Mais uma oportunidade


Aproximação com os Estados Unidos, ainda que pontual, é boa notícia depois de tantas chances perdidas

Por Notas & Informações

O sucesso do encontro entre os presidentes Lula da Silva e Joe Biden em Nova York, no último dia 20, não deve ser mensurado pela anunciada carta de intenções contra a precarização do trabalho, mas sim pelo campo que pode ser aberto para uma relação mais profunda entre as duas economias. Para isso, contudo, é preciso que o pragmatismo prepondere de lado a lado e que o diálogo seja preservado da contaminação ideológica. O desafio comum a ambos os países, de transformação sustentável de suas economias, assinala a oportunidade de construção de uma aliança econômico-comercial mais robusta – que não pode e nem deve ser perdida.

A conversa nada garante por enquanto, além das imagens eternizadas do aperto de mãos. Seria ingênuo esperar anúncios bombásticos de uma reunião realizada às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas. A anunciada Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras serve para mostrar que o diálogo construtivo é possível, embora incerto.

O histórico da relação do Brasil com os EUA traz uma coleção de oportunidades desperdiçadas nas últimas duas décadas, prova de que uma conversa afinada entre os presidentes não é suficiente para alavancar uma maior integração da produção, do comércio e dos investimentos entre os países, com base no respeito e em seus genuínos interesses. Em 2007, o resultado mais palpável da prosa amistosa entre Lula da Silva e o então presidente americano, George W. Bush, foi um protocolo para fazer do etanol uma commodity, algo que mal passou do papel. Perdeu-se entre os atritos de Brasília com Washington e ressurge agora, com enorme atraso, como contribuição para a transição energética mundial.

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Da conversa azeitada entre Donald Trump e Jair Bolsonaro, restou a lamentável declaração de amor incondicional do segundo ao primeiro nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU de 2019. A política externa disruptiva do então presidente brasileiro não só envergonhou o País mundo afora, como foi incapaz de construir uma mínima aliança econômica com os EUA – ou com qualquer outra Nação – para enfrentar os desafios do comércio global, da fragmentação política e das ameaças ambientais e sanitárias, como a pandemia.

Ao lado de Biden, em Nova York, Lula afirmou que aquele encontro significava o “renascer” da parceria bilateral. Não é grande coisa, mas é melhor do que a protocolar visita oficial ao presidente americano na Casa Branca, em fevereiro, quando o brasileiro se perdeu em seus devaneios sobre a agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Em raro momento de convergência, o Brasil busca investimentos estrangeiros para uma reindustrialização focada em sua matriz energética limpa, e os EUA reorientam suas importações de manufaturas para países próximos também no âmbito da defesa da democracia.

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EUA e Brasil têm diferenças marcantes em suas visões geopolíticas e sobre a aplicação das regras do direito internacional, mas sempre é possível encontrar pontos em comum para questões urgentes – desde que, para começar, Lula não permita que o feroz antiamericanismo petista mais uma vez prevaleça sobre o interesse nacional.

O sucesso do encontro entre os presidentes Lula da Silva e Joe Biden em Nova York, no último dia 20, não deve ser mensurado pela anunciada carta de intenções contra a precarização do trabalho, mas sim pelo campo que pode ser aberto para uma relação mais profunda entre as duas economias. Para isso, contudo, é preciso que o pragmatismo prepondere de lado a lado e que o diálogo seja preservado da contaminação ideológica. O desafio comum a ambos os países, de transformação sustentável de suas economias, assinala a oportunidade de construção de uma aliança econômico-comercial mais robusta – que não pode e nem deve ser perdida.

A conversa nada garante por enquanto, além das imagens eternizadas do aperto de mãos. Seria ingênuo esperar anúncios bombásticos de uma reunião realizada às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas. A anunciada Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras serve para mostrar que o diálogo construtivo é possível, embora incerto.

O histórico da relação do Brasil com os EUA traz uma coleção de oportunidades desperdiçadas nas últimas duas décadas, prova de que uma conversa afinada entre os presidentes não é suficiente para alavancar uma maior integração da produção, do comércio e dos investimentos entre os países, com base no respeito e em seus genuínos interesses. Em 2007, o resultado mais palpável da prosa amistosa entre Lula da Silva e o então presidente americano, George W. Bush, foi um protocolo para fazer do etanol uma commodity, algo que mal passou do papel. Perdeu-se entre os atritos de Brasília com Washington e ressurge agora, com enorme atraso, como contribuição para a transição energética mundial.

Da conversa azeitada entre Donald Trump e Jair Bolsonaro, restou a lamentável declaração de amor incondicional do segundo ao primeiro nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU de 2019. A política externa disruptiva do então presidente brasileiro não só envergonhou o País mundo afora, como foi incapaz de construir uma mínima aliança econômica com os EUA – ou com qualquer outra Nação – para enfrentar os desafios do comércio global, da fragmentação política e das ameaças ambientais e sanitárias, como a pandemia.

Ao lado de Biden, em Nova York, Lula afirmou que aquele encontro significava o “renascer” da parceria bilateral. Não é grande coisa, mas é melhor do que a protocolar visita oficial ao presidente americano na Casa Branca, em fevereiro, quando o brasileiro se perdeu em seus devaneios sobre a agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Em raro momento de convergência, o Brasil busca investimentos estrangeiros para uma reindustrialização focada em sua matriz energética limpa, e os EUA reorientam suas importações de manufaturas para países próximos também no âmbito da defesa da democracia.

EUA e Brasil têm diferenças marcantes em suas visões geopolíticas e sobre a aplicação das regras do direito internacional, mas sempre é possível encontrar pontos em comum para questões urgentes – desde que, para começar, Lula não permita que o feroz antiamericanismo petista mais uma vez prevaleça sobre o interesse nacional.

O sucesso do encontro entre os presidentes Lula da Silva e Joe Biden em Nova York, no último dia 20, não deve ser mensurado pela anunciada carta de intenções contra a precarização do trabalho, mas sim pelo campo que pode ser aberto para uma relação mais profunda entre as duas economias. Para isso, contudo, é preciso que o pragmatismo prepondere de lado a lado e que o diálogo seja preservado da contaminação ideológica. O desafio comum a ambos os países, de transformação sustentável de suas economias, assinala a oportunidade de construção de uma aliança econômico-comercial mais robusta – que não pode e nem deve ser perdida.

A conversa nada garante por enquanto, além das imagens eternizadas do aperto de mãos. Seria ingênuo esperar anúncios bombásticos de uma reunião realizada às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas. A anunciada Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras serve para mostrar que o diálogo construtivo é possível, embora incerto.

O histórico da relação do Brasil com os EUA traz uma coleção de oportunidades desperdiçadas nas últimas duas décadas, prova de que uma conversa afinada entre os presidentes não é suficiente para alavancar uma maior integração da produção, do comércio e dos investimentos entre os países, com base no respeito e em seus genuínos interesses. Em 2007, o resultado mais palpável da prosa amistosa entre Lula da Silva e o então presidente americano, George W. Bush, foi um protocolo para fazer do etanol uma commodity, algo que mal passou do papel. Perdeu-se entre os atritos de Brasília com Washington e ressurge agora, com enorme atraso, como contribuição para a transição energética mundial.

Da conversa azeitada entre Donald Trump e Jair Bolsonaro, restou a lamentável declaração de amor incondicional do segundo ao primeiro nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU de 2019. A política externa disruptiva do então presidente brasileiro não só envergonhou o País mundo afora, como foi incapaz de construir uma mínima aliança econômica com os EUA – ou com qualquer outra Nação – para enfrentar os desafios do comércio global, da fragmentação política e das ameaças ambientais e sanitárias, como a pandemia.

Ao lado de Biden, em Nova York, Lula afirmou que aquele encontro significava o “renascer” da parceria bilateral. Não é grande coisa, mas é melhor do que a protocolar visita oficial ao presidente americano na Casa Branca, em fevereiro, quando o brasileiro se perdeu em seus devaneios sobre a agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Em raro momento de convergência, o Brasil busca investimentos estrangeiros para uma reindustrialização focada em sua matriz energética limpa, e os EUA reorientam suas importações de manufaturas para países próximos também no âmbito da defesa da democracia.

EUA e Brasil têm diferenças marcantes em suas visões geopolíticas e sobre a aplicação das regras do direito internacional, mas sempre é possível encontrar pontos em comum para questões urgentes – desde que, para começar, Lula não permita que o feroz antiamericanismo petista mais uma vez prevaleça sobre o interesse nacional.

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