Muito pouco, muito tarde


A dias de dar lugar a um crítico da ajuda à Ucrânia, Joe Biden dá uma força a Kiev

Por Notas & Informações

Com mil dias de guerra e a dois meses do final de seu mandato, o presidente americano, Joe Biden, finalmente concedeu a Kiev permissão para atingir o território russo com mísseis americanos. Segundo o jornal francês Le Figaro, França e Reino Unido também autorizaram o emprego de seus mísseis. Aliados europeus pressionam o relutante governo alemão a fazer o mesmo.

A mudança de paradigma é significativa. Pela primeira vez, um país com arsenal nuclear pode ser atacado por mísseis de potências adversárias. Na prática, é improvável que isso implique mudanças dramáticas de rumo no campo de batalha. Mas ao menos dará uma injeção de vigor no moral ucraniano, bastante degradado pelos avanços russos recentes, e fortalecerá a mão de Kiev para negociações que, ao que tudo indica, vão ocorrer no início do governo de Donald Trump.

O sinal verde não é irrestrito. Os ataques, em princípio, estarão limitados à região de Kursk Oblast, parcialmente ocupada por forças ucranianas. A motivação imediata é deter tropas norte-coreanas empregadas na região e dissuadir Pyongyang e Moscou de ampliarem sua colaboração. Os danos à capacidade militar russa serão limitados. Segundo o Pentágono, 90% dos caças russos que estão bombardeando a Ucrânia foram deslocados para áreas fora do alcance dos mísseis. Ainda assim, outros alvos, como depósitos de munição, postos de comando ou núcleos logísticos, podem ser atingidos.

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A grande questão é sobre a dimensão dos riscos. Vladimir Putin afirma que um ataque com mísseis ocidentais na Rússia significará um “envolvimento direto” na guerra, insinuando um conflito nuclear. A Ucrânia, porém, já vem utilizando mísseis para atacar posições inimigas na Crimeia, que Moscou considera território russo. Apesar das ameaças, a invasão de Kursk Oblast também não foi respondida com arsenal nuclear. Kiev, por sua vez, não arriscará perder o favor dos aliados transgredindo linhas traçadas por eles.

Putin está em condições relativamente favoráveis. Trump nunca condenou a invasão e favorece abertamente uma solução negociada. O Kremlin nega, mas, segundo a equipe de Trump, os dois líderes teriam conversado e Trump teria pedido contenção. A resposta de Putin nos últimos dias – uma saraivada de mísseis sobre a rede elétrica ucraniana, com grandes danos aos civis às portas do inverno – sinaliza que as negociações serão em termos duros. Mas Putin não pode arriscar encurralar Trump em uma posição de “perdedor” que nem ele nem o establishment republicano tolerarão.

Se Putin sabe que terá de fazer concessões a Trump, Kiev tentará ganhar a seu favor oferecendo vantagens aos EUA, como, por exemplo, a exploração de recursos naturais ucranianos ou o emprego de tropas na Europa.

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É provável que até a posse de Trump ambos os lados tentem infligir severos danos um ao outro buscando fortalecer suas posições. Os conflitos devem se intensificar, possivelmente atingindo um pico na guerra. Os riscos de erros de cálculo aumentam. Mas ambos têm razões para não queimar suas fichas em apostas excessivamente temerárias.

Com mil dias de guerra e a dois meses do final de seu mandato, o presidente americano, Joe Biden, finalmente concedeu a Kiev permissão para atingir o território russo com mísseis americanos. Segundo o jornal francês Le Figaro, França e Reino Unido também autorizaram o emprego de seus mísseis. Aliados europeus pressionam o relutante governo alemão a fazer o mesmo.

A mudança de paradigma é significativa. Pela primeira vez, um país com arsenal nuclear pode ser atacado por mísseis de potências adversárias. Na prática, é improvável que isso implique mudanças dramáticas de rumo no campo de batalha. Mas ao menos dará uma injeção de vigor no moral ucraniano, bastante degradado pelos avanços russos recentes, e fortalecerá a mão de Kiev para negociações que, ao que tudo indica, vão ocorrer no início do governo de Donald Trump.

O sinal verde não é irrestrito. Os ataques, em princípio, estarão limitados à região de Kursk Oblast, parcialmente ocupada por forças ucranianas. A motivação imediata é deter tropas norte-coreanas empregadas na região e dissuadir Pyongyang e Moscou de ampliarem sua colaboração. Os danos à capacidade militar russa serão limitados. Segundo o Pentágono, 90% dos caças russos que estão bombardeando a Ucrânia foram deslocados para áreas fora do alcance dos mísseis. Ainda assim, outros alvos, como depósitos de munição, postos de comando ou núcleos logísticos, podem ser atingidos.

A grande questão é sobre a dimensão dos riscos. Vladimir Putin afirma que um ataque com mísseis ocidentais na Rússia significará um “envolvimento direto” na guerra, insinuando um conflito nuclear. A Ucrânia, porém, já vem utilizando mísseis para atacar posições inimigas na Crimeia, que Moscou considera território russo. Apesar das ameaças, a invasão de Kursk Oblast também não foi respondida com arsenal nuclear. Kiev, por sua vez, não arriscará perder o favor dos aliados transgredindo linhas traçadas por eles.

Putin está em condições relativamente favoráveis. Trump nunca condenou a invasão e favorece abertamente uma solução negociada. O Kremlin nega, mas, segundo a equipe de Trump, os dois líderes teriam conversado e Trump teria pedido contenção. A resposta de Putin nos últimos dias – uma saraivada de mísseis sobre a rede elétrica ucraniana, com grandes danos aos civis às portas do inverno – sinaliza que as negociações serão em termos duros. Mas Putin não pode arriscar encurralar Trump em uma posição de “perdedor” que nem ele nem o establishment republicano tolerarão.

Se Putin sabe que terá de fazer concessões a Trump, Kiev tentará ganhar a seu favor oferecendo vantagens aos EUA, como, por exemplo, a exploração de recursos naturais ucranianos ou o emprego de tropas na Europa.

É provável que até a posse de Trump ambos os lados tentem infligir severos danos um ao outro buscando fortalecer suas posições. Os conflitos devem se intensificar, possivelmente atingindo um pico na guerra. Os riscos de erros de cálculo aumentam. Mas ambos têm razões para não queimar suas fichas em apostas excessivamente temerárias.

Com mil dias de guerra e a dois meses do final de seu mandato, o presidente americano, Joe Biden, finalmente concedeu a Kiev permissão para atingir o território russo com mísseis americanos. Segundo o jornal francês Le Figaro, França e Reino Unido também autorizaram o emprego de seus mísseis. Aliados europeus pressionam o relutante governo alemão a fazer o mesmo.

A mudança de paradigma é significativa. Pela primeira vez, um país com arsenal nuclear pode ser atacado por mísseis de potências adversárias. Na prática, é improvável que isso implique mudanças dramáticas de rumo no campo de batalha. Mas ao menos dará uma injeção de vigor no moral ucraniano, bastante degradado pelos avanços russos recentes, e fortalecerá a mão de Kiev para negociações que, ao que tudo indica, vão ocorrer no início do governo de Donald Trump.

O sinal verde não é irrestrito. Os ataques, em princípio, estarão limitados à região de Kursk Oblast, parcialmente ocupada por forças ucranianas. A motivação imediata é deter tropas norte-coreanas empregadas na região e dissuadir Pyongyang e Moscou de ampliarem sua colaboração. Os danos à capacidade militar russa serão limitados. Segundo o Pentágono, 90% dos caças russos que estão bombardeando a Ucrânia foram deslocados para áreas fora do alcance dos mísseis. Ainda assim, outros alvos, como depósitos de munição, postos de comando ou núcleos logísticos, podem ser atingidos.

A grande questão é sobre a dimensão dos riscos. Vladimir Putin afirma que um ataque com mísseis ocidentais na Rússia significará um “envolvimento direto” na guerra, insinuando um conflito nuclear. A Ucrânia, porém, já vem utilizando mísseis para atacar posições inimigas na Crimeia, que Moscou considera território russo. Apesar das ameaças, a invasão de Kursk Oblast também não foi respondida com arsenal nuclear. Kiev, por sua vez, não arriscará perder o favor dos aliados transgredindo linhas traçadas por eles.

Putin está em condições relativamente favoráveis. Trump nunca condenou a invasão e favorece abertamente uma solução negociada. O Kremlin nega, mas, segundo a equipe de Trump, os dois líderes teriam conversado e Trump teria pedido contenção. A resposta de Putin nos últimos dias – uma saraivada de mísseis sobre a rede elétrica ucraniana, com grandes danos aos civis às portas do inverno – sinaliza que as negociações serão em termos duros. Mas Putin não pode arriscar encurralar Trump em uma posição de “perdedor” que nem ele nem o establishment republicano tolerarão.

Se Putin sabe que terá de fazer concessões a Trump, Kiev tentará ganhar a seu favor oferecendo vantagens aos EUA, como, por exemplo, a exploração de recursos naturais ucranianos ou o emprego de tropas na Europa.

É provável que até a posse de Trump ambos os lados tentem infligir severos danos um ao outro buscando fortalecer suas posições. Os conflitos devem se intensificar, possivelmente atingindo um pico na guerra. Os riscos de erros de cálculo aumentam. Mas ambos têm razões para não queimar suas fichas em apostas excessivamente temerárias.

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