O mapa do ódio à imprensa


Site reúne informações sobre agressões a jornalistas no Brasil, retrato da crise democrática

Por Notas & Informações

Em boa hora, o Brasil acaba de ganhar um site que mapeia informações sobre casos de violência contra profissionais da imprensa no País. A nova plataforma (obcom.net.br) dá acesso a dados publicados anualmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Até o momento, são 926 casos documentados desde 1982, com os nomes das vítimas e dos agressores (quando identificados), a data, o local, o veículo de comunicação e um resumo da agressão.

Resultado de parceria entre a Fenaj, o grupo de pesquisa Com+ e o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o novo site chama a atenção para um tipo de violência que não se limita a causar sofrimento e dor aos profissionais atacados. Quem agride jornalistas, seja por meio da intimidação, de ofensas ou da força bruta, tenta privar a sociedade do direito fundamental à informação. É disso que se trata, sobretudo nestes tempos de desinformação desenfreada, quando a imprensa profissional, com o rigor da sua apuração, representa uma barreira à propagação de mentiras.

Governos e grupos autoritários têm horror à imprensa livre e se empenham em criar um ambiente hostil que abre caminho para agressões. Não é de estranhar, portanto, que os casos de violência tenham aumentado no recém-encerrado governo de Jair Bolsonaro. Como informou o Jornal da USP, em 2018, último ano do governo de Michel Temer, foram 100 registros, número que subiu para 183 em 2019 e para 302 em 2020 (em 2021, foram 150, queda que os autores creditam à subnotificação). Vale lembrar que o próprio Bolsonaro ameaçou dar uma “porrada” num jornalista, ofendeu uma repórter com insinuação de caráter sexual e se esforçou para ampliar a hostilidade dos seus seguidores em relação à imprensa. Foi nesse clima que o fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, foi agredido por bolsonaristas enquanto registrava uma manifestação diante do Palácio do Planalto.

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Mas a violência contra profissionais da imprensa não é exclusividade da extrema direita. Como informa o Jornal da USP, o número de casos aumentou em 2013, em meio aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus. Em 2018, profissionais que cobriam a prisão do petista Luiz Inácio Lula da Silva foram agredidos ou ameaçados por seus apoiadores na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O mapeamento revelou ainda uma proporção maior de relatos de violência nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, onde atuam profissionais dos principais grupos de comunicação do País. Para a professora Elizabeth Saad, uma das responsáveis pela nova plataforma, esse dado reflete a realidade de quem trabalha longe dos grandes centros urbanos − e teme as consequências de denunciar uma agressão. Uma lástima.

Que a imprensa desperte contrariedades e desagrade aos mais variados lados é natural − sinal de que está cumprindo sua primordial tarefa de ser fiel aos fatos. Críticas, claro, fazem parte e dão vida à democracia. Agressões não.

Em boa hora, o Brasil acaba de ganhar um site que mapeia informações sobre casos de violência contra profissionais da imprensa no País. A nova plataforma (obcom.net.br) dá acesso a dados publicados anualmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Até o momento, são 926 casos documentados desde 1982, com os nomes das vítimas e dos agressores (quando identificados), a data, o local, o veículo de comunicação e um resumo da agressão.

Resultado de parceria entre a Fenaj, o grupo de pesquisa Com+ e o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o novo site chama a atenção para um tipo de violência que não se limita a causar sofrimento e dor aos profissionais atacados. Quem agride jornalistas, seja por meio da intimidação, de ofensas ou da força bruta, tenta privar a sociedade do direito fundamental à informação. É disso que se trata, sobretudo nestes tempos de desinformação desenfreada, quando a imprensa profissional, com o rigor da sua apuração, representa uma barreira à propagação de mentiras.

Governos e grupos autoritários têm horror à imprensa livre e se empenham em criar um ambiente hostil que abre caminho para agressões. Não é de estranhar, portanto, que os casos de violência tenham aumentado no recém-encerrado governo de Jair Bolsonaro. Como informou o Jornal da USP, em 2018, último ano do governo de Michel Temer, foram 100 registros, número que subiu para 183 em 2019 e para 302 em 2020 (em 2021, foram 150, queda que os autores creditam à subnotificação). Vale lembrar que o próprio Bolsonaro ameaçou dar uma “porrada” num jornalista, ofendeu uma repórter com insinuação de caráter sexual e se esforçou para ampliar a hostilidade dos seus seguidores em relação à imprensa. Foi nesse clima que o fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, foi agredido por bolsonaristas enquanto registrava uma manifestação diante do Palácio do Planalto.

Mas a violência contra profissionais da imprensa não é exclusividade da extrema direita. Como informa o Jornal da USP, o número de casos aumentou em 2013, em meio aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus. Em 2018, profissionais que cobriam a prisão do petista Luiz Inácio Lula da Silva foram agredidos ou ameaçados por seus apoiadores na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O mapeamento revelou ainda uma proporção maior de relatos de violência nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, onde atuam profissionais dos principais grupos de comunicação do País. Para a professora Elizabeth Saad, uma das responsáveis pela nova plataforma, esse dado reflete a realidade de quem trabalha longe dos grandes centros urbanos − e teme as consequências de denunciar uma agressão. Uma lástima.

Que a imprensa desperte contrariedades e desagrade aos mais variados lados é natural − sinal de que está cumprindo sua primordial tarefa de ser fiel aos fatos. Críticas, claro, fazem parte e dão vida à democracia. Agressões não.

Em boa hora, o Brasil acaba de ganhar um site que mapeia informações sobre casos de violência contra profissionais da imprensa no País. A nova plataforma (obcom.net.br) dá acesso a dados publicados anualmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Até o momento, são 926 casos documentados desde 1982, com os nomes das vítimas e dos agressores (quando identificados), a data, o local, o veículo de comunicação e um resumo da agressão.

Resultado de parceria entre a Fenaj, o grupo de pesquisa Com+ e o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o novo site chama a atenção para um tipo de violência que não se limita a causar sofrimento e dor aos profissionais atacados. Quem agride jornalistas, seja por meio da intimidação, de ofensas ou da força bruta, tenta privar a sociedade do direito fundamental à informação. É disso que se trata, sobretudo nestes tempos de desinformação desenfreada, quando a imprensa profissional, com o rigor da sua apuração, representa uma barreira à propagação de mentiras.

Governos e grupos autoritários têm horror à imprensa livre e se empenham em criar um ambiente hostil que abre caminho para agressões. Não é de estranhar, portanto, que os casos de violência tenham aumentado no recém-encerrado governo de Jair Bolsonaro. Como informou o Jornal da USP, em 2018, último ano do governo de Michel Temer, foram 100 registros, número que subiu para 183 em 2019 e para 302 em 2020 (em 2021, foram 150, queda que os autores creditam à subnotificação). Vale lembrar que o próprio Bolsonaro ameaçou dar uma “porrada” num jornalista, ofendeu uma repórter com insinuação de caráter sexual e se esforçou para ampliar a hostilidade dos seus seguidores em relação à imprensa. Foi nesse clima que o fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, foi agredido por bolsonaristas enquanto registrava uma manifestação diante do Palácio do Planalto.

Mas a violência contra profissionais da imprensa não é exclusividade da extrema direita. Como informa o Jornal da USP, o número de casos aumentou em 2013, em meio aos protestos contra o aumento das passagens de ônibus. Em 2018, profissionais que cobriam a prisão do petista Luiz Inácio Lula da Silva foram agredidos ou ameaçados por seus apoiadores na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O mapeamento revelou ainda uma proporção maior de relatos de violência nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, onde atuam profissionais dos principais grupos de comunicação do País. Para a professora Elizabeth Saad, uma das responsáveis pela nova plataforma, esse dado reflete a realidade de quem trabalha longe dos grandes centros urbanos − e teme as consequências de denunciar uma agressão. Uma lástima.

Que a imprensa desperte contrariedades e desagrade aos mais variados lados é natural − sinal de que está cumprindo sua primordial tarefa de ser fiel aos fatos. Críticas, claro, fazem parte e dão vida à democracia. Agressões não.

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