O desafio de Liz Truss


As competências liberais da nova primeira-ministra britânica passarão por um teste de fogo em tempos de crise

Por Notas&Informações

Liz Truss, eleita pelo Partido Conservador como sua nova líder, assumirá o governo do Reino Unido com uma proposta simples e clara: corte de impostos, menos regulação, mais livre mercado. Simples e clara também é a prioridade da população: melhores serviços públicos, especialmente de saúde, e refrigério das pressões do custo de vida, especialmente da energia. O complicado é combinar as duas coisas. Como diagnosticou a revista The Economist, “a próxima líder britânica é uma conservadora do tipo ‘Estado mínimo’ em uma era de ‘Estado grande’”.

A conjuntura nunca esteve tão adversa desde que a heroína política de Truss, Margaret Thatcher, assumiu o comando nos anos 70: inflação, produtividade estagnada, moeda vulnerável, risco de recessão e greves, além de conflito com a Rússia – não uma guerra fria, mas quente, em pleno solo europeu.

Para complicar, há uma crise de confiança em relação ao seu partido e dentro dele. Ela é a quarta oferta do Partido Conservador em 12 anos. Truss precisará restaurar a confiança da população na integridade dos conservadores após os escândalos detonados pela frivolidade de seu antecessor, Boris Johnson. E, entre os conservadores, há um certo esmorecimento em um cenário que parece menos conservador do que nunca: carga tributária alta, demanda por intervenções estatais e um progressismo identitário cada vez mais estridente.

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Na campanha, Truss vendeu confiança: “Os melhores dias estão por vir”. Ela se diz avessa à “economia Gordon Brown” (o último premiê trabalhista) de tributar com uma mão e distribuir subsídios com a outra. Sua receita thatcherista é que os cortes de impostos podem ser compensados com endividamento, que por sua vez será recompensado com crescimento. Mas essa é uma visão de longo prazo. Apesar de ter dispensado, durante a campanha, as advertências de “escolhas duras”, elas serão inevitáveis se quiser aliviar a população já.

Um pacote foi prometido para os próximos dias. Em que pese o seu desgosto por auxílios, não há margem para mitigar o custo da energia senão com um heterodoxo congelamento de preços ou subsídios às famílias vulneráveis e pequenas empresas. Será preciso uma equação delicada entre a prometida redução de impostos e o endividamento – que já está alto. Seus críticos conservadores acusam os riscos de irresponsabilidade fiscal. Seus adversários trabalhistas alegarão estar em melhores condições de assistir a população numa época em que o assistencialismo parece necessário.

A sorte está lançada. “Vamos entregar, entregar, entregar”, disse Truss. Nos próximos dias, os britânicos saberão o que e como. Ela tem dois anos e meio para conduzir o seu partido às eleições gerais, mas será julgada pelos resultados imediatos. Como disse um ministro, “seu destino não será determinado nos primeiros 100 dias, mas nos primeiros dez”. O desafio é imenso. Nas palavras do articulista Robert Shrimsley, Truss “precisará ser uma das melhores premiês só para ser meramente boa”. Mas, se for, as oportunidades políticas são grandes.

Liz Truss, eleita pelo Partido Conservador como sua nova líder, assumirá o governo do Reino Unido com uma proposta simples e clara: corte de impostos, menos regulação, mais livre mercado. Simples e clara também é a prioridade da população: melhores serviços públicos, especialmente de saúde, e refrigério das pressões do custo de vida, especialmente da energia. O complicado é combinar as duas coisas. Como diagnosticou a revista The Economist, “a próxima líder britânica é uma conservadora do tipo ‘Estado mínimo’ em uma era de ‘Estado grande’”.

A conjuntura nunca esteve tão adversa desde que a heroína política de Truss, Margaret Thatcher, assumiu o comando nos anos 70: inflação, produtividade estagnada, moeda vulnerável, risco de recessão e greves, além de conflito com a Rússia – não uma guerra fria, mas quente, em pleno solo europeu.

Para complicar, há uma crise de confiança em relação ao seu partido e dentro dele. Ela é a quarta oferta do Partido Conservador em 12 anos. Truss precisará restaurar a confiança da população na integridade dos conservadores após os escândalos detonados pela frivolidade de seu antecessor, Boris Johnson. E, entre os conservadores, há um certo esmorecimento em um cenário que parece menos conservador do que nunca: carga tributária alta, demanda por intervenções estatais e um progressismo identitário cada vez mais estridente.

Na campanha, Truss vendeu confiança: “Os melhores dias estão por vir”. Ela se diz avessa à “economia Gordon Brown” (o último premiê trabalhista) de tributar com uma mão e distribuir subsídios com a outra. Sua receita thatcherista é que os cortes de impostos podem ser compensados com endividamento, que por sua vez será recompensado com crescimento. Mas essa é uma visão de longo prazo. Apesar de ter dispensado, durante a campanha, as advertências de “escolhas duras”, elas serão inevitáveis se quiser aliviar a população já.

Um pacote foi prometido para os próximos dias. Em que pese o seu desgosto por auxílios, não há margem para mitigar o custo da energia senão com um heterodoxo congelamento de preços ou subsídios às famílias vulneráveis e pequenas empresas. Será preciso uma equação delicada entre a prometida redução de impostos e o endividamento – que já está alto. Seus críticos conservadores acusam os riscos de irresponsabilidade fiscal. Seus adversários trabalhistas alegarão estar em melhores condições de assistir a população numa época em que o assistencialismo parece necessário.

A sorte está lançada. “Vamos entregar, entregar, entregar”, disse Truss. Nos próximos dias, os britânicos saberão o que e como. Ela tem dois anos e meio para conduzir o seu partido às eleições gerais, mas será julgada pelos resultados imediatos. Como disse um ministro, “seu destino não será determinado nos primeiros 100 dias, mas nos primeiros dez”. O desafio é imenso. Nas palavras do articulista Robert Shrimsley, Truss “precisará ser uma das melhores premiês só para ser meramente boa”. Mas, se for, as oportunidades políticas são grandes.

Liz Truss, eleita pelo Partido Conservador como sua nova líder, assumirá o governo do Reino Unido com uma proposta simples e clara: corte de impostos, menos regulação, mais livre mercado. Simples e clara também é a prioridade da população: melhores serviços públicos, especialmente de saúde, e refrigério das pressões do custo de vida, especialmente da energia. O complicado é combinar as duas coisas. Como diagnosticou a revista The Economist, “a próxima líder britânica é uma conservadora do tipo ‘Estado mínimo’ em uma era de ‘Estado grande’”.

A conjuntura nunca esteve tão adversa desde que a heroína política de Truss, Margaret Thatcher, assumiu o comando nos anos 70: inflação, produtividade estagnada, moeda vulnerável, risco de recessão e greves, além de conflito com a Rússia – não uma guerra fria, mas quente, em pleno solo europeu.

Para complicar, há uma crise de confiança em relação ao seu partido e dentro dele. Ela é a quarta oferta do Partido Conservador em 12 anos. Truss precisará restaurar a confiança da população na integridade dos conservadores após os escândalos detonados pela frivolidade de seu antecessor, Boris Johnson. E, entre os conservadores, há um certo esmorecimento em um cenário que parece menos conservador do que nunca: carga tributária alta, demanda por intervenções estatais e um progressismo identitário cada vez mais estridente.

Na campanha, Truss vendeu confiança: “Os melhores dias estão por vir”. Ela se diz avessa à “economia Gordon Brown” (o último premiê trabalhista) de tributar com uma mão e distribuir subsídios com a outra. Sua receita thatcherista é que os cortes de impostos podem ser compensados com endividamento, que por sua vez será recompensado com crescimento. Mas essa é uma visão de longo prazo. Apesar de ter dispensado, durante a campanha, as advertências de “escolhas duras”, elas serão inevitáveis se quiser aliviar a população já.

Um pacote foi prometido para os próximos dias. Em que pese o seu desgosto por auxílios, não há margem para mitigar o custo da energia senão com um heterodoxo congelamento de preços ou subsídios às famílias vulneráveis e pequenas empresas. Será preciso uma equação delicada entre a prometida redução de impostos e o endividamento – que já está alto. Seus críticos conservadores acusam os riscos de irresponsabilidade fiscal. Seus adversários trabalhistas alegarão estar em melhores condições de assistir a população numa época em que o assistencialismo parece necessário.

A sorte está lançada. “Vamos entregar, entregar, entregar”, disse Truss. Nos próximos dias, os britânicos saberão o que e como. Ela tem dois anos e meio para conduzir o seu partido às eleições gerais, mas será julgada pelos resultados imediatos. Como disse um ministro, “seu destino não será determinado nos primeiros 100 dias, mas nos primeiros dez”. O desafio é imenso. Nas palavras do articulista Robert Shrimsley, Truss “precisará ser uma das melhores premiês só para ser meramente boa”. Mas, se for, as oportunidades políticas são grandes.

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