Muito a comemorar no Bicentenário


Os 200 anos de Independência são ocasião de um renovado olhar para o País. Há problemas, mas o Brasil não é mero “país do futuro”. Há conquistas a celebrar e preservar

Por Notas & Informações

 O País está próximo a comemorar o seu Bicentenário da Independência e, ao olhar a realidade imediata, o panorama não é animador. A fome voltou, a pobreza cresceu, a desigualdade social aumentou e o crescimento econômico patina. Em outubro, haverá eleições e os problemas nacionais não estão sendo discutidos. O presidente da República difama a democracia brasileira e coloca em dúvida se respeitará o resultado das urnas. Por sua vez, o candidato ao Palácio do Planalto que aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, além de não reconhecer os graves delitos cometidos por seu partido nas administrações passadas, não propõe nada novo, insistindo na mesma perversa trilha.

No entanto, apesar do cenário pouco otimista, é preciso reconhecer que muito foi feito desde o 7 de Setembro de 1822. Seria uma enorme obtusidade ignorar a presença de conquistas muito significativas ao longo dessas 20 décadas, conquistas estas que não foram fruto do acaso, mas do trabalho abnegado de várias gerações de brasileiros. Sem a pretensão de fazer uma lista exaustiva, apresentam-se alguns avanços que merecem ser especialmente comemorados.

Houve um inequívoco fortalecimento dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, com a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), o reconhecimento de direitos políticos para todos os cidadãos (1932) e a reinstauração do Estado Democrático de Direito, com a Constituição de 1988. Certamente, há muito o que melhorar em todos esses pontos – basta pensar no racismo todavia presente na sociedade e na sub-representação da mulher na vida política –, mas os avanços são incontestáveis.

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Outra vitória que merece ser destacada é a manutenção da integridade do território ao longo desses 200 anos, de forma muito diferente ao que se viu em muitos outros países. Em 1903, mediante acordo com a Bolívia, houve ainda a anexação do atual Estado do Acre ao território brasileiro. É também de justiça mencionar que, durante esses dois séculos, o Brasil foi um dos líderes mundiais na preservação ambiental, com intensa participação e investimento da iniciativa privada.

É triste que o governo federal se empenhe tanto em prejudicar, nas questões ambientais, o bom nome do País perante a comunidade internacional. De toda forma, os dados nacionais mostram uma realidade especialmente positiva. Com responsabilidade ambiental e inovação tecnológica, o Brasil conseguiu ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo e manter dois terços do território nacional coberto por vegetação nativa (primária e secundária). É um feito cuja relevância só tende a aumentar ao longo do tempo.

O Bicentenário da Independência do Brasil remete também a outro tema fundamental para o desenvolvimento social e econômico do País. Nossa independência do Reino de Portugal abriu as portas para a instalação dos cursos superiores no Brasil. Enquanto Peru e México tinham universidades desde 1551, a primeira faculdade do Brasil (a do Largo de São Francisco) iniciou suas atividades acadêmicas em 1828. Hoje, sete universidades brasileiras estão entre as dez melhores da América Latina, segundo o ranking Times Higher Education.

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Ainda que haja muitos pontos a melhorar, também se deve comemorar o muito que se caminhou desde 1822 em relação à educação fundamental e à saúde básica. Houve um espetacular trabalho de ampliação da oferta escolar em todas as regiões do País, como também se constata esta incrível conquista da sociedade brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS). Vários países mais ricos, considerados mais desenvolvidos, não têm um sistema público de saúde tão amplo e acessível como o nosso. O SUS tem muitos desafios, mas o que fez até aqui é digno de louvor.

O Bicentenário da Independência é ocasião de um renovado olhar para o País. Há muitos problemas, mas o Brasil não é mero “país do futuro”. Ao longo desses 200 anos, houve muito trabalho bem feito, cujos frutos são visíveis e merecem ser preservados e continuamente desenvolvidos.

 O País está próximo a comemorar o seu Bicentenário da Independência e, ao olhar a realidade imediata, o panorama não é animador. A fome voltou, a pobreza cresceu, a desigualdade social aumentou e o crescimento econômico patina. Em outubro, haverá eleições e os problemas nacionais não estão sendo discutidos. O presidente da República difama a democracia brasileira e coloca em dúvida se respeitará o resultado das urnas. Por sua vez, o candidato ao Palácio do Planalto que aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, além de não reconhecer os graves delitos cometidos por seu partido nas administrações passadas, não propõe nada novo, insistindo na mesma perversa trilha.

No entanto, apesar do cenário pouco otimista, é preciso reconhecer que muito foi feito desde o 7 de Setembro de 1822. Seria uma enorme obtusidade ignorar a presença de conquistas muito significativas ao longo dessas 20 décadas, conquistas estas que não foram fruto do acaso, mas do trabalho abnegado de várias gerações de brasileiros. Sem a pretensão de fazer uma lista exaustiva, apresentam-se alguns avanços que merecem ser especialmente comemorados.

Houve um inequívoco fortalecimento dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, com a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), o reconhecimento de direitos políticos para todos os cidadãos (1932) e a reinstauração do Estado Democrático de Direito, com a Constituição de 1988. Certamente, há muito o que melhorar em todos esses pontos – basta pensar no racismo todavia presente na sociedade e na sub-representação da mulher na vida política –, mas os avanços são incontestáveis.

Outra vitória que merece ser destacada é a manutenção da integridade do território ao longo desses 200 anos, de forma muito diferente ao que se viu em muitos outros países. Em 1903, mediante acordo com a Bolívia, houve ainda a anexação do atual Estado do Acre ao território brasileiro. É também de justiça mencionar que, durante esses dois séculos, o Brasil foi um dos líderes mundiais na preservação ambiental, com intensa participação e investimento da iniciativa privada.

É triste que o governo federal se empenhe tanto em prejudicar, nas questões ambientais, o bom nome do País perante a comunidade internacional. De toda forma, os dados nacionais mostram uma realidade especialmente positiva. Com responsabilidade ambiental e inovação tecnológica, o Brasil conseguiu ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo e manter dois terços do território nacional coberto por vegetação nativa (primária e secundária). É um feito cuja relevância só tende a aumentar ao longo do tempo.

O Bicentenário da Independência do Brasil remete também a outro tema fundamental para o desenvolvimento social e econômico do País. Nossa independência do Reino de Portugal abriu as portas para a instalação dos cursos superiores no Brasil. Enquanto Peru e México tinham universidades desde 1551, a primeira faculdade do Brasil (a do Largo de São Francisco) iniciou suas atividades acadêmicas em 1828. Hoje, sete universidades brasileiras estão entre as dez melhores da América Latina, segundo o ranking Times Higher Education.

Ainda que haja muitos pontos a melhorar, também se deve comemorar o muito que se caminhou desde 1822 em relação à educação fundamental e à saúde básica. Houve um espetacular trabalho de ampliação da oferta escolar em todas as regiões do País, como também se constata esta incrível conquista da sociedade brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS). Vários países mais ricos, considerados mais desenvolvidos, não têm um sistema público de saúde tão amplo e acessível como o nosso. O SUS tem muitos desafios, mas o que fez até aqui é digno de louvor.

O Bicentenário da Independência é ocasião de um renovado olhar para o País. Há muitos problemas, mas o Brasil não é mero “país do futuro”. Ao longo desses 200 anos, houve muito trabalho bem feito, cujos frutos são visíveis e merecem ser preservados e continuamente desenvolvidos.

 O País está próximo a comemorar o seu Bicentenário da Independência e, ao olhar a realidade imediata, o panorama não é animador. A fome voltou, a pobreza cresceu, a desigualdade social aumentou e o crescimento econômico patina. Em outubro, haverá eleições e os problemas nacionais não estão sendo discutidos. O presidente da República difama a democracia brasileira e coloca em dúvida se respeitará o resultado das urnas. Por sua vez, o candidato ao Palácio do Planalto que aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, além de não reconhecer os graves delitos cometidos por seu partido nas administrações passadas, não propõe nada novo, insistindo na mesma perversa trilha.

No entanto, apesar do cenário pouco otimista, é preciso reconhecer que muito foi feito desde o 7 de Setembro de 1822. Seria uma enorme obtusidade ignorar a presença de conquistas muito significativas ao longo dessas 20 décadas, conquistas estas que não foram fruto do acaso, mas do trabalho abnegado de várias gerações de brasileiros. Sem a pretensão de fazer uma lista exaustiva, apresentam-se alguns avanços que merecem ser especialmente comemorados.

Houve um inequívoco fortalecimento dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, com a abolição da escravatura (1888), a Proclamação da República (1889), o reconhecimento de direitos políticos para todos os cidadãos (1932) e a reinstauração do Estado Democrático de Direito, com a Constituição de 1988. Certamente, há muito o que melhorar em todos esses pontos – basta pensar no racismo todavia presente na sociedade e na sub-representação da mulher na vida política –, mas os avanços são incontestáveis.

Outra vitória que merece ser destacada é a manutenção da integridade do território ao longo desses 200 anos, de forma muito diferente ao que se viu em muitos outros países. Em 1903, mediante acordo com a Bolívia, houve ainda a anexação do atual Estado do Acre ao território brasileiro. É também de justiça mencionar que, durante esses dois séculos, o Brasil foi um dos líderes mundiais na preservação ambiental, com intensa participação e investimento da iniciativa privada.

É triste que o governo federal se empenhe tanto em prejudicar, nas questões ambientais, o bom nome do País perante a comunidade internacional. De toda forma, os dados nacionais mostram uma realidade especialmente positiva. Com responsabilidade ambiental e inovação tecnológica, o Brasil conseguiu ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo e manter dois terços do território nacional coberto por vegetação nativa (primária e secundária). É um feito cuja relevância só tende a aumentar ao longo do tempo.

O Bicentenário da Independência do Brasil remete também a outro tema fundamental para o desenvolvimento social e econômico do País. Nossa independência do Reino de Portugal abriu as portas para a instalação dos cursos superiores no Brasil. Enquanto Peru e México tinham universidades desde 1551, a primeira faculdade do Brasil (a do Largo de São Francisco) iniciou suas atividades acadêmicas em 1828. Hoje, sete universidades brasileiras estão entre as dez melhores da América Latina, segundo o ranking Times Higher Education.

Ainda que haja muitos pontos a melhorar, também se deve comemorar o muito que se caminhou desde 1822 em relação à educação fundamental e à saúde básica. Houve um espetacular trabalho de ampliação da oferta escolar em todas as regiões do País, como também se constata esta incrível conquista da sociedade brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS). Vários países mais ricos, considerados mais desenvolvidos, não têm um sistema público de saúde tão amplo e acessível como o nosso. O SUS tem muitos desafios, mas o que fez até aqui é digno de louvor.

O Bicentenário da Independência é ocasião de um renovado olhar para o País. Há muitos problemas, mas o Brasil não é mero “país do futuro”. Ao longo desses 200 anos, houve muito trabalho bem feito, cujos frutos são visíveis e merecem ser preservados e continuamente desenvolvidos.

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