O longo combate pela paz na Europa


O triunfo da Ucrânia seria justo, mas é inalcançável. Concessões resultariam em injustiça. Para uma paz duradoura, a Ucrânia e seus aliados precisam se preparar para uma guerra longa

Por Notas & Informações

As esperanças em um avanço substancial da Ucrânia evaporaram. A contraofensiva lançada em junho recuperou 0,25% do território ocupado pela Rússia, bem abaixo da meta mínima. Enquanto o segundo ano de combate entra em seu ocaso sob o frio e a umidade invernal, o front de 1.000 km está engessado. As tropas estão exaustas; e as munições, exauridas. A economia ucraniana já encolheu um terço. Os aliados ocidentais dão mostras de fadiga e distração pela guerra no Oriente Médio.

Não que a ofensiva tenha sido um erro. Poderia ter dado certo. Mas também poderia não dar certo, e, por várias razões, não deu. Legal, política e moralmente os objetivos de Kiev – restauração de sua integridade territorial e compensações pela agressão – seguem inatacáveis. Mas são inalcançáveis a curto e, possivelmente, a médio prazo. Nutrir esperanças em uma “vitória a qualquer custo” e investir numa estratégia de acordo com elas traria poucos ganhos, possivelmente nenhum, e poria muito a perder, possivelmente tudo.

Quem quer a paz a qualquer custo vê uma oportunidade. Segundo o jornal alemão Bild, o chanceler Olaf Scholz estaria planejando com o presidente americano, Joe Biden, pressionar a Ucrânia a aceitar um cessar-fogo e sentar à mesa de negociações, dando-lhe armas suficientes para sobreviver, mas não para vencer. Os pacifistas radicais gostariam que o problema simplesmente desaparecesse, com a Ucrânia trocando “terras por paz”. Os moderados afirmam que a Ucrânia não precisaria renunciar aos seus objetivos, mas poderia persegui-los por vias diplomáticas, sustentando um cessar-fogo pelo tempo que fosse necessário.

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Ainda assim, faltaria “combinar com os russos”. O presidente Vladimir Putin não dá sinais de que deseja negociar. Há poucos dias disse que a guerra não acabará enquanto seus objetivos não forem alcançados: neutralidade, “desmilitarização” e “desnazificação” da Ucrânia. A estratégia é erodir o moral ucraniano e ocidental, explorando suas divisões enquanto aguarda que uma vitória de Donald Trump nos EUA desempate o jogo a seu favor. Mas, mesmo que ele fechasse algum acordo, seria confiável? Um cessar-fogo só lhe daria a oportunidade de se rearmar e voltar à ofensiva. E, mesmo que os ucranianos fizessem todas as concessões, alguém duvida que ele veria nisso um sinal de fraqueza e um convite a dobrar a aposta?

Assim, se o anseio dos “falcões” é irrealista, o das “pombas” também é. Um triunfo da Ucrânia seria justo, mas não está ao alcance. Nas condições atuais, a paz seria injusta, e, mesmo que esteja ao alcance, o que não é certo, seria só um hiato antes de mais guerra e injustiças. De um modo ou de outro, uma paz duradoura e, sobretudo, justa está distante. Se quiserem se aproximar dela, a Ucrânia e seus aliados precisam se preparar para uma guerra longa.

Tudo indica que, ao menos num futuro próximo, a Ucrânia precisará alterar a sua estratégia, de ofensiva para defensiva. Isso passa por manter a guerra de atrito no front, impor o máximo de perdas aos russos e eventualmente explorar possibilidades de recuperar territórios. Mas a prioridade é blindar os 80% de território sob seu controle. Para isso precisará de defesas aéreas, caças F-16 para debilitar a supremacia aérea da Rússia e mísseis de longo alcance para empurrar suas unidades de suporte.

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Isso reduziria o número de baixas das forças da Ucrânia, diminuiria o risco de que suas fábricas e infraestruturas sejam destruídas, criaria condições para repatriar ucranianos refugiados e ampliaria a margem para um fluxo de exportações seguras no Mar Negro. Com mais produção e comércio, a Ucrânia reduziria a dependência dos auxílios ocidentais. A União Europeia precisa acenar concretamente à integração da Ucrânia, exigindo como contrapartida reformas para reduzir a corrupção e fortalecer suas instituições democráticas e liberais. Se a Ucrânia conseguir reciclar suas forças, fortalecer sua economia e sanear sua política, poderá mais adiante estar numa posição para vencer ou, ao menos, entrar com uma mão forte em eventuais negociações.

As esperanças em um avanço substancial da Ucrânia evaporaram. A contraofensiva lançada em junho recuperou 0,25% do território ocupado pela Rússia, bem abaixo da meta mínima. Enquanto o segundo ano de combate entra em seu ocaso sob o frio e a umidade invernal, o front de 1.000 km está engessado. As tropas estão exaustas; e as munições, exauridas. A economia ucraniana já encolheu um terço. Os aliados ocidentais dão mostras de fadiga e distração pela guerra no Oriente Médio.

Não que a ofensiva tenha sido um erro. Poderia ter dado certo. Mas também poderia não dar certo, e, por várias razões, não deu. Legal, política e moralmente os objetivos de Kiev – restauração de sua integridade territorial e compensações pela agressão – seguem inatacáveis. Mas são inalcançáveis a curto e, possivelmente, a médio prazo. Nutrir esperanças em uma “vitória a qualquer custo” e investir numa estratégia de acordo com elas traria poucos ganhos, possivelmente nenhum, e poria muito a perder, possivelmente tudo.

Quem quer a paz a qualquer custo vê uma oportunidade. Segundo o jornal alemão Bild, o chanceler Olaf Scholz estaria planejando com o presidente americano, Joe Biden, pressionar a Ucrânia a aceitar um cessar-fogo e sentar à mesa de negociações, dando-lhe armas suficientes para sobreviver, mas não para vencer. Os pacifistas radicais gostariam que o problema simplesmente desaparecesse, com a Ucrânia trocando “terras por paz”. Os moderados afirmam que a Ucrânia não precisaria renunciar aos seus objetivos, mas poderia persegui-los por vias diplomáticas, sustentando um cessar-fogo pelo tempo que fosse necessário.

Ainda assim, faltaria “combinar com os russos”. O presidente Vladimir Putin não dá sinais de que deseja negociar. Há poucos dias disse que a guerra não acabará enquanto seus objetivos não forem alcançados: neutralidade, “desmilitarização” e “desnazificação” da Ucrânia. A estratégia é erodir o moral ucraniano e ocidental, explorando suas divisões enquanto aguarda que uma vitória de Donald Trump nos EUA desempate o jogo a seu favor. Mas, mesmo que ele fechasse algum acordo, seria confiável? Um cessar-fogo só lhe daria a oportunidade de se rearmar e voltar à ofensiva. E, mesmo que os ucranianos fizessem todas as concessões, alguém duvida que ele veria nisso um sinal de fraqueza e um convite a dobrar a aposta?

Assim, se o anseio dos “falcões” é irrealista, o das “pombas” também é. Um triunfo da Ucrânia seria justo, mas não está ao alcance. Nas condições atuais, a paz seria injusta, e, mesmo que esteja ao alcance, o que não é certo, seria só um hiato antes de mais guerra e injustiças. De um modo ou de outro, uma paz duradoura e, sobretudo, justa está distante. Se quiserem se aproximar dela, a Ucrânia e seus aliados precisam se preparar para uma guerra longa.

Tudo indica que, ao menos num futuro próximo, a Ucrânia precisará alterar a sua estratégia, de ofensiva para defensiva. Isso passa por manter a guerra de atrito no front, impor o máximo de perdas aos russos e eventualmente explorar possibilidades de recuperar territórios. Mas a prioridade é blindar os 80% de território sob seu controle. Para isso precisará de defesas aéreas, caças F-16 para debilitar a supremacia aérea da Rússia e mísseis de longo alcance para empurrar suas unidades de suporte.

Isso reduziria o número de baixas das forças da Ucrânia, diminuiria o risco de que suas fábricas e infraestruturas sejam destruídas, criaria condições para repatriar ucranianos refugiados e ampliaria a margem para um fluxo de exportações seguras no Mar Negro. Com mais produção e comércio, a Ucrânia reduziria a dependência dos auxílios ocidentais. A União Europeia precisa acenar concretamente à integração da Ucrânia, exigindo como contrapartida reformas para reduzir a corrupção e fortalecer suas instituições democráticas e liberais. Se a Ucrânia conseguir reciclar suas forças, fortalecer sua economia e sanear sua política, poderá mais adiante estar numa posição para vencer ou, ao menos, entrar com uma mão forte em eventuais negociações.

As esperanças em um avanço substancial da Ucrânia evaporaram. A contraofensiva lançada em junho recuperou 0,25% do território ocupado pela Rússia, bem abaixo da meta mínima. Enquanto o segundo ano de combate entra em seu ocaso sob o frio e a umidade invernal, o front de 1.000 km está engessado. As tropas estão exaustas; e as munições, exauridas. A economia ucraniana já encolheu um terço. Os aliados ocidentais dão mostras de fadiga e distração pela guerra no Oriente Médio.

Não que a ofensiva tenha sido um erro. Poderia ter dado certo. Mas também poderia não dar certo, e, por várias razões, não deu. Legal, política e moralmente os objetivos de Kiev – restauração de sua integridade territorial e compensações pela agressão – seguem inatacáveis. Mas são inalcançáveis a curto e, possivelmente, a médio prazo. Nutrir esperanças em uma “vitória a qualquer custo” e investir numa estratégia de acordo com elas traria poucos ganhos, possivelmente nenhum, e poria muito a perder, possivelmente tudo.

Quem quer a paz a qualquer custo vê uma oportunidade. Segundo o jornal alemão Bild, o chanceler Olaf Scholz estaria planejando com o presidente americano, Joe Biden, pressionar a Ucrânia a aceitar um cessar-fogo e sentar à mesa de negociações, dando-lhe armas suficientes para sobreviver, mas não para vencer. Os pacifistas radicais gostariam que o problema simplesmente desaparecesse, com a Ucrânia trocando “terras por paz”. Os moderados afirmam que a Ucrânia não precisaria renunciar aos seus objetivos, mas poderia persegui-los por vias diplomáticas, sustentando um cessar-fogo pelo tempo que fosse necessário.

Ainda assim, faltaria “combinar com os russos”. O presidente Vladimir Putin não dá sinais de que deseja negociar. Há poucos dias disse que a guerra não acabará enquanto seus objetivos não forem alcançados: neutralidade, “desmilitarização” e “desnazificação” da Ucrânia. A estratégia é erodir o moral ucraniano e ocidental, explorando suas divisões enquanto aguarda que uma vitória de Donald Trump nos EUA desempate o jogo a seu favor. Mas, mesmo que ele fechasse algum acordo, seria confiável? Um cessar-fogo só lhe daria a oportunidade de se rearmar e voltar à ofensiva. E, mesmo que os ucranianos fizessem todas as concessões, alguém duvida que ele veria nisso um sinal de fraqueza e um convite a dobrar a aposta?

Assim, se o anseio dos “falcões” é irrealista, o das “pombas” também é. Um triunfo da Ucrânia seria justo, mas não está ao alcance. Nas condições atuais, a paz seria injusta, e, mesmo que esteja ao alcance, o que não é certo, seria só um hiato antes de mais guerra e injustiças. De um modo ou de outro, uma paz duradoura e, sobretudo, justa está distante. Se quiserem se aproximar dela, a Ucrânia e seus aliados precisam se preparar para uma guerra longa.

Tudo indica que, ao menos num futuro próximo, a Ucrânia precisará alterar a sua estratégia, de ofensiva para defensiva. Isso passa por manter a guerra de atrito no front, impor o máximo de perdas aos russos e eventualmente explorar possibilidades de recuperar territórios. Mas a prioridade é blindar os 80% de território sob seu controle. Para isso precisará de defesas aéreas, caças F-16 para debilitar a supremacia aérea da Rússia e mísseis de longo alcance para empurrar suas unidades de suporte.

Isso reduziria o número de baixas das forças da Ucrânia, diminuiria o risco de que suas fábricas e infraestruturas sejam destruídas, criaria condições para repatriar ucranianos refugiados e ampliaria a margem para um fluxo de exportações seguras no Mar Negro. Com mais produção e comércio, a Ucrânia reduziria a dependência dos auxílios ocidentais. A União Europeia precisa acenar concretamente à integração da Ucrânia, exigindo como contrapartida reformas para reduzir a corrupção e fortalecer suas instituições democráticas e liberais. Se a Ucrânia conseguir reciclar suas forças, fortalecer sua economia e sanear sua política, poderá mais adiante estar numa posição para vencer ou, ao menos, entrar com uma mão forte em eventuais negociações.

As esperanças em um avanço substancial da Ucrânia evaporaram. A contraofensiva lançada em junho recuperou 0,25% do território ocupado pela Rússia, bem abaixo da meta mínima. Enquanto o segundo ano de combate entra em seu ocaso sob o frio e a umidade invernal, o front de 1.000 km está engessado. As tropas estão exaustas; e as munições, exauridas. A economia ucraniana já encolheu um terço. Os aliados ocidentais dão mostras de fadiga e distração pela guerra no Oriente Médio.

Não que a ofensiva tenha sido um erro. Poderia ter dado certo. Mas também poderia não dar certo, e, por várias razões, não deu. Legal, política e moralmente os objetivos de Kiev – restauração de sua integridade territorial e compensações pela agressão – seguem inatacáveis. Mas são inalcançáveis a curto e, possivelmente, a médio prazo. Nutrir esperanças em uma “vitória a qualquer custo” e investir numa estratégia de acordo com elas traria poucos ganhos, possivelmente nenhum, e poria muito a perder, possivelmente tudo.

Quem quer a paz a qualquer custo vê uma oportunidade. Segundo o jornal alemão Bild, o chanceler Olaf Scholz estaria planejando com o presidente americano, Joe Biden, pressionar a Ucrânia a aceitar um cessar-fogo e sentar à mesa de negociações, dando-lhe armas suficientes para sobreviver, mas não para vencer. Os pacifistas radicais gostariam que o problema simplesmente desaparecesse, com a Ucrânia trocando “terras por paz”. Os moderados afirmam que a Ucrânia não precisaria renunciar aos seus objetivos, mas poderia persegui-los por vias diplomáticas, sustentando um cessar-fogo pelo tempo que fosse necessário.

Ainda assim, faltaria “combinar com os russos”. O presidente Vladimir Putin não dá sinais de que deseja negociar. Há poucos dias disse que a guerra não acabará enquanto seus objetivos não forem alcançados: neutralidade, “desmilitarização” e “desnazificação” da Ucrânia. A estratégia é erodir o moral ucraniano e ocidental, explorando suas divisões enquanto aguarda que uma vitória de Donald Trump nos EUA desempate o jogo a seu favor. Mas, mesmo que ele fechasse algum acordo, seria confiável? Um cessar-fogo só lhe daria a oportunidade de se rearmar e voltar à ofensiva. E, mesmo que os ucranianos fizessem todas as concessões, alguém duvida que ele veria nisso um sinal de fraqueza e um convite a dobrar a aposta?

Assim, se o anseio dos “falcões” é irrealista, o das “pombas” também é. Um triunfo da Ucrânia seria justo, mas não está ao alcance. Nas condições atuais, a paz seria injusta, e, mesmo que esteja ao alcance, o que não é certo, seria só um hiato antes de mais guerra e injustiças. De um modo ou de outro, uma paz duradoura e, sobretudo, justa está distante. Se quiserem se aproximar dela, a Ucrânia e seus aliados precisam se preparar para uma guerra longa.

Tudo indica que, ao menos num futuro próximo, a Ucrânia precisará alterar a sua estratégia, de ofensiva para defensiva. Isso passa por manter a guerra de atrito no front, impor o máximo de perdas aos russos e eventualmente explorar possibilidades de recuperar territórios. Mas a prioridade é blindar os 80% de território sob seu controle. Para isso precisará de defesas aéreas, caças F-16 para debilitar a supremacia aérea da Rússia e mísseis de longo alcance para empurrar suas unidades de suporte.

Isso reduziria o número de baixas das forças da Ucrânia, diminuiria o risco de que suas fábricas e infraestruturas sejam destruídas, criaria condições para repatriar ucranianos refugiados e ampliaria a margem para um fluxo de exportações seguras no Mar Negro. Com mais produção e comércio, a Ucrânia reduziria a dependência dos auxílios ocidentais. A União Europeia precisa acenar concretamente à integração da Ucrânia, exigindo como contrapartida reformas para reduzir a corrupção e fortalecer suas instituições democráticas e liberais. Se a Ucrânia conseguir reciclar suas forças, fortalecer sua economia e sanear sua política, poderá mais adiante estar numa posição para vencer ou, ao menos, entrar com uma mão forte em eventuais negociações.

As esperanças em um avanço substancial da Ucrânia evaporaram. A contraofensiva lançada em junho recuperou 0,25% do território ocupado pela Rússia, bem abaixo da meta mínima. Enquanto o segundo ano de combate entra em seu ocaso sob o frio e a umidade invernal, o front de 1.000 km está engessado. As tropas estão exaustas; e as munições, exauridas. A economia ucraniana já encolheu um terço. Os aliados ocidentais dão mostras de fadiga e distração pela guerra no Oriente Médio.

Não que a ofensiva tenha sido um erro. Poderia ter dado certo. Mas também poderia não dar certo, e, por várias razões, não deu. Legal, política e moralmente os objetivos de Kiev – restauração de sua integridade territorial e compensações pela agressão – seguem inatacáveis. Mas são inalcançáveis a curto e, possivelmente, a médio prazo. Nutrir esperanças em uma “vitória a qualquer custo” e investir numa estratégia de acordo com elas traria poucos ganhos, possivelmente nenhum, e poria muito a perder, possivelmente tudo.

Quem quer a paz a qualquer custo vê uma oportunidade. Segundo o jornal alemão Bild, o chanceler Olaf Scholz estaria planejando com o presidente americano, Joe Biden, pressionar a Ucrânia a aceitar um cessar-fogo e sentar à mesa de negociações, dando-lhe armas suficientes para sobreviver, mas não para vencer. Os pacifistas radicais gostariam que o problema simplesmente desaparecesse, com a Ucrânia trocando “terras por paz”. Os moderados afirmam que a Ucrânia não precisaria renunciar aos seus objetivos, mas poderia persegui-los por vias diplomáticas, sustentando um cessar-fogo pelo tempo que fosse necessário.

Ainda assim, faltaria “combinar com os russos”. O presidente Vladimir Putin não dá sinais de que deseja negociar. Há poucos dias disse que a guerra não acabará enquanto seus objetivos não forem alcançados: neutralidade, “desmilitarização” e “desnazificação” da Ucrânia. A estratégia é erodir o moral ucraniano e ocidental, explorando suas divisões enquanto aguarda que uma vitória de Donald Trump nos EUA desempate o jogo a seu favor. Mas, mesmo que ele fechasse algum acordo, seria confiável? Um cessar-fogo só lhe daria a oportunidade de se rearmar e voltar à ofensiva. E, mesmo que os ucranianos fizessem todas as concessões, alguém duvida que ele veria nisso um sinal de fraqueza e um convite a dobrar a aposta?

Assim, se o anseio dos “falcões” é irrealista, o das “pombas” também é. Um triunfo da Ucrânia seria justo, mas não está ao alcance. Nas condições atuais, a paz seria injusta, e, mesmo que esteja ao alcance, o que não é certo, seria só um hiato antes de mais guerra e injustiças. De um modo ou de outro, uma paz duradoura e, sobretudo, justa está distante. Se quiserem se aproximar dela, a Ucrânia e seus aliados precisam se preparar para uma guerra longa.

Tudo indica que, ao menos num futuro próximo, a Ucrânia precisará alterar a sua estratégia, de ofensiva para defensiva. Isso passa por manter a guerra de atrito no front, impor o máximo de perdas aos russos e eventualmente explorar possibilidades de recuperar territórios. Mas a prioridade é blindar os 80% de território sob seu controle. Para isso precisará de defesas aéreas, caças F-16 para debilitar a supremacia aérea da Rússia e mísseis de longo alcance para empurrar suas unidades de suporte.

Isso reduziria o número de baixas das forças da Ucrânia, diminuiria o risco de que suas fábricas e infraestruturas sejam destruídas, criaria condições para repatriar ucranianos refugiados e ampliaria a margem para um fluxo de exportações seguras no Mar Negro. Com mais produção e comércio, a Ucrânia reduziria a dependência dos auxílios ocidentais. A União Europeia precisa acenar concretamente à integração da Ucrânia, exigindo como contrapartida reformas para reduzir a corrupção e fortalecer suas instituições democráticas e liberais. Se a Ucrânia conseguir reciclar suas forças, fortalecer sua economia e sanear sua política, poderá mais adiante estar numa posição para vencer ou, ao menos, entrar com uma mão forte em eventuais negociações.

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