O centro se sustenta na França


Mas não se sabe até quando. A sociedade segue dividida, o extremismo cresce e reacionários se aproximam do poder

Por Notas&Informações
Atualização:

Em meio ao desafio da reconstrução pós-covid, atravessado pela guerra, a vitória do centrista Emmanuel Macron nas eleições francesas foi um alívio para os liberais franceses e os aliados da França na União Europeia (UE) e na Otan. Mas isso não anula o fato de que a sociedade francesa segue profundamente dividida e a extrema-direita está forte como nunca desde a 2.ª Guerra.

Ao admitir a derrota, a ultraconservadora Marine Le Pen declarou que o resultado foi uma “vitória fulgurante” que evidencia um “grande confronto” em relação aos líderes nacionais e europeus. De fato, há 20 anos, seu pai, Jean-Marie Le Pen, levou menos de 18% dos votos no segundo turno. Em 2017, Marine Le Pen dobrou esse contingente, com 34% dos votos. Agora, foram 41%. Ela venceu em várias províncias, especialmente em zonas rurais, assim como entre os jovens e a classe operária.

Sua campanha se concentrou no custo de vida e suavizou seu radicalismo, mas não alterou as inconsistências e o chauvinismo de sua agenda. Seu programa doméstico é uma mescla populista de mais gastos, menos impostos, aposentadoria precoce e protecionismo. Se já não fala em um “Frexit”, insiste em políticas incompatíveis com o mercado comum europeu, como a preferência à lei francesa sobre a UE ou aos cidadãos franceses sobre os estrangeiros.

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Ainda assim, se sua derrota teve um gosto de vitória, a vitória de Macron não teve, ao menos não na mesma proporção, um gosto de derrota. Os reais derrotados foram os partidos tradicionais da direita e da esquerda. No primeiro turno, eles conquistaram só 6,5% dos votos – 20 pontos a menos em relação a 2017.

Criado em 2016, o partido En Marche de Macron aglutinou alguns dos melhores quadros do centro. Macron venceu as duas eleições que disputou, tornando-se o primeiro presidente reeleito em 20 anos e o primeiro desde o pós-guerra a ser reconduzido com uma maioria parlamentar.

Com o início vacilante do novo chanceler alemão, Macron é hoje o líder mais influente da Europa. Os eventos recentes lhe deram razão em sua defesa por mais integração. Ele persuadiu a UE a emitir títulos para financiar a recuperação pós-covid, e a guerra legitima suas ambições por uma “autonomia estratégica” apta a transformar o bloco em uma superpotência parelha à China e aos EUA.

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Mas, externa e internamente, sua reputação de petulante ainda gera desconfiança. No primeiro turno, 58% dos franceses votaram em candidatos populistas ou radicais. Le Pen e o extremista de esquerda Jean-Luc Mélenchon prometem dificultar sua vida, a começar pelas eleições legislativas, em junho. E políticas impopulares, como a reforma da Previdência ou a taxação de combustíveis fósseis, podem detonar revoltas nas ruas, como a dos “coletes amarelos”.

“Nosso país é assolado por dúvidas e divisões”, admitiu Macron, afirmando que a “ira” expressa nas urnas exige uma “resposta”. Ele terá cinco anos para dá-la. Mas a verdade é que, parafraseando o que disse Le Pen sobre seus correligionários, essas dúvidas, essas divisões e essa ira são “cada dia maiores”. 

Em meio ao desafio da reconstrução pós-covid, atravessado pela guerra, a vitória do centrista Emmanuel Macron nas eleições francesas foi um alívio para os liberais franceses e os aliados da França na União Europeia (UE) e na Otan. Mas isso não anula o fato de que a sociedade francesa segue profundamente dividida e a extrema-direita está forte como nunca desde a 2.ª Guerra.

Ao admitir a derrota, a ultraconservadora Marine Le Pen declarou que o resultado foi uma “vitória fulgurante” que evidencia um “grande confronto” em relação aos líderes nacionais e europeus. De fato, há 20 anos, seu pai, Jean-Marie Le Pen, levou menos de 18% dos votos no segundo turno. Em 2017, Marine Le Pen dobrou esse contingente, com 34% dos votos. Agora, foram 41%. Ela venceu em várias províncias, especialmente em zonas rurais, assim como entre os jovens e a classe operária.

Sua campanha se concentrou no custo de vida e suavizou seu radicalismo, mas não alterou as inconsistências e o chauvinismo de sua agenda. Seu programa doméstico é uma mescla populista de mais gastos, menos impostos, aposentadoria precoce e protecionismo. Se já não fala em um “Frexit”, insiste em políticas incompatíveis com o mercado comum europeu, como a preferência à lei francesa sobre a UE ou aos cidadãos franceses sobre os estrangeiros.

Ainda assim, se sua derrota teve um gosto de vitória, a vitória de Macron não teve, ao menos não na mesma proporção, um gosto de derrota. Os reais derrotados foram os partidos tradicionais da direita e da esquerda. No primeiro turno, eles conquistaram só 6,5% dos votos – 20 pontos a menos em relação a 2017.

Criado em 2016, o partido En Marche de Macron aglutinou alguns dos melhores quadros do centro. Macron venceu as duas eleições que disputou, tornando-se o primeiro presidente reeleito em 20 anos e o primeiro desde o pós-guerra a ser reconduzido com uma maioria parlamentar.

Com o início vacilante do novo chanceler alemão, Macron é hoje o líder mais influente da Europa. Os eventos recentes lhe deram razão em sua defesa por mais integração. Ele persuadiu a UE a emitir títulos para financiar a recuperação pós-covid, e a guerra legitima suas ambições por uma “autonomia estratégica” apta a transformar o bloco em uma superpotência parelha à China e aos EUA.

Mas, externa e internamente, sua reputação de petulante ainda gera desconfiança. No primeiro turno, 58% dos franceses votaram em candidatos populistas ou radicais. Le Pen e o extremista de esquerda Jean-Luc Mélenchon prometem dificultar sua vida, a começar pelas eleições legislativas, em junho. E políticas impopulares, como a reforma da Previdência ou a taxação de combustíveis fósseis, podem detonar revoltas nas ruas, como a dos “coletes amarelos”.

“Nosso país é assolado por dúvidas e divisões”, admitiu Macron, afirmando que a “ira” expressa nas urnas exige uma “resposta”. Ele terá cinco anos para dá-la. Mas a verdade é que, parafraseando o que disse Le Pen sobre seus correligionários, essas dúvidas, essas divisões e essa ira são “cada dia maiores”. 

Em meio ao desafio da reconstrução pós-covid, atravessado pela guerra, a vitória do centrista Emmanuel Macron nas eleições francesas foi um alívio para os liberais franceses e os aliados da França na União Europeia (UE) e na Otan. Mas isso não anula o fato de que a sociedade francesa segue profundamente dividida e a extrema-direita está forte como nunca desde a 2.ª Guerra.

Ao admitir a derrota, a ultraconservadora Marine Le Pen declarou que o resultado foi uma “vitória fulgurante” que evidencia um “grande confronto” em relação aos líderes nacionais e europeus. De fato, há 20 anos, seu pai, Jean-Marie Le Pen, levou menos de 18% dos votos no segundo turno. Em 2017, Marine Le Pen dobrou esse contingente, com 34% dos votos. Agora, foram 41%. Ela venceu em várias províncias, especialmente em zonas rurais, assim como entre os jovens e a classe operária.

Sua campanha se concentrou no custo de vida e suavizou seu radicalismo, mas não alterou as inconsistências e o chauvinismo de sua agenda. Seu programa doméstico é uma mescla populista de mais gastos, menos impostos, aposentadoria precoce e protecionismo. Se já não fala em um “Frexit”, insiste em políticas incompatíveis com o mercado comum europeu, como a preferência à lei francesa sobre a UE ou aos cidadãos franceses sobre os estrangeiros.

Ainda assim, se sua derrota teve um gosto de vitória, a vitória de Macron não teve, ao menos não na mesma proporção, um gosto de derrota. Os reais derrotados foram os partidos tradicionais da direita e da esquerda. No primeiro turno, eles conquistaram só 6,5% dos votos – 20 pontos a menos em relação a 2017.

Criado em 2016, o partido En Marche de Macron aglutinou alguns dos melhores quadros do centro. Macron venceu as duas eleições que disputou, tornando-se o primeiro presidente reeleito em 20 anos e o primeiro desde o pós-guerra a ser reconduzido com uma maioria parlamentar.

Com o início vacilante do novo chanceler alemão, Macron é hoje o líder mais influente da Europa. Os eventos recentes lhe deram razão em sua defesa por mais integração. Ele persuadiu a UE a emitir títulos para financiar a recuperação pós-covid, e a guerra legitima suas ambições por uma “autonomia estratégica” apta a transformar o bloco em uma superpotência parelha à China e aos EUA.

Mas, externa e internamente, sua reputação de petulante ainda gera desconfiança. No primeiro turno, 58% dos franceses votaram em candidatos populistas ou radicais. Le Pen e o extremista de esquerda Jean-Luc Mélenchon prometem dificultar sua vida, a começar pelas eleições legislativas, em junho. E políticas impopulares, como a reforma da Previdência ou a taxação de combustíveis fósseis, podem detonar revoltas nas ruas, como a dos “coletes amarelos”.

“Nosso país é assolado por dúvidas e divisões”, admitiu Macron, afirmando que a “ira” expressa nas urnas exige uma “resposta”. Ele terá cinco anos para dá-la. Mas a verdade é que, parafraseando o que disse Le Pen sobre seus correligionários, essas dúvidas, essas divisões e essa ira são “cada dia maiores”. 

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