O dilema da Margem Equatorial


Cabe ao governo assumir o ônus da decisão política de explorar petróleo na Margem Equatorial. A Guiana descobriu petróleo, cresceu 64% em 2022 e continua com emissão líquida zero de carbono

Por Notas & Informações

O petróleo retirado do pré-sal, que já corresponde a mais de 80% da produção nacional, levou o produto a rivalizar com a soja e o minério de ferro na liderança na pauta de exportações brasileira e contribuiu de forma decisiva para o recorde de US$ 98,8 bilhões no superávit da balança no ano passado. A tendência é que a produção continue crescendo até 2030, como mostrou reportagem do Estadão, mas, a partir daí, deve começar a cair. Os sinais de declínio das reservas já estão sendo percebidos, como é natural na atividade.

A força exportadora do petróleo, aliada à diversificação do mercado de destino devido às mudanças geopolíticas, torna ainda mais premente uma solução para o dilema em torno da avaliação do potencial das reservas da Margem Equatorial, a nova e promissora fronteira exploratória da costa brasileira, que se estende por cinco bacias petrolíferas, do Amapá ao Rio Grande do Norte. Desde que a autorização para perfuração num bloco na Bacia da Foz do Amazonas foi negada pelo Ibama, em maio do ano passado, em meio a grande polêmica no governo, o assunto foi engavetado.

Comunicado recente da Petrobras deve recolocá-lo em pauta e mostra que experimentos científicos derrubam a principal alegação do Ibama para proibir a licença ambiental – o risco de um eventual vazamento na operação exploratória derivar para a costa do Amapá, distante 175 quilômetros, e poluir a Região Amazônica. Nos últimos meses, foram lançados na Margem Equatorial mais 428 equipamentos para medir o comportamento das correntes marítimas, conhecidos como derivadores, sendo 84 deles na Bacia da Foz do Amazonas. A conclusão foi de que a corrente marítima na região segue em sentido oposto à costa.

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Estrategicamente, a Petrobras tomou o cuidado de ressaltar que os estudos não são da empresa, mas da “comunidade científica”, o que engloba profissionais das universidades dos Estados do Norte e Nordeste por onde se estende a Margem Equatorial, além de Marinha, Ministério da Ciência e Tecnologia e Serviço Geológico do Brasil. O resultado será publicado em revista científica especializada e vai reforçar a defesa da exploração na região.

Já passa da hora de o assunto ser revisitado, com a definitiva opção do governo sobre explorar ou não a Bacia da Foz do Amazonas. Em novembro do ano passado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, comprometeu-se a concluir a avaliação dos recursos apresentados pela Petrobras “no início de 2024″. Mas, obviamente, esta será uma decisão mais política do que técnica e o governo tem de assumir esse ônus.

Um exemplo desse tipo de opção foi dado recentemente pelo presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, ao ser entrevistado no programa Hardtalk, da rede britânica BBC. No meio da conversa, Irfaan Ali interrompeu de forma veemente o entrevistador Stephen Sackur, que contestava a exploração de petróleo e gás que, segundo o próprio jornalista inglês, renderia em torno de US$ 150 bilhões pelas próximas duas décadas, num momento em que se discutem os efeitos da atividade no clima. A surpreendente e enfática resposta do presidente viralizou na internet.

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“Mantivemos nossa floresta viva e ela equivale à Inglaterra e Escócia juntas. Armazena 19,5 gigatoneladas de carbono para que você e o mundo todo possam tirar proveito sem pagar nada por isso”, disse Irfaan Ali, acrescentando que, mesmo com a exploração de petróleo seu país não deixará a posição de emissor líquido zero de carbono, devido à preservação da Floresta Amazônica. Ex-colônia inglesa, a Guiana foi o primeiro país a descobrir petróleo na Margem Equatorial, em 2015, e o início da produção fez o país, até então um dos mais pobres do continente, registrar o segundo maior PIB per capita da região.

De uma só tacada, a descoberta no mar da Guiana deu ao país reservas estimadas em 11 bilhões de barris de petróleo. Em 2022, último dado disponível, a economia do país cresceu inacreditáveis 64%. A Guiana assumiu o ônus de uma posição política. O Brasil não pode ficar indefinidamente em cima do muro.

O petróleo retirado do pré-sal, que já corresponde a mais de 80% da produção nacional, levou o produto a rivalizar com a soja e o minério de ferro na liderança na pauta de exportações brasileira e contribuiu de forma decisiva para o recorde de US$ 98,8 bilhões no superávit da balança no ano passado. A tendência é que a produção continue crescendo até 2030, como mostrou reportagem do Estadão, mas, a partir daí, deve começar a cair. Os sinais de declínio das reservas já estão sendo percebidos, como é natural na atividade.

A força exportadora do petróleo, aliada à diversificação do mercado de destino devido às mudanças geopolíticas, torna ainda mais premente uma solução para o dilema em torno da avaliação do potencial das reservas da Margem Equatorial, a nova e promissora fronteira exploratória da costa brasileira, que se estende por cinco bacias petrolíferas, do Amapá ao Rio Grande do Norte. Desde que a autorização para perfuração num bloco na Bacia da Foz do Amazonas foi negada pelo Ibama, em maio do ano passado, em meio a grande polêmica no governo, o assunto foi engavetado.

Comunicado recente da Petrobras deve recolocá-lo em pauta e mostra que experimentos científicos derrubam a principal alegação do Ibama para proibir a licença ambiental – o risco de um eventual vazamento na operação exploratória derivar para a costa do Amapá, distante 175 quilômetros, e poluir a Região Amazônica. Nos últimos meses, foram lançados na Margem Equatorial mais 428 equipamentos para medir o comportamento das correntes marítimas, conhecidos como derivadores, sendo 84 deles na Bacia da Foz do Amazonas. A conclusão foi de que a corrente marítima na região segue em sentido oposto à costa.

Estrategicamente, a Petrobras tomou o cuidado de ressaltar que os estudos não são da empresa, mas da “comunidade científica”, o que engloba profissionais das universidades dos Estados do Norte e Nordeste por onde se estende a Margem Equatorial, além de Marinha, Ministério da Ciência e Tecnologia e Serviço Geológico do Brasil. O resultado será publicado em revista científica especializada e vai reforçar a defesa da exploração na região.

Já passa da hora de o assunto ser revisitado, com a definitiva opção do governo sobre explorar ou não a Bacia da Foz do Amazonas. Em novembro do ano passado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, comprometeu-se a concluir a avaliação dos recursos apresentados pela Petrobras “no início de 2024″. Mas, obviamente, esta será uma decisão mais política do que técnica e o governo tem de assumir esse ônus.

Um exemplo desse tipo de opção foi dado recentemente pelo presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, ao ser entrevistado no programa Hardtalk, da rede britânica BBC. No meio da conversa, Irfaan Ali interrompeu de forma veemente o entrevistador Stephen Sackur, que contestava a exploração de petróleo e gás que, segundo o próprio jornalista inglês, renderia em torno de US$ 150 bilhões pelas próximas duas décadas, num momento em que se discutem os efeitos da atividade no clima. A surpreendente e enfática resposta do presidente viralizou na internet.

“Mantivemos nossa floresta viva e ela equivale à Inglaterra e Escócia juntas. Armazena 19,5 gigatoneladas de carbono para que você e o mundo todo possam tirar proveito sem pagar nada por isso”, disse Irfaan Ali, acrescentando que, mesmo com a exploração de petróleo seu país não deixará a posição de emissor líquido zero de carbono, devido à preservação da Floresta Amazônica. Ex-colônia inglesa, a Guiana foi o primeiro país a descobrir petróleo na Margem Equatorial, em 2015, e o início da produção fez o país, até então um dos mais pobres do continente, registrar o segundo maior PIB per capita da região.

De uma só tacada, a descoberta no mar da Guiana deu ao país reservas estimadas em 11 bilhões de barris de petróleo. Em 2022, último dado disponível, a economia do país cresceu inacreditáveis 64%. A Guiana assumiu o ônus de uma posição política. O Brasil não pode ficar indefinidamente em cima do muro.

O petróleo retirado do pré-sal, que já corresponde a mais de 80% da produção nacional, levou o produto a rivalizar com a soja e o minério de ferro na liderança na pauta de exportações brasileira e contribuiu de forma decisiva para o recorde de US$ 98,8 bilhões no superávit da balança no ano passado. A tendência é que a produção continue crescendo até 2030, como mostrou reportagem do Estadão, mas, a partir daí, deve começar a cair. Os sinais de declínio das reservas já estão sendo percebidos, como é natural na atividade.

A força exportadora do petróleo, aliada à diversificação do mercado de destino devido às mudanças geopolíticas, torna ainda mais premente uma solução para o dilema em torno da avaliação do potencial das reservas da Margem Equatorial, a nova e promissora fronteira exploratória da costa brasileira, que se estende por cinco bacias petrolíferas, do Amapá ao Rio Grande do Norte. Desde que a autorização para perfuração num bloco na Bacia da Foz do Amazonas foi negada pelo Ibama, em maio do ano passado, em meio a grande polêmica no governo, o assunto foi engavetado.

Comunicado recente da Petrobras deve recolocá-lo em pauta e mostra que experimentos científicos derrubam a principal alegação do Ibama para proibir a licença ambiental – o risco de um eventual vazamento na operação exploratória derivar para a costa do Amapá, distante 175 quilômetros, e poluir a Região Amazônica. Nos últimos meses, foram lançados na Margem Equatorial mais 428 equipamentos para medir o comportamento das correntes marítimas, conhecidos como derivadores, sendo 84 deles na Bacia da Foz do Amazonas. A conclusão foi de que a corrente marítima na região segue em sentido oposto à costa.

Estrategicamente, a Petrobras tomou o cuidado de ressaltar que os estudos não são da empresa, mas da “comunidade científica”, o que engloba profissionais das universidades dos Estados do Norte e Nordeste por onde se estende a Margem Equatorial, além de Marinha, Ministério da Ciência e Tecnologia e Serviço Geológico do Brasil. O resultado será publicado em revista científica especializada e vai reforçar a defesa da exploração na região.

Já passa da hora de o assunto ser revisitado, com a definitiva opção do governo sobre explorar ou não a Bacia da Foz do Amazonas. Em novembro do ano passado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, comprometeu-se a concluir a avaliação dos recursos apresentados pela Petrobras “no início de 2024″. Mas, obviamente, esta será uma decisão mais política do que técnica e o governo tem de assumir esse ônus.

Um exemplo desse tipo de opção foi dado recentemente pelo presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, ao ser entrevistado no programa Hardtalk, da rede britânica BBC. No meio da conversa, Irfaan Ali interrompeu de forma veemente o entrevistador Stephen Sackur, que contestava a exploração de petróleo e gás que, segundo o próprio jornalista inglês, renderia em torno de US$ 150 bilhões pelas próximas duas décadas, num momento em que se discutem os efeitos da atividade no clima. A surpreendente e enfática resposta do presidente viralizou na internet.

“Mantivemos nossa floresta viva e ela equivale à Inglaterra e Escócia juntas. Armazena 19,5 gigatoneladas de carbono para que você e o mundo todo possam tirar proveito sem pagar nada por isso”, disse Irfaan Ali, acrescentando que, mesmo com a exploração de petróleo seu país não deixará a posição de emissor líquido zero de carbono, devido à preservação da Floresta Amazônica. Ex-colônia inglesa, a Guiana foi o primeiro país a descobrir petróleo na Margem Equatorial, em 2015, e o início da produção fez o país, até então um dos mais pobres do continente, registrar o segundo maior PIB per capita da região.

De uma só tacada, a descoberta no mar da Guiana deu ao país reservas estimadas em 11 bilhões de barris de petróleo. Em 2022, último dado disponível, a economia do país cresceu inacreditáveis 64%. A Guiana assumiu o ônus de uma posição política. O Brasil não pode ficar indefinidamente em cima do muro.

O petróleo retirado do pré-sal, que já corresponde a mais de 80% da produção nacional, levou o produto a rivalizar com a soja e o minério de ferro na liderança na pauta de exportações brasileira e contribuiu de forma decisiva para o recorde de US$ 98,8 bilhões no superávit da balança no ano passado. A tendência é que a produção continue crescendo até 2030, como mostrou reportagem do Estadão, mas, a partir daí, deve começar a cair. Os sinais de declínio das reservas já estão sendo percebidos, como é natural na atividade.

A força exportadora do petróleo, aliada à diversificação do mercado de destino devido às mudanças geopolíticas, torna ainda mais premente uma solução para o dilema em torno da avaliação do potencial das reservas da Margem Equatorial, a nova e promissora fronteira exploratória da costa brasileira, que se estende por cinco bacias petrolíferas, do Amapá ao Rio Grande do Norte. Desde que a autorização para perfuração num bloco na Bacia da Foz do Amazonas foi negada pelo Ibama, em maio do ano passado, em meio a grande polêmica no governo, o assunto foi engavetado.

Comunicado recente da Petrobras deve recolocá-lo em pauta e mostra que experimentos científicos derrubam a principal alegação do Ibama para proibir a licença ambiental – o risco de um eventual vazamento na operação exploratória derivar para a costa do Amapá, distante 175 quilômetros, e poluir a Região Amazônica. Nos últimos meses, foram lançados na Margem Equatorial mais 428 equipamentos para medir o comportamento das correntes marítimas, conhecidos como derivadores, sendo 84 deles na Bacia da Foz do Amazonas. A conclusão foi de que a corrente marítima na região segue em sentido oposto à costa.

Estrategicamente, a Petrobras tomou o cuidado de ressaltar que os estudos não são da empresa, mas da “comunidade científica”, o que engloba profissionais das universidades dos Estados do Norte e Nordeste por onde se estende a Margem Equatorial, além de Marinha, Ministério da Ciência e Tecnologia e Serviço Geológico do Brasil. O resultado será publicado em revista científica especializada e vai reforçar a defesa da exploração na região.

Já passa da hora de o assunto ser revisitado, com a definitiva opção do governo sobre explorar ou não a Bacia da Foz do Amazonas. Em novembro do ano passado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, comprometeu-se a concluir a avaliação dos recursos apresentados pela Petrobras “no início de 2024″. Mas, obviamente, esta será uma decisão mais política do que técnica e o governo tem de assumir esse ônus.

Um exemplo desse tipo de opção foi dado recentemente pelo presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, ao ser entrevistado no programa Hardtalk, da rede britânica BBC. No meio da conversa, Irfaan Ali interrompeu de forma veemente o entrevistador Stephen Sackur, que contestava a exploração de petróleo e gás que, segundo o próprio jornalista inglês, renderia em torno de US$ 150 bilhões pelas próximas duas décadas, num momento em que se discutem os efeitos da atividade no clima. A surpreendente e enfática resposta do presidente viralizou na internet.

“Mantivemos nossa floresta viva e ela equivale à Inglaterra e Escócia juntas. Armazena 19,5 gigatoneladas de carbono para que você e o mundo todo possam tirar proveito sem pagar nada por isso”, disse Irfaan Ali, acrescentando que, mesmo com a exploração de petróleo seu país não deixará a posição de emissor líquido zero de carbono, devido à preservação da Floresta Amazônica. Ex-colônia inglesa, a Guiana foi o primeiro país a descobrir petróleo na Margem Equatorial, em 2015, e o início da produção fez o país, até então um dos mais pobres do continente, registrar o segundo maior PIB per capita da região.

De uma só tacada, a descoberta no mar da Guiana deu ao país reservas estimadas em 11 bilhões de barris de petróleo. Em 2022, último dado disponível, a economia do país cresceu inacreditáveis 64%. A Guiana assumiu o ônus de uma posição política. O Brasil não pode ficar indefinidamente em cima do muro.

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