O apetite do PT e a dieta do Centrão


PT atacou o que chama de ‘forças conservadoras fisiológicas’ do Centrão e a pressão pelas emendas parlamentares, mas no fundo o que deseja mesmo é não dividir poder com a coalizão

Por Notas & Informações

Custará caro ao governo a soma de constrangimentos políticos produzidos pela resolução do PT aprovada em recente encontro do diretório nacional do partido. Não satisfeita em despejar sua artilharia contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pregar a gastança com fins eleitorais, a cúpula petista, encabeçada pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, manteve em seu documento oficial uma dura queixa dirigida ao Centrão. Apesar dos clamores de algumas lideranças do PT no Congresso – temerosas, com razão, das fissuras abertas com o poderoso bloco liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) –, o texto pôs o dedo em riste para o que chamou de “forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão”.

Na expectativa de mudanças na equipe ministerial nos próximos meses, boa parte do cacicado petista pressiona o presidente Lula da Silva a frear o apetite do Centrão por mais postos na Esplanada dos Ministérios. Dispensável dizer que tais movimentos não seriam sustentados por Gleisi Hoffmann sem a anuência e a preferência do chefe – a começar porque a iniciativa partiu da ala da qual Lula faz parte e lidera, a Construindo um Novo Brasil (CNB). É também escolha conveniente: usar o partido para dizer aquilo que o presidente e seus articuladores políticos não podem dizer à luz do dia. Para Gleisi, um documento petista teria baixo efeito sobre os humores do Congresso. Engana-se. O estrago pode ser grande.

À primeira vista, o argumento é considerável: o governo não pode ficar refém, cedendo cargos e aumentando as emendas parlamentares do Centrão, em troca de um apoio habitualmente instável. No entanto, conhecendo a cosmogonia petista, apetite se combate com apetite. Para o PT, nunca foi suficiente ocupar todos os Ministérios lotados no Palácio do Planalto (Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Relações Institucionais e Secretaria da Comunicação, além da Advocacia-Geral da União). Ou as pastas da Fazenda, Educação, Desenvolvimento Social, Trabalho e Desenvolvimento Agrário, quase todas meninas dos olhos da agenda do partido. O PT quer mais, seguindo sua gula habitual: aos amigos, tudo; ao restante da coalizão, as sobras.

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Convém reconhecer que o orçamento secreto, deformação das chamadas emendas de relator (que tinham objetivo meramente contábil), criou uma demanda dos parlamentares por liberações mais discricionárias e mais ágeis dos recursos. O orçamento secreto acabou, mas muitas de suas engrenagens se mantiveram. E a busca por recursos e cargos ficou mais exigente, amplificada pelo fato de que partidos médios e pequenos se uniram em grandes blocos, de modo a melhorar o acesso a recursos de poder. Com isso é muito menor a margem de manobra presidencial no manejo da coalizão do governo.

O problema, e isso os petistas têm dificuldade de entender, é que a coalizão já enfrenta problemas que vão além do Orçamento. Em circunstâncias normais, Lula precisaria de MDB, União Brasil e PSD como fiadores da sua coalizão para levar o governo para o centro – e não para o Centrão. Mas nem o presidente acredita nessa ideia. Ao chegar ao Palácio do Planalto, Lula tinha dois caminhos a seguir: ser um governo petista ou da frente democrática. Disse que seria da frente democrática, mas no fundo governa como petista. E assim partido algum, sozinho ou junto com os demais, é capaz de dar todos os votos de que o governo precisa – nem mesmo quando estão em relativa paz interna. O Centrão sabe disso.

Com fama de exibir atributos especiais como articulador político, o presidente terá de fazer escolhas. Diante de um Congresso indócil, e na ausência de grandes bancadas partidárias que garantam sustentação parlamentar, a cautela poderá ser a senhora do destino deste mandato. Por necessidade e pragmatismo, Lula precisa do Centrão. E goste-se ou não, na prática, o Centrão é formado por partidos que tanto asseguram a governabilidade e o funcionamento ao Congresso quanto impõem freios à radicalização do governo, à esquerda e à direita. Foi o que impediu, por exemplo, que o governo bolsonarista fosse 100% bolsonarista. E é o que impedirá que o governo petista seja 100% petista.

Custará caro ao governo a soma de constrangimentos políticos produzidos pela resolução do PT aprovada em recente encontro do diretório nacional do partido. Não satisfeita em despejar sua artilharia contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pregar a gastança com fins eleitorais, a cúpula petista, encabeçada pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, manteve em seu documento oficial uma dura queixa dirigida ao Centrão. Apesar dos clamores de algumas lideranças do PT no Congresso – temerosas, com razão, das fissuras abertas com o poderoso bloco liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) –, o texto pôs o dedo em riste para o que chamou de “forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão”.

Na expectativa de mudanças na equipe ministerial nos próximos meses, boa parte do cacicado petista pressiona o presidente Lula da Silva a frear o apetite do Centrão por mais postos na Esplanada dos Ministérios. Dispensável dizer que tais movimentos não seriam sustentados por Gleisi Hoffmann sem a anuência e a preferência do chefe – a começar porque a iniciativa partiu da ala da qual Lula faz parte e lidera, a Construindo um Novo Brasil (CNB). É também escolha conveniente: usar o partido para dizer aquilo que o presidente e seus articuladores políticos não podem dizer à luz do dia. Para Gleisi, um documento petista teria baixo efeito sobre os humores do Congresso. Engana-se. O estrago pode ser grande.

À primeira vista, o argumento é considerável: o governo não pode ficar refém, cedendo cargos e aumentando as emendas parlamentares do Centrão, em troca de um apoio habitualmente instável. No entanto, conhecendo a cosmogonia petista, apetite se combate com apetite. Para o PT, nunca foi suficiente ocupar todos os Ministérios lotados no Palácio do Planalto (Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Relações Institucionais e Secretaria da Comunicação, além da Advocacia-Geral da União). Ou as pastas da Fazenda, Educação, Desenvolvimento Social, Trabalho e Desenvolvimento Agrário, quase todas meninas dos olhos da agenda do partido. O PT quer mais, seguindo sua gula habitual: aos amigos, tudo; ao restante da coalizão, as sobras.

Convém reconhecer que o orçamento secreto, deformação das chamadas emendas de relator (que tinham objetivo meramente contábil), criou uma demanda dos parlamentares por liberações mais discricionárias e mais ágeis dos recursos. O orçamento secreto acabou, mas muitas de suas engrenagens se mantiveram. E a busca por recursos e cargos ficou mais exigente, amplificada pelo fato de que partidos médios e pequenos se uniram em grandes blocos, de modo a melhorar o acesso a recursos de poder. Com isso é muito menor a margem de manobra presidencial no manejo da coalizão do governo.

O problema, e isso os petistas têm dificuldade de entender, é que a coalizão já enfrenta problemas que vão além do Orçamento. Em circunstâncias normais, Lula precisaria de MDB, União Brasil e PSD como fiadores da sua coalizão para levar o governo para o centro – e não para o Centrão. Mas nem o presidente acredita nessa ideia. Ao chegar ao Palácio do Planalto, Lula tinha dois caminhos a seguir: ser um governo petista ou da frente democrática. Disse que seria da frente democrática, mas no fundo governa como petista. E assim partido algum, sozinho ou junto com os demais, é capaz de dar todos os votos de que o governo precisa – nem mesmo quando estão em relativa paz interna. O Centrão sabe disso.

Com fama de exibir atributos especiais como articulador político, o presidente terá de fazer escolhas. Diante de um Congresso indócil, e na ausência de grandes bancadas partidárias que garantam sustentação parlamentar, a cautela poderá ser a senhora do destino deste mandato. Por necessidade e pragmatismo, Lula precisa do Centrão. E goste-se ou não, na prática, o Centrão é formado por partidos que tanto asseguram a governabilidade e o funcionamento ao Congresso quanto impõem freios à radicalização do governo, à esquerda e à direita. Foi o que impediu, por exemplo, que o governo bolsonarista fosse 100% bolsonarista. E é o que impedirá que o governo petista seja 100% petista.

Custará caro ao governo a soma de constrangimentos políticos produzidos pela resolução do PT aprovada em recente encontro do diretório nacional do partido. Não satisfeita em despejar sua artilharia contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pregar a gastança com fins eleitorais, a cúpula petista, encabeçada pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, manteve em seu documento oficial uma dura queixa dirigida ao Centrão. Apesar dos clamores de algumas lideranças do PT no Congresso – temerosas, com razão, das fissuras abertas com o poderoso bloco liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) –, o texto pôs o dedo em riste para o que chamou de “forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão”.

Na expectativa de mudanças na equipe ministerial nos próximos meses, boa parte do cacicado petista pressiona o presidente Lula da Silva a frear o apetite do Centrão por mais postos na Esplanada dos Ministérios. Dispensável dizer que tais movimentos não seriam sustentados por Gleisi Hoffmann sem a anuência e a preferência do chefe – a começar porque a iniciativa partiu da ala da qual Lula faz parte e lidera, a Construindo um Novo Brasil (CNB). É também escolha conveniente: usar o partido para dizer aquilo que o presidente e seus articuladores políticos não podem dizer à luz do dia. Para Gleisi, um documento petista teria baixo efeito sobre os humores do Congresso. Engana-se. O estrago pode ser grande.

À primeira vista, o argumento é considerável: o governo não pode ficar refém, cedendo cargos e aumentando as emendas parlamentares do Centrão, em troca de um apoio habitualmente instável. No entanto, conhecendo a cosmogonia petista, apetite se combate com apetite. Para o PT, nunca foi suficiente ocupar todos os Ministérios lotados no Palácio do Planalto (Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Relações Institucionais e Secretaria da Comunicação, além da Advocacia-Geral da União). Ou as pastas da Fazenda, Educação, Desenvolvimento Social, Trabalho e Desenvolvimento Agrário, quase todas meninas dos olhos da agenda do partido. O PT quer mais, seguindo sua gula habitual: aos amigos, tudo; ao restante da coalizão, as sobras.

Convém reconhecer que o orçamento secreto, deformação das chamadas emendas de relator (que tinham objetivo meramente contábil), criou uma demanda dos parlamentares por liberações mais discricionárias e mais ágeis dos recursos. O orçamento secreto acabou, mas muitas de suas engrenagens se mantiveram. E a busca por recursos e cargos ficou mais exigente, amplificada pelo fato de que partidos médios e pequenos se uniram em grandes blocos, de modo a melhorar o acesso a recursos de poder. Com isso é muito menor a margem de manobra presidencial no manejo da coalizão do governo.

O problema, e isso os petistas têm dificuldade de entender, é que a coalizão já enfrenta problemas que vão além do Orçamento. Em circunstâncias normais, Lula precisaria de MDB, União Brasil e PSD como fiadores da sua coalizão para levar o governo para o centro – e não para o Centrão. Mas nem o presidente acredita nessa ideia. Ao chegar ao Palácio do Planalto, Lula tinha dois caminhos a seguir: ser um governo petista ou da frente democrática. Disse que seria da frente democrática, mas no fundo governa como petista. E assim partido algum, sozinho ou junto com os demais, é capaz de dar todos os votos de que o governo precisa – nem mesmo quando estão em relativa paz interna. O Centrão sabe disso.

Com fama de exibir atributos especiais como articulador político, o presidente terá de fazer escolhas. Diante de um Congresso indócil, e na ausência de grandes bancadas partidárias que garantam sustentação parlamentar, a cautela poderá ser a senhora do destino deste mandato. Por necessidade e pragmatismo, Lula precisa do Centrão. E goste-se ou não, na prática, o Centrão é formado por partidos que tanto asseguram a governabilidade e o funcionamento ao Congresso quanto impõem freios à radicalização do governo, à esquerda e à direita. Foi o que impediu, por exemplo, que o governo bolsonarista fosse 100% bolsonarista. E é o que impedirá que o governo petista seja 100% petista.

Custará caro ao governo a soma de constrangimentos políticos produzidos pela resolução do PT aprovada em recente encontro do diretório nacional do partido. Não satisfeita em despejar sua artilharia contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pregar a gastança com fins eleitorais, a cúpula petista, encabeçada pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, manteve em seu documento oficial uma dura queixa dirigida ao Centrão. Apesar dos clamores de algumas lideranças do PT no Congresso – temerosas, com razão, das fissuras abertas com o poderoso bloco liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) –, o texto pôs o dedo em riste para o que chamou de “forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão”.

Na expectativa de mudanças na equipe ministerial nos próximos meses, boa parte do cacicado petista pressiona o presidente Lula da Silva a frear o apetite do Centrão por mais postos na Esplanada dos Ministérios. Dispensável dizer que tais movimentos não seriam sustentados por Gleisi Hoffmann sem a anuência e a preferência do chefe – a começar porque a iniciativa partiu da ala da qual Lula faz parte e lidera, a Construindo um Novo Brasil (CNB). É também escolha conveniente: usar o partido para dizer aquilo que o presidente e seus articuladores políticos não podem dizer à luz do dia. Para Gleisi, um documento petista teria baixo efeito sobre os humores do Congresso. Engana-se. O estrago pode ser grande.

À primeira vista, o argumento é considerável: o governo não pode ficar refém, cedendo cargos e aumentando as emendas parlamentares do Centrão, em troca de um apoio habitualmente instável. No entanto, conhecendo a cosmogonia petista, apetite se combate com apetite. Para o PT, nunca foi suficiente ocupar todos os Ministérios lotados no Palácio do Planalto (Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Relações Institucionais e Secretaria da Comunicação, além da Advocacia-Geral da União). Ou as pastas da Fazenda, Educação, Desenvolvimento Social, Trabalho e Desenvolvimento Agrário, quase todas meninas dos olhos da agenda do partido. O PT quer mais, seguindo sua gula habitual: aos amigos, tudo; ao restante da coalizão, as sobras.

Convém reconhecer que o orçamento secreto, deformação das chamadas emendas de relator (que tinham objetivo meramente contábil), criou uma demanda dos parlamentares por liberações mais discricionárias e mais ágeis dos recursos. O orçamento secreto acabou, mas muitas de suas engrenagens se mantiveram. E a busca por recursos e cargos ficou mais exigente, amplificada pelo fato de que partidos médios e pequenos se uniram em grandes blocos, de modo a melhorar o acesso a recursos de poder. Com isso é muito menor a margem de manobra presidencial no manejo da coalizão do governo.

O problema, e isso os petistas têm dificuldade de entender, é que a coalizão já enfrenta problemas que vão além do Orçamento. Em circunstâncias normais, Lula precisaria de MDB, União Brasil e PSD como fiadores da sua coalizão para levar o governo para o centro – e não para o Centrão. Mas nem o presidente acredita nessa ideia. Ao chegar ao Palácio do Planalto, Lula tinha dois caminhos a seguir: ser um governo petista ou da frente democrática. Disse que seria da frente democrática, mas no fundo governa como petista. E assim partido algum, sozinho ou junto com os demais, é capaz de dar todos os votos de que o governo precisa – nem mesmo quando estão em relativa paz interna. O Centrão sabe disso.

Com fama de exibir atributos especiais como articulador político, o presidente terá de fazer escolhas. Diante de um Congresso indócil, e na ausência de grandes bancadas partidárias que garantam sustentação parlamentar, a cautela poderá ser a senhora do destino deste mandato. Por necessidade e pragmatismo, Lula precisa do Centrão. E goste-se ou não, na prática, o Centrão é formado por partidos que tanto asseguram a governabilidade e o funcionamento ao Congresso quanto impõem freios à radicalização do governo, à esquerda e à direita. Foi o que impediu, por exemplo, que o governo bolsonarista fosse 100% bolsonarista. E é o que impedirá que o governo petista seja 100% petista.

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