O Brasil diante de Trump


Com Trump de volta à Casa Branca, Lula terá o desafio de frear os apelos militantes, conter os delírios terceiro-mundistas e reforçar o tradicional pragmatismo como norte da diplomacia

Por Notas & Informações

O retorno de Donald Trump à Casa Branca, com todas as diferenças, fricções e incertezas políticas que o regem, exigirá do governo do presidente Lula da Silva uma demonstração exemplar de maturidade e pragmatismo – atributos que historicamente marcam a diplomacia brasileira e não raro faltam ao lulopetismo. O principal desafio de Lula, como foi do então presidente Jair Bolsonaro, será não ceder aos ruidosos apelos de sua militância, que no caso das preferências da esquerda brasileira costumam ser guiadas por paixões, delírios terceiro-mundistas e aversão ao Ocidente simbolizado pela liderança dos Estados Unidos. No reino das relações exteriores, contudo, militância e paixões são péssimas conselheiras.

Os primeiros sinais emitidos pelo Palácio do Planalto parecem razoavelmente auspiciosos. O presidente brasileiro foi rápido e correto ao cumprimentar publicamente Trump pela notável vitória, logo após a confirmação de que o republicano fora eleito o novo presidente dos EUA. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos EUA”, escreveu Lula nas redes sociais, acrescentando que “a democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada” e que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”. Terminou a nota com votos de “sorte e sucesso ao novo governo”.

O tom conciliatório já o distancia, de partida, da demora infantil adotada pelo Brasil quando Joe Biden derrotou Trump, quatro anos atrás. Bolsonaro e o Itamaraty, sob a liderança constrangedora do chanceler Ernesto Araújo, levaram longos 28 dias para reconhecer e parabenizar o presidente eleito, uma tardança que levou o Partido Democrata a tratar o Brasil com indiferença. Como se sabe, sob as ordens de Bolsonaro e a diligente condução de seu chanceler, a política externa era empreendida para livrar o Brasil do “jugo esquerdista”, do “marxismo cultural” e do “globalismo”, algo que colocou o País na inédita posição de pária no cenário internacional.

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Delírios similares, embora com sinais trocados, podem ser vistos entre porta-vozes do lulopetismo. Descontado o receio natural de que a nova gestão de Trump permita avançar a extrema direita internacional, impulsione novos ventos autocráticos mundo afora e promova recuos em temas-chave como meio ambiente, cooperação científica, ações humanitárias e comércio, é o momento de evitar conclusões políticas açodadas. O próprio Lula derrapou de maneira constrangedora ao declarar a uma TV francesa, quatro dias antes da eleição americana, que torcia pela adversária de Trump, a democrata Kamala Harris, e ao sugerir que uma vitória do republicano representaria a volta do “fascismo e do nazismo” com “outra cara”. Ou Lula tinha absoluta certeza da derrota de Trump ou não viu problema em tecer comentários indevidos e desairosos sobre as eleições de outro país – algo, aliás, que ele evita fazer quando se trata de respeitar a “soberania” de ditaduras camaradas. Seja o que for, tratou-se de uma evidente estultice, com potencial para, agora, gerar embaraços diplomáticos.

Há chance, porém, de corrigir a rota, desde que não caia na tentação de outros arroubos retóricos desnecessários. Sobretudo quando o Brasil tem a necessidade de preservar seus laços diplomáticos e comerciais com as principais potências, mesmo diante de um cenário geopolítico marcado por tensões crescentes entre os EUA e a Europa, de um lado, e a China e a Rússia, de outro. A história recente sugere o valor do pragmatismo, especialmente porque a relação comercial entre americanos e chineses se tornou a espinha dorsal da economia global. Não surpreende, por exemplo, que noves fora os momentos em que Lula e Bolsonaro usaram a geopolítica para mobilizar a militância, tanto a política externa de um quanto a de outro tenham, no geral, resistido às pressões de lado a lado.

O Brasil ganhará se Lula mantiver os interesses do País acima das preferências de sua base ideológica. Isso não evitará as muitas diatribes que se esperam do irascível Trump, mas ajudará a conter muitos danos. No meio da rinha ideológica e retórica, é o Brasil quem terá mais a perder.

O retorno de Donald Trump à Casa Branca, com todas as diferenças, fricções e incertezas políticas que o regem, exigirá do governo do presidente Lula da Silva uma demonstração exemplar de maturidade e pragmatismo – atributos que historicamente marcam a diplomacia brasileira e não raro faltam ao lulopetismo. O principal desafio de Lula, como foi do então presidente Jair Bolsonaro, será não ceder aos ruidosos apelos de sua militância, que no caso das preferências da esquerda brasileira costumam ser guiadas por paixões, delírios terceiro-mundistas e aversão ao Ocidente simbolizado pela liderança dos Estados Unidos. No reino das relações exteriores, contudo, militância e paixões são péssimas conselheiras.

Os primeiros sinais emitidos pelo Palácio do Planalto parecem razoavelmente auspiciosos. O presidente brasileiro foi rápido e correto ao cumprimentar publicamente Trump pela notável vitória, logo após a confirmação de que o republicano fora eleito o novo presidente dos EUA. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos EUA”, escreveu Lula nas redes sociais, acrescentando que “a democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada” e que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”. Terminou a nota com votos de “sorte e sucesso ao novo governo”.

O tom conciliatório já o distancia, de partida, da demora infantil adotada pelo Brasil quando Joe Biden derrotou Trump, quatro anos atrás. Bolsonaro e o Itamaraty, sob a liderança constrangedora do chanceler Ernesto Araújo, levaram longos 28 dias para reconhecer e parabenizar o presidente eleito, uma tardança que levou o Partido Democrata a tratar o Brasil com indiferença. Como se sabe, sob as ordens de Bolsonaro e a diligente condução de seu chanceler, a política externa era empreendida para livrar o Brasil do “jugo esquerdista”, do “marxismo cultural” e do “globalismo”, algo que colocou o País na inédita posição de pária no cenário internacional.

Delírios similares, embora com sinais trocados, podem ser vistos entre porta-vozes do lulopetismo. Descontado o receio natural de que a nova gestão de Trump permita avançar a extrema direita internacional, impulsione novos ventos autocráticos mundo afora e promova recuos em temas-chave como meio ambiente, cooperação científica, ações humanitárias e comércio, é o momento de evitar conclusões políticas açodadas. O próprio Lula derrapou de maneira constrangedora ao declarar a uma TV francesa, quatro dias antes da eleição americana, que torcia pela adversária de Trump, a democrata Kamala Harris, e ao sugerir que uma vitória do republicano representaria a volta do “fascismo e do nazismo” com “outra cara”. Ou Lula tinha absoluta certeza da derrota de Trump ou não viu problema em tecer comentários indevidos e desairosos sobre as eleições de outro país – algo, aliás, que ele evita fazer quando se trata de respeitar a “soberania” de ditaduras camaradas. Seja o que for, tratou-se de uma evidente estultice, com potencial para, agora, gerar embaraços diplomáticos.

Há chance, porém, de corrigir a rota, desde que não caia na tentação de outros arroubos retóricos desnecessários. Sobretudo quando o Brasil tem a necessidade de preservar seus laços diplomáticos e comerciais com as principais potências, mesmo diante de um cenário geopolítico marcado por tensões crescentes entre os EUA e a Europa, de um lado, e a China e a Rússia, de outro. A história recente sugere o valor do pragmatismo, especialmente porque a relação comercial entre americanos e chineses se tornou a espinha dorsal da economia global. Não surpreende, por exemplo, que noves fora os momentos em que Lula e Bolsonaro usaram a geopolítica para mobilizar a militância, tanto a política externa de um quanto a de outro tenham, no geral, resistido às pressões de lado a lado.

O Brasil ganhará se Lula mantiver os interesses do País acima das preferências de sua base ideológica. Isso não evitará as muitas diatribes que se esperam do irascível Trump, mas ajudará a conter muitos danos. No meio da rinha ideológica e retórica, é o Brasil quem terá mais a perder.

O retorno de Donald Trump à Casa Branca, com todas as diferenças, fricções e incertezas políticas que o regem, exigirá do governo do presidente Lula da Silva uma demonstração exemplar de maturidade e pragmatismo – atributos que historicamente marcam a diplomacia brasileira e não raro faltam ao lulopetismo. O principal desafio de Lula, como foi do então presidente Jair Bolsonaro, será não ceder aos ruidosos apelos de sua militância, que no caso das preferências da esquerda brasileira costumam ser guiadas por paixões, delírios terceiro-mundistas e aversão ao Ocidente simbolizado pela liderança dos Estados Unidos. No reino das relações exteriores, contudo, militância e paixões são péssimas conselheiras.

Os primeiros sinais emitidos pelo Palácio do Planalto parecem razoavelmente auspiciosos. O presidente brasileiro foi rápido e correto ao cumprimentar publicamente Trump pela notável vitória, logo após a confirmação de que o republicano fora eleito o novo presidente dos EUA. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos EUA”, escreveu Lula nas redes sociais, acrescentando que “a democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada” e que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”. Terminou a nota com votos de “sorte e sucesso ao novo governo”.

O tom conciliatório já o distancia, de partida, da demora infantil adotada pelo Brasil quando Joe Biden derrotou Trump, quatro anos atrás. Bolsonaro e o Itamaraty, sob a liderança constrangedora do chanceler Ernesto Araújo, levaram longos 28 dias para reconhecer e parabenizar o presidente eleito, uma tardança que levou o Partido Democrata a tratar o Brasil com indiferença. Como se sabe, sob as ordens de Bolsonaro e a diligente condução de seu chanceler, a política externa era empreendida para livrar o Brasil do “jugo esquerdista”, do “marxismo cultural” e do “globalismo”, algo que colocou o País na inédita posição de pária no cenário internacional.

Delírios similares, embora com sinais trocados, podem ser vistos entre porta-vozes do lulopetismo. Descontado o receio natural de que a nova gestão de Trump permita avançar a extrema direita internacional, impulsione novos ventos autocráticos mundo afora e promova recuos em temas-chave como meio ambiente, cooperação científica, ações humanitárias e comércio, é o momento de evitar conclusões políticas açodadas. O próprio Lula derrapou de maneira constrangedora ao declarar a uma TV francesa, quatro dias antes da eleição americana, que torcia pela adversária de Trump, a democrata Kamala Harris, e ao sugerir que uma vitória do republicano representaria a volta do “fascismo e do nazismo” com “outra cara”. Ou Lula tinha absoluta certeza da derrota de Trump ou não viu problema em tecer comentários indevidos e desairosos sobre as eleições de outro país – algo, aliás, que ele evita fazer quando se trata de respeitar a “soberania” de ditaduras camaradas. Seja o que for, tratou-se de uma evidente estultice, com potencial para, agora, gerar embaraços diplomáticos.

Há chance, porém, de corrigir a rota, desde que não caia na tentação de outros arroubos retóricos desnecessários. Sobretudo quando o Brasil tem a necessidade de preservar seus laços diplomáticos e comerciais com as principais potências, mesmo diante de um cenário geopolítico marcado por tensões crescentes entre os EUA e a Europa, de um lado, e a China e a Rússia, de outro. A história recente sugere o valor do pragmatismo, especialmente porque a relação comercial entre americanos e chineses se tornou a espinha dorsal da economia global. Não surpreende, por exemplo, que noves fora os momentos em que Lula e Bolsonaro usaram a geopolítica para mobilizar a militância, tanto a política externa de um quanto a de outro tenham, no geral, resistido às pressões de lado a lado.

O Brasil ganhará se Lula mantiver os interesses do País acima das preferências de sua base ideológica. Isso não evitará as muitas diatribes que se esperam do irascível Trump, mas ajudará a conter muitos danos. No meio da rinha ideológica e retórica, é o Brasil quem terá mais a perder.

O retorno de Donald Trump à Casa Branca, com todas as diferenças, fricções e incertezas políticas que o regem, exigirá do governo do presidente Lula da Silva uma demonstração exemplar de maturidade e pragmatismo – atributos que historicamente marcam a diplomacia brasileira e não raro faltam ao lulopetismo. O principal desafio de Lula, como foi do então presidente Jair Bolsonaro, será não ceder aos ruidosos apelos de sua militância, que no caso das preferências da esquerda brasileira costumam ser guiadas por paixões, delírios terceiro-mundistas e aversão ao Ocidente simbolizado pela liderança dos Estados Unidos. No reino das relações exteriores, contudo, militância e paixões são péssimas conselheiras.

Os primeiros sinais emitidos pelo Palácio do Planalto parecem razoavelmente auspiciosos. O presidente brasileiro foi rápido e correto ao cumprimentar publicamente Trump pela notável vitória, logo após a confirmação de que o republicano fora eleito o novo presidente dos EUA. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos EUA”, escreveu Lula nas redes sociais, acrescentando que “a democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada” e que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”. Terminou a nota com votos de “sorte e sucesso ao novo governo”.

O tom conciliatório já o distancia, de partida, da demora infantil adotada pelo Brasil quando Joe Biden derrotou Trump, quatro anos atrás. Bolsonaro e o Itamaraty, sob a liderança constrangedora do chanceler Ernesto Araújo, levaram longos 28 dias para reconhecer e parabenizar o presidente eleito, uma tardança que levou o Partido Democrata a tratar o Brasil com indiferença. Como se sabe, sob as ordens de Bolsonaro e a diligente condução de seu chanceler, a política externa era empreendida para livrar o Brasil do “jugo esquerdista”, do “marxismo cultural” e do “globalismo”, algo que colocou o País na inédita posição de pária no cenário internacional.

Delírios similares, embora com sinais trocados, podem ser vistos entre porta-vozes do lulopetismo. Descontado o receio natural de que a nova gestão de Trump permita avançar a extrema direita internacional, impulsione novos ventos autocráticos mundo afora e promova recuos em temas-chave como meio ambiente, cooperação científica, ações humanitárias e comércio, é o momento de evitar conclusões políticas açodadas. O próprio Lula derrapou de maneira constrangedora ao declarar a uma TV francesa, quatro dias antes da eleição americana, que torcia pela adversária de Trump, a democrata Kamala Harris, e ao sugerir que uma vitória do republicano representaria a volta do “fascismo e do nazismo” com “outra cara”. Ou Lula tinha absoluta certeza da derrota de Trump ou não viu problema em tecer comentários indevidos e desairosos sobre as eleições de outro país – algo, aliás, que ele evita fazer quando se trata de respeitar a “soberania” de ditaduras camaradas. Seja o que for, tratou-se de uma evidente estultice, com potencial para, agora, gerar embaraços diplomáticos.

Há chance, porém, de corrigir a rota, desde que não caia na tentação de outros arroubos retóricos desnecessários. Sobretudo quando o Brasil tem a necessidade de preservar seus laços diplomáticos e comerciais com as principais potências, mesmo diante de um cenário geopolítico marcado por tensões crescentes entre os EUA e a Europa, de um lado, e a China e a Rússia, de outro. A história recente sugere o valor do pragmatismo, especialmente porque a relação comercial entre americanos e chineses se tornou a espinha dorsal da economia global. Não surpreende, por exemplo, que noves fora os momentos em que Lula e Bolsonaro usaram a geopolítica para mobilizar a militância, tanto a política externa de um quanto a de outro tenham, no geral, resistido às pressões de lado a lado.

O Brasil ganhará se Lula mantiver os interesses do País acima das preferências de sua base ideológica. Isso não evitará as muitas diatribes que se esperam do irascível Trump, mas ajudará a conter muitos danos. No meio da rinha ideológica e retórica, é o Brasil quem terá mais a perder.

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