O economista José Serra escreve quinzenalmente na seção Espaço Aberto

Opinião|Além do crescimento


A decisão de um novo ciclo de alta da Selic não é compatível com as previsões sobre a economia nos próximos meses

Por José Serra

As evidências econômicas apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%, em 2024. Mais importante, desde 2020, o mundo real vem surpreendendo governo e analistas, que são obrigados, ao final do ano, a rever para cima as expectativas de início de ano. Ao que parece uma via favorável.

No Brasil, no entanto, até boa notícia vira problema. Os temores de que o produto corrente (bens e serviços ofertados) chegue perto do produto potencial (capacidade instalada de produção) colocaram em movimento a gritaria do mercado financeiro contra o aquecimento da economia. Mas tem remédio, segundo eles, é só aumentar a taxa Selic.

Infelizmente, a “teoria econômica” parece, agora, se resumir a monitorar índices de preços e aplicar o remédio de manipular a Selic. Pois afirmo que não é. É preciso ir muito além, analisar a dinâmica dos mercados, internos e externos, verificar os movimentos dos agentes econômicos e prever fluxos e estoques no médio prazo. Enfim, o exercício da análise econômica é muito mais do que apenas olhar a inflação.

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Uma visão da economia brasileira dos últimos meses mostra que o crescimento se deve a três fatores principais: a) a propagação dos efeitos internos do ótimo desempenho externo das commodities; b) o gasto público do governo federal e dos Estados e municípios; c) uma discreta retomada do consumo, dados os represamentos dos últimos tempos e o aumento da renda.

Uma autoridade monetária tem o compromisso de regular a economia olhando o presente e o futuro, mesmo que só o próximo. Não fosse assim, deveríamos proibir negociações em juros futuros. O Banco Central (BC) tem que avaliar a posição atual e estimar os efeitos desse movimento na dinâmica da economia.

Não há necessidade de ser um gênio para ver o óbvio. Nossa exportação de bens primários não terá o mesmo desempenho. A China, nosso principal cliente, enfrenta sérios desafios econômicos. Além disso, o movimento da taxa de câmbio deve retroagir com o maior diferencial de juros brasileiro frente ao dos países desenvolvidos. Assim, difícil prever que o crescimento continue sendo favoravelmente afetado pelas commodities.

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No campo do gasto público, o descrédito é evidente, dado que o Ministro da Fazenda sempre aparece como algoz da Esplanada dos Ministérios. Dada a prevalência das expectativas que colocam o fiscal como vilão, o governo terá que se render e entregar contas públicas que sustentem o arcabouço fiscal.

E o consumo? Um mínimo conhecimento de economia deixa transparente que o consumo até pode dar espasmos, mas não se sustenta sem uma construção de pilares consistentes no campo do investimento.

A pergunta então é: se os pilares da expansão dos últimos meses não devem se sustentar, quais os motivos do Banco Central para frear o nível de atividade com uma perspectiva de elevação da taxa de juros de 10,75% para algo como 11,75%, ao final do ano?

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Terá o Banco Central informações de que os investimentos privados estejam explodindo? Considero esta uma inverdade de fácil constatação. Entre 2011 e 2014, a formação de capital situou-se entre 20% e 21% do PIB. Caiu a 14%, em 2017, e hoje chega a pífios 16,8% do PIB (segundo trimestre de 2024). Note-se que o setor público pode explicar só um terço da derrocada.

Aqui temos que encarar a realidade. A economia brasileira não conseguiu se inserir nos novos fluxos de comércio e não dispõe de uma integração à produção global. Nesta constatação não vai nenhuma crítica às commodities. Ao contrário, estão salvando o Brasil de uma estagnação secular. A nossa produção industrial, por exemplo, ainda se encontra 15% abaixo do patamar de 2011, marcando um retrocesso talvez intransponível.

Reorganizar a inserção da economia brasileira no mundo envolve investimento em infraestrutura e em capacidade de produção de bens e serviços, dotando a economia de vantagens concorrenciais e nexos de produção em articulação com o resto do mundo.

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Infelizmente, o movimento de ajuste da Selic realizado pelo Banco Central produziu uma imediata elevação dos juros futuros, com impactos previsíveis sobre o crédito. Aumentar os juros reduz a atratividade do investimento. Ou seja, para parar uma economia com poucas expectativas de crescer, o Banco Central sufoca o crescimento do PIB potencial.

A decisão de um novo ciclo de alta da Selic não é compatível com as previsões sobre a economia nos próximos meses, assim como não há explicação para a taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira ser estimada em patamares tão elevados. Os níveis de civilização já atingidos pelo Brasil exigem que o Banco Central explicite as razões que o levaram a elevar a Selic com “teoria econômica”.

O mundo, no entanto, confia mais no Brasil do que os brasileiros. Uma das maiores agências de classificação de risco acaba de elevar o rating brasileiro para algo próximo ao grau de investimento. Ela olhou um conjunto dos indicadores econômicos, não apenas a inflação. Isso explica a diferença entre o ânimo externo com a economia e o mundo de pesadelos do nosso BC.

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ECONOMISTA

As evidências econômicas apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%, em 2024. Mais importante, desde 2020, o mundo real vem surpreendendo governo e analistas, que são obrigados, ao final do ano, a rever para cima as expectativas de início de ano. Ao que parece uma via favorável.

No Brasil, no entanto, até boa notícia vira problema. Os temores de que o produto corrente (bens e serviços ofertados) chegue perto do produto potencial (capacidade instalada de produção) colocaram em movimento a gritaria do mercado financeiro contra o aquecimento da economia. Mas tem remédio, segundo eles, é só aumentar a taxa Selic.

Infelizmente, a “teoria econômica” parece, agora, se resumir a monitorar índices de preços e aplicar o remédio de manipular a Selic. Pois afirmo que não é. É preciso ir muito além, analisar a dinâmica dos mercados, internos e externos, verificar os movimentos dos agentes econômicos e prever fluxos e estoques no médio prazo. Enfim, o exercício da análise econômica é muito mais do que apenas olhar a inflação.

Uma visão da economia brasileira dos últimos meses mostra que o crescimento se deve a três fatores principais: a) a propagação dos efeitos internos do ótimo desempenho externo das commodities; b) o gasto público do governo federal e dos Estados e municípios; c) uma discreta retomada do consumo, dados os represamentos dos últimos tempos e o aumento da renda.

Uma autoridade monetária tem o compromisso de regular a economia olhando o presente e o futuro, mesmo que só o próximo. Não fosse assim, deveríamos proibir negociações em juros futuros. O Banco Central (BC) tem que avaliar a posição atual e estimar os efeitos desse movimento na dinâmica da economia.

Não há necessidade de ser um gênio para ver o óbvio. Nossa exportação de bens primários não terá o mesmo desempenho. A China, nosso principal cliente, enfrenta sérios desafios econômicos. Além disso, o movimento da taxa de câmbio deve retroagir com o maior diferencial de juros brasileiro frente ao dos países desenvolvidos. Assim, difícil prever que o crescimento continue sendo favoravelmente afetado pelas commodities.

No campo do gasto público, o descrédito é evidente, dado que o Ministro da Fazenda sempre aparece como algoz da Esplanada dos Ministérios. Dada a prevalência das expectativas que colocam o fiscal como vilão, o governo terá que se render e entregar contas públicas que sustentem o arcabouço fiscal.

E o consumo? Um mínimo conhecimento de economia deixa transparente que o consumo até pode dar espasmos, mas não se sustenta sem uma construção de pilares consistentes no campo do investimento.

A pergunta então é: se os pilares da expansão dos últimos meses não devem se sustentar, quais os motivos do Banco Central para frear o nível de atividade com uma perspectiva de elevação da taxa de juros de 10,75% para algo como 11,75%, ao final do ano?

Terá o Banco Central informações de que os investimentos privados estejam explodindo? Considero esta uma inverdade de fácil constatação. Entre 2011 e 2014, a formação de capital situou-se entre 20% e 21% do PIB. Caiu a 14%, em 2017, e hoje chega a pífios 16,8% do PIB (segundo trimestre de 2024). Note-se que o setor público pode explicar só um terço da derrocada.

Aqui temos que encarar a realidade. A economia brasileira não conseguiu se inserir nos novos fluxos de comércio e não dispõe de uma integração à produção global. Nesta constatação não vai nenhuma crítica às commodities. Ao contrário, estão salvando o Brasil de uma estagnação secular. A nossa produção industrial, por exemplo, ainda se encontra 15% abaixo do patamar de 2011, marcando um retrocesso talvez intransponível.

Reorganizar a inserção da economia brasileira no mundo envolve investimento em infraestrutura e em capacidade de produção de bens e serviços, dotando a economia de vantagens concorrenciais e nexos de produção em articulação com o resto do mundo.

Infelizmente, o movimento de ajuste da Selic realizado pelo Banco Central produziu uma imediata elevação dos juros futuros, com impactos previsíveis sobre o crédito. Aumentar os juros reduz a atratividade do investimento. Ou seja, para parar uma economia com poucas expectativas de crescer, o Banco Central sufoca o crescimento do PIB potencial.

A decisão de um novo ciclo de alta da Selic não é compatível com as previsões sobre a economia nos próximos meses, assim como não há explicação para a taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira ser estimada em patamares tão elevados. Os níveis de civilização já atingidos pelo Brasil exigem que o Banco Central explicite as razões que o levaram a elevar a Selic com “teoria econômica”.

O mundo, no entanto, confia mais no Brasil do que os brasileiros. Uma das maiores agências de classificação de risco acaba de elevar o rating brasileiro para algo próximo ao grau de investimento. Ela olhou um conjunto dos indicadores econômicos, não apenas a inflação. Isso explica a diferença entre o ânimo externo com a economia e o mundo de pesadelos do nosso BC.

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ECONOMISTA

As evidências econômicas apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%, em 2024. Mais importante, desde 2020, o mundo real vem surpreendendo governo e analistas, que são obrigados, ao final do ano, a rever para cima as expectativas de início de ano. Ao que parece uma via favorável.

No Brasil, no entanto, até boa notícia vira problema. Os temores de que o produto corrente (bens e serviços ofertados) chegue perto do produto potencial (capacidade instalada de produção) colocaram em movimento a gritaria do mercado financeiro contra o aquecimento da economia. Mas tem remédio, segundo eles, é só aumentar a taxa Selic.

Infelizmente, a “teoria econômica” parece, agora, se resumir a monitorar índices de preços e aplicar o remédio de manipular a Selic. Pois afirmo que não é. É preciso ir muito além, analisar a dinâmica dos mercados, internos e externos, verificar os movimentos dos agentes econômicos e prever fluxos e estoques no médio prazo. Enfim, o exercício da análise econômica é muito mais do que apenas olhar a inflação.

Uma visão da economia brasileira dos últimos meses mostra que o crescimento se deve a três fatores principais: a) a propagação dos efeitos internos do ótimo desempenho externo das commodities; b) o gasto público do governo federal e dos Estados e municípios; c) uma discreta retomada do consumo, dados os represamentos dos últimos tempos e o aumento da renda.

Uma autoridade monetária tem o compromisso de regular a economia olhando o presente e o futuro, mesmo que só o próximo. Não fosse assim, deveríamos proibir negociações em juros futuros. O Banco Central (BC) tem que avaliar a posição atual e estimar os efeitos desse movimento na dinâmica da economia.

Não há necessidade de ser um gênio para ver o óbvio. Nossa exportação de bens primários não terá o mesmo desempenho. A China, nosso principal cliente, enfrenta sérios desafios econômicos. Além disso, o movimento da taxa de câmbio deve retroagir com o maior diferencial de juros brasileiro frente ao dos países desenvolvidos. Assim, difícil prever que o crescimento continue sendo favoravelmente afetado pelas commodities.

No campo do gasto público, o descrédito é evidente, dado que o Ministro da Fazenda sempre aparece como algoz da Esplanada dos Ministérios. Dada a prevalência das expectativas que colocam o fiscal como vilão, o governo terá que se render e entregar contas públicas que sustentem o arcabouço fiscal.

E o consumo? Um mínimo conhecimento de economia deixa transparente que o consumo até pode dar espasmos, mas não se sustenta sem uma construção de pilares consistentes no campo do investimento.

A pergunta então é: se os pilares da expansão dos últimos meses não devem se sustentar, quais os motivos do Banco Central para frear o nível de atividade com uma perspectiva de elevação da taxa de juros de 10,75% para algo como 11,75%, ao final do ano?

Terá o Banco Central informações de que os investimentos privados estejam explodindo? Considero esta uma inverdade de fácil constatação. Entre 2011 e 2014, a formação de capital situou-se entre 20% e 21% do PIB. Caiu a 14%, em 2017, e hoje chega a pífios 16,8% do PIB (segundo trimestre de 2024). Note-se que o setor público pode explicar só um terço da derrocada.

Aqui temos que encarar a realidade. A economia brasileira não conseguiu se inserir nos novos fluxos de comércio e não dispõe de uma integração à produção global. Nesta constatação não vai nenhuma crítica às commodities. Ao contrário, estão salvando o Brasil de uma estagnação secular. A nossa produção industrial, por exemplo, ainda se encontra 15% abaixo do patamar de 2011, marcando um retrocesso talvez intransponível.

Reorganizar a inserção da economia brasileira no mundo envolve investimento em infraestrutura e em capacidade de produção de bens e serviços, dotando a economia de vantagens concorrenciais e nexos de produção em articulação com o resto do mundo.

Infelizmente, o movimento de ajuste da Selic realizado pelo Banco Central produziu uma imediata elevação dos juros futuros, com impactos previsíveis sobre o crédito. Aumentar os juros reduz a atratividade do investimento. Ou seja, para parar uma economia com poucas expectativas de crescer, o Banco Central sufoca o crescimento do PIB potencial.

A decisão de um novo ciclo de alta da Selic não é compatível com as previsões sobre a economia nos próximos meses, assim como não há explicação para a taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira ser estimada em patamares tão elevados. Os níveis de civilização já atingidos pelo Brasil exigem que o Banco Central explicite as razões que o levaram a elevar a Selic com “teoria econômica”.

O mundo, no entanto, confia mais no Brasil do que os brasileiros. Uma das maiores agências de classificação de risco acaba de elevar o rating brasileiro para algo próximo ao grau de investimento. Ela olhou um conjunto dos indicadores econômicos, não apenas a inflação. Isso explica a diferença entre o ânimo externo com a economia e o mundo de pesadelos do nosso BC.

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ECONOMISTA

As evidências econômicas apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%, em 2024. Mais importante, desde 2020, o mundo real vem surpreendendo governo e analistas, que são obrigados, ao final do ano, a rever para cima as expectativas de início de ano. Ao que parece uma via favorável.

No Brasil, no entanto, até boa notícia vira problema. Os temores de que o produto corrente (bens e serviços ofertados) chegue perto do produto potencial (capacidade instalada de produção) colocaram em movimento a gritaria do mercado financeiro contra o aquecimento da economia. Mas tem remédio, segundo eles, é só aumentar a taxa Selic.

Infelizmente, a “teoria econômica” parece, agora, se resumir a monitorar índices de preços e aplicar o remédio de manipular a Selic. Pois afirmo que não é. É preciso ir muito além, analisar a dinâmica dos mercados, internos e externos, verificar os movimentos dos agentes econômicos e prever fluxos e estoques no médio prazo. Enfim, o exercício da análise econômica é muito mais do que apenas olhar a inflação.

Uma visão da economia brasileira dos últimos meses mostra que o crescimento se deve a três fatores principais: a) a propagação dos efeitos internos do ótimo desempenho externo das commodities; b) o gasto público do governo federal e dos Estados e municípios; c) uma discreta retomada do consumo, dados os represamentos dos últimos tempos e o aumento da renda.

Uma autoridade monetária tem o compromisso de regular a economia olhando o presente e o futuro, mesmo que só o próximo. Não fosse assim, deveríamos proibir negociações em juros futuros. O Banco Central (BC) tem que avaliar a posição atual e estimar os efeitos desse movimento na dinâmica da economia.

Não há necessidade de ser um gênio para ver o óbvio. Nossa exportação de bens primários não terá o mesmo desempenho. A China, nosso principal cliente, enfrenta sérios desafios econômicos. Além disso, o movimento da taxa de câmbio deve retroagir com o maior diferencial de juros brasileiro frente ao dos países desenvolvidos. Assim, difícil prever que o crescimento continue sendo favoravelmente afetado pelas commodities.

No campo do gasto público, o descrédito é evidente, dado que o Ministro da Fazenda sempre aparece como algoz da Esplanada dos Ministérios. Dada a prevalência das expectativas que colocam o fiscal como vilão, o governo terá que se render e entregar contas públicas que sustentem o arcabouço fiscal.

E o consumo? Um mínimo conhecimento de economia deixa transparente que o consumo até pode dar espasmos, mas não se sustenta sem uma construção de pilares consistentes no campo do investimento.

A pergunta então é: se os pilares da expansão dos últimos meses não devem se sustentar, quais os motivos do Banco Central para frear o nível de atividade com uma perspectiva de elevação da taxa de juros de 10,75% para algo como 11,75%, ao final do ano?

Terá o Banco Central informações de que os investimentos privados estejam explodindo? Considero esta uma inverdade de fácil constatação. Entre 2011 e 2014, a formação de capital situou-se entre 20% e 21% do PIB. Caiu a 14%, em 2017, e hoje chega a pífios 16,8% do PIB (segundo trimestre de 2024). Note-se que o setor público pode explicar só um terço da derrocada.

Aqui temos que encarar a realidade. A economia brasileira não conseguiu se inserir nos novos fluxos de comércio e não dispõe de uma integração à produção global. Nesta constatação não vai nenhuma crítica às commodities. Ao contrário, estão salvando o Brasil de uma estagnação secular. A nossa produção industrial, por exemplo, ainda se encontra 15% abaixo do patamar de 2011, marcando um retrocesso talvez intransponível.

Reorganizar a inserção da economia brasileira no mundo envolve investimento em infraestrutura e em capacidade de produção de bens e serviços, dotando a economia de vantagens concorrenciais e nexos de produção em articulação com o resto do mundo.

Infelizmente, o movimento de ajuste da Selic realizado pelo Banco Central produziu uma imediata elevação dos juros futuros, com impactos previsíveis sobre o crédito. Aumentar os juros reduz a atratividade do investimento. Ou seja, para parar uma economia com poucas expectativas de crescer, o Banco Central sufoca o crescimento do PIB potencial.

A decisão de um novo ciclo de alta da Selic não é compatível com as previsões sobre a economia nos próximos meses, assim como não há explicação para a taxa de juros de equilíbrio da economia brasileira ser estimada em patamares tão elevados. Os níveis de civilização já atingidos pelo Brasil exigem que o Banco Central explicite as razões que o levaram a elevar a Selic com “teoria econômica”.

O mundo, no entanto, confia mais no Brasil do que os brasileiros. Uma das maiores agências de classificação de risco acaba de elevar o rating brasileiro para algo próximo ao grau de investimento. Ela olhou um conjunto dos indicadores econômicos, não apenas a inflação. Isso explica a diferença entre o ânimo externo com a economia e o mundo de pesadelos do nosso BC.

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