Gaza, um abismo moral para Israel


A calamidade no território ilustra a total falta de compromisso do governo de Netanyahu com o alívio do sofrimento dos civis palestinos e a construção de uma paz duradoura e sustentável

Por Notas & Informações

O incidente que deixou mais de cem palestinos mortos no norte de Gaza na quinta-feira foi imediatamente tomado de assalto pela guerra de narrativas. Testemunhas alegam que soldados israelenses dispararam contra civis, matando alguns e detonando um estampido sangrento. O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas fala em 112 mortos e centenas de feridos. As forças israelenses alegam que o estampido começou inadvertidamente, e só após a multidão ameaçar um posto de checagem, deram tiros de advertência.

Sejam lá quais forem as responsabilidades diretas pelo incidente, Israel é indiretamente responsável. O norte de Gaza foi ocupado há meses. Mesmo que a tragédia não tivesse acontecido, os milhares de palestinos empilhando-se por um punhado de farinha em torno dos caminhões – fornecidos não por Israel ou agentes internacionais, mas por empresários palestinos – são por si sós uma ilustração da anarquia instalada na região.

Sem prejuízo de prováveis crimes de guerra, não se questiona a legitimidade da operação de Israel para neutralizar o Hamas. Também não se questiona que o Hamas – após drenar os recursos de Gaza para seus propósitos insanos, provocar a guerra e utilizar táticas projetadas para sacrificar o máximo de seus conterrâneos – tem sua parcela de responsabilidade em cada uma das mortes que aconteceram e acontecerão. Ninguém pode ser pró-Palestina sem ser contra o Hamas.

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Mas justamente porque Israel é um Estado Democrático de Direito integrado à ordem internacional, e não uma entidade terrorista, totalitária e genocida como o Hamas, sua responsabilidade é de outra ordem.

O que Israel está fazendo para abrigar os civis em campos de refugiados, garantir suprimentos ou reabilitar hospitais destruídos? O que Israel está fazendo para arquitetar um mínimo de ordem e resguardar direitos civis e humanos da população nos territórios ocupados? O que está fazendo para construir uma paz duradoura com seus vizinhos?

O governo de Benjamin Netanyahu nega a possibilidade de um Estado palestino e se recusa a apresentar uma estratégia política – qualquer uma, mesmo de curto prazo. Após quatro meses, Netanyahu se saiu com um documento de uma página com um plano genérico e irresponsável. Ele torna claro que Israel manterá o bloqueio de Gaza e pretende gerir sua vida civil. Mas a anomia do território contradiz essas intenções.

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A janela de legitimidade da operação de Israel se fecha rapidamente. Senadores norte-americanos discutem propor uma legislação cortando o fluxo de recursos e armas a menos que ele apresente soluções para a crise humanitária. Os EUA e os aliados de Israel deveriam impor pressão máxima para uma pausa e, se ela não for possível por causa do Hamas, é preciso ficar clara alguma boa-fé de Israel.

Um modo de prová-la seria cooperar com medidas emergenciais para fornecer suprimentos à população à beira da inanição. O objetivo é maximizar entregas, seja por via aérea, terrestre ou marítima. Isso aliviaria o desespero dos palestinos e dispersaria a entrega, evitando concentrações caóticas.

Um gesto de boa vontade seria encaminhar concertações para uma força de paz sob jurisdição da ONU. Ela ajudaria a separar os civis de Gaza, evitando atritos com as forças israelenses. Nações árabes, especialmente Jordânia e Egito, que têm boas relações com Israel e laços culturais com os palestinos, poderiam compô-la. Além de proteger os comboios de gangues e racionalizar a distribuição, essa concertação poderia ser o germe de uma arquitetura para prevenir o retorno do Hamas e estabelecer uma ordem civil sustentável. Mas, neste momento, o governo de Netanyahu é um entrave a essas e outras soluções. Ele conta com a guerra para se manter no poder.

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Uma Palestina permanentemente ocupada destruirá a democracia de Israel. Sem um Estado palestino, os israelenses serão tragados por intermináveis ciclos de violência. Uma Palestina provisoriamente ocupada sem ordem civil deixará os palestinos à mercê de máfias e de terroristas, intensificando a instabilidade. Sem ajuda humanitária, Israel se afastará cada vez mais dos valores judaicos, caminhando a passos firmes para o abismo moral.

O incidente que deixou mais de cem palestinos mortos no norte de Gaza na quinta-feira foi imediatamente tomado de assalto pela guerra de narrativas. Testemunhas alegam que soldados israelenses dispararam contra civis, matando alguns e detonando um estampido sangrento. O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas fala em 112 mortos e centenas de feridos. As forças israelenses alegam que o estampido começou inadvertidamente, e só após a multidão ameaçar um posto de checagem, deram tiros de advertência.

Sejam lá quais forem as responsabilidades diretas pelo incidente, Israel é indiretamente responsável. O norte de Gaza foi ocupado há meses. Mesmo que a tragédia não tivesse acontecido, os milhares de palestinos empilhando-se por um punhado de farinha em torno dos caminhões – fornecidos não por Israel ou agentes internacionais, mas por empresários palestinos – são por si sós uma ilustração da anarquia instalada na região.

Sem prejuízo de prováveis crimes de guerra, não se questiona a legitimidade da operação de Israel para neutralizar o Hamas. Também não se questiona que o Hamas – após drenar os recursos de Gaza para seus propósitos insanos, provocar a guerra e utilizar táticas projetadas para sacrificar o máximo de seus conterrâneos – tem sua parcela de responsabilidade em cada uma das mortes que aconteceram e acontecerão. Ninguém pode ser pró-Palestina sem ser contra o Hamas.

Mas justamente porque Israel é um Estado Democrático de Direito integrado à ordem internacional, e não uma entidade terrorista, totalitária e genocida como o Hamas, sua responsabilidade é de outra ordem.

O que Israel está fazendo para abrigar os civis em campos de refugiados, garantir suprimentos ou reabilitar hospitais destruídos? O que Israel está fazendo para arquitetar um mínimo de ordem e resguardar direitos civis e humanos da população nos territórios ocupados? O que está fazendo para construir uma paz duradoura com seus vizinhos?

O governo de Benjamin Netanyahu nega a possibilidade de um Estado palestino e se recusa a apresentar uma estratégia política – qualquer uma, mesmo de curto prazo. Após quatro meses, Netanyahu se saiu com um documento de uma página com um plano genérico e irresponsável. Ele torna claro que Israel manterá o bloqueio de Gaza e pretende gerir sua vida civil. Mas a anomia do território contradiz essas intenções.

A janela de legitimidade da operação de Israel se fecha rapidamente. Senadores norte-americanos discutem propor uma legislação cortando o fluxo de recursos e armas a menos que ele apresente soluções para a crise humanitária. Os EUA e os aliados de Israel deveriam impor pressão máxima para uma pausa e, se ela não for possível por causa do Hamas, é preciso ficar clara alguma boa-fé de Israel.

Um modo de prová-la seria cooperar com medidas emergenciais para fornecer suprimentos à população à beira da inanição. O objetivo é maximizar entregas, seja por via aérea, terrestre ou marítima. Isso aliviaria o desespero dos palestinos e dispersaria a entrega, evitando concentrações caóticas.

Um gesto de boa vontade seria encaminhar concertações para uma força de paz sob jurisdição da ONU. Ela ajudaria a separar os civis de Gaza, evitando atritos com as forças israelenses. Nações árabes, especialmente Jordânia e Egito, que têm boas relações com Israel e laços culturais com os palestinos, poderiam compô-la. Além de proteger os comboios de gangues e racionalizar a distribuição, essa concertação poderia ser o germe de uma arquitetura para prevenir o retorno do Hamas e estabelecer uma ordem civil sustentável. Mas, neste momento, o governo de Netanyahu é um entrave a essas e outras soluções. Ele conta com a guerra para se manter no poder.

Uma Palestina permanentemente ocupada destruirá a democracia de Israel. Sem um Estado palestino, os israelenses serão tragados por intermináveis ciclos de violência. Uma Palestina provisoriamente ocupada sem ordem civil deixará os palestinos à mercê de máfias e de terroristas, intensificando a instabilidade. Sem ajuda humanitária, Israel se afastará cada vez mais dos valores judaicos, caminhando a passos firmes para o abismo moral.

O incidente que deixou mais de cem palestinos mortos no norte de Gaza na quinta-feira foi imediatamente tomado de assalto pela guerra de narrativas. Testemunhas alegam que soldados israelenses dispararam contra civis, matando alguns e detonando um estampido sangrento. O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas fala em 112 mortos e centenas de feridos. As forças israelenses alegam que o estampido começou inadvertidamente, e só após a multidão ameaçar um posto de checagem, deram tiros de advertência.

Sejam lá quais forem as responsabilidades diretas pelo incidente, Israel é indiretamente responsável. O norte de Gaza foi ocupado há meses. Mesmo que a tragédia não tivesse acontecido, os milhares de palestinos empilhando-se por um punhado de farinha em torno dos caminhões – fornecidos não por Israel ou agentes internacionais, mas por empresários palestinos – são por si sós uma ilustração da anarquia instalada na região.

Sem prejuízo de prováveis crimes de guerra, não se questiona a legitimidade da operação de Israel para neutralizar o Hamas. Também não se questiona que o Hamas – após drenar os recursos de Gaza para seus propósitos insanos, provocar a guerra e utilizar táticas projetadas para sacrificar o máximo de seus conterrâneos – tem sua parcela de responsabilidade em cada uma das mortes que aconteceram e acontecerão. Ninguém pode ser pró-Palestina sem ser contra o Hamas.

Mas justamente porque Israel é um Estado Democrático de Direito integrado à ordem internacional, e não uma entidade terrorista, totalitária e genocida como o Hamas, sua responsabilidade é de outra ordem.

O que Israel está fazendo para abrigar os civis em campos de refugiados, garantir suprimentos ou reabilitar hospitais destruídos? O que Israel está fazendo para arquitetar um mínimo de ordem e resguardar direitos civis e humanos da população nos territórios ocupados? O que está fazendo para construir uma paz duradoura com seus vizinhos?

O governo de Benjamin Netanyahu nega a possibilidade de um Estado palestino e se recusa a apresentar uma estratégia política – qualquer uma, mesmo de curto prazo. Após quatro meses, Netanyahu se saiu com um documento de uma página com um plano genérico e irresponsável. Ele torna claro que Israel manterá o bloqueio de Gaza e pretende gerir sua vida civil. Mas a anomia do território contradiz essas intenções.

A janela de legitimidade da operação de Israel se fecha rapidamente. Senadores norte-americanos discutem propor uma legislação cortando o fluxo de recursos e armas a menos que ele apresente soluções para a crise humanitária. Os EUA e os aliados de Israel deveriam impor pressão máxima para uma pausa e, se ela não for possível por causa do Hamas, é preciso ficar clara alguma boa-fé de Israel.

Um modo de prová-la seria cooperar com medidas emergenciais para fornecer suprimentos à população à beira da inanição. O objetivo é maximizar entregas, seja por via aérea, terrestre ou marítima. Isso aliviaria o desespero dos palestinos e dispersaria a entrega, evitando concentrações caóticas.

Um gesto de boa vontade seria encaminhar concertações para uma força de paz sob jurisdição da ONU. Ela ajudaria a separar os civis de Gaza, evitando atritos com as forças israelenses. Nações árabes, especialmente Jordânia e Egito, que têm boas relações com Israel e laços culturais com os palestinos, poderiam compô-la. Além de proteger os comboios de gangues e racionalizar a distribuição, essa concertação poderia ser o germe de uma arquitetura para prevenir o retorno do Hamas e estabelecer uma ordem civil sustentável. Mas, neste momento, o governo de Netanyahu é um entrave a essas e outras soluções. Ele conta com a guerra para se manter no poder.

Uma Palestina permanentemente ocupada destruirá a democracia de Israel. Sem um Estado palestino, os israelenses serão tragados por intermináveis ciclos de violência. Uma Palestina provisoriamente ocupada sem ordem civil deixará os palestinos à mercê de máfias e de terroristas, intensificando a instabilidade. Sem ajuda humanitária, Israel se afastará cada vez mais dos valores judaicos, caminhando a passos firmes para o abismo moral.

O incidente que deixou mais de cem palestinos mortos no norte de Gaza na quinta-feira foi imediatamente tomado de assalto pela guerra de narrativas. Testemunhas alegam que soldados israelenses dispararam contra civis, matando alguns e detonando um estampido sangrento. O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas fala em 112 mortos e centenas de feridos. As forças israelenses alegam que o estampido começou inadvertidamente, e só após a multidão ameaçar um posto de checagem, deram tiros de advertência.

Sejam lá quais forem as responsabilidades diretas pelo incidente, Israel é indiretamente responsável. O norte de Gaza foi ocupado há meses. Mesmo que a tragédia não tivesse acontecido, os milhares de palestinos empilhando-se por um punhado de farinha em torno dos caminhões – fornecidos não por Israel ou agentes internacionais, mas por empresários palestinos – são por si sós uma ilustração da anarquia instalada na região.

Sem prejuízo de prováveis crimes de guerra, não se questiona a legitimidade da operação de Israel para neutralizar o Hamas. Também não se questiona que o Hamas – após drenar os recursos de Gaza para seus propósitos insanos, provocar a guerra e utilizar táticas projetadas para sacrificar o máximo de seus conterrâneos – tem sua parcela de responsabilidade em cada uma das mortes que aconteceram e acontecerão. Ninguém pode ser pró-Palestina sem ser contra o Hamas.

Mas justamente porque Israel é um Estado Democrático de Direito integrado à ordem internacional, e não uma entidade terrorista, totalitária e genocida como o Hamas, sua responsabilidade é de outra ordem.

O que Israel está fazendo para abrigar os civis em campos de refugiados, garantir suprimentos ou reabilitar hospitais destruídos? O que Israel está fazendo para arquitetar um mínimo de ordem e resguardar direitos civis e humanos da população nos territórios ocupados? O que está fazendo para construir uma paz duradoura com seus vizinhos?

O governo de Benjamin Netanyahu nega a possibilidade de um Estado palestino e se recusa a apresentar uma estratégia política – qualquer uma, mesmo de curto prazo. Após quatro meses, Netanyahu se saiu com um documento de uma página com um plano genérico e irresponsável. Ele torna claro que Israel manterá o bloqueio de Gaza e pretende gerir sua vida civil. Mas a anomia do território contradiz essas intenções.

A janela de legitimidade da operação de Israel se fecha rapidamente. Senadores norte-americanos discutem propor uma legislação cortando o fluxo de recursos e armas a menos que ele apresente soluções para a crise humanitária. Os EUA e os aliados de Israel deveriam impor pressão máxima para uma pausa e, se ela não for possível por causa do Hamas, é preciso ficar clara alguma boa-fé de Israel.

Um modo de prová-la seria cooperar com medidas emergenciais para fornecer suprimentos à população à beira da inanição. O objetivo é maximizar entregas, seja por via aérea, terrestre ou marítima. Isso aliviaria o desespero dos palestinos e dispersaria a entrega, evitando concentrações caóticas.

Um gesto de boa vontade seria encaminhar concertações para uma força de paz sob jurisdição da ONU. Ela ajudaria a separar os civis de Gaza, evitando atritos com as forças israelenses. Nações árabes, especialmente Jordânia e Egito, que têm boas relações com Israel e laços culturais com os palestinos, poderiam compô-la. Além de proteger os comboios de gangues e racionalizar a distribuição, essa concertação poderia ser o germe de uma arquitetura para prevenir o retorno do Hamas e estabelecer uma ordem civil sustentável. Mas, neste momento, o governo de Netanyahu é um entrave a essas e outras soluções. Ele conta com a guerra para se manter no poder.

Uma Palestina permanentemente ocupada destruirá a democracia de Israel. Sem um Estado palestino, os israelenses serão tragados por intermináveis ciclos de violência. Uma Palestina provisoriamente ocupada sem ordem civil deixará os palestinos à mercê de máfias e de terroristas, intensificando a instabilidade. Sem ajuda humanitária, Israel se afastará cada vez mais dos valores judaicos, caminhando a passos firmes para o abismo moral.

O incidente que deixou mais de cem palestinos mortos no norte de Gaza na quinta-feira foi imediatamente tomado de assalto pela guerra de narrativas. Testemunhas alegam que soldados israelenses dispararam contra civis, matando alguns e detonando um estampido sangrento. O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas fala em 112 mortos e centenas de feridos. As forças israelenses alegam que o estampido começou inadvertidamente, e só após a multidão ameaçar um posto de checagem, deram tiros de advertência.

Sejam lá quais forem as responsabilidades diretas pelo incidente, Israel é indiretamente responsável. O norte de Gaza foi ocupado há meses. Mesmo que a tragédia não tivesse acontecido, os milhares de palestinos empilhando-se por um punhado de farinha em torno dos caminhões – fornecidos não por Israel ou agentes internacionais, mas por empresários palestinos – são por si sós uma ilustração da anarquia instalada na região.

Sem prejuízo de prováveis crimes de guerra, não se questiona a legitimidade da operação de Israel para neutralizar o Hamas. Também não se questiona que o Hamas – após drenar os recursos de Gaza para seus propósitos insanos, provocar a guerra e utilizar táticas projetadas para sacrificar o máximo de seus conterrâneos – tem sua parcela de responsabilidade em cada uma das mortes que aconteceram e acontecerão. Ninguém pode ser pró-Palestina sem ser contra o Hamas.

Mas justamente porque Israel é um Estado Democrático de Direito integrado à ordem internacional, e não uma entidade terrorista, totalitária e genocida como o Hamas, sua responsabilidade é de outra ordem.

O que Israel está fazendo para abrigar os civis em campos de refugiados, garantir suprimentos ou reabilitar hospitais destruídos? O que Israel está fazendo para arquitetar um mínimo de ordem e resguardar direitos civis e humanos da população nos territórios ocupados? O que está fazendo para construir uma paz duradoura com seus vizinhos?

O governo de Benjamin Netanyahu nega a possibilidade de um Estado palestino e se recusa a apresentar uma estratégia política – qualquer uma, mesmo de curto prazo. Após quatro meses, Netanyahu se saiu com um documento de uma página com um plano genérico e irresponsável. Ele torna claro que Israel manterá o bloqueio de Gaza e pretende gerir sua vida civil. Mas a anomia do território contradiz essas intenções.

A janela de legitimidade da operação de Israel se fecha rapidamente. Senadores norte-americanos discutem propor uma legislação cortando o fluxo de recursos e armas a menos que ele apresente soluções para a crise humanitária. Os EUA e os aliados de Israel deveriam impor pressão máxima para uma pausa e, se ela não for possível por causa do Hamas, é preciso ficar clara alguma boa-fé de Israel.

Um modo de prová-la seria cooperar com medidas emergenciais para fornecer suprimentos à população à beira da inanição. O objetivo é maximizar entregas, seja por via aérea, terrestre ou marítima. Isso aliviaria o desespero dos palestinos e dispersaria a entrega, evitando concentrações caóticas.

Um gesto de boa vontade seria encaminhar concertações para uma força de paz sob jurisdição da ONU. Ela ajudaria a separar os civis de Gaza, evitando atritos com as forças israelenses. Nações árabes, especialmente Jordânia e Egito, que têm boas relações com Israel e laços culturais com os palestinos, poderiam compô-la. Além de proteger os comboios de gangues e racionalizar a distribuição, essa concertação poderia ser o germe de uma arquitetura para prevenir o retorno do Hamas e estabelecer uma ordem civil sustentável. Mas, neste momento, o governo de Netanyahu é um entrave a essas e outras soluções. Ele conta com a guerra para se manter no poder.

Uma Palestina permanentemente ocupada destruirá a democracia de Israel. Sem um Estado palestino, os israelenses serão tragados por intermináveis ciclos de violência. Uma Palestina provisoriamente ocupada sem ordem civil deixará os palestinos à mercê de máfias e de terroristas, intensificando a instabilidade. Sem ajuda humanitária, Israel se afastará cada vez mais dos valores judaicos, caminhando a passos firmes para o abismo moral.

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