Hora de modernizar o ensino técnico


A reforma do ensino médio deu novo alento à formação profissionalizante. Mas preconceitos culturais e desafios práticos ainda precisam ser enfrentados

Por Notas & Informações

O ensino profissional e técnico no Brasil é desprestigiado, defasado e deficitário em relação à demanda dos jovens e do mercado de trabalho. A reforma do ensino médio, estabelecida em 2017, e que entra em vigor em 2022, criou possibilidades de revitalizar o ensino profissionalizante, reintegrando-o ao ensino médio. Mas, caracteristicamente, ele recebeu menos atenção no debate público e entre os gestores da educação, e ainda pairam muitas incertezas sobre sua implementação.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 9% dos alunos que concluem o ensino médio no Brasil estão em cursos profissionalizantes, enquanto nos países que integram a Organização (o “clube dos ricos”) são 38%.

Não se trata de falta de interesse dos jovens ou de necessidade das empresas, mas de estímulos e ofertas. Levantamentos promovidos pela Fundação Roberto Marinho e Itaú Educação e Trabalho mostram que, entre os alunos do 9.º ano do ensino fundamental à 1.ª série do ensino médio, 62% considerariam essa possibilidade, mas mais da metade não conhece nenhuma escola de educação profissional e tecnológica (EPT) e 77% dizem ter baixo ou nenhum conhecimento sobre essa modalidade de ensino. A falta de qualificações técnicas foi apontada por 66% das empresas como a principal dificuldade na contratação de cargos de nível médio. Metade delas declara que poderia contribuir com o ensino técnico, por meio de formação aos jovens, oferecimento de vagas de estágio ou aprendizagem.

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O estigma do ensino técnico no Brasil tem raízes culturais profundas. Historicamente, os currículos do ensino médio foram condicionados pelo bacharelismo. Curiosamente, a tendência foi reforçada por correntes marxistas, que acusam a formação técnica de ser um mecanismo burguês para manter a alienação das massas trabalhadoras.

Se a dicotomia que associa formação acadêmica a ofícios intelectuais (mais “nobres”) e a formação técnica a trabalhos braçais (menos “nobres”) já é em si duvidosa, na Revolução Industrial 4.0 é francamente enganosa.

Apesar disso, a educação de nível superior é persistentemente vista não só como uma via importante de ascensão social, mas a única. Como disse o educador Alexandre Sayad, por décadas a universidade foi “uma miragem para a população mais pobre, um oásis para quem tinha recursos”. Mas 80% dos alunos do ensino médio não têm acesso à universidade. As ilhas de excelência, como o Sistema S ou Paula Souza, não conseguem atender a toda a demanda das classes baixas e acabam servindo a uns poucos das classes médias, para os quais, muitas vezes, são só um trampolim para cursos universitários longos, onerosos e de baixa qualidade.

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A reforma de 2017 abriu a possibilidade de reintegrar o ensino técnico ao ensino médio, aproximando o Brasil do mundo desenvolvido. Mas, apesar de algumas boas iniciativas estaduais, as dificuldades práticas na sua implementação ainda não foram devidamente enfrentadas pelo poder público.

A Base Nacional Curricular Comum ainda não definiu com suficiente clareza os itinerários formativos. Ainda não há um sistema nacional de avaliação e certificação complementar ao Enem. Por fim, é preciso investir em canais que viabilizem interações criativas entre as escolas, as instituições de formação profissional e as empresas. A solução natural seria instituições como o Senai ou o Senac oferecerem o currículo técnico e a escola, o acadêmico. Mas ainda falta uma articulação bem planejada.

“Se as instituições de formação profissional souberem aliar-se às escolas públicas para oferecer uma ampla gama de cursos, trata-se de uma solução do tipo ‘win-win’”, apontam os pesquisadores S. Schwartzman, C. Gomes, C. Castro e J. Oliveira, em estudo sobre a Reforma do Ensino Médio. “Ganham as escolas, ao tornarem seus programas menos áridos. Ganham estas instituições, por expandir seu mercado. Ganha o setor produtivo, ao receber mão de obra com uma gama variada de iniciação profissional. Ganham os estudantes, por seguirem cursos que sejam de seu real interesse.”

O ensino profissional e técnico no Brasil é desprestigiado, defasado e deficitário em relação à demanda dos jovens e do mercado de trabalho. A reforma do ensino médio, estabelecida em 2017, e que entra em vigor em 2022, criou possibilidades de revitalizar o ensino profissionalizante, reintegrando-o ao ensino médio. Mas, caracteristicamente, ele recebeu menos atenção no debate público e entre os gestores da educação, e ainda pairam muitas incertezas sobre sua implementação.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 9% dos alunos que concluem o ensino médio no Brasil estão em cursos profissionalizantes, enquanto nos países que integram a Organização (o “clube dos ricos”) são 38%.

Não se trata de falta de interesse dos jovens ou de necessidade das empresas, mas de estímulos e ofertas. Levantamentos promovidos pela Fundação Roberto Marinho e Itaú Educação e Trabalho mostram que, entre os alunos do 9.º ano do ensino fundamental à 1.ª série do ensino médio, 62% considerariam essa possibilidade, mas mais da metade não conhece nenhuma escola de educação profissional e tecnológica (EPT) e 77% dizem ter baixo ou nenhum conhecimento sobre essa modalidade de ensino. A falta de qualificações técnicas foi apontada por 66% das empresas como a principal dificuldade na contratação de cargos de nível médio. Metade delas declara que poderia contribuir com o ensino técnico, por meio de formação aos jovens, oferecimento de vagas de estágio ou aprendizagem.

O estigma do ensino técnico no Brasil tem raízes culturais profundas. Historicamente, os currículos do ensino médio foram condicionados pelo bacharelismo. Curiosamente, a tendência foi reforçada por correntes marxistas, que acusam a formação técnica de ser um mecanismo burguês para manter a alienação das massas trabalhadoras.

Se a dicotomia que associa formação acadêmica a ofícios intelectuais (mais “nobres”) e a formação técnica a trabalhos braçais (menos “nobres”) já é em si duvidosa, na Revolução Industrial 4.0 é francamente enganosa.

Apesar disso, a educação de nível superior é persistentemente vista não só como uma via importante de ascensão social, mas a única. Como disse o educador Alexandre Sayad, por décadas a universidade foi “uma miragem para a população mais pobre, um oásis para quem tinha recursos”. Mas 80% dos alunos do ensino médio não têm acesso à universidade. As ilhas de excelência, como o Sistema S ou Paula Souza, não conseguem atender a toda a demanda das classes baixas e acabam servindo a uns poucos das classes médias, para os quais, muitas vezes, são só um trampolim para cursos universitários longos, onerosos e de baixa qualidade.

A reforma de 2017 abriu a possibilidade de reintegrar o ensino técnico ao ensino médio, aproximando o Brasil do mundo desenvolvido. Mas, apesar de algumas boas iniciativas estaduais, as dificuldades práticas na sua implementação ainda não foram devidamente enfrentadas pelo poder público.

A Base Nacional Curricular Comum ainda não definiu com suficiente clareza os itinerários formativos. Ainda não há um sistema nacional de avaliação e certificação complementar ao Enem. Por fim, é preciso investir em canais que viabilizem interações criativas entre as escolas, as instituições de formação profissional e as empresas. A solução natural seria instituições como o Senai ou o Senac oferecerem o currículo técnico e a escola, o acadêmico. Mas ainda falta uma articulação bem planejada.

“Se as instituições de formação profissional souberem aliar-se às escolas públicas para oferecer uma ampla gama de cursos, trata-se de uma solução do tipo ‘win-win’”, apontam os pesquisadores S. Schwartzman, C. Gomes, C. Castro e J. Oliveira, em estudo sobre a Reforma do Ensino Médio. “Ganham as escolas, ao tornarem seus programas menos áridos. Ganham estas instituições, por expandir seu mercado. Ganha o setor produtivo, ao receber mão de obra com uma gama variada de iniciação profissional. Ganham os estudantes, por seguirem cursos que sejam de seu real interesse.”

O ensino profissional e técnico no Brasil é desprestigiado, defasado e deficitário em relação à demanda dos jovens e do mercado de trabalho. A reforma do ensino médio, estabelecida em 2017, e que entra em vigor em 2022, criou possibilidades de revitalizar o ensino profissionalizante, reintegrando-o ao ensino médio. Mas, caracteristicamente, ele recebeu menos atenção no debate público e entre os gestores da educação, e ainda pairam muitas incertezas sobre sua implementação.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 9% dos alunos que concluem o ensino médio no Brasil estão em cursos profissionalizantes, enquanto nos países que integram a Organização (o “clube dos ricos”) são 38%.

Não se trata de falta de interesse dos jovens ou de necessidade das empresas, mas de estímulos e ofertas. Levantamentos promovidos pela Fundação Roberto Marinho e Itaú Educação e Trabalho mostram que, entre os alunos do 9.º ano do ensino fundamental à 1.ª série do ensino médio, 62% considerariam essa possibilidade, mas mais da metade não conhece nenhuma escola de educação profissional e tecnológica (EPT) e 77% dizem ter baixo ou nenhum conhecimento sobre essa modalidade de ensino. A falta de qualificações técnicas foi apontada por 66% das empresas como a principal dificuldade na contratação de cargos de nível médio. Metade delas declara que poderia contribuir com o ensino técnico, por meio de formação aos jovens, oferecimento de vagas de estágio ou aprendizagem.

O estigma do ensino técnico no Brasil tem raízes culturais profundas. Historicamente, os currículos do ensino médio foram condicionados pelo bacharelismo. Curiosamente, a tendência foi reforçada por correntes marxistas, que acusam a formação técnica de ser um mecanismo burguês para manter a alienação das massas trabalhadoras.

Se a dicotomia que associa formação acadêmica a ofícios intelectuais (mais “nobres”) e a formação técnica a trabalhos braçais (menos “nobres”) já é em si duvidosa, na Revolução Industrial 4.0 é francamente enganosa.

Apesar disso, a educação de nível superior é persistentemente vista não só como uma via importante de ascensão social, mas a única. Como disse o educador Alexandre Sayad, por décadas a universidade foi “uma miragem para a população mais pobre, um oásis para quem tinha recursos”. Mas 80% dos alunos do ensino médio não têm acesso à universidade. As ilhas de excelência, como o Sistema S ou Paula Souza, não conseguem atender a toda a demanda das classes baixas e acabam servindo a uns poucos das classes médias, para os quais, muitas vezes, são só um trampolim para cursos universitários longos, onerosos e de baixa qualidade.

A reforma de 2017 abriu a possibilidade de reintegrar o ensino técnico ao ensino médio, aproximando o Brasil do mundo desenvolvido. Mas, apesar de algumas boas iniciativas estaduais, as dificuldades práticas na sua implementação ainda não foram devidamente enfrentadas pelo poder público.

A Base Nacional Curricular Comum ainda não definiu com suficiente clareza os itinerários formativos. Ainda não há um sistema nacional de avaliação e certificação complementar ao Enem. Por fim, é preciso investir em canais que viabilizem interações criativas entre as escolas, as instituições de formação profissional e as empresas. A solução natural seria instituições como o Senai ou o Senac oferecerem o currículo técnico e a escola, o acadêmico. Mas ainda falta uma articulação bem planejada.

“Se as instituições de formação profissional souberem aliar-se às escolas públicas para oferecer uma ampla gama de cursos, trata-se de uma solução do tipo ‘win-win’”, apontam os pesquisadores S. Schwartzman, C. Gomes, C. Castro e J. Oliveira, em estudo sobre a Reforma do Ensino Médio. “Ganham as escolas, ao tornarem seus programas menos áridos. Ganham estas instituições, por expandir seu mercado. Ganha o setor produtivo, ao receber mão de obra com uma gama variada de iniciação profissional. Ganham os estudantes, por seguirem cursos que sejam de seu real interesse.”

O ensino profissional e técnico no Brasil é desprestigiado, defasado e deficitário em relação à demanda dos jovens e do mercado de trabalho. A reforma do ensino médio, estabelecida em 2017, e que entra em vigor em 2022, criou possibilidades de revitalizar o ensino profissionalizante, reintegrando-o ao ensino médio. Mas, caracteristicamente, ele recebeu menos atenção no debate público e entre os gestores da educação, e ainda pairam muitas incertezas sobre sua implementação.

Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 9% dos alunos que concluem o ensino médio no Brasil estão em cursos profissionalizantes, enquanto nos países que integram a Organização (o “clube dos ricos”) são 38%.

Não se trata de falta de interesse dos jovens ou de necessidade das empresas, mas de estímulos e ofertas. Levantamentos promovidos pela Fundação Roberto Marinho e Itaú Educação e Trabalho mostram que, entre os alunos do 9.º ano do ensino fundamental à 1.ª série do ensino médio, 62% considerariam essa possibilidade, mas mais da metade não conhece nenhuma escola de educação profissional e tecnológica (EPT) e 77% dizem ter baixo ou nenhum conhecimento sobre essa modalidade de ensino. A falta de qualificações técnicas foi apontada por 66% das empresas como a principal dificuldade na contratação de cargos de nível médio. Metade delas declara que poderia contribuir com o ensino técnico, por meio de formação aos jovens, oferecimento de vagas de estágio ou aprendizagem.

O estigma do ensino técnico no Brasil tem raízes culturais profundas. Historicamente, os currículos do ensino médio foram condicionados pelo bacharelismo. Curiosamente, a tendência foi reforçada por correntes marxistas, que acusam a formação técnica de ser um mecanismo burguês para manter a alienação das massas trabalhadoras.

Se a dicotomia que associa formação acadêmica a ofícios intelectuais (mais “nobres”) e a formação técnica a trabalhos braçais (menos “nobres”) já é em si duvidosa, na Revolução Industrial 4.0 é francamente enganosa.

Apesar disso, a educação de nível superior é persistentemente vista não só como uma via importante de ascensão social, mas a única. Como disse o educador Alexandre Sayad, por décadas a universidade foi “uma miragem para a população mais pobre, um oásis para quem tinha recursos”. Mas 80% dos alunos do ensino médio não têm acesso à universidade. As ilhas de excelência, como o Sistema S ou Paula Souza, não conseguem atender a toda a demanda das classes baixas e acabam servindo a uns poucos das classes médias, para os quais, muitas vezes, são só um trampolim para cursos universitários longos, onerosos e de baixa qualidade.

A reforma de 2017 abriu a possibilidade de reintegrar o ensino técnico ao ensino médio, aproximando o Brasil do mundo desenvolvido. Mas, apesar de algumas boas iniciativas estaduais, as dificuldades práticas na sua implementação ainda não foram devidamente enfrentadas pelo poder público.

A Base Nacional Curricular Comum ainda não definiu com suficiente clareza os itinerários formativos. Ainda não há um sistema nacional de avaliação e certificação complementar ao Enem. Por fim, é preciso investir em canais que viabilizem interações criativas entre as escolas, as instituições de formação profissional e as empresas. A solução natural seria instituições como o Senai ou o Senac oferecerem o currículo técnico e a escola, o acadêmico. Mas ainda falta uma articulação bem planejada.

“Se as instituições de formação profissional souberem aliar-se às escolas públicas para oferecer uma ampla gama de cursos, trata-se de uma solução do tipo ‘win-win’”, apontam os pesquisadores S. Schwartzman, C. Gomes, C. Castro e J. Oliveira, em estudo sobre a Reforma do Ensino Médio. “Ganham as escolas, ao tornarem seus programas menos áridos. Ganham estas instituições, por expandir seu mercado. Ganha o setor produtivo, ao receber mão de obra com uma gama variada de iniciação profissional. Ganham os estudantes, por seguirem cursos que sejam de seu real interesse.”

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