Contas públicas
‘Chove não molha’
Está difícil de o ajuste fiscal, tal qual na antiga telenovela O direito de nascer, chegar a um desfecho. Mas sabemos que, ao contrário da ficção, que teve um final feliz, o ajuste fiscal não será nada comemorado, em razão do suspense para chegar ao epílogo: coisa boa não deve ser. O presidente Lula – aí é que mora o perigo – aceita discutir e até encampar medidas que lhe desagradam (aqui está explícita a ficção), não aceita pressão e faz isso no tempo dele (aqui, a realidade). E, neste “chove não molha”, quando chover, será uma tempestade sujeita a raios e trovoadas.
Sergio Dafré
Jundiaí
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Falta convicção
Excelente o artigo do consultor tributário Everardo Maciel no Estadão de 7/11 (B8), Sem convicção não há solução. A incredulidade do articulista é a de todos os brasileiros que acompanham minimamente a situação do País e decorre, de fato, da falta de convicção dos governantes e parlamentares quanto à importância do controle dos gastos públicos.
Cleo Aidar
São Paulo
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Eleição nos EUA
Contenção de danos
Após a vitória incontestável de Donald Trump, o momento de lamento passou e os esforços devem ser direcionados para a contenção de danos. Os impactos econômicos no Brasil são evidentes, com política protecionista maior e abandono das pautas de sustentabilidade energética pelos EUA. Na política, por enquanto, ficamos nas folclóricas declarações de Jair Bolsonaro e de seus seguidores que ainda apostam na compra do Parlamento para chancelar a inocência de um criminoso contumaz. Espero que nossa República seja mais madura do que essas molecagens propostas.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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O velório das COPs
A volta de Trump ao poder poderá ser um retrocesso nas políticas de combate ao aquecimento global. Trump, como todos sabem, é um negacionista das mudanças climáticas. Foi no seu governo que os EUA, o 2º país que mais polui no mundo, depois da China, se retiraram do Acordo de Paris. Ele sempre foi contra restrições ambientais. A sua ausência nas próximas Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COPs) – inclusive na COP30 em Belém, em 2025 – é fava contada. É contraproducente a ONU promover reuniões para combater o aquecimento global sem a presença e o engajamento dos EUA. O movimento perde força e desestimula a adesão dos outros países. É lamentável, mas tudo indica que, com Trump no poder, o velório das COPs já tem data marcada.
Deri Lemos Maia
Araçatuba
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Antissemitismo
Caminho para a paz
A B’nai B’rith do Brasil manifesta sua solidariedade ao editorial do Estadão de 7 de novembro de 2024 (A19), Os antissemitas estão à vontade, ao denunciar o aumento alarmante do antissemitismo em nossas universidades, como foi evidenciado recentemente na Universidade Federal do Ceará (UFC). Para a nossa entidade, com 90 anos de atuação no Brasil e 180 no mundo em prol dos direitos humanos e da promoção do respeito entre os povos, este episódio nos remete a tempos sombrios em que a intolerância e o ódio prevaleciam sobre a razão e o diálogo. Como bem apontado pelo editorial, o antissemitismo, muitas vezes disfarçado de antissionismo, surge de maneira cada vez mais aberta e violenta, atentando contra o direito fundamental dos judeus à autodeterminação. Acreditamos que o caminho para a paz e o entendimento não se faz pela violência ou pelo extremismo, mas sim pelo respeito mútuo, pela convivência pacífica e pela abertura ao diálogo, valores que defendemos e promovemos em nossa trajetória. A B’nai B’rith do Brasil saúda o Estadão pelo alerta e conclama a sociedade a refletir sobre os perigos do silêncio diante de atos de intolerância.
Abraham Goldstein, presidente da B’nai B’rith do Brasil
São Paulo
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Reação débil
O incidente na Federal do Ceará reforça a reação débil de reitores e gestores de universidades. Foi louvável abrir um debate sério, histórico, na universidade. Mas cancelar o evento foi covardia. O avanço de hordas furiosas ignorantes precisa ser contido, pois é isso o que está acontecendo, sob o manto da defesa da causa palestina. Aos palestinos tem de ser oferecidas proteção, vida digna e uma nação, mas a causa não pode visar à extinção de outro povo.
Liliana Liviano Wahba
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
ARCABOUÇO FISCAL
Quase dois anos de governo e o famoso arcabouço fiscal não saiu do calabouço, já que o governo continua gastando, gasta muito mal e com pouquíssima chance de reverter a situação. Cada hora uma desculpa: culpa o presidente do Banco Central, crise climática, o dólar nas alturas. Só falta agora Lula jogar a culpa na eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Porque colocar a culpa dentro do Brasil não cola mais. Melhor culpar algo inatingível e insuperável, pois planos de contenção de despesas não entram no radar. Enquanto isso là nave se vá.
Beatriz Campos
São Paulo
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TUDO COMO ANTES
Mais uma vez as medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tentando mudar a imutável excrecência das emendas parlamentares realizadas por Pix conseguiu seu objetivo com um desfecho surreal: “tudo fica como dantes no quartel de Abrantes”. Na verdade, tudo mudou, mas ficou como antes. Afinal, o STF age como as conhecidas promoções da Black Friday: compre pela metade do dobro. Pobre Brasil.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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METEORITO DINO
Os dinos, abreviatura de dinossauros, eram predadores temidos pela maioria das espécies animais. Dino, ministro do Supremo, é um predador da liberdade de expressão, que, segundo ele, tem um limite. O limite chama-se Flávio Dino. Ele invocou com quatro livros, lançados há quase duas décadas, e mandou que eles fossem destruídos por conterem textos execráveis contra minorias, assim como o meteorito, há milhões de anos, que destruiu os dinossauros. O meteorito Dino ainda está longe de ter o seu mandato extinto, e como disse o editorial A caneta redentora do sr. Dino (Estadão, 8/11, A3), em breve ele mandará recolher e destruir a Bíblia por esta condenar à morte o “homem que se deitar com outro homem, como quem se deita com uma mulher”.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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LIBERDADE DE EXPRESSÃO
A caneta redentora do sr. Dino (Estadão, 8/11, A3). “Ao mandar destruir livros de execrável teor preconceituoso, o ministro evidenciou que não compreende o conceito de liberdade de expressão, válido sobretudo para ideias mais abjetas”. Errado. Dino compreende muito bem o conceito de liberdade de expressão, que é uma das manifestações mais importante de uma democracia, situação que Flávio Dino, reitero, compreende perfeitamente, porque não é burro, mas não aceita.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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ANTISSEMITAS À VONTADE
Os antissemitas estão à vontade (Estadão, 7/11, A19). Um bando de ignorantes que desqualifica o conhecimento da história e atacam os judeus num evento na Universidade Federal do Ceará (UFC), em vez de assistirem aos palestrantes e depois defenderem com argumentos pró-palestinos, com perguntas, ofendem e acabam com evento. Que o reitor exerça sua autoridade e puna os baderneiros.
Tania Tavares
São Paulo
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TEMPESTADE PERFEITA
Se o “ambiente externo é desafiador” como consta no comunicado do BC após a reunião do Copom, a preocupação maior recai sobre o déficit fiscal no Brasil. Ou seja, essa alta da taxa básica Selic, que, dos 10,75% foi elevada para 11,25%, como decidida pelo Copom nesta quarta-feira, 6/11, tem um culpado: Lula, que desde que assumiu seu novo mandato em 2023, tem menosprezado o que é mais caro para qualquer economia do mundo, de privilegiar o equilíbrio fiscal. E tudo leva crer que na próxima reunião do Copom, em dezembro, uma nova alta deve ser confirmada, elevando a Selic para 11,75%. E que para cada um ponto porcentual a mais na taxa básica, custa para o governo R$ 60 bilhões de pagamento de juros sobre a dívida pública, que em julho era de R$ 8,8 trilhões. E somente agora, depois de 23 meses de gestão, e alertas dos especialistas, é que o Planalto, decidiu que vai apresentar à Nação um pacote de cortes de gastos. Mas já se passaram mais de um mês dessa promessa e até aqui nada, demonstrando que Lula e o PT que não sabem o que é melhor para o Brasil. E se esse pacote de corte de gastos for divulgado com conteúdo longe de promover um robusto equilíbrio fiscal, a taxa Selic certamente será bem mais alta no final de dezembro. Talvez acima dos 12%. E sobre o céu deste país uma tempestade perfeita.
Paulo Panossian
São Carlos
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FALTA DE CONFIANÇA
A nossa economia está pujante, mas a falta de confiança dos nossos agentes econômicos pelos seguidos anos de retração deixa todos receosos em comemorar. Basta ver os dados das vendas de veículos, que, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em relação a 2023, cresceram 21,67% no mês de outubro e 15% no acumulado de dez meses. Foi o melhor mês desde 2014.
Jorge de Jesus Longato
Mogi Mirim
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PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS
E agora sr. prefeito? Agora que realizou o seu sonho de ser novamente prefeito de São Paulo, gostaria de te fazer uma pergunta. Afinal, como ficam os precatórios de todos os servidores municipais? E o confisco dos aposentados? O que o sr. está aguardando para fazer o pagamento dos servidores? Isso se transformou em um pesadelo. Espero que o sr. tenha um pouco de consciência.
Sidney Cantilena
São Paulo
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RETIRADA DE ÁRVORES
Eu gostaria que o nosso prefeito tivesse um pouco mais de consideração pela nossa inteligência. Usar uma secretaria da própria prefeitura para justificar o injustificável, que é abater 172 árvores adultas da Mata Atlântica para construção de um túnel, projetado apenas para evitar um congestionamento de veículos que se dirigem ao litoral, é sim, sem nenhuma dúvida, um crime ambiental. Plantar 266 mudas não é bem uma compensação, pois, quando chegarmos em 2030, projetado no acordo de Paris, daqui a cinco anos, não estarão compensando as 170 adultas abatidas por um motivo fútil, ante ao perigo mortal que nós humanos corremos com a nova realidade do planeta no aquecimento global. Desculpe, mas se o prefeito procurasse estudar o mínimo sobre termodinâmica, não estaria praticando esse verdadeiro ato de suicídio coletivo.
Gilberto Pacini
São Paulo
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REFLEXO NO BRASIL
Em meio as nossas mazelas, direita comemora vitória de políticos nos EUA. A eleição americana a rigor não nos diz respeito. O vencedor já foi presidente entre 2016 – 2020, e nada mudou na nossa vida no Brasil. Ele sequer pisou em solo brasileiro mesmo tendo no poder o seu admirador entre 2019-2022. Mesmo assim, alguns políticos inexpressivos e improdutivos vibraram com a vitória de Donald Trump. Claro que esses mesmos políticos não estão preocupados com o povo brasileiro. Nenhum deles demonstrou a mínima preocupação com o povo gaúcho atingido pelas chuvas ou pelo povo paulistano atingido pela incompetência da empresa de energia elétrica e do prefeito, quando milhares ficaram na escuridão. Essa gente vive de factoides, de mentiras e da disseminação de ódio contra os que não comungam dos seus parcos ideais. Veneram empresários bilionários dos EUA, porém, apoiam tudo que é contra a nossa democracia e o nosso povo. Basta ver a atuação e votação deles no plenário da Câmara e do Senado.
Rafael Moia Filho
Bauru
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SINAL INEQUÍVOCO
Contra todos os prognósticos dos institutos de pesquisas, Donald Trump, após sofrer dois processos de impeachment, quatro indiciamentos, uma condenação criminal e a repulsa da mídia, saiu vitorioso não apenas no voto popular como também, e principalmente, entre o colégio eleitoral por uma larga diferença de 69 votos, assumindo o controle no Senado e possivelmente na Câmara. Em vez de rejeitá-lo como um populista autoritário, demagogo, mentiroso, fraudador, golpista, abusador sexual, negacionista, misógino, defensor do machismo alfa, entre outras de suas facetas negativas, o eleitorado o elegeu novamente num estranho pedido de bis. Conhecido por suas posições racistas herdadas do pai, já se manifestou claramente contra a população negra, contra o movimento LGBT+, contra as mulheres, contra a população latina, fazendo o papel de um outsider contra o establishment representado pelos democratas. Causa espécie observar que a mais antiga e importante democracia do mundo sufragou majoritariamente um político que se coloca como antidemocrático. A eleição de Trump para um segundo mandato de quatro anos é sinal inequívoco de um mundo em transformação. Não há dúvida de que a inflação e a imigração foram os dois principais is que explicam a sua vitória. Como bem disse Peter Wehner, ex-assessor do ex-presidente George W. Bush: ”A eleição foi um raio X do americano e revelou a afinidade assustadora do povo com um homem sem limites. Trump não é mais uma aberração. Ele é a norma”. God bless America.
J. S. Decol
São Paulo
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DERROTA DE KAMALA
O republicano Donald Trump foi eleito o 47.° presidente americano, derrotando a democrata Kamala Harris, colorindo o mapa Yankee de vermelho, quase que em sua totalidade. Vitória inquestionável. A vice de Joe Biden começou a ser derrotada quando foi questionada em uma rede de TV sobre o que faria de diferente dos últimos quatro anos se fosse eleita, e respondeu: “não me vem nada à mente”. Portanto, o eleitor americano, que de bobo não tem nada, percebeu que ia dar com os burros n’água, respondeu, reprovando a postulante ao cargo: you’re fired. Por que trocar seis por meia dúzia se Biden, já há algum tempo, vem tendo constantes ataques de amnésia?
Sergio Dafré
Jundiaí
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COMPARAÇÕES
Eleitores democratas (sim, você leu certo) elegem Donald Trump presidente dos Estados Unidos. A vitória de Trump e do Partido Republicano no Senado e na Câmara foi influenciada pela baixa participação de eleitores democratas. Este ano, Trump obteve 71 milhões de votos, uma queda de 3 milhões em relação aos 74 milhões de 2020. Kamala Harris conquistou 66 milhões de votos, comparados aos 81 milhões de Biden em 2020, ou seja, 15 milhões a menos. O que isso significa? Democratas rejeitaram Kamala ou simplesmente não votaram? Curiosidade: Hillary Clinton também teve cerca de 66 milhões de votos contra Trump em 2016. Haveria um limite de votos que mulheres conseguem em eleições presidenciais? Contra Hillary, Trump obteve cerca de 63 milhões e venceu. Quatro anos depois, ganhou mais de 11 milhões contra Biden e perdeu. Agora, perdeu 3 milhões e ganhou.
Claudio Nogueira
São Paulo
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ATAQUE EM AMSTERDÃ
O dilema moral de policiais holandeses que se omitiram em prestar o devido socorro às vítimas de ataques de centenas de radicais islâmicos após partida de futebol tem nome: racismo.
Jorge A. Nurkin
São Paulo
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‘DECISÃO CERTA’
Sorte para a Seleção Brasileira de Futebol (CBF). Há algumas semanas a comissão técnica da CBF estudava convocar para a Seleção um jogador que mal saiu da maca. Felizmente decidiu não o convocar. O menino, um trintão, voltou para o seu clube, jogou por menos de meia hora e já saiu chorando como sempre. Meus cumprimentos à CBF por finalmente ter tomado a decisão certa.
Tomomasa Yano
Campinas