra os mais nobres interesses dos cidadãos paulistanos.

Paulo Chiecco Toledo

pct@aasp.org.br

São Paulo

*

AUDIOLIVROS

Ótima a notícia da entrada firme da Amazon no mercado de audiolivros (Estado, 4/10, C1). Muitas pessoas com deficiência visual serão beneficiadas com o prazer da leitura.

Marcos Lefevre

lefevre.part@hotmail.com

Curitiba

*

CIÊNCIA BÁSICA

Os dois Prêmios Nobel de ciências duras, de Química e de Física, foram para trabalhos que investigam a natureza mais íntima da matéria: as mudanças em attosegundos de seus elétrons e as transições quânticas que levam a cores de nanopartículas. Ciência básica, portanto, que tanto é criticada e é fundamental para entender o mundo e revolucioná-lo, haja vista as tecnologias que já saíram desses conceitos. A cereja do bolo do grupo das ciências da natureza é a premiação ao desenvolvimento de vacinas pela técnica com RNA que aliviou e muito o impacto da pandemia.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

Execução no RJ

Barbárie

Três médicos de SP são mortos em quiosque na Barra da Tijuca; vítima é irmão da deputada Sâmia Bonfim (Estadão, 5/10). Vivemos num estado de barbárie no Brasil. O Rio de Janeiro está dominado pelo crime; e outras cidades, como Guarujá, caminham na mesma direção. Estamos perdendo a soberania da Amazônia para o tráfico de drogas e o garimpo ilegal. Não dá para sair de casa sem pensar em como melhor se proteger. Não existe solução simples. Não são planos engendrados na última hora, pelo governo, que resolverão o problema. A solução passa por uma reinvenção de todo o sistema penal e Judiciário. As prisões deveriam se destinar a crimes graves e não poderiam nunca, por descaso do poder público, transformar-se em universidades do crime.

Mário Corrêa da Fonseca Filho

mario@gmocoaching.com.br

São Paulo

*

Congresso Nacional

PEC nº 8/2021

Congresso amplia ofensiva sobre STF; PEC que limita atos de ministros avança (Estadão, 5/10, A6). O conflito entre o Congresso e o STF é como aquele fogo amigo que queima a própria trincheira. No circo da política nacional, vemos parlamentares e ministros se digladiando; e o povo? Bem, o povo assiste a tudo com uma pitada de ironia e um punhado de descrença. Será que estão lutando pelo País ou pelo próprio poder? Enquanto uns brigam como gatos e cachorros, o País segue sua sina, esperando por dias mais sensatos. O Barão de Itararé já dizia: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

*

Crédito de carbono

Mercado de crédito de carbono é aprovado no Senado (Estadão, 4/10). Às vezes, as justificativas dadas por nossos políticos são tão esdrúxulas que ofendem até um recém-nascido. Assim, a senadora Leila Barros (PDT-DF) excluiu as atividades agrícolas primárias da regulamentação do mercado de carbono, porque “há dificuldade de quantificar as emissões de gases geradores do efeito estufa”. Começamos pelo rebanho bovino brasileiro. Há uma pesquisa do Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ) que estimou em 140 gramas a emissão média diária de metano (gás de efeito estufa) por animal. A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), sobre o efeito poluente de desmatamento, mostrou que cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2) equivalente em 20 anos. Como, então, é difícil de quantificar as emissões do poderoso agronegócio? Ou o negócio é ser campeão em produzir alimentos e gases poluentes também?

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

*

Trabalho e emprego

Ministro do desemprego

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que, caso a empresa Uber queira sair do Brasil, “o problema é só da Uber”. A Uber tem mais de 1 milhão de motoristas cadastrados. Apenas esse número é suficiente para que a gente faça a seguinte pergunta: como uma pessoa que pensa assim pode ser ministro do Trabalho e Emprego? Claro, essa pergunta não é para mim nem para você, é para o digníssimo presidente da República.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

*

Greve na USP

Greve-birra

Concordo com quase todas as ponderações que Eugênio Bucci faz no seu espaço no Estadão. Que bom que não é sempre, porque o uníssono é tedioso e contraprodutivo. Mas com o artigo publicado ontem, A greve na USP e seu impasse (A5), eu não poderia concordar mais. Lembro-me de Eugênio, meu veterano na faculdade, como um líder estudantil e um cara muito sensato. Brilhava no Círculo das Quartas-Feiras, quando nos reuníamos com o professor Goffredo para café da manhã em que se discutiam Filosofia e Direito. No artigo de ontem, ele parece ter traduzido a exata sensação que eu tive desde o início deste movimento grevista na USP: os meninos não são vândalos irresponsáveis, empilhar as cadeiras no Largo de São Francisco não é depredar o patrimônio histórico, mas é absolutamente irracional e é uma armadilha que eles armaram para si mesmos. Tomara que tenham a humildade de reconhecer e que o XI de Agosto tenha o protagonismo na interrupção desta greve-birra abobalhada e tardia, em vista das medidas já adotadas pela reitoria.

Carlos Frederico B. Bentivegna

carlosbentivegna@uol.com.br

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

EMPRÉSTIMO À ARGENTINA

Não se pode negar que Lula da Silva é um líder carismático, mesmo que seja junto ao “baixo clero”. Demonstrou isso ao conseguir, a “toque de caixa”, a liberação de US$ 1 bilhão, junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), para a “quebrada” Argentina. Está muito claro que o referido empréstimo-ponte não foi concedido apenas para que o FMI concedesse US$ 7,5 bilhões aos “hermanos”, mas também para alavancar a candidatura do peronista parceiro Sergio Massa. A falida Argentina, que certamente dará mais um calote, desta vez no CAF, há muito deixou de ser uma parceira comercial interessante para o Brasil, e somente Lula pode explicar que benefícios poderia trazer a manutenção do desastroso governo no país vizinho.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

*

ELEIÇÃO PARA CONSELHEIRO TUTELAR

Tirem o sofá da sala! Foi anulada a eleição para conselheiro tutelar em Porto Real, município do Rio de Janeiro, de 1.° de outubro. Uma urna, que havia recebido votos em papel, foi violada antes da apuração. Novo escrutínio foi marcado para 8 de outubro. “Para evitar esse tipo de problema, queremos avançar, para que, nas próximas eleições, daqui a quatro anos, sejam utilizadas urnas eletrônicas em todos os municípios do estado do Rio”, afirmou, em nota, a promotora de Justiça Raquel Madruga, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do MP-RJ. Hummm, então tá! Que seja abençoado o código-fonte da vez. Amém!

Celso David de Oliveira

david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro

*

LIMITES DA DEMOCRACIA

À semelhança do projeto da “Lei da Razoabilidade”, aprovado pelo Parlamento de Israel, que limita fortemente o poder judiciário local, começou a tramitar na Câmara dos Deputados uma PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF que “extrapolem os limites constitucionais”. Há poucos dias o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltou a defender uma proposta de mandato fixo para ministros do Supremo, proposta essa apoiada por outros senadores e pelo presidente Lula. Que os Poderes Executivo e Legislativo não costumam ter lá muita simpatia pelo Judiciário, é amplamente sabido e normal numa democracia. Agora, transformar isso em leis que limitem a ação do poder cuja função precípua é julgar conflitos à luz das leis e da Constituição pode ultrapassar os limites da própria democracia. Pergunta: caso essa PEC seja aprovada e uma decisão da Suprema Corte for derrubada pelo Parlamento, a quem caberá julgar recurso, cara pálida? Ao STF? Surreal...

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

*

INTOLERÂNCIA PROGRESSISTA

No editorial A intolerável intolerância progressista (1/10, A3), são atribuídos quatro métodos empregados pelos esquerdistas radicais, também chamados de esquerdopatas: intimidação, censura, ruptura e imposição. Há muito eu digo – e este terceiro mandato do atual presidente exacerbou – que o PT e seus partidos afins passam muito longe do que é democracia. Não estou dizendo que aqui virou Cuba ou Venezuela, mas isso não se concretizou não porque eles não desejaram e tentaram, mas porque a nossa democracia assim não permitiu. Veja o que conseguiram fazer com a Lava Jato, diga-se de passagem com a ajuda inestimável do Supremo Tribunal Federal. Ainda espero que um dia a História irá colocar nos seus devidos lugares o que o PT e seu líder supremo fizeram e estão fazendo pelo mal do povo brasileiro. Nem o pouco que fizeram de bom – se é que fizeram – vai apagar os rastros de intolerância intolerável.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.co

Salvador

*

LAVA JATO

Houve um período no qual os brasileiros festejaram a Lava Jato porque viram muitos condenados devolverem altas somas de dinheiro para a Petrobras, governadores serem condenados a mais de cem anos de prisão, o ex-presidente Lula ir para a prisão com decisões judiciais de primeira e segunda instâncias e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e parecia que o País aplicava a lei e punia os corruptos. Passados alguns anos, estamos vendo o ex-governador livre, o ex-presidente reeleito e o STF revertendo todas as decisões do passado. Só falta prender o juiz e o procurador que fizeram tudo errado. Está difícil de entender o nosso País.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

*

SERGIO MORO

Todas as acusações que são feitas a ele são mentirosas e injustas!

Lourdes Migliavacca

São Paulo

*

PLANO DE SEGURANÇA GENÉRICO

Acho que o ministro Flávio Dino seria um melhor candidato a participante do Big Brother Brasil 2024 do que a ministro do STF: gosta de uma resenha, bate-boca é com ele mesmo, e é especialista em tudo. Apresenta um plano de segurança genérico, que em 60 dias é que irá apresentar suas metas, e afirma que a segurança pública é 90% dos Estados. Ele pode escolher: este caos atual é devido às falhas dos 10% do governo federal ou, como na Bahia, é de responsabilidade dos governos petistas no Estado? Fala, Dino!

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

*

MOÇÃO DE CENSURA

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sofreu moção de censura e foi destituído da função. Kevin McCarthy perdeu o cargo numa votação por maioria simples (216 a 210). O fato histórico chama a atenção por vários motivos. Primeiro, a moção de censura é um mecanismo típico do parlamentarismo, sendo aplicado em relação ao primeiro-ministro. Portanto, em tese não se aplicaria no presidencialismo e ao presidente da casa legislativa. Segundo, não houve necessidade de maioria absoluta (218 votos do total de 435 membros). Terceiro, a Constituição não estabelece a obrigatoriedade de o eleito ser deputado. Sendo assim, deputados radicais trumpistas podem tumultuar o processo e indicar o ex-presidente republicano para concorrer ao cargo. Quarto, o presidente destituído pode concorrer ao próprio cargo que acabou de perder por falta de maioria. Quinto, o impasse político pode se prolongar por vários dias ou várias semanas, comprometendo os trabalhos legislativos por falta de acordo. Sexto, interessa mais desgastar o atual presidente democrata, em decorrência das eleições de 2024, do que chegar a uma solução.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

*

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Muito apropriado o texto de Sergio Avelleda (Transporte rodoviário de passageiros, 30/9, A6). A parte triste é algo mais do que falta de investimento em transporte ferroviário. É a insensatez de acintoso desmonte da rica estrutura que já tivemos, o abandono aos vândalos das linhas ainda existentes, como é o caso das antigas Sorocabana e Noroeste, cujos trilhos estão sendo impunemente furtados. O quadro existente não é de pobreza. Estamos abandonando riquezas anteriormente acumuladas na forma de trilhos e rotas de Norte a Sul do País. No início da década de 1970 foi inaugurado o Tronco Principal Sul, um vultuoso investimento materializado pelo labor de Batalhões de Engenharia do Exército, destinado a futura substituição da bitola de um metro pela de 1,435 metro nas linhas de Porto Alegre a Campinas e de Campinas a Brasília, para curso de trens rápidos de passageiros, sem prejuízo do transporte de cargas, em rampas inferiores a 1,5%, no melhor padrão internacional. Infelizmente os viajantes brasileiros não podem usufruir desse transporte, as linhas estão abandonadas, centenas de vagões de passageiros já não existem ou estão esquecidos, não se fala mais em bitola de uso internacional (a que permite intercâmbio com os países do Mercosul e um futuro acesso aos portos do Pacífico), e passageiros e cargas sobem e descem grandes rampas (rodoviárias) de serras por todos os lados.

Pedro de Camargo

decamargo.pedro@hotmail.com

São Paulo

*

FAIXAS PARA MOTOS EM SÃO PAULO

Para que fazer faixas de motociclistas em algumas avenidas que têm corredores de ônibus? Não é mais fácil, barato e ainda mais seguro para os motociclistas permitir o uso dos corredores de ônibus? Pois pela agilidade deles não vão atrapalhar o fluxo dos coletivos, e ainda os tira do meio dos automóveis, evitando assim muitas mortes acidentes e conflitos.

José Mota de Carvalho

josemotadecarvalho@icloud.com

São Paulo

*

GREVE NO LARGO DE SÃO FRANCISCO

Sem entrar no mérito da razão que motivou a greve de discentes na respeitada Universidade de São Paulo (USP), cabe dizer que, ao impedir com barreiras físicas a entrada de professores na Faculdade do Largo de São Francisco para dar aulas, os alunos de Direito dão um péssimo e condenável exemplo ao demonstrar não terem aprendido direito as lições por macularem o fundamental e constitucional direito de ir e vir. Com sua reprovável atitude de rebeldia, dão mostras de que não se tornarão bons profissionais. Vergonha!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

*

DIREITO DE IR E VIR

Fundamental que um professor da Universidade de São Paulo, em particular da Faculdade de Direito, professor Fernando Skaff, faça o devido enfrentamento a esses hipócritas e privilegiados – sim, estudar na USP é um privilégio – que insistem nas práticas mais vetustas da esquerda festiva (Só greves ilegítimas necessitam de barricadas, 3/10, A6). Estudei na USP nos anos 1970 e, para fazer oposição ao regime militar, sob o pretexto de ter melhorias no nível de ensino naquela universidade, alguns “estudantes profissionais” iam perturbar as aulas de professores que no entender deles apoiariam o regime militar, ainda que assim não fosse, mas por não aceitarem a ditadura de esquerda, para tentar obrigar os alunos a aumentarem o quórum baixo das assembleias para decidir sobre boicote às aulas. Mais de 50 anos depois, o mesmo discurso vazio: os usuários do serviço querem impedir a sua prestação porque não estaria agradando aos ”democratas” e “iluminados”. Mais lamentável ainda que as ”barricadas”, uma violência contra o direito de ir e vir, aconteçam por iniciativa de estudantes de Direito! É assim que atuam os que fizeram o “L”? Foi assim que o amor venceu?

Ana Lúcia Amaral

anamaral@uol.com.br

São Paulo

*

GESTÃO DE CEMITÉRIOS

Sobre a matéria do repórter Ítalo Lo Re TCM volta a fazer críticas à gestão de cemitérios em SP (2/10, A16), é lamentável que a privatização seja uma panaceia para soluções que a própria Prefeitura, se tivesse mais respeito pelo contribuinte, evitaria, deixando um serviço – essencial à comunidade – na mão de empresas que apenas visam ao bolso dos cidadãos que querem enterrar seus mortos, sem se sentirem explorados comercialmente. Neste sábado, 30/9, passamos pela experiência – lamentável – de encarar essa exploração de serviço – essencialmente público – prestado por particulares, ansiosos de lucrar com a morte. A pessoa faleceu em São Miguel Paulista, e a informação recebida no hospital é que deveríamos procurar a empresa de acordo com o cemitério (no caso, seria enterrada no Tremembé) que coube a cada uma administrar, ou seja, em vez de procurar a funerária mais próxima do hospital, para a expedição da certidão de óbito, tivemos que nos locomover quilômetros para encontrar a empresa no Tatuapé. Lá chegando, a empresa (Consolare) nos ofertou, entre as várias opções de preço de urna funerária, a mais inferior no valor de R$ 6 mil, afora outros gastos de remoção e cemitério. Diante de tal descalabro, procuramos outra empresa (Maya), que no ofereceu pela metade do preço, já com outros serviços incluídos, além de uma coroa de flores. Para nossa surpresa, a empresa que nos atendeu tinha representante próximo ao hospital onde ocorreu a morte, ou seja, não havia necessidade de tamanha locomoção e preços exorbitantes. O sr. prefeito deveria olhar com cuidado a privatização que vai contra os mais nobres interesses dos cidadãos paulistanos.

Paulo Chiecco Toledo

pct@aasp.org.br

São Paulo

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AUDIOLIVROS

Ótima a notícia da entrada firme da Amazon no mercado de audiolivros (Estado, 4/10, C1). Muitas pessoas com deficiência visual serão beneficiadas com o prazer da leitura.

Marcos Lefevre

lefevre.part@hotmail.com

Curitiba

*

CIÊNCIA BÁSICA

Os dois Prêmios Nobel de ciências duras, de Química e de Física, foram para trabalhos que investigam a natureza mais íntima da matéria: as mudanças em attosegundos de seus elétrons e as transições quânticas que levam a cores de nanopartículas. Ciência básica, portanto, que tanto é criticada e é fundamental para entender o mundo e revolucioná-lo, haja vista as tecnologias que já saíram desses conceitos. A cereja do bolo do grupo das ciências da natureza é a premiação ao desenvolvimento de vacinas pela técnica com RNA que aliviou e muito o impacto da pandemia.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

Execução no RJ

Barbárie

Três médicos de SP são mortos em quiosque na Barra da Tijuca; vítima é irmão da deputada Sâmia Bonfim (Estadão, 5/10). Vivemos num estado de barbárie no Brasil. O Rio de Janeiro está dominado pelo crime; e outras cidades, como Guarujá, caminham na mesma direção. Estamos perdendo a soberania da Amazônia para o tráfico de drogas e o garimpo ilegal. Não dá para sair de casa sem pensar em como melhor se proteger. Não existe solução simples. Não são planos engendrados na última hora, pelo governo, que resolverão o problema. A solução passa por uma reinvenção de todo o sistema penal e Judiciário. As prisões deveriam se destinar a crimes graves e não poderiam nunca, por descaso do poder público, transformar-se em universidades do crime.

Mário Corrêa da Fonseca Filho

mario@gmocoaching.com.br

São Paulo

*

Congresso Nacional

PEC nº 8/2021

Congresso amplia ofensiva sobre STF; PEC que limita atos de ministros avança (Estadão, 5/10, A6). O conflito entre o Congresso e o STF é como aquele fogo amigo que queima a própria trincheira. No circo da política nacional, vemos parlamentares e ministros se digladiando; e o povo? Bem, o povo assiste a tudo com uma pitada de ironia e um punhado de descrença. Será que estão lutando pelo País ou pelo próprio poder? Enquanto uns brigam como gatos e cachorros, o País segue sua sina, esperando por dias mais sensatos. O Barão de Itararé já dizia: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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Crédito de carbono

Mercado de crédito de carbono é aprovado no Senado (Estadão, 4/10). Às vezes, as justificativas dadas por nossos políticos são tão esdrúxulas que ofendem até um recém-nascido. Assim, a senadora Leila Barros (PDT-DF) excluiu as atividades agrícolas primárias da regulamentação do mercado de carbono, porque “há dificuldade de quantificar as emissões de gases geradores do efeito estufa”. Começamos pelo rebanho bovino brasileiro. Há uma pesquisa do Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ) que estimou em 140 gramas a emissão média diária de metano (gás de efeito estufa) por animal. A pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), sobre o efeito poluente de desmatamento, mostrou que cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2) equivalente em 20 anos. Como, então, é difícil de quantificar as emissões do poderoso agronegócio? Ou o negócio é ser campeão em produzir alimentos e gases poluentes também?

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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Trabalho e emprego

Ministro do desemprego

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que, caso a empresa Uber queira sair do Brasil, “o problema é só da Uber”. A Uber tem mais de 1 milhão de motoristas cadastrados. Apenas esse número é suficiente para que a gente faça a seguinte pergunta: como uma pessoa que pensa assim pode ser ministro do Trabalho e Emprego? Claro, essa pergunta não é para mim nem para você, é para o digníssimo presidente da República.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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Greve na USP

Greve-birra

Concordo com quase todas as ponderações que Eugênio Bucci faz no seu espaço no Estadão. Que bom que não é sempre, porque o uníssono é tedioso e contraprodutivo. Mas com o artigo publicado ontem, A greve na USP e seu impasse (A5), eu não poderia concordar mais. Lembro-me de Eugênio, meu veterano na faculdade, como um líder estudantil e um cara muito sensato. Brilhava no Círculo das Quartas-Feiras, quando nos reuníamos com o professor Goffredo para café da manhã em que se discutiam Filosofia e Direito. No artigo de ontem, ele parece ter traduzido a exata sensação que eu tive desde o início deste movimento grevista na USP: os meninos não são vândalos irresponsáveis, empilhar as cadeiras no Largo de São Francisco não é depredar o patrimônio histórico, mas é absolutamente irracional e é uma armadilha que eles armaram para si mesmos. Tomara que tenham a humildade de reconhecer e que o XI de Agosto tenha o protagonismo na interrupção desta greve-birra abobalhada e tardia, em vista das medidas já adotadas pela reitoria.

Carlos Frederico B. Bentivegna

carlosbentivegna@uol.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

EMPRÉSTIMO À ARGENTINA

Não se pode negar que Lula da Silva é um líder carismático, mesmo que seja junto ao “baixo clero”. Demonstrou isso ao conseguir, a “toque de caixa”, a liberação de US$ 1 bilhão, junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), para a “quebrada” Argentina. Está muito claro que o referido empréstimo-ponte não foi concedido apenas para que o FMI concedesse US$ 7,5 bilhões aos “hermanos”, mas também para alavancar a candidatura do peronista parceiro Sergio Massa. A falida Argentina, que certamente dará mais um calote, desta vez no CAF, há muito deixou de ser uma parceira comercial interessante para o Brasil, e somente Lula pode explicar que benefícios poderia trazer a manutenção do desastroso governo no país vizinho.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

*

ELEIÇÃO PARA CONSELHEIRO TUTELAR

Tirem o sofá da sala! Foi anulada a eleição para conselheiro tutelar em Porto Real, município do Rio de Janeiro, de 1.° de outubro. Uma urna, que havia recebido votos em papel, foi violada antes da apuração. Novo escrutínio foi marcado para 8 de outubro. “Para evitar esse tipo de problema, queremos avançar, para que, nas próximas eleições, daqui a quatro anos, sejam utilizadas urnas eletrônicas em todos os municípios do estado do Rio”, afirmou, em nota, a promotora de Justiça Raquel Madruga, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do MP-RJ. Hummm, então tá! Que seja abençoado o código-fonte da vez. Amém!

Celso David de Oliveira

david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro

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LIMITES DA DEMOCRACIA

À semelhança do projeto da “Lei da Razoabilidade”, aprovado pelo Parlamento de Israel, que limita fortemente o poder judiciário local, começou a tramitar na Câmara dos Deputados uma PEC que permite ao Congresso derrubar decisões do STF que “extrapolem os limites constitucionais”. Há poucos dias o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltou a defender uma proposta de mandato fixo para ministros do Supremo, proposta essa apoiada por outros senadores e pelo presidente Lula. Que os Poderes Executivo e Legislativo não costumam ter lá muita simpatia pelo Judiciário, é amplamente sabido e normal numa democracia. Agora, transformar isso em leis que limitem a ação do poder cuja função precípua é julgar conflitos à luz das leis e da Constituição pode ultrapassar os limites da própria democracia. Pergunta: caso essa PEC seja aprovada e uma decisão da Suprema Corte for derrubada pelo Parlamento, a quem caberá julgar recurso, cara pálida? Ao STF? Surreal...

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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INTOLERÂNCIA PROGRESSISTA

No editorial A intolerável intolerância progressista (1/10, A3), são atribuídos quatro métodos empregados pelos esquerdistas radicais, também chamados de esquerdopatas: intimidação, censura, ruptura e imposição. Há muito eu digo – e este terceiro mandato do atual presidente exacerbou – que o PT e seus partidos afins passam muito longe do que é democracia. Não estou dizendo que aqui virou Cuba ou Venezuela, mas isso não se concretizou não porque eles não desejaram e tentaram, mas porque a nossa democracia assim não permitiu. Veja o que conseguiram fazer com a Lava Jato, diga-se de passagem com a ajuda inestimável do Supremo Tribunal Federal. Ainda espero que um dia a História irá colocar nos seus devidos lugares o que o PT e seu líder supremo fizeram e estão fazendo pelo mal do povo brasileiro. Nem o pouco que fizeram de bom – se é que fizeram – vai apagar os rastros de intolerância intolerável.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.co

Salvador

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LAVA JATO

Houve um período no qual os brasileiros festejaram a Lava Jato porque viram muitos condenados devolverem altas somas de dinheiro para a Petrobras, governadores serem condenados a mais de cem anos de prisão, o ex-presidente Lula ir para a prisão com decisões judiciais de primeira e segunda instâncias e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e parecia que o País aplicava a lei e punia os corruptos. Passados alguns anos, estamos vendo o ex-governador livre, o ex-presidente reeleito e o STF revertendo todas as decisões do passado. Só falta prender o juiz e o procurador que fizeram tudo errado. Está difícil de entender o nosso País.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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SERGIO MORO

Todas as acusações que são feitas a ele são mentirosas e injustas!

Lourdes Migliavacca

São Paulo

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PLANO DE SEGURANÇA GENÉRICO

Acho que o ministro Flávio Dino seria um melhor candidato a participante do Big Brother Brasil 2024 do que a ministro do STF: gosta de uma resenha, bate-boca é com ele mesmo, e é especialista em tudo. Apresenta um plano de segurança genérico, que em 60 dias é que irá apresentar suas metas, e afirma que a segurança pública é 90% dos Estados. Ele pode escolher: este caos atual é devido às falhas dos 10% do governo federal ou, como na Bahia, é de responsabilidade dos governos petistas no Estado? Fala, Dino!

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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MOÇÃO DE CENSURA

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sofreu moção de censura e foi destituído da função. Kevin McCarthy perdeu o cargo numa votação por maioria simples (216 a 210). O fato histórico chama a atenção por vários motivos. Primeiro, a moção de censura é um mecanismo típico do parlamentarismo, sendo aplicado em relação ao primeiro-ministro. Portanto, em tese não se aplicaria no presidencialismo e ao presidente da casa legislativa. Segundo, não houve necessidade de maioria absoluta (218 votos do total de 435 membros). Terceiro, a Constituição não estabelece a obrigatoriedade de o eleito ser deputado. Sendo assim, deputados radicais trumpistas podem tumultuar o processo e indicar o ex-presidente republicano para concorrer ao cargo. Quarto, o presidente destituído pode concorrer ao próprio cargo que acabou de perder por falta de maioria. Quinto, o impasse político pode se prolongar por vários dias ou várias semanas, comprometendo os trabalhos legislativos por falta de acordo. Sexto, interessa mais desgastar o atual presidente democrata, em decorrência das eleições de 2024, do que chegar a uma solução.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

*

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Muito apropriado o texto de Sergio Avelleda (Transporte rodoviário de passageiros, 30/9, A6). A parte triste é algo mais do que falta de investimento em transporte ferroviário. É a insensatez de acintoso desmonte da rica estrutura que já tivemos, o abandono aos vândalos das linhas ainda existentes, como é o caso das antigas Sorocabana e Noroeste, cujos trilhos estão sendo impunemente furtados. O quadro existente não é de pobreza. Estamos abandonando riquezas anteriormente acumuladas na forma de trilhos e rotas de Norte a Sul do País. No início da década de 1970 foi inaugurado o Tronco Principal Sul, um vultuoso investimento materializado pelo labor de Batalhões de Engenharia do Exército, destinado a futura substituição da bitola de um metro pela de 1,435 metro nas linhas de Porto Alegre a Campinas e de Campinas a Brasília, para curso de trens rápidos de passageiros, sem prejuízo do transporte de cargas, em rampas inferiores a 1,5%, no melhor padrão internacional. Infelizmente os viajantes brasileiros não podem usufruir desse transporte, as linhas estão abandonadas, centenas de vagões de passageiros já não existem ou estão esquecidos, não se fala mais em bitola de uso internacional (a que permite intercâmbio com os países do Mercosul e um futuro acesso aos portos do Pacífico), e passageiros e cargas sobem e descem grandes rampas (rodoviárias) de serras por todos os lados.

Pedro de Camargo

decamargo.pedro@hotmail.com

São Paulo

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FAIXAS PARA MOTOS EM SÃO PAULO

Para que fazer faixas de motociclistas em algumas avenidas que têm corredores de ônibus? Não é mais fácil, barato e ainda mais seguro para os motociclistas permitir o uso dos corredores de ônibus? Pois pela agilidade deles não vão atrapalhar o fluxo dos coletivos, e ainda os tira do meio dos automóveis, evitando assim muitas mortes acidentes e conflitos.

José Mota de Carvalho

josemotadecarvalho@icloud.com

São Paulo

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GREVE NO LARGO DE SÃO FRANCISCO

Sem entrar no mérito da razão que motivou a greve de discentes na respeitada Universidade de São Paulo (USP), cabe dizer que, ao impedir com barreiras físicas a entrada de professores na Faculdade do Largo de São Francisco para dar aulas, os alunos de Direito dão um péssimo e condenável exemplo ao demonstrar não terem aprendido direito as lições por macularem o fundamental e constitucional direito de ir e vir. Com sua reprovável atitude de rebeldia, dão mostras de que não se tornarão bons profissionais. Vergonha!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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DIREITO DE IR E VIR

Fundamental que um professor da Universidade de São Paulo, em particular da Faculdade de Direito, professor Fernando Skaff, faça o devido enfrentamento a esses hipócritas e privilegiados – sim, estudar na USP é um privilégio – que insistem nas práticas mais vetustas da esquerda festiva (Só greves ilegítimas necessitam de barricadas, 3/10, A6). Estudei na USP nos anos 1970 e, para fazer oposição ao regime militar, sob o pretexto de ter melhorias no nível de ensino naquela universidade, alguns “estudantes profissionais” iam perturbar as aulas de professores que no entender deles apoiariam o regime militar, ainda que assim não fosse, mas por não aceitarem a ditadura de esquerda, para tentar obrigar os alunos a aumentarem o quórum baixo das assembleias para decidir sobre boicote às aulas. Mais de 50 anos depois, o mesmo discurso vazio: os usuários do serviço querem impedir a sua prestação porque não estaria agradando aos ”democratas” e “iluminados”. Mais lamentável ainda que as ”barricadas”, uma violência contra o direito de ir e vir, aconteçam por iniciativa de estudantes de Direito! É assim que atuam os que fizeram o “L”? Foi assim que o amor venceu?

Ana Lúcia Amaral

anamaral@uol.com.br

São Paulo

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GESTÃO DE CEMITÉRIOS

Sobre a matéria do repórter Ítalo Lo Re TCM volta a fazer críticas à gestão de cemitérios em SP (2/10, A16), é lamentável que a privatização seja uma panaceia para soluções que a própria Prefeitura, se tivesse mais respeito pelo contribuinte, evitaria, deixando um serviço – essencial à comunidade – na mão de empresas que apenas visam ao bolso dos cidadãos que querem enterrar seus mortos, sem se sentirem explorados comercialmente. Neste sábado, 30/9, passamos pela experiência – lamentável – de encarar essa exploração de serviço – essencialmente público – prestado por particulares, ansiosos de lucrar com a morte. A pessoa faleceu em São Miguel Paulista, e a informação recebida no hospital é que deveríamos procurar a empresa de acordo com o cemitério (no caso, seria enterrada no Tremembé) que coube a cada uma administrar, ou seja, em vez de procurar a funerária mais próxima do hospital, para a expedição da certidão de óbito, tivemos que nos locomover quilômetros para encontrar a empresa no Tatuapé. Lá chegando, a empresa (Consolare) nos ofertou, entre as várias opções de preço de urna funerária, a mais inferior no valor de R$ 6 mil, afora outros gastos de remoção e cemitério. Diante de tal descalabro, procuramos outra empresa (Maya), que no ofereceu pela metade do preço, já com outros serviços incluídos, além de uma coroa de flores. Para nossa surpresa, a empresa que nos atendeu tinha representante próximo ao hospital onde ocorreu a morte, ou seja, não havia necessidade de tamanha locomoção e preços exorbitantes. O sr. prefeito deveria olhar com cuidado a privatização que vai contra os mais nobres interesses dos cidadãos paulistanos.

Paulo Chiecco Toledo

pct@aasp.org.br

São Paulo

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AUDIOLIVROS

Ótima a notícia da entrada firme da Amazon no mercado de audiolivros (Estado, 4/10, C1). Muitas pessoas com deficiência visual serão beneficiadas com o prazer da leitura.

Marcos Lefevre

lefevre.part@hotmail.com

Curitiba

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CIÊNCIA BÁSICA

Os dois Prêmios Nobel de ciências duras, de Química e de Física, foram para trabalhos que investigam a natureza mais íntima da matéria: as mudanças em attosegundos de seus elétrons e as transições quânticas que levam a cores de nanopartículas. Ciência básica, portanto, que tanto é criticada e é fundamental para entender o mundo e revolucioná-lo, haja vista as tecnologias que já saíram desses conceitos. A cereja do bolo do grupo das ciências da natureza é a premiação ao desenvolvimento de vacinas pela técnica com RNA que aliviou e muito o impacto da pandemia.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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