Gorbachev ainda é necessário


O último líder soviético ajudou a acabar com a guerra fria; agora que Putin a está recriando, seu legado é crucial

Por Notas & Informações

“Gorbachev é difícil de entender”, disse a um biógrafo, referindo-se a si na terceira pessoa, o último líder do império soviético, falecido há alguns dias, aos 91 anos. Ele se dizia “um produto” daquele sistema e o seu “antiproduto”. “Como”, perguntava-se outro biógrafo, “um país não inteiramente normal acabou com um líder com reflexos morais normais e bom senso?”

Mikhail Gorbachev “foi um líder soviético paradoxal, no momento em que o mundo precisava de um”, disse o Wall Street Journal. Ele quis revigorar a União Soviética, mas acelerou a sua morte. Promoveu a abertura econômica (perestroika) e política (glasnost), não para emular as democracias capitalistas, mas concorrer com elas – já aposentado, disse que Stalin não era um verdadeiro comunista, “eu era”. Ele foi, nas palavras do estudioso Dmitry Furman, “o único político na história russa que, tendo plenos poderes em mãos, voluntariamente optou por limitá-los, arriscando-se mesmo a perdê-los, em nome de valores morais”.

Esses paradoxos estão na raiz das divergências sobre seu legado. Muitos no Ocidente o veem como o maior estadista da segunda metade do século 20; outros, como um fraco incapaz de usar a força quando a força era necessária para preservar o socialismo democrático que estava criando. Na Rússia ele tem admiradores, mas é amplamente recriminado pelas elites no poder como responsável pelo colapso da União Soviética e a debacle econômica que se seguiu.

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Ao menos em um aspecto de sua trajetória não houve paradoxo: ele queria encerrar a guerra fria sem violência, e encerrou a guerra fria sem violência. No resto, Gorbachev mudou o seu país e o mundo, mas não como ele queria. Ele não venceu, perdeu. Mas perdeu com dignidade, e essa foi a sua maior vitória. 

Hoje, é impossível não especular como teria sido a vitória que ele buscou. Ele sonhou com uma nova ordem mundial, baseada na renúncia da força, em que as divisões entre Ocidente e Oriente desaparecessem. Ele queria que a Otan se tornasse uma instituição política e fosse substituída por uma nova arquitetura de segurança pan-europeia; estava pronto a abandonar o domínio do Leste Europeu; deu os primeiros passos para o desarmamento nuclear; trouxe liberdade de expressão e introduziu instituições parlamentares, acreditando que o socialismo não seria digno de seu nome a menos que fosse democrático.

Mas o Ocidente insistiu em preservar e expandir a Otan; o controle do armamento nuclear nunca esteve tão periclitante desde então; e o sucessor de Gorbachev, Vladimir Putin, está transformando seu país em um Estado fascista, excitando o nacionalismo e a militarismo para restaurar a Grande Rússia.

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Certa vez, Gorbachev disse a um jornalista que quando lançou suas reformas não o fez pela sua geração, ou a de seus filhos, mas a de seus netos. “Um dia a Rússia talvez retome sua marcha rumo à democracia, e o mundo talvez encontre o seu caminho além da guerra fria”, disse seu biógrafo William Taubman. “Se e quando isso acontecer, Gorbachev merecerá ser louvado como o líder que estava presente na criação.” 

“Gorbachev é difícil de entender”, disse a um biógrafo, referindo-se a si na terceira pessoa, o último líder do império soviético, falecido há alguns dias, aos 91 anos. Ele se dizia “um produto” daquele sistema e o seu “antiproduto”. “Como”, perguntava-se outro biógrafo, “um país não inteiramente normal acabou com um líder com reflexos morais normais e bom senso?”

Mikhail Gorbachev “foi um líder soviético paradoxal, no momento em que o mundo precisava de um”, disse o Wall Street Journal. Ele quis revigorar a União Soviética, mas acelerou a sua morte. Promoveu a abertura econômica (perestroika) e política (glasnost), não para emular as democracias capitalistas, mas concorrer com elas – já aposentado, disse que Stalin não era um verdadeiro comunista, “eu era”. Ele foi, nas palavras do estudioso Dmitry Furman, “o único político na história russa que, tendo plenos poderes em mãos, voluntariamente optou por limitá-los, arriscando-se mesmo a perdê-los, em nome de valores morais”.

Esses paradoxos estão na raiz das divergências sobre seu legado. Muitos no Ocidente o veem como o maior estadista da segunda metade do século 20; outros, como um fraco incapaz de usar a força quando a força era necessária para preservar o socialismo democrático que estava criando. Na Rússia ele tem admiradores, mas é amplamente recriminado pelas elites no poder como responsável pelo colapso da União Soviética e a debacle econômica que se seguiu.

Ao menos em um aspecto de sua trajetória não houve paradoxo: ele queria encerrar a guerra fria sem violência, e encerrou a guerra fria sem violência. No resto, Gorbachev mudou o seu país e o mundo, mas não como ele queria. Ele não venceu, perdeu. Mas perdeu com dignidade, e essa foi a sua maior vitória. 

Hoje, é impossível não especular como teria sido a vitória que ele buscou. Ele sonhou com uma nova ordem mundial, baseada na renúncia da força, em que as divisões entre Ocidente e Oriente desaparecessem. Ele queria que a Otan se tornasse uma instituição política e fosse substituída por uma nova arquitetura de segurança pan-europeia; estava pronto a abandonar o domínio do Leste Europeu; deu os primeiros passos para o desarmamento nuclear; trouxe liberdade de expressão e introduziu instituições parlamentares, acreditando que o socialismo não seria digno de seu nome a menos que fosse democrático.

Mas o Ocidente insistiu em preservar e expandir a Otan; o controle do armamento nuclear nunca esteve tão periclitante desde então; e o sucessor de Gorbachev, Vladimir Putin, está transformando seu país em um Estado fascista, excitando o nacionalismo e a militarismo para restaurar a Grande Rússia.

Certa vez, Gorbachev disse a um jornalista que quando lançou suas reformas não o fez pela sua geração, ou a de seus filhos, mas a de seus netos. “Um dia a Rússia talvez retome sua marcha rumo à democracia, e o mundo talvez encontre o seu caminho além da guerra fria”, disse seu biógrafo William Taubman. “Se e quando isso acontecer, Gorbachev merecerá ser louvado como o líder que estava presente na criação.” 

“Gorbachev é difícil de entender”, disse a um biógrafo, referindo-se a si na terceira pessoa, o último líder do império soviético, falecido há alguns dias, aos 91 anos. Ele se dizia “um produto” daquele sistema e o seu “antiproduto”. “Como”, perguntava-se outro biógrafo, “um país não inteiramente normal acabou com um líder com reflexos morais normais e bom senso?”

Mikhail Gorbachev “foi um líder soviético paradoxal, no momento em que o mundo precisava de um”, disse o Wall Street Journal. Ele quis revigorar a União Soviética, mas acelerou a sua morte. Promoveu a abertura econômica (perestroika) e política (glasnost), não para emular as democracias capitalistas, mas concorrer com elas – já aposentado, disse que Stalin não era um verdadeiro comunista, “eu era”. Ele foi, nas palavras do estudioso Dmitry Furman, “o único político na história russa que, tendo plenos poderes em mãos, voluntariamente optou por limitá-los, arriscando-se mesmo a perdê-los, em nome de valores morais”.

Esses paradoxos estão na raiz das divergências sobre seu legado. Muitos no Ocidente o veem como o maior estadista da segunda metade do século 20; outros, como um fraco incapaz de usar a força quando a força era necessária para preservar o socialismo democrático que estava criando. Na Rússia ele tem admiradores, mas é amplamente recriminado pelas elites no poder como responsável pelo colapso da União Soviética e a debacle econômica que se seguiu.

Ao menos em um aspecto de sua trajetória não houve paradoxo: ele queria encerrar a guerra fria sem violência, e encerrou a guerra fria sem violência. No resto, Gorbachev mudou o seu país e o mundo, mas não como ele queria. Ele não venceu, perdeu. Mas perdeu com dignidade, e essa foi a sua maior vitória. 

Hoje, é impossível não especular como teria sido a vitória que ele buscou. Ele sonhou com uma nova ordem mundial, baseada na renúncia da força, em que as divisões entre Ocidente e Oriente desaparecessem. Ele queria que a Otan se tornasse uma instituição política e fosse substituída por uma nova arquitetura de segurança pan-europeia; estava pronto a abandonar o domínio do Leste Europeu; deu os primeiros passos para o desarmamento nuclear; trouxe liberdade de expressão e introduziu instituições parlamentares, acreditando que o socialismo não seria digno de seu nome a menos que fosse democrático.

Mas o Ocidente insistiu em preservar e expandir a Otan; o controle do armamento nuclear nunca esteve tão periclitante desde então; e o sucessor de Gorbachev, Vladimir Putin, está transformando seu país em um Estado fascista, excitando o nacionalismo e a militarismo para restaurar a Grande Rússia.

Certa vez, Gorbachev disse a um jornalista que quando lançou suas reformas não o fez pela sua geração, ou a de seus filhos, mas a de seus netos. “Um dia a Rússia talvez retome sua marcha rumo à democracia, e o mundo talvez encontre o seu caminho além da guerra fria”, disse seu biógrafo William Taubman. “Se e quando isso acontecer, Gorbachev merecerá ser louvado como o líder que estava presente na criação.” 

“Gorbachev é difícil de entender”, disse a um biógrafo, referindo-se a si na terceira pessoa, o último líder do império soviético, falecido há alguns dias, aos 91 anos. Ele se dizia “um produto” daquele sistema e o seu “antiproduto”. “Como”, perguntava-se outro biógrafo, “um país não inteiramente normal acabou com um líder com reflexos morais normais e bom senso?”

Mikhail Gorbachev “foi um líder soviético paradoxal, no momento em que o mundo precisava de um”, disse o Wall Street Journal. Ele quis revigorar a União Soviética, mas acelerou a sua morte. Promoveu a abertura econômica (perestroika) e política (glasnost), não para emular as democracias capitalistas, mas concorrer com elas – já aposentado, disse que Stalin não era um verdadeiro comunista, “eu era”. Ele foi, nas palavras do estudioso Dmitry Furman, “o único político na história russa que, tendo plenos poderes em mãos, voluntariamente optou por limitá-los, arriscando-se mesmo a perdê-los, em nome de valores morais”.

Esses paradoxos estão na raiz das divergências sobre seu legado. Muitos no Ocidente o veem como o maior estadista da segunda metade do século 20; outros, como um fraco incapaz de usar a força quando a força era necessária para preservar o socialismo democrático que estava criando. Na Rússia ele tem admiradores, mas é amplamente recriminado pelas elites no poder como responsável pelo colapso da União Soviética e a debacle econômica que se seguiu.

Ao menos em um aspecto de sua trajetória não houve paradoxo: ele queria encerrar a guerra fria sem violência, e encerrou a guerra fria sem violência. No resto, Gorbachev mudou o seu país e o mundo, mas não como ele queria. Ele não venceu, perdeu. Mas perdeu com dignidade, e essa foi a sua maior vitória. 

Hoje, é impossível não especular como teria sido a vitória que ele buscou. Ele sonhou com uma nova ordem mundial, baseada na renúncia da força, em que as divisões entre Ocidente e Oriente desaparecessem. Ele queria que a Otan se tornasse uma instituição política e fosse substituída por uma nova arquitetura de segurança pan-europeia; estava pronto a abandonar o domínio do Leste Europeu; deu os primeiros passos para o desarmamento nuclear; trouxe liberdade de expressão e introduziu instituições parlamentares, acreditando que o socialismo não seria digno de seu nome a menos que fosse democrático.

Mas o Ocidente insistiu em preservar e expandir a Otan; o controle do armamento nuclear nunca esteve tão periclitante desde então; e o sucessor de Gorbachev, Vladimir Putin, está transformando seu país em um Estado fascista, excitando o nacionalismo e a militarismo para restaurar a Grande Rússia.

Certa vez, Gorbachev disse a um jornalista que quando lançou suas reformas não o fez pela sua geração, ou a de seus filhos, mas a de seus netos. “Um dia a Rússia talvez retome sua marcha rumo à democracia, e o mundo talvez encontre o seu caminho além da guerra fria”, disse seu biógrafo William Taubman. “Se e quando isso acontecer, Gorbachev merecerá ser louvado como o líder que estava presente na criação.” 

“Gorbachev é difícil de entender”, disse a um biógrafo, referindo-se a si na terceira pessoa, o último líder do império soviético, falecido há alguns dias, aos 91 anos. Ele se dizia “um produto” daquele sistema e o seu “antiproduto”. “Como”, perguntava-se outro biógrafo, “um país não inteiramente normal acabou com um líder com reflexos morais normais e bom senso?”

Mikhail Gorbachev “foi um líder soviético paradoxal, no momento em que o mundo precisava de um”, disse o Wall Street Journal. Ele quis revigorar a União Soviética, mas acelerou a sua morte. Promoveu a abertura econômica (perestroika) e política (glasnost), não para emular as democracias capitalistas, mas concorrer com elas – já aposentado, disse que Stalin não era um verdadeiro comunista, “eu era”. Ele foi, nas palavras do estudioso Dmitry Furman, “o único político na história russa que, tendo plenos poderes em mãos, voluntariamente optou por limitá-los, arriscando-se mesmo a perdê-los, em nome de valores morais”.

Esses paradoxos estão na raiz das divergências sobre seu legado. Muitos no Ocidente o veem como o maior estadista da segunda metade do século 20; outros, como um fraco incapaz de usar a força quando a força era necessária para preservar o socialismo democrático que estava criando. Na Rússia ele tem admiradores, mas é amplamente recriminado pelas elites no poder como responsável pelo colapso da União Soviética e a debacle econômica que se seguiu.

Ao menos em um aspecto de sua trajetória não houve paradoxo: ele queria encerrar a guerra fria sem violência, e encerrou a guerra fria sem violência. No resto, Gorbachev mudou o seu país e o mundo, mas não como ele queria. Ele não venceu, perdeu. Mas perdeu com dignidade, e essa foi a sua maior vitória. 

Hoje, é impossível não especular como teria sido a vitória que ele buscou. Ele sonhou com uma nova ordem mundial, baseada na renúncia da força, em que as divisões entre Ocidente e Oriente desaparecessem. Ele queria que a Otan se tornasse uma instituição política e fosse substituída por uma nova arquitetura de segurança pan-europeia; estava pronto a abandonar o domínio do Leste Europeu; deu os primeiros passos para o desarmamento nuclear; trouxe liberdade de expressão e introduziu instituições parlamentares, acreditando que o socialismo não seria digno de seu nome a menos que fosse democrático.

Mas o Ocidente insistiu em preservar e expandir a Otan; o controle do armamento nuclear nunca esteve tão periclitante desde então; e o sucessor de Gorbachev, Vladimir Putin, está transformando seu país em um Estado fascista, excitando o nacionalismo e a militarismo para restaurar a Grande Rússia.

Certa vez, Gorbachev disse a um jornalista que quando lançou suas reformas não o fez pela sua geração, ou a de seus filhos, mas a de seus netos. “Um dia a Rússia talvez retome sua marcha rumo à democracia, e o mundo talvez encontre o seu caminho além da guerra fria”, disse seu biógrafo William Taubman. “Se e quando isso acontecer, Gorbachev merecerá ser louvado como o líder que estava presente na criação.” 

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