O eleitorado consolida sua preferência à direita


O Brasil sai das urnas com uma política mais pragmática e menos polarizada, uma esquerda em crise e dependente de Lula e uma direita fortalecida em busca de um líder para 2026

Por Notas & Informações

Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; uma esquerda em crise; e o desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional, o presidente Lula da Silva e, sobretudo, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No cômputo geral, candidatos radicais foram rechaçados, interesses locais e referendos sobre gestão prevaleceram e o centro, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica, triunfou. A maior expressão disso foi o desempenho do PSD, primeiro colocado, com 887 prefeituras, e do MDB, com 853.

Em certo sentido, os partidos do Centrão voltaram às suas origens de contraponto ao progressismo na Constituinte de 1988. Em outro sentido, essa volta foi abastecida pelo fortalecimento desses partidos no Congresso, munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares. O número de prefeitos reeleitos foi o maior dos últimos 20 anos, chegando a 80%. Nas 112 cidades mais contempladas com emendas, a taxa foi de 93,7%. As emendas cumpriram sua função de capilarizar a dominância desses partidos, e a contrapartida será seu fortalecimento no Congresso.

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A expressão mais eloquente da crise de representatividade da esquerda foi a desidratação no Nordeste, onde perdeu metade das capitais, ficando com apenas duas. Em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar, atrás até do moribundo PSDB. O maior vencedor no campo progressista, o PSB, ficou em 7.º lugar. No geral, mesmo com a máquina do Executivo nacional, foi o pior resultado da esquerda desde a redemocratização.

A pauta da inclusão social foi incorporada por outros espectros e a credibilidade da esquerda para implementá-la foi irremediavelmente maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista de Dilma Rousseff. As políticas assistencialistas já não são novidade e carecem de combustível por causa do aperto fiscal. Faltam ideias para atender às preocupações da população com a segurança e seus desejos de empreender. Um protagonista novo, como João Campos (PSB), reeleito no Recife, ainda é só uma promessa. Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), mesmo com o apoio do PT e recursos de campanha dez vezes maiores, perdeu sua segunda disputa consecutiva. Com praticamente o mesmo número de votos de 2020, Boulos perdeu em quase todos os distritos e se revelou um candidato de nicho, com um teto intransponível.

Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor. Mas, como cabos eleitorais, Lula e Bolsonaro mais perderam do que ganharam. Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas. Mas o maior derrotado foi Bolsonaro. Quase todas as suas apostas malograram – assim como as tentativas de retaliar moderados como o PSD. Em seu próprio partido, prevaleceu a ala pragmática comandada pelo presidente Valdemar Costa Neto. Os principais postulantes da direita para a Presidência em 2026 – os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR) – emplacaram candidatos com apoio marginal de Bolsonaro ou até contra ele, como (veladamente) em Curitiba e (explicitamente) em Goiânia. Um candidato como Pablo Marçal mostrou que pode abocanhar votos do bolsonarismo dito “raiz” mesmo à revelia de Bolsonaro.

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Olhando para 2026, Lula sempre será um candidato forte. Mas está envelhecido, em idade e ideias. Em termos partidários, encaminha-se para a disputa em “esplêndido isolamento” e sem aquela que foi sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. As moedas de troca com um Centrão robustecido em âmbito regional e no Legislativo federal minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado. Neste momento, elas apontam para a direita. Mas ainda falta uma liderança capaz de representá-las em âmbito nacional.

Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; uma esquerda em crise; e o desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional, o presidente Lula da Silva e, sobretudo, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No cômputo geral, candidatos radicais foram rechaçados, interesses locais e referendos sobre gestão prevaleceram e o centro, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica, triunfou. A maior expressão disso foi o desempenho do PSD, primeiro colocado, com 887 prefeituras, e do MDB, com 853.

Em certo sentido, os partidos do Centrão voltaram às suas origens de contraponto ao progressismo na Constituinte de 1988. Em outro sentido, essa volta foi abastecida pelo fortalecimento desses partidos no Congresso, munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares. O número de prefeitos reeleitos foi o maior dos últimos 20 anos, chegando a 80%. Nas 112 cidades mais contempladas com emendas, a taxa foi de 93,7%. As emendas cumpriram sua função de capilarizar a dominância desses partidos, e a contrapartida será seu fortalecimento no Congresso.

A expressão mais eloquente da crise de representatividade da esquerda foi a desidratação no Nordeste, onde perdeu metade das capitais, ficando com apenas duas. Em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar, atrás até do moribundo PSDB. O maior vencedor no campo progressista, o PSB, ficou em 7.º lugar. No geral, mesmo com a máquina do Executivo nacional, foi o pior resultado da esquerda desde a redemocratização.

A pauta da inclusão social foi incorporada por outros espectros e a credibilidade da esquerda para implementá-la foi irremediavelmente maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista de Dilma Rousseff. As políticas assistencialistas já não são novidade e carecem de combustível por causa do aperto fiscal. Faltam ideias para atender às preocupações da população com a segurança e seus desejos de empreender. Um protagonista novo, como João Campos (PSB), reeleito no Recife, ainda é só uma promessa. Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), mesmo com o apoio do PT e recursos de campanha dez vezes maiores, perdeu sua segunda disputa consecutiva. Com praticamente o mesmo número de votos de 2020, Boulos perdeu em quase todos os distritos e se revelou um candidato de nicho, com um teto intransponível.

Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor. Mas, como cabos eleitorais, Lula e Bolsonaro mais perderam do que ganharam. Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas. Mas o maior derrotado foi Bolsonaro. Quase todas as suas apostas malograram – assim como as tentativas de retaliar moderados como o PSD. Em seu próprio partido, prevaleceu a ala pragmática comandada pelo presidente Valdemar Costa Neto. Os principais postulantes da direita para a Presidência em 2026 – os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR) – emplacaram candidatos com apoio marginal de Bolsonaro ou até contra ele, como (veladamente) em Curitiba e (explicitamente) em Goiânia. Um candidato como Pablo Marçal mostrou que pode abocanhar votos do bolsonarismo dito “raiz” mesmo à revelia de Bolsonaro.

Olhando para 2026, Lula sempre será um candidato forte. Mas está envelhecido, em idade e ideias. Em termos partidários, encaminha-se para a disputa em “esplêndido isolamento” e sem aquela que foi sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. As moedas de troca com um Centrão robustecido em âmbito regional e no Legislativo federal minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado. Neste momento, elas apontam para a direita. Mas ainda falta uma liderança capaz de representá-las em âmbito nacional.

Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; uma esquerda em crise; e o desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional, o presidente Lula da Silva e, sobretudo, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No cômputo geral, candidatos radicais foram rechaçados, interesses locais e referendos sobre gestão prevaleceram e o centro, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica, triunfou. A maior expressão disso foi o desempenho do PSD, primeiro colocado, com 887 prefeituras, e do MDB, com 853.

Em certo sentido, os partidos do Centrão voltaram às suas origens de contraponto ao progressismo na Constituinte de 1988. Em outro sentido, essa volta foi abastecida pelo fortalecimento desses partidos no Congresso, munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares. O número de prefeitos reeleitos foi o maior dos últimos 20 anos, chegando a 80%. Nas 112 cidades mais contempladas com emendas, a taxa foi de 93,7%. As emendas cumpriram sua função de capilarizar a dominância desses partidos, e a contrapartida será seu fortalecimento no Congresso.

A expressão mais eloquente da crise de representatividade da esquerda foi a desidratação no Nordeste, onde perdeu metade das capitais, ficando com apenas duas. Em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar, atrás até do moribundo PSDB. O maior vencedor no campo progressista, o PSB, ficou em 7.º lugar. No geral, mesmo com a máquina do Executivo nacional, foi o pior resultado da esquerda desde a redemocratização.

A pauta da inclusão social foi incorporada por outros espectros e a credibilidade da esquerda para implementá-la foi irremediavelmente maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista de Dilma Rousseff. As políticas assistencialistas já não são novidade e carecem de combustível por causa do aperto fiscal. Faltam ideias para atender às preocupações da população com a segurança e seus desejos de empreender. Um protagonista novo, como João Campos (PSB), reeleito no Recife, ainda é só uma promessa. Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), mesmo com o apoio do PT e recursos de campanha dez vezes maiores, perdeu sua segunda disputa consecutiva. Com praticamente o mesmo número de votos de 2020, Boulos perdeu em quase todos os distritos e se revelou um candidato de nicho, com um teto intransponível.

Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor. Mas, como cabos eleitorais, Lula e Bolsonaro mais perderam do que ganharam. Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas. Mas o maior derrotado foi Bolsonaro. Quase todas as suas apostas malograram – assim como as tentativas de retaliar moderados como o PSD. Em seu próprio partido, prevaleceu a ala pragmática comandada pelo presidente Valdemar Costa Neto. Os principais postulantes da direita para a Presidência em 2026 – os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR) – emplacaram candidatos com apoio marginal de Bolsonaro ou até contra ele, como (veladamente) em Curitiba e (explicitamente) em Goiânia. Um candidato como Pablo Marçal mostrou que pode abocanhar votos do bolsonarismo dito “raiz” mesmo à revelia de Bolsonaro.

Olhando para 2026, Lula sempre será um candidato forte. Mas está envelhecido, em idade e ideias. Em termos partidários, encaminha-se para a disputa em “esplêndido isolamento” e sem aquela que foi sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. As moedas de troca com um Centrão robustecido em âmbito regional e no Legislativo federal minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado. Neste momento, elas apontam para a direita. Mas ainda falta uma liderança capaz de representá-las em âmbito nacional.

Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; uma esquerda em crise; e o desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional, o presidente Lula da Silva e, sobretudo, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No cômputo geral, candidatos radicais foram rechaçados, interesses locais e referendos sobre gestão prevaleceram e o centro, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica, triunfou. A maior expressão disso foi o desempenho do PSD, primeiro colocado, com 887 prefeituras, e do MDB, com 853.

Em certo sentido, os partidos do Centrão voltaram às suas origens de contraponto ao progressismo na Constituinte de 1988. Em outro sentido, essa volta foi abastecida pelo fortalecimento desses partidos no Congresso, munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares. O número de prefeitos reeleitos foi o maior dos últimos 20 anos, chegando a 80%. Nas 112 cidades mais contempladas com emendas, a taxa foi de 93,7%. As emendas cumpriram sua função de capilarizar a dominância desses partidos, e a contrapartida será seu fortalecimento no Congresso.

A expressão mais eloquente da crise de representatividade da esquerda foi a desidratação no Nordeste, onde perdeu metade das capitais, ficando com apenas duas. Em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar, atrás até do moribundo PSDB. O maior vencedor no campo progressista, o PSB, ficou em 7.º lugar. No geral, mesmo com a máquina do Executivo nacional, foi o pior resultado da esquerda desde a redemocratização.

A pauta da inclusão social foi incorporada por outros espectros e a credibilidade da esquerda para implementá-la foi irremediavelmente maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista de Dilma Rousseff. As políticas assistencialistas já não são novidade e carecem de combustível por causa do aperto fiscal. Faltam ideias para atender às preocupações da população com a segurança e seus desejos de empreender. Um protagonista novo, como João Campos (PSB), reeleito no Recife, ainda é só uma promessa. Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), mesmo com o apoio do PT e recursos de campanha dez vezes maiores, perdeu sua segunda disputa consecutiva. Com praticamente o mesmo número de votos de 2020, Boulos perdeu em quase todos os distritos e se revelou um candidato de nicho, com um teto intransponível.

Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor. Mas, como cabos eleitorais, Lula e Bolsonaro mais perderam do que ganharam. Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas. Mas o maior derrotado foi Bolsonaro. Quase todas as suas apostas malograram – assim como as tentativas de retaliar moderados como o PSD. Em seu próprio partido, prevaleceu a ala pragmática comandada pelo presidente Valdemar Costa Neto. Os principais postulantes da direita para a Presidência em 2026 – os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR) – emplacaram candidatos com apoio marginal de Bolsonaro ou até contra ele, como (veladamente) em Curitiba e (explicitamente) em Goiânia. Um candidato como Pablo Marçal mostrou que pode abocanhar votos do bolsonarismo dito “raiz” mesmo à revelia de Bolsonaro.

Olhando para 2026, Lula sempre será um candidato forte. Mas está envelhecido, em idade e ideias. Em termos partidários, encaminha-se para a disputa em “esplêndido isolamento” e sem aquela que foi sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. As moedas de troca com um Centrão robustecido em âmbito regional e no Legislativo federal minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado. Neste momento, elas apontam para a direita. Mas ainda falta uma liderança capaz de representá-las em âmbito nacional.

Sem grandes surpresas, o segundo turno das eleições municipais consolidou o cenário político desenhado no primeiro: a revitalização da política tradicional; uma direita robustecida, mas fracionada; uma esquerda em crise; e o desgaste das duas lideranças dominantes em âmbito nacional, o presidente Lula da Silva e, sobretudo, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No cômputo geral, candidatos radicais foram rechaçados, interesses locais e referendos sobre gestão prevaleceram e o centro, tanto em sua faceta ideologicamente moderada quanto em sua faceta fisiológica, triunfou. A maior expressão disso foi o desempenho do PSD, primeiro colocado, com 887 prefeituras, e do MDB, com 853.

Em certo sentido, os partidos do Centrão voltaram às suas origens de contraponto ao progressismo na Constituinte de 1988. Em outro sentido, essa volta foi abastecida pelo fortalecimento desses partidos no Congresso, munidos de multibilionários fundos eleitorais e, sobretudo, emendas parlamentares. O número de prefeitos reeleitos foi o maior dos últimos 20 anos, chegando a 80%. Nas 112 cidades mais contempladas com emendas, a taxa foi de 93,7%. As emendas cumpriram sua função de capilarizar a dominância desses partidos, e a contrapartida será seu fortalecimento no Congresso.

A expressão mais eloquente da crise de representatividade da esquerda foi a desidratação no Nordeste, onde perdeu metade das capitais, ficando com apenas duas. Em número de prefeituras, o PT ficou em 9.º lugar, atrás até do moribundo PSDB. O maior vencedor no campo progressista, o PSB, ficou em 7.º lugar. No geral, mesmo com a máquina do Executivo nacional, foi o pior resultado da esquerda desde a redemocratização.

A pauta da inclusão social foi incorporada por outros espectros e a credibilidade da esquerda para implementá-la foi irremediavelmente maculada pela corrupção e pela recessão na gestão lulopetista de Dilma Rousseff. As políticas assistencialistas já não são novidade e carecem de combustível por causa do aperto fiscal. Faltam ideias para atender às preocupações da população com a segurança e seus desejos de empreender. Um protagonista novo, como João Campos (PSB), reeleito no Recife, ainda é só uma promessa. Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), mesmo com o apoio do PT e recursos de campanha dez vezes maiores, perdeu sua segunda disputa consecutiva. Com praticamente o mesmo número de votos de 2020, Boulos perdeu em quase todos os distritos e se revelou um candidato de nicho, com um teto intransponível.

Nas disputas entre o PT e o PL, de Jair Bolsonaro, o PL, em geral, levou a melhor. Mas, como cabos eleitorais, Lula e Bolsonaro mais perderam do que ganharam. Lula, seja porque já não tem o mesmo vigor, seja porque está mais preocupado em projetar sua imagem no exterior, seja para não bater de frente com partidos que formam a sua base, não entrou a fundo nas disputas. Mas o maior derrotado foi Bolsonaro. Quase todas as suas apostas malograram – assim como as tentativas de retaliar moderados como o PSD. Em seu próprio partido, prevaleceu a ala pragmática comandada pelo presidente Valdemar Costa Neto. Os principais postulantes da direita para a Presidência em 2026 – os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR) – emplacaram candidatos com apoio marginal de Bolsonaro ou até contra ele, como (veladamente) em Curitiba e (explicitamente) em Goiânia. Um candidato como Pablo Marçal mostrou que pode abocanhar votos do bolsonarismo dito “raiz” mesmo à revelia de Bolsonaro.

Olhando para 2026, Lula sempre será um candidato forte. Mas está envelhecido, em idade e ideias. Em termos partidários, encaminha-se para a disputa em “esplêndido isolamento” e sem aquela que foi sua principal alavanca em 2022: a contenção de Jair Bolsonaro. As moedas de troca com um Centrão robustecido em âmbito regional e no Legislativo federal minguaram, e esse grupo está sempre pronto para migrar para onde estiverem as preferências do eleitorado. Neste momento, elas apontam para a direita. Mas ainda falta uma liderança capaz de representá-las em âmbito nacional.

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