Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Eleições 2024

De volta à selva

Na eleição municipal de 1959, o jornalista Itaboraí Martins, diante da falta de bons candidatos e em sinal de protesto, teve a ideia de lançar como candidato a vereador da cidade de São Paulo a rinoceronte Cacareco. Resultado: foi eleita com 100 mil votos, 5 mil a mais que o melhor colocado entre os 450 concorrentes. No pleito de hoje, mais de mil candidatos disputarão as 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo. Na eleição de 2020, 34 (62%) foram reeleitos, e, se esse número se repetir, apenas 21 cadeiras estarão em jogo. Ou seja, deve ser mais fácil ganhar na Mega Sena do que conquistar uma vaga no Legislativo municipal, até porque o eleitor paulistano está tão cansado da baixa qualidade dos candidatos e das promessas de campanha que, se surgisse um novo Cacareco, venceria de goleada novamente. E, quando se pensava que um rinoceronte seria o último irracional a participar de uma eleição, ledo engano: hoje alguns trogloditas disputam a Prefeitura paulistana.

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Sérgio Dafré

Jundiaí

*

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Economia

A generosidade da Moody’s

Confesso que, na semana que passou, tive de ler duas vezes a manchete sobre a elevação da nota de investimento do Brasil para ver se era isso mesmo o que estava escrito (Moody’s eleva nota e Brasil fica mais próximo do grau de investimento, Estadão, 2/10, B1). Não sei se mudou o método de avaliação de risco no sentido de, a exemplo do sistema de progressão continuada na educação pública brasileira, tentar dar mais uma chance a um aluno que, de outra forma, seria apenas um repetente. Se não for isso, é inadmissível que um país que está literalmente em chamas, que não se preocupa com investir no aumento de sua produtividade e competitividade internacional e, ainda por cima, apresenta um déficit orçamentário nominal de 7,6% do PIB (um dos maiores do mundo com certeza, maior até do que o de Israel, que está em guerra) tenha esse tipo de tratamento deveras generoso. É de perguntar para que realmente servem, afinal, essas agências de classificação de risco, e até que ponto devem ter a credibilidade que ainda lhes atribuem. É emblemático o caso da empresa Americanas, que era superbem avaliada em termos de classificação de risco e uma das queridinhas da Bolsa e do mercado financeiro, até que de repente e sem qualquer aviso se tornou o desastre que vimos nas manchetes. Quem garante que isso não possa acontecer com o Brasil no futuro? Tristes trópicos.

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Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

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A dívida acende o alerta

A melhora na nota de classificação de risco do Brasil, de Ba2 para Ba1, anunciada na terça-feira pela Moody’s, está sendo contestada por especialistas da área. Um bom exemplo vem de outra importante agência de classificação de risco, a S&P, cujo analista-chefe para o Brasil, Manuel Orozco, afirmou ao jornal Valor que não vê perspectiva de melhorar o rating do Brasil, já que “a atividade mais aquecida deveria sinalizar uma capacidade maior do país de estabilizar a dívida pública”, o que não ocorre no momento. Em menos de dois anos deste governo Lula, a dívida pública saltou de 73,4% do PIB para assustadores 78,4%, e pode chegar a 82% do PIB em 2026. Se nos três últimos anos o crescimento econômico ficou em torno dos 3%, isso se deve ao bom nível de criação de empregos e a benefícios sociais que foram elevados para famílias de baixíssima renda. Mas este cenário não se sustenta porque Lula despreza o equilíbrio fiscal. Portanto, não dá para contestar o que disseram o economista Mansueto Almeida, ao Valor, que a Moody’s “deu voto de confiança grande demais ao governo”; e o pesquisador do Ibre (FGV) Samuel Pessôa, em entrevista ao Estadão, que “a Moody’s vai rebaixar a nota do Brasil em dois ou três anos”.

Paulo Panossian

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São Carlos

*

Receituário

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Lula se reuniu há alguns dias, em Nova York, com representantes das agências de classificação de risco S&P, Moody’s e Fitch Ratings para entender o critério que elas utilizam para avaliar o Brasil. O que impressiona, porém, é o grau de ignorância do sr. Lula. Ele disse que as empresas não deveriam ouvir só a Faria Lima e os empresários, mas também os trabalhadores e o presidente da República. Mas todo mundo sabe que as empresas não ouvem ninguém e que o receituário para a elevação do rating inclui responsabilidade fiscal, crescimento econômico sustentável e redução da dívida pública – requisitos que seu governo parece incapaz de cumprir.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

QUARTO PODER

A propósito da polêmica frase do supremo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, “meu maior legado será a total recivilização do Brasil”, cabe dizer que seu objetivo só será alcançado se a recivilização começar pelo STF, que, há algum tempo, age e se julga o verdadeiro quarto Poder do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

ESTRANHO MUNDO

Sobre Barroso e a recivilização. O estranho mundo de Zé do Caixão, ops, perdão, o estranho mundo do ministro Barroso.

Nelson Falseti

São Paulo

*

DIAS TOFFOLI

Diferentemente da mulher de Cesar, o ministro Dias Toffoli não se preocupa em aparentar honesto. Pela cobertura que conta por parte de seus pares no Supremo Tribunal Federal (STF) e de senadores governistas, se considera, naturalmente, acima das instituições e das leis. Daí a tranquilidade de agir e decidir como um monarca absolutista na certeza que sua imparcialidade e/ou integralidade jamais serão colocados em dúvida. A anulação da condenação de Leo Pinheiro, conforme a matéria Toffoli agora anula condenações de Léo Pinheiro, que delatou Lula na Lava Jato (Estadão, 28/9, A8) é só mais uma decisão – sem consequências – a se somar as anteriores relatadas em inúmeras e indignadas matérias jornalísticas, artigos e editoriais pelos principais jornais do País e até do exterior. E assim vai em frente favorecendo até réus confessos, agravando a insegurança de se viver e investir no Brasil.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

*

‘INSPIRAÇÃO’

Sempre que Lula está a frente do governo parece que sua presença inspira a todos uma gastança generalizada. Todos se sentem impelidos a entrar para a festa. Agora ganhou como reforço uma primeira-dama deslumbrada e o casal é o primeiro a dar o exemplo. O Congresso e o Judiciário entraram com gosto nesta farra geral e irrestrita. Em comum, todos esses defensores da democracia e dos pobres têm o gosto por viagens para Europa, festas e eventos pagos com o dinheiro dos contribuintes ou pelos amigos. O Império Romano sobrevive. Nunca a máxima petista esteve tão presente com o socialismo para vocês e capitalismo pra nóis.

Nelson Falseti

São Paulo

*

EMENDAS PARLAMENTARES

Já passou da hora de acabar com as emendas parlamentares. Nós, o povo, assistimos estarrecidos esse comércio. O Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula tem o apoio de toda a população.

Cleo Aidar

São Paulo

*

NOTA DE CRÉDITO

Num primeiro momento, a decisão da Moody’s de melhorar a nota de crédito do Brasil causou surpresa, já que nem o mais otimista dos economistas previa essa possibilidade. Mas a explicação não tardou a aparecer. Essa decisão foi tomada após reunião de executivos da agência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula, a pedido deste, em Nova York, quando ambos estavam lá para a Assembleia Geral da ONU. Seguramente, tal encontro não foi simplesmente para tomar café ou para conversas informais. Foi para pedir nota, e, assim, atrair investimentos. A melhora da nota foi de fato concedida mediante o compromisso de o Brasil melhorar a gestão fiscal em 18 meses. Ora, não seria mais lógico o governo primeiro sanar suas finanças públicas, controlar a inflação e promover crescimento sustentável para então alcançar naturalmente o tão almejado grau de investimento? A resposta é não, pois a lógica de Lula é inversa: tentar atrair recursos estrangeiros apenas na conversa, sem mexer na gastança. A vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, disse que o Brasil precisa fazer a lição de casa para recuperar o grau de investimento. Lição de casa não é com Lula.

Luciano Harary

São Paulo

*

GESTÃO MUNICIPAL

Com crescimento constante ao longo das últimas décadas, cerca de 6% da população brasileira, ou seja mais de 11 milhões de pessoas, vivem em favelas ou comunidades. No grande Rio, em face da ausência do Poder Público, núcleos mais carentes ocupam gradativamente locais como encostas, praias e mangues que fazem parte de áreas de preservação, fundamentais ao equilíbrio ecológico da cidade. Outros se instalam em regiões dominadas por milícias que – entre outras interferências espúrias na vida da população carente de políticas públicas de habitação – negociam construções ilegais, algumas das quais já desabaram, provocando até mortes. As soluções propostas para tal problema, com considerável potencial de agravamento, diferentes das adotadas em épocas passadas, quando era possível a simples remoção das populações, se focam hoje em propostas de ordenamento do espaço geográfico, no cumprimento da lei decorrente, no investimento em infraestrutura e no saneamento básico. São iniciativas prometidas por políticos ansiosos por votos em épocas de eleições, principalmente nas municipais como as que ora se aproximam, raramente implementadas depois das posses. Como esse panorama vai evoluir dentro de um quadro de influência e poder cada vez maior do crime organizado no poder político e policial, deixa a sociedade apreensiva em relação ao futuro das próximas gerações.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

‘BETS’

Se estou entendendo, o governo Lula está aceitando que o nosso dinheiro (Bolsa Família) seja usado para que pessoas em situação de miséria o usem para apostas, (as famosas “bets”) online? O vício do jogo vai acabar com o que resta do nosso equilíbrio social. Que país é esse?

Luiz Frid

São Paulo

*

SINAIS DE FUMAÇA

A Floresta Amazônica, que produz e envia água para todo o Brasil, agora emite sinais de fumaça pedindo socorro para sobreviver e continuar dando vida ao Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

O mundo anda muito conturbado. Sempre esteve, mas há picos; cá e lá. Estamos num deles. Diante das eternas ameaças nucleares da Coreia do Norte, da opressão russa na invasão do território ucraniano, do patrocínio do terrorismo iraniano, através de marionetes no Oriente Médio inteiro, da inexistência de autoridade da ONU, da crescente falta de fôlego do poder americano – responsável por bancar a polícia do mundo, diante da falta de atitudes da ONU – e tantos outros conflitos; fica difícil falar de paz num momento como esse. Mas a fé e a esperança são persistentes e a crença de dias melhores move nossos esforços para nos livrarmos do mal. No meio desse furacão todo, começou no entardecer da quarta-feira passada, o ano novo judaico; 5.785. E é importante renovar os desejos de dias melhores, para todos. A guerra não é contra o Líbano. É contra o Hezbollah. A guerra não é contra os palestinos. É contra o Hamas. A guerra nem é contra os iranianos. É contra o regime opressor e terrorista dos aiatolás. Israel estava à beira de assinar um acordo de reconhecimento com vários estados árabes, ponte para uma paz sólida e duradoura. O Irã tentou sabotar, com os atentados de 7 de outubro de 2023. Não triunfará. É a esperança de todos nós que, no fim, a paz vencerá e todos nos reconciliaremos. Shana Tová Umetuká (um ano bom e doce).

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

*

‘SOLUÇÃO SATISFATÓRIA’

A guerra é sempre uma solução em que todos os envolvidos perdem. Uma solução satisfatória para um conflito deve trazer benefícios para todos, no caso da guerra no Oriente Médio a solução ganha-ganha seria a criação de um Estado palestino completamente livre e independente de Israel. A criação de uma nova nação palestina geraria investimentos de bilhões de dólares, criaria milhares de empregos e riqueza para a região. Esse novo país seria criado fora de Israel, em um país muçulmano que aceitasse ceder uma pequena parte de seu território. O país que acolhesse os palestinos receberia bilhões de dólares de ajuda de Israel e dos seus aliados. Em contrapartida, Israel poderia ocupar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Com essa solução todos ganham muito e ninguém perde nada. Incrível que ninguém está sequer falando nisso.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

BOMBA ATÔMICA

A bomba atômica fez parar uma guerra, e agora? Teremos uma nova Hiroshima para acabar com a guerra no Oriente Médio?

Roberto Solano

Rio de janeiro

*

‘LUTAS PERMANENTES’

Não consigo me solidarizar ou ficar desolado com as guerras e lutas permanentes entre nações do Oriente Médio, povoado por árabes e judeus, povos muito inteligentes e ricos, fanáticos religiosos e racistas, que só pensam em dinheiro, ouro e joias. Convivo com eles desde sempre. São materialistas egoístas e pouco ligam para os outros.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

CONTINUIDADE DO CONFLITO

A impressionante continuidade da guerra no Oriente Médio, onde Israel e Líbano estão se atacando assustadoramente, pondo em risco, inclusive, a paz mundial, precisa ser urgentemente paralisada. Se isso não ocorrer, podemos ter efeitos assustadores e macroeconômicos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

ISRAEL

Em Israel, o Império importou (e ampliou drasticamente) uma minoria judaica para governar a maior parte do Oriente Médio. Israel pode estuprar e matar os nativos o quanto quiserem, mas se eles desafiarem seus mestres coloniais, eles estarão mortos. Sob esta ordem baseada em regras (apenas regra renomeada), apenas Israel pode ter armas nucleares, e apenas Israel pode bombardear e assassinar em qualquer lugar em todo o Oriente Médio. Este Israel não é um país de verdade, é apenas a polícia colonial. Israel é apenas o Estado policial colonial do Império que entraria em colapso em um instante sem a insistência americana. Assim, se Israel não existe sem a América, ele logicamente existe dentro da América. O Império Branco é um fenômeno, e os judeus são apenas peões quase brancos no tabuleiro de xadrez muito maior do Império Branco.

Paulo Mesquita

São Paulo

Eleições 2024

De volta à selva

Na eleição municipal de 1959, o jornalista Itaboraí Martins, diante da falta de bons candidatos e em sinal de protesto, teve a ideia de lançar como candidato a vereador da cidade de São Paulo a rinoceronte Cacareco. Resultado: foi eleita com 100 mil votos, 5 mil a mais que o melhor colocado entre os 450 concorrentes. No pleito de hoje, mais de mil candidatos disputarão as 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo. Na eleição de 2020, 34 (62%) foram reeleitos, e, se esse número se repetir, apenas 21 cadeiras estarão em jogo. Ou seja, deve ser mais fácil ganhar na Mega Sena do que conquistar uma vaga no Legislativo municipal, até porque o eleitor paulistano está tão cansado da baixa qualidade dos candidatos e das promessas de campanha que, se surgisse um novo Cacareco, venceria de goleada novamente. E, quando se pensava que um rinoceronte seria o último irracional a participar de uma eleição, ledo engano: hoje alguns trogloditas disputam a Prefeitura paulistana.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

Economia

A generosidade da Moody’s

Confesso que, na semana que passou, tive de ler duas vezes a manchete sobre a elevação da nota de investimento do Brasil para ver se era isso mesmo o que estava escrito (Moody’s eleva nota e Brasil fica mais próximo do grau de investimento, Estadão, 2/10, B1). Não sei se mudou o método de avaliação de risco no sentido de, a exemplo do sistema de progressão continuada na educação pública brasileira, tentar dar mais uma chance a um aluno que, de outra forma, seria apenas um repetente. Se não for isso, é inadmissível que um país que está literalmente em chamas, que não se preocupa com investir no aumento de sua produtividade e competitividade internacional e, ainda por cima, apresenta um déficit orçamentário nominal de 7,6% do PIB (um dos maiores do mundo com certeza, maior até do que o de Israel, que está em guerra) tenha esse tipo de tratamento deveras generoso. É de perguntar para que realmente servem, afinal, essas agências de classificação de risco, e até que ponto devem ter a credibilidade que ainda lhes atribuem. É emblemático o caso da empresa Americanas, que era superbem avaliada em termos de classificação de risco e uma das queridinhas da Bolsa e do mercado financeiro, até que de repente e sem qualquer aviso se tornou o desastre que vimos nas manchetes. Quem garante que isso não possa acontecer com o Brasil no futuro? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

A dívida acende o alerta

A melhora na nota de classificação de risco do Brasil, de Ba2 para Ba1, anunciada na terça-feira pela Moody’s, está sendo contestada por especialistas da área. Um bom exemplo vem de outra importante agência de classificação de risco, a S&P, cujo analista-chefe para o Brasil, Manuel Orozco, afirmou ao jornal Valor que não vê perspectiva de melhorar o rating do Brasil, já que “a atividade mais aquecida deveria sinalizar uma capacidade maior do país de estabilizar a dívida pública”, o que não ocorre no momento. Em menos de dois anos deste governo Lula, a dívida pública saltou de 73,4% do PIB para assustadores 78,4%, e pode chegar a 82% do PIB em 2026. Se nos três últimos anos o crescimento econômico ficou em torno dos 3%, isso se deve ao bom nível de criação de empregos e a benefícios sociais que foram elevados para famílias de baixíssima renda. Mas este cenário não se sustenta porque Lula despreza o equilíbrio fiscal. Portanto, não dá para contestar o que disseram o economista Mansueto Almeida, ao Valor, que a Moody’s “deu voto de confiança grande demais ao governo”; e o pesquisador do Ibre (FGV) Samuel Pessôa, em entrevista ao Estadão, que “a Moody’s vai rebaixar a nota do Brasil em dois ou três anos”.

Paulo Panossian

São Carlos

*

Receituário

Lula se reuniu há alguns dias, em Nova York, com representantes das agências de classificação de risco S&P, Moody’s e Fitch Ratings para entender o critério que elas utilizam para avaliar o Brasil. O que impressiona, porém, é o grau de ignorância do sr. Lula. Ele disse que as empresas não deveriam ouvir só a Faria Lima e os empresários, mas também os trabalhadores e o presidente da República. Mas todo mundo sabe que as empresas não ouvem ninguém e que o receituário para a elevação do rating inclui responsabilidade fiscal, crescimento econômico sustentável e redução da dívida pública – requisitos que seu governo parece incapaz de cumprir.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

QUARTO PODER

A propósito da polêmica frase do supremo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, “meu maior legado será a total recivilização do Brasil”, cabe dizer que seu objetivo só será alcançado se a recivilização começar pelo STF, que, há algum tempo, age e se julga o verdadeiro quarto Poder do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

ESTRANHO MUNDO

Sobre Barroso e a recivilização. O estranho mundo de Zé do Caixão, ops, perdão, o estranho mundo do ministro Barroso.

Nelson Falseti

São Paulo

*

DIAS TOFFOLI

Diferentemente da mulher de Cesar, o ministro Dias Toffoli não se preocupa em aparentar honesto. Pela cobertura que conta por parte de seus pares no Supremo Tribunal Federal (STF) e de senadores governistas, se considera, naturalmente, acima das instituições e das leis. Daí a tranquilidade de agir e decidir como um monarca absolutista na certeza que sua imparcialidade e/ou integralidade jamais serão colocados em dúvida. A anulação da condenação de Leo Pinheiro, conforme a matéria Toffoli agora anula condenações de Léo Pinheiro, que delatou Lula na Lava Jato (Estadão, 28/9, A8) é só mais uma decisão – sem consequências – a se somar as anteriores relatadas em inúmeras e indignadas matérias jornalísticas, artigos e editoriais pelos principais jornais do País e até do exterior. E assim vai em frente favorecendo até réus confessos, agravando a insegurança de se viver e investir no Brasil.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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‘INSPIRAÇÃO’

Sempre que Lula está a frente do governo parece que sua presença inspira a todos uma gastança generalizada. Todos se sentem impelidos a entrar para a festa. Agora ganhou como reforço uma primeira-dama deslumbrada e o casal é o primeiro a dar o exemplo. O Congresso e o Judiciário entraram com gosto nesta farra geral e irrestrita. Em comum, todos esses defensores da democracia e dos pobres têm o gosto por viagens para Europa, festas e eventos pagos com o dinheiro dos contribuintes ou pelos amigos. O Império Romano sobrevive. Nunca a máxima petista esteve tão presente com o socialismo para vocês e capitalismo pra nóis.

Nelson Falseti

São Paulo

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EMENDAS PARLAMENTARES

Já passou da hora de acabar com as emendas parlamentares. Nós, o povo, assistimos estarrecidos esse comércio. O Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula tem o apoio de toda a população.

Cleo Aidar

São Paulo

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NOTA DE CRÉDITO

Num primeiro momento, a decisão da Moody’s de melhorar a nota de crédito do Brasil causou surpresa, já que nem o mais otimista dos economistas previa essa possibilidade. Mas a explicação não tardou a aparecer. Essa decisão foi tomada após reunião de executivos da agência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula, a pedido deste, em Nova York, quando ambos estavam lá para a Assembleia Geral da ONU. Seguramente, tal encontro não foi simplesmente para tomar café ou para conversas informais. Foi para pedir nota, e, assim, atrair investimentos. A melhora da nota foi de fato concedida mediante o compromisso de o Brasil melhorar a gestão fiscal em 18 meses. Ora, não seria mais lógico o governo primeiro sanar suas finanças públicas, controlar a inflação e promover crescimento sustentável para então alcançar naturalmente o tão almejado grau de investimento? A resposta é não, pois a lógica de Lula é inversa: tentar atrair recursos estrangeiros apenas na conversa, sem mexer na gastança. A vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, disse que o Brasil precisa fazer a lição de casa para recuperar o grau de investimento. Lição de casa não é com Lula.

Luciano Harary

São Paulo

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GESTÃO MUNICIPAL

Com crescimento constante ao longo das últimas décadas, cerca de 6% da população brasileira, ou seja mais de 11 milhões de pessoas, vivem em favelas ou comunidades. No grande Rio, em face da ausência do Poder Público, núcleos mais carentes ocupam gradativamente locais como encostas, praias e mangues que fazem parte de áreas de preservação, fundamentais ao equilíbrio ecológico da cidade. Outros se instalam em regiões dominadas por milícias que – entre outras interferências espúrias na vida da população carente de políticas públicas de habitação – negociam construções ilegais, algumas das quais já desabaram, provocando até mortes. As soluções propostas para tal problema, com considerável potencial de agravamento, diferentes das adotadas em épocas passadas, quando era possível a simples remoção das populações, se focam hoje em propostas de ordenamento do espaço geográfico, no cumprimento da lei decorrente, no investimento em infraestrutura e no saneamento básico. São iniciativas prometidas por políticos ansiosos por votos em épocas de eleições, principalmente nas municipais como as que ora se aproximam, raramente implementadas depois das posses. Como esse panorama vai evoluir dentro de um quadro de influência e poder cada vez maior do crime organizado no poder político e policial, deixa a sociedade apreensiva em relação ao futuro das próximas gerações.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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‘BETS’

Se estou entendendo, o governo Lula está aceitando que o nosso dinheiro (Bolsa Família) seja usado para que pessoas em situação de miséria o usem para apostas, (as famosas “bets”) online? O vício do jogo vai acabar com o que resta do nosso equilíbrio social. Que país é esse?

Luiz Frid

São Paulo

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SINAIS DE FUMAÇA

A Floresta Amazônica, que produz e envia água para todo o Brasil, agora emite sinais de fumaça pedindo socorro para sobreviver e continuar dando vida ao Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

O mundo anda muito conturbado. Sempre esteve, mas há picos; cá e lá. Estamos num deles. Diante das eternas ameaças nucleares da Coreia do Norte, da opressão russa na invasão do território ucraniano, do patrocínio do terrorismo iraniano, através de marionetes no Oriente Médio inteiro, da inexistência de autoridade da ONU, da crescente falta de fôlego do poder americano – responsável por bancar a polícia do mundo, diante da falta de atitudes da ONU – e tantos outros conflitos; fica difícil falar de paz num momento como esse. Mas a fé e a esperança são persistentes e a crença de dias melhores move nossos esforços para nos livrarmos do mal. No meio desse furacão todo, começou no entardecer da quarta-feira passada, o ano novo judaico; 5.785. E é importante renovar os desejos de dias melhores, para todos. A guerra não é contra o Líbano. É contra o Hezbollah. A guerra não é contra os palestinos. É contra o Hamas. A guerra nem é contra os iranianos. É contra o regime opressor e terrorista dos aiatolás. Israel estava à beira de assinar um acordo de reconhecimento com vários estados árabes, ponte para uma paz sólida e duradoura. O Irã tentou sabotar, com os atentados de 7 de outubro de 2023. Não triunfará. É a esperança de todos nós que, no fim, a paz vencerá e todos nos reconciliaremos. Shana Tová Umetuká (um ano bom e doce).

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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‘SOLUÇÃO SATISFATÓRIA’

A guerra é sempre uma solução em que todos os envolvidos perdem. Uma solução satisfatória para um conflito deve trazer benefícios para todos, no caso da guerra no Oriente Médio a solução ganha-ganha seria a criação de um Estado palestino completamente livre e independente de Israel. A criação de uma nova nação palestina geraria investimentos de bilhões de dólares, criaria milhares de empregos e riqueza para a região. Esse novo país seria criado fora de Israel, em um país muçulmano que aceitasse ceder uma pequena parte de seu território. O país que acolhesse os palestinos receberia bilhões de dólares de ajuda de Israel e dos seus aliados. Em contrapartida, Israel poderia ocupar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Com essa solução todos ganham muito e ninguém perde nada. Incrível que ninguém está sequer falando nisso.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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BOMBA ATÔMICA

A bomba atômica fez parar uma guerra, e agora? Teremos uma nova Hiroshima para acabar com a guerra no Oriente Médio?

Roberto Solano

Rio de janeiro

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‘LUTAS PERMANENTES’

Não consigo me solidarizar ou ficar desolado com as guerras e lutas permanentes entre nações do Oriente Médio, povoado por árabes e judeus, povos muito inteligentes e ricos, fanáticos religiosos e racistas, que só pensam em dinheiro, ouro e joias. Convivo com eles desde sempre. São materialistas egoístas e pouco ligam para os outros.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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CONTINUIDADE DO CONFLITO

A impressionante continuidade da guerra no Oriente Médio, onde Israel e Líbano estão se atacando assustadoramente, pondo em risco, inclusive, a paz mundial, precisa ser urgentemente paralisada. Se isso não ocorrer, podemos ter efeitos assustadores e macroeconômicos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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ISRAEL

Em Israel, o Império importou (e ampliou drasticamente) uma minoria judaica para governar a maior parte do Oriente Médio. Israel pode estuprar e matar os nativos o quanto quiserem, mas se eles desafiarem seus mestres coloniais, eles estarão mortos. Sob esta ordem baseada em regras (apenas regra renomeada), apenas Israel pode ter armas nucleares, e apenas Israel pode bombardear e assassinar em qualquer lugar em todo o Oriente Médio. Este Israel não é um país de verdade, é apenas a polícia colonial. Israel é apenas o Estado policial colonial do Império que entraria em colapso em um instante sem a insistência americana. Assim, se Israel não existe sem a América, ele logicamente existe dentro da América. O Império Branco é um fenômeno, e os judeus são apenas peões quase brancos no tabuleiro de xadrez muito maior do Império Branco.

Paulo Mesquita

São Paulo

Eleições 2024

De volta à selva

Na eleição municipal de 1959, o jornalista Itaboraí Martins, diante da falta de bons candidatos e em sinal de protesto, teve a ideia de lançar como candidato a vereador da cidade de São Paulo a rinoceronte Cacareco. Resultado: foi eleita com 100 mil votos, 5 mil a mais que o melhor colocado entre os 450 concorrentes. No pleito de hoje, mais de mil candidatos disputarão as 55 cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo. Na eleição de 2020, 34 (62%) foram reeleitos, e, se esse número se repetir, apenas 21 cadeiras estarão em jogo. Ou seja, deve ser mais fácil ganhar na Mega Sena do que conquistar uma vaga no Legislativo municipal, até porque o eleitor paulistano está tão cansado da baixa qualidade dos candidatos e das promessas de campanha que, se surgisse um novo Cacareco, venceria de goleada novamente. E, quando se pensava que um rinoceronte seria o último irracional a participar de uma eleição, ledo engano: hoje alguns trogloditas disputam a Prefeitura paulistana.

Sérgio Dafré

Jundiaí

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Economia

A generosidade da Moody’s

Confesso que, na semana que passou, tive de ler duas vezes a manchete sobre a elevação da nota de investimento do Brasil para ver se era isso mesmo o que estava escrito (Moody’s eleva nota e Brasil fica mais próximo do grau de investimento, Estadão, 2/10, B1). Não sei se mudou o método de avaliação de risco no sentido de, a exemplo do sistema de progressão continuada na educação pública brasileira, tentar dar mais uma chance a um aluno que, de outra forma, seria apenas um repetente. Se não for isso, é inadmissível que um país que está literalmente em chamas, que não se preocupa com investir no aumento de sua produtividade e competitividade internacional e, ainda por cima, apresenta um déficit orçamentário nominal de 7,6% do PIB (um dos maiores do mundo com certeza, maior até do que o de Israel, que está em guerra) tenha esse tipo de tratamento deveras generoso. É de perguntar para que realmente servem, afinal, essas agências de classificação de risco, e até que ponto devem ter a credibilidade que ainda lhes atribuem. É emblemático o caso da empresa Americanas, que era superbem avaliada em termos de classificação de risco e uma das queridinhas da Bolsa e do mercado financeiro, até que de repente e sem qualquer aviso se tornou o desastre que vimos nas manchetes. Quem garante que isso não possa acontecer com o Brasil no futuro? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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A dívida acende o alerta

A melhora na nota de classificação de risco do Brasil, de Ba2 para Ba1, anunciada na terça-feira pela Moody’s, está sendo contestada por especialistas da área. Um bom exemplo vem de outra importante agência de classificação de risco, a S&P, cujo analista-chefe para o Brasil, Manuel Orozco, afirmou ao jornal Valor que não vê perspectiva de melhorar o rating do Brasil, já que “a atividade mais aquecida deveria sinalizar uma capacidade maior do país de estabilizar a dívida pública”, o que não ocorre no momento. Em menos de dois anos deste governo Lula, a dívida pública saltou de 73,4% do PIB para assustadores 78,4%, e pode chegar a 82% do PIB em 2026. Se nos três últimos anos o crescimento econômico ficou em torno dos 3%, isso se deve ao bom nível de criação de empregos e a benefícios sociais que foram elevados para famílias de baixíssima renda. Mas este cenário não se sustenta porque Lula despreza o equilíbrio fiscal. Portanto, não dá para contestar o que disseram o economista Mansueto Almeida, ao Valor, que a Moody’s “deu voto de confiança grande demais ao governo”; e o pesquisador do Ibre (FGV) Samuel Pessôa, em entrevista ao Estadão, que “a Moody’s vai rebaixar a nota do Brasil em dois ou três anos”.

Paulo Panossian

São Carlos

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Receituário

Lula se reuniu há alguns dias, em Nova York, com representantes das agências de classificação de risco S&P, Moody’s e Fitch Ratings para entender o critério que elas utilizam para avaliar o Brasil. O que impressiona, porém, é o grau de ignorância do sr. Lula. Ele disse que as empresas não deveriam ouvir só a Faria Lima e os empresários, mas também os trabalhadores e o presidente da República. Mas todo mundo sabe que as empresas não ouvem ninguém e que o receituário para a elevação do rating inclui responsabilidade fiscal, crescimento econômico sustentável e redução da dívida pública – requisitos que seu governo parece incapaz de cumprir.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

QUARTO PODER

A propósito da polêmica frase do supremo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, “meu maior legado será a total recivilização do Brasil”, cabe dizer que seu objetivo só será alcançado se a recivilização começar pelo STF, que, há algum tempo, age e se julga o verdadeiro quarto Poder do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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ESTRANHO MUNDO

Sobre Barroso e a recivilização. O estranho mundo de Zé do Caixão, ops, perdão, o estranho mundo do ministro Barroso.

Nelson Falseti

São Paulo

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DIAS TOFFOLI

Diferentemente da mulher de Cesar, o ministro Dias Toffoli não se preocupa em aparentar honesto. Pela cobertura que conta por parte de seus pares no Supremo Tribunal Federal (STF) e de senadores governistas, se considera, naturalmente, acima das instituições e das leis. Daí a tranquilidade de agir e decidir como um monarca absolutista na certeza que sua imparcialidade e/ou integralidade jamais serão colocados em dúvida. A anulação da condenação de Leo Pinheiro, conforme a matéria Toffoli agora anula condenações de Léo Pinheiro, que delatou Lula na Lava Jato (Estadão, 28/9, A8) é só mais uma decisão – sem consequências – a se somar as anteriores relatadas em inúmeras e indignadas matérias jornalísticas, artigos e editoriais pelos principais jornais do País e até do exterior. E assim vai em frente favorecendo até réus confessos, agravando a insegurança de se viver e investir no Brasil.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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‘INSPIRAÇÃO’

Sempre que Lula está a frente do governo parece que sua presença inspira a todos uma gastança generalizada. Todos se sentem impelidos a entrar para a festa. Agora ganhou como reforço uma primeira-dama deslumbrada e o casal é o primeiro a dar o exemplo. O Congresso e o Judiciário entraram com gosto nesta farra geral e irrestrita. Em comum, todos esses defensores da democracia e dos pobres têm o gosto por viagens para Europa, festas e eventos pagos com o dinheiro dos contribuintes ou pelos amigos. O Império Romano sobrevive. Nunca a máxima petista esteve tão presente com o socialismo para vocês e capitalismo pra nóis.

Nelson Falseti

São Paulo

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EMENDAS PARLAMENTARES

Já passou da hora de acabar com as emendas parlamentares. Nós, o povo, assistimos estarrecidos esse comércio. O Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula tem o apoio de toda a população.

Cleo Aidar

São Paulo

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NOTA DE CRÉDITO

Num primeiro momento, a decisão da Moody’s de melhorar a nota de crédito do Brasil causou surpresa, já que nem o mais otimista dos economistas previa essa possibilidade. Mas a explicação não tardou a aparecer. Essa decisão foi tomada após reunião de executivos da agência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula, a pedido deste, em Nova York, quando ambos estavam lá para a Assembleia Geral da ONU. Seguramente, tal encontro não foi simplesmente para tomar café ou para conversas informais. Foi para pedir nota, e, assim, atrair investimentos. A melhora da nota foi de fato concedida mediante o compromisso de o Brasil melhorar a gestão fiscal em 18 meses. Ora, não seria mais lógico o governo primeiro sanar suas finanças públicas, controlar a inflação e promover crescimento sustentável para então alcançar naturalmente o tão almejado grau de investimento? A resposta é não, pois a lógica de Lula é inversa: tentar atrair recursos estrangeiros apenas na conversa, sem mexer na gastança. A vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, disse que o Brasil precisa fazer a lição de casa para recuperar o grau de investimento. Lição de casa não é com Lula.

Luciano Harary

São Paulo

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GESTÃO MUNICIPAL

Com crescimento constante ao longo das últimas décadas, cerca de 6% da população brasileira, ou seja mais de 11 milhões de pessoas, vivem em favelas ou comunidades. No grande Rio, em face da ausência do Poder Público, núcleos mais carentes ocupam gradativamente locais como encostas, praias e mangues que fazem parte de áreas de preservação, fundamentais ao equilíbrio ecológico da cidade. Outros se instalam em regiões dominadas por milícias que – entre outras interferências espúrias na vida da população carente de políticas públicas de habitação – negociam construções ilegais, algumas das quais já desabaram, provocando até mortes. As soluções propostas para tal problema, com considerável potencial de agravamento, diferentes das adotadas em épocas passadas, quando era possível a simples remoção das populações, se focam hoje em propostas de ordenamento do espaço geográfico, no cumprimento da lei decorrente, no investimento em infraestrutura e no saneamento básico. São iniciativas prometidas por políticos ansiosos por votos em épocas de eleições, principalmente nas municipais como as que ora se aproximam, raramente implementadas depois das posses. Como esse panorama vai evoluir dentro de um quadro de influência e poder cada vez maior do crime organizado no poder político e policial, deixa a sociedade apreensiva em relação ao futuro das próximas gerações.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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‘BETS’

Se estou entendendo, o governo Lula está aceitando que o nosso dinheiro (Bolsa Família) seja usado para que pessoas em situação de miséria o usem para apostas, (as famosas “bets”) online? O vício do jogo vai acabar com o que resta do nosso equilíbrio social. Que país é esse?

Luiz Frid

São Paulo

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SINAIS DE FUMAÇA

A Floresta Amazônica, que produz e envia água para todo o Brasil, agora emite sinais de fumaça pedindo socorro para sobreviver e continuar dando vida ao Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO

O mundo anda muito conturbado. Sempre esteve, mas há picos; cá e lá. Estamos num deles. Diante das eternas ameaças nucleares da Coreia do Norte, da opressão russa na invasão do território ucraniano, do patrocínio do terrorismo iraniano, através de marionetes no Oriente Médio inteiro, da inexistência de autoridade da ONU, da crescente falta de fôlego do poder americano – responsável por bancar a polícia do mundo, diante da falta de atitudes da ONU – e tantos outros conflitos; fica difícil falar de paz num momento como esse. Mas a fé e a esperança são persistentes e a crença de dias melhores move nossos esforços para nos livrarmos do mal. No meio desse furacão todo, começou no entardecer da quarta-feira passada, o ano novo judaico; 5.785. E é importante renovar os desejos de dias melhores, para todos. A guerra não é contra o Líbano. É contra o Hezbollah. A guerra não é contra os palestinos. É contra o Hamas. A guerra nem é contra os iranianos. É contra o regime opressor e terrorista dos aiatolás. Israel estava à beira de assinar um acordo de reconhecimento com vários estados árabes, ponte para uma paz sólida e duradoura. O Irã tentou sabotar, com os atentados de 7 de outubro de 2023. Não triunfará. É a esperança de todos nós que, no fim, a paz vencerá e todos nos reconciliaremos. Shana Tová Umetuká (um ano bom e doce).

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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‘SOLUÇÃO SATISFATÓRIA’

A guerra é sempre uma solução em que todos os envolvidos perdem. Uma solução satisfatória para um conflito deve trazer benefícios para todos, no caso da guerra no Oriente Médio a solução ganha-ganha seria a criação de um Estado palestino completamente livre e independente de Israel. A criação de uma nova nação palestina geraria investimentos de bilhões de dólares, criaria milhares de empregos e riqueza para a região. Esse novo país seria criado fora de Israel, em um país muçulmano que aceitasse ceder uma pequena parte de seu território. O país que acolhesse os palestinos receberia bilhões de dólares de ajuda de Israel e dos seus aliados. Em contrapartida, Israel poderia ocupar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Com essa solução todos ganham muito e ninguém perde nada. Incrível que ninguém está sequer falando nisso.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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BOMBA ATÔMICA

A bomba atômica fez parar uma guerra, e agora? Teremos uma nova Hiroshima para acabar com a guerra no Oriente Médio?

Roberto Solano

Rio de janeiro

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‘LUTAS PERMANENTES’

Não consigo me solidarizar ou ficar desolado com as guerras e lutas permanentes entre nações do Oriente Médio, povoado por árabes e judeus, povos muito inteligentes e ricos, fanáticos religiosos e racistas, que só pensam em dinheiro, ouro e joias. Convivo com eles desde sempre. São materialistas egoístas e pouco ligam para os outros.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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CONTINUIDADE DO CONFLITO

A impressionante continuidade da guerra no Oriente Médio, onde Israel e Líbano estão se atacando assustadoramente, pondo em risco, inclusive, a paz mundial, precisa ser urgentemente paralisada. Se isso não ocorrer, podemos ter efeitos assustadores e macroeconômicos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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ISRAEL

Em Israel, o Império importou (e ampliou drasticamente) uma minoria judaica para governar a maior parte do Oriente Médio. Israel pode estuprar e matar os nativos o quanto quiserem, mas se eles desafiarem seus mestres coloniais, eles estarão mortos. Sob esta ordem baseada em regras (apenas regra renomeada), apenas Israel pode ter armas nucleares, e apenas Israel pode bombardear e assassinar em qualquer lugar em todo o Oriente Médio. Este Israel não é um país de verdade, é apenas a polícia colonial. Israel é apenas o Estado policial colonial do Império que entraria em colapso em um instante sem a insistência americana. Assim, se Israel não existe sem a América, ele logicamente existe dentro da América. O Império Branco é um fenômeno, e os judeus são apenas peões quase brancos no tabuleiro de xadrez muito maior do Império Branco.

Paulo Mesquita

São Paulo

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