O alto custo dos transtornos mentais


Doenças mentais reduzem a produtividade e causam prejuízos bilionários. Cabe a governos e empresas enfrentar o problema, começando pela luta contra o preconceito

Por Notas & Informações

Transtornos mentais não são fonte apenas de enorme sofrimento individual: em suas mais variadas formas, afetam diretamente a economia do País. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estimou os impactos econômicos e sociais das doenças mentais. Entre eles, uma redução equivalente a 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB), com perdas bilionárias no faturamento das empresas e na arrecadação de impostos, além da redução de R$ 165 bilhões ao ano na renda das famílias. Os prejuízos atingem também a geração de empregos, com 801 mil vagas que deixam de ser criadas anualmente. Números impressionantes que falam alto sobre a necessidade de que governos e o mundo corporativo deem mais atenção ao tema.

O estudo da Fiemg analisou dados e projeções ligados à produtividade dos trabalhadores. Um deles dá conta de que pessoas acometidas de transtornos mentais perdem, em média, 51 dias de vida saudável por ano. Isso se reflete na diminuição da capacidade produtiva. Há problemas de todo tipo: desde o absenteísmo, medido em número de dias sem atividade profissional, até aposentadorias precoces e mortes prematuras, incluindo suicídios. A soma de tudo o que deixa de ser produzido, claro, resulta em prejuízos vultosos − um ciclo vicioso que joga para baixo a atividade econômica.

Infelizmente, não faltam obstáculos para o enfrentamento das doenças mentais e de suas consequências. Um deles é o estigma que cerca o assunto, ainda mais em ambientes profissionais. Vale notar que foi só na pandemia de covid-19, após o período mais agudo de isolamento social, que muitas empresas acordaram para o problema – como se distúrbios que afetam a saúde mental não demandassem a mesma atenção que outras doenças. Felizmente, esse erro começa a ser reparado.

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A lista de transtornos mentais é longa, mas ansiedade e depressão respondem por mais da metade dos casos no País. Segundo estimativa da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, citada no estudo, 10,2% da população brasileira acima de 18 anos sofria de depressão em 2019. Esse porcentual corresponde a um universo de 16,3 milhões de pessoas, sinal evidente de que o assunto não pode ser ignorado nas empresas nem nos órgãos públicos. Isso vale também para escolas, universidades e, por óbvio, o Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa ser fortalecido na sua capacidade de tratar e prevenir distúrbios.

O estudo da Fiemg cita estimativa da entidade independente britânica Royal Society for Public Health (Sociedade Real para Saúde Pública) de que 20% da população ocupada − 1 em cada 5 pessoas no mercado de trabalho − sofre de algum tipo de transtorno mental. Trata-se de um problema global: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que quase 1 bilhão de pessoas no mundo viviam com transtornos mentais em 2019, antes ainda da pandemia.

O psicólogo e terapeuta Alexandre Coimbra Cabral falou recentemente ao Valor sobre a barreira do preconceito, destacando que há subnotificação de casos de doença mental no País. Ele mencionou também o perigoso hábito da automedicação, afirmando que teria havido aumento no consumo de remédios para dormir durante a pandemia. “As empresas estão percebendo que a saúde mental não é problema específico de um grupo de pessoas. A ansiedade e a depressão atingem desde o chão de fábrica até o CEO”, disse Cabral.

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De fato, ninguém escolhe ficar doente e isso vale obviamente para transtornos mentais. A luta contra o estigma só tem a ganhar à medida que mais pessoas, especialmente quem ocupa cargos de liderança, falarem abertamente sobre o assunto. Foi o que fez recentemente nos Estados Unidos o senador democrata John Fetterman ao se internar num hospital para tratar de depressão. Que sua atitude seja inspiradora. Doenças mentais causam prejuízos bilionários, e fingir que não existem − ou que são problema só dos outros − está longe de ser a solução.

Transtornos mentais não são fonte apenas de enorme sofrimento individual: em suas mais variadas formas, afetam diretamente a economia do País. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estimou os impactos econômicos e sociais das doenças mentais. Entre eles, uma redução equivalente a 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB), com perdas bilionárias no faturamento das empresas e na arrecadação de impostos, além da redução de R$ 165 bilhões ao ano na renda das famílias. Os prejuízos atingem também a geração de empregos, com 801 mil vagas que deixam de ser criadas anualmente. Números impressionantes que falam alto sobre a necessidade de que governos e o mundo corporativo deem mais atenção ao tema.

O estudo da Fiemg analisou dados e projeções ligados à produtividade dos trabalhadores. Um deles dá conta de que pessoas acometidas de transtornos mentais perdem, em média, 51 dias de vida saudável por ano. Isso se reflete na diminuição da capacidade produtiva. Há problemas de todo tipo: desde o absenteísmo, medido em número de dias sem atividade profissional, até aposentadorias precoces e mortes prematuras, incluindo suicídios. A soma de tudo o que deixa de ser produzido, claro, resulta em prejuízos vultosos − um ciclo vicioso que joga para baixo a atividade econômica.

Infelizmente, não faltam obstáculos para o enfrentamento das doenças mentais e de suas consequências. Um deles é o estigma que cerca o assunto, ainda mais em ambientes profissionais. Vale notar que foi só na pandemia de covid-19, após o período mais agudo de isolamento social, que muitas empresas acordaram para o problema – como se distúrbios que afetam a saúde mental não demandassem a mesma atenção que outras doenças. Felizmente, esse erro começa a ser reparado.

A lista de transtornos mentais é longa, mas ansiedade e depressão respondem por mais da metade dos casos no País. Segundo estimativa da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, citada no estudo, 10,2% da população brasileira acima de 18 anos sofria de depressão em 2019. Esse porcentual corresponde a um universo de 16,3 milhões de pessoas, sinal evidente de que o assunto não pode ser ignorado nas empresas nem nos órgãos públicos. Isso vale também para escolas, universidades e, por óbvio, o Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa ser fortalecido na sua capacidade de tratar e prevenir distúrbios.

O estudo da Fiemg cita estimativa da entidade independente britânica Royal Society for Public Health (Sociedade Real para Saúde Pública) de que 20% da população ocupada − 1 em cada 5 pessoas no mercado de trabalho − sofre de algum tipo de transtorno mental. Trata-se de um problema global: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que quase 1 bilhão de pessoas no mundo viviam com transtornos mentais em 2019, antes ainda da pandemia.

O psicólogo e terapeuta Alexandre Coimbra Cabral falou recentemente ao Valor sobre a barreira do preconceito, destacando que há subnotificação de casos de doença mental no País. Ele mencionou também o perigoso hábito da automedicação, afirmando que teria havido aumento no consumo de remédios para dormir durante a pandemia. “As empresas estão percebendo que a saúde mental não é problema específico de um grupo de pessoas. A ansiedade e a depressão atingem desde o chão de fábrica até o CEO”, disse Cabral.

De fato, ninguém escolhe ficar doente e isso vale obviamente para transtornos mentais. A luta contra o estigma só tem a ganhar à medida que mais pessoas, especialmente quem ocupa cargos de liderança, falarem abertamente sobre o assunto. Foi o que fez recentemente nos Estados Unidos o senador democrata John Fetterman ao se internar num hospital para tratar de depressão. Que sua atitude seja inspiradora. Doenças mentais causam prejuízos bilionários, e fingir que não existem − ou que são problema só dos outros − está longe de ser a solução.

Transtornos mentais não são fonte apenas de enorme sofrimento individual: em suas mais variadas formas, afetam diretamente a economia do País. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estimou os impactos econômicos e sociais das doenças mentais. Entre eles, uma redução equivalente a 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB), com perdas bilionárias no faturamento das empresas e na arrecadação de impostos, além da redução de R$ 165 bilhões ao ano na renda das famílias. Os prejuízos atingem também a geração de empregos, com 801 mil vagas que deixam de ser criadas anualmente. Números impressionantes que falam alto sobre a necessidade de que governos e o mundo corporativo deem mais atenção ao tema.

O estudo da Fiemg analisou dados e projeções ligados à produtividade dos trabalhadores. Um deles dá conta de que pessoas acometidas de transtornos mentais perdem, em média, 51 dias de vida saudável por ano. Isso se reflete na diminuição da capacidade produtiva. Há problemas de todo tipo: desde o absenteísmo, medido em número de dias sem atividade profissional, até aposentadorias precoces e mortes prematuras, incluindo suicídios. A soma de tudo o que deixa de ser produzido, claro, resulta em prejuízos vultosos − um ciclo vicioso que joga para baixo a atividade econômica.

Infelizmente, não faltam obstáculos para o enfrentamento das doenças mentais e de suas consequências. Um deles é o estigma que cerca o assunto, ainda mais em ambientes profissionais. Vale notar que foi só na pandemia de covid-19, após o período mais agudo de isolamento social, que muitas empresas acordaram para o problema – como se distúrbios que afetam a saúde mental não demandassem a mesma atenção que outras doenças. Felizmente, esse erro começa a ser reparado.

A lista de transtornos mentais é longa, mas ansiedade e depressão respondem por mais da metade dos casos no País. Segundo estimativa da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, citada no estudo, 10,2% da população brasileira acima de 18 anos sofria de depressão em 2019. Esse porcentual corresponde a um universo de 16,3 milhões de pessoas, sinal evidente de que o assunto não pode ser ignorado nas empresas nem nos órgãos públicos. Isso vale também para escolas, universidades e, por óbvio, o Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa ser fortalecido na sua capacidade de tratar e prevenir distúrbios.

O estudo da Fiemg cita estimativa da entidade independente britânica Royal Society for Public Health (Sociedade Real para Saúde Pública) de que 20% da população ocupada − 1 em cada 5 pessoas no mercado de trabalho − sofre de algum tipo de transtorno mental. Trata-se de um problema global: a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que quase 1 bilhão de pessoas no mundo viviam com transtornos mentais em 2019, antes ainda da pandemia.

O psicólogo e terapeuta Alexandre Coimbra Cabral falou recentemente ao Valor sobre a barreira do preconceito, destacando que há subnotificação de casos de doença mental no País. Ele mencionou também o perigoso hábito da automedicação, afirmando que teria havido aumento no consumo de remédios para dormir durante a pandemia. “As empresas estão percebendo que a saúde mental não é problema específico de um grupo de pessoas. A ansiedade e a depressão atingem desde o chão de fábrica até o CEO”, disse Cabral.

De fato, ninguém escolhe ficar doente e isso vale obviamente para transtornos mentais. A luta contra o estigma só tem a ganhar à medida que mais pessoas, especialmente quem ocupa cargos de liderança, falarem abertamente sobre o assunto. Foi o que fez recentemente nos Estados Unidos o senador democrata John Fetterman ao se internar num hospital para tratar de depressão. Que sua atitude seja inspiradora. Doenças mentais causam prejuízos bilionários, e fingir que não existem − ou que são problema só dos outros − está longe de ser a solução.

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