O mundo prende a respiração


Os eleitores independentes nos EUA mereciam opções melhores. Harris é uma candidata muito fraca, mas riscos de quatro anos de instabilidade sob Trump são grandes demais para ignorar

Por Notas & Informações

Como sempre, os eleitores dos Estados Unidos, a democracia mais rica e poderosa do planeta, vão às urnas escolher não só seu presidente, mas, como dizem, o “líder do mundo livre”. Após quatro meses de campanha (a rigor quatro anos), a excepcional indefinição, mesmo para os padrões de seu sistema bipartidário, mostra que para o eleitorado a escolha é difícil. Não para todos. Para os cerca de 40% que costumam se abster ela é indiferente. Para outros, é só escolher contra quem votar, ou o “fascista” ou a “comunista”. Mas, para uma fatia estreita dos indecisos e independentes que decidirão a disputa, é difícil.

As propostas intervencionistas, seja do republicano Donald Trump, seja da democrata Kamala Harris, são frustrantes para os que acham que os EUA devem ser exemplo de liberalismo. Mas mais angustiantes são as diferenças. De um lado, a candidata apoiada por uma elite que há muito ignora a “América profunda”; de outro, um populista imprevisível e com sede de vingança.

Kamala Harris até evitou pautas progressistas mais radicais e renunciou a convicções como o banimento de combustíveis fósseis. Seria fácil conquistar os pragmáticos exaustos com Trump se ela demonstrasse competência, visões claras de políticas públicas diferentes das da administração impopular de Joe Biden, domínio sobre os detalhes dessas políticas e capacidade de articulá-los em um projeto amplo e coeso. Mas, fraquíssima como candidata, não demonstrou. Nas poucas entrevistas que deu, evitou respostas diretas e não ofereceu soluções assertivas às duas maiores ansiedades do eleitorado – a imigração e a inflação. Sobre ela sabe-se apenas que não pretende ser uma ditadora, como Trump ameaça ser, e que protegerá os direitos reprodutivos das mulheres.

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A vice se apresenta como “novidade”, mas, questionada em um programa de TV sobre o que faria de diferente dos últimos quatro anos, respondeu: “Não me vem nada à mente”. As pesquisas, porém, mostram eleitores insatisfeitos com as políticas democratas e desejosos de mudanças. Se os republicanos tivessem nomeado um candidato sério, provavelmente ganhariam com facilidade. Mas não nomearam.

Além de criminoso e golpista, Trump é caótico. É verdade que sua primeira gestão não foi tão catastrófica quanto se temia, mas isso se deu muito mais porque ele estava cercado de políticos republicanos tradicionais e o mundo estava em relativa paz. Agora suas bases e propostas são mais radicais. Seu populismo econômico, uma mescla de protecionismo e cortes de impostos à custa de mais dívida, poria o país na rota da estagflação. Em meio às guerras na Europa e no Oriente Médio, sua diplomacia voluntarista e errática enfraqueceria alianças e encorajaria ditadores como Vladimir Putin. Os freios e contrapesos podem conter seus impulsos autoritários, mas sua incapacidade de submeter seu ego às instituições democráticas, em especial à mais sacrossanta delas, as urnas, deveria ser suficiente para desqualificar sua candidatura.

Trump não é tóxico apenas para a democracia americana e seus aliados, mas para as próprias causas conservadoras. A demonização indiscriminada de imigrantes, legais e ilegais, inviabiliza um controle racional da imigração. Sua retórica divisiva confirma e abastece as paranoias mais histéricas da esquerda woke, minando as condições para a estabilidade social e o resgate da meritocracia e da igualdade de oportunidades. Um futuro conservador só será possível se Trump for rejeitado. Essa foi a conclusão de muitos republicanos que estão declarando o voto em Harris.

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O eleitor moderado e independente merecia uma opção melhor do que a candidata imposta pelas elites democratas e o candidato imposto por uma seita republicana. Mas, como a eleição americana terá profundas implicações para o resto do mundo, é o caso de torcer para que esse eleitor tenha consciência de que uma vitória de Trump – que transformou em inimigos os americanos que se opõem a ele, que tentou roubar uma eleição e tentará de novo porque nutre profundo desrespeito pela democracia e que confunde seus interesses pessoais e empresariais com os interesses dos EUA – será um desastre de proporções inauditas.

Como sempre, os eleitores dos Estados Unidos, a democracia mais rica e poderosa do planeta, vão às urnas escolher não só seu presidente, mas, como dizem, o “líder do mundo livre”. Após quatro meses de campanha (a rigor quatro anos), a excepcional indefinição, mesmo para os padrões de seu sistema bipartidário, mostra que para o eleitorado a escolha é difícil. Não para todos. Para os cerca de 40% que costumam se abster ela é indiferente. Para outros, é só escolher contra quem votar, ou o “fascista” ou a “comunista”. Mas, para uma fatia estreita dos indecisos e independentes que decidirão a disputa, é difícil.

As propostas intervencionistas, seja do republicano Donald Trump, seja da democrata Kamala Harris, são frustrantes para os que acham que os EUA devem ser exemplo de liberalismo. Mas mais angustiantes são as diferenças. De um lado, a candidata apoiada por uma elite que há muito ignora a “América profunda”; de outro, um populista imprevisível e com sede de vingança.

Kamala Harris até evitou pautas progressistas mais radicais e renunciou a convicções como o banimento de combustíveis fósseis. Seria fácil conquistar os pragmáticos exaustos com Trump se ela demonstrasse competência, visões claras de políticas públicas diferentes das da administração impopular de Joe Biden, domínio sobre os detalhes dessas políticas e capacidade de articulá-los em um projeto amplo e coeso. Mas, fraquíssima como candidata, não demonstrou. Nas poucas entrevistas que deu, evitou respostas diretas e não ofereceu soluções assertivas às duas maiores ansiedades do eleitorado – a imigração e a inflação. Sobre ela sabe-se apenas que não pretende ser uma ditadora, como Trump ameaça ser, e que protegerá os direitos reprodutivos das mulheres.

A vice se apresenta como “novidade”, mas, questionada em um programa de TV sobre o que faria de diferente dos últimos quatro anos, respondeu: “Não me vem nada à mente”. As pesquisas, porém, mostram eleitores insatisfeitos com as políticas democratas e desejosos de mudanças. Se os republicanos tivessem nomeado um candidato sério, provavelmente ganhariam com facilidade. Mas não nomearam.

Além de criminoso e golpista, Trump é caótico. É verdade que sua primeira gestão não foi tão catastrófica quanto se temia, mas isso se deu muito mais porque ele estava cercado de políticos republicanos tradicionais e o mundo estava em relativa paz. Agora suas bases e propostas são mais radicais. Seu populismo econômico, uma mescla de protecionismo e cortes de impostos à custa de mais dívida, poria o país na rota da estagflação. Em meio às guerras na Europa e no Oriente Médio, sua diplomacia voluntarista e errática enfraqueceria alianças e encorajaria ditadores como Vladimir Putin. Os freios e contrapesos podem conter seus impulsos autoritários, mas sua incapacidade de submeter seu ego às instituições democráticas, em especial à mais sacrossanta delas, as urnas, deveria ser suficiente para desqualificar sua candidatura.

Trump não é tóxico apenas para a democracia americana e seus aliados, mas para as próprias causas conservadoras. A demonização indiscriminada de imigrantes, legais e ilegais, inviabiliza um controle racional da imigração. Sua retórica divisiva confirma e abastece as paranoias mais histéricas da esquerda woke, minando as condições para a estabilidade social e o resgate da meritocracia e da igualdade de oportunidades. Um futuro conservador só será possível se Trump for rejeitado. Essa foi a conclusão de muitos republicanos que estão declarando o voto em Harris.

O eleitor moderado e independente merecia uma opção melhor do que a candidata imposta pelas elites democratas e o candidato imposto por uma seita republicana. Mas, como a eleição americana terá profundas implicações para o resto do mundo, é o caso de torcer para que esse eleitor tenha consciência de que uma vitória de Trump – que transformou em inimigos os americanos que se opõem a ele, que tentou roubar uma eleição e tentará de novo porque nutre profundo desrespeito pela democracia e que confunde seus interesses pessoais e empresariais com os interesses dos EUA – será um desastre de proporções inauditas.

Como sempre, os eleitores dos Estados Unidos, a democracia mais rica e poderosa do planeta, vão às urnas escolher não só seu presidente, mas, como dizem, o “líder do mundo livre”. Após quatro meses de campanha (a rigor quatro anos), a excepcional indefinição, mesmo para os padrões de seu sistema bipartidário, mostra que para o eleitorado a escolha é difícil. Não para todos. Para os cerca de 40% que costumam se abster ela é indiferente. Para outros, é só escolher contra quem votar, ou o “fascista” ou a “comunista”. Mas, para uma fatia estreita dos indecisos e independentes que decidirão a disputa, é difícil.

As propostas intervencionistas, seja do republicano Donald Trump, seja da democrata Kamala Harris, são frustrantes para os que acham que os EUA devem ser exemplo de liberalismo. Mas mais angustiantes são as diferenças. De um lado, a candidata apoiada por uma elite que há muito ignora a “América profunda”; de outro, um populista imprevisível e com sede de vingança.

Kamala Harris até evitou pautas progressistas mais radicais e renunciou a convicções como o banimento de combustíveis fósseis. Seria fácil conquistar os pragmáticos exaustos com Trump se ela demonstrasse competência, visões claras de políticas públicas diferentes das da administração impopular de Joe Biden, domínio sobre os detalhes dessas políticas e capacidade de articulá-los em um projeto amplo e coeso. Mas, fraquíssima como candidata, não demonstrou. Nas poucas entrevistas que deu, evitou respostas diretas e não ofereceu soluções assertivas às duas maiores ansiedades do eleitorado – a imigração e a inflação. Sobre ela sabe-se apenas que não pretende ser uma ditadora, como Trump ameaça ser, e que protegerá os direitos reprodutivos das mulheres.

A vice se apresenta como “novidade”, mas, questionada em um programa de TV sobre o que faria de diferente dos últimos quatro anos, respondeu: “Não me vem nada à mente”. As pesquisas, porém, mostram eleitores insatisfeitos com as políticas democratas e desejosos de mudanças. Se os republicanos tivessem nomeado um candidato sério, provavelmente ganhariam com facilidade. Mas não nomearam.

Além de criminoso e golpista, Trump é caótico. É verdade que sua primeira gestão não foi tão catastrófica quanto se temia, mas isso se deu muito mais porque ele estava cercado de políticos republicanos tradicionais e o mundo estava em relativa paz. Agora suas bases e propostas são mais radicais. Seu populismo econômico, uma mescla de protecionismo e cortes de impostos à custa de mais dívida, poria o país na rota da estagflação. Em meio às guerras na Europa e no Oriente Médio, sua diplomacia voluntarista e errática enfraqueceria alianças e encorajaria ditadores como Vladimir Putin. Os freios e contrapesos podem conter seus impulsos autoritários, mas sua incapacidade de submeter seu ego às instituições democráticas, em especial à mais sacrossanta delas, as urnas, deveria ser suficiente para desqualificar sua candidatura.

Trump não é tóxico apenas para a democracia americana e seus aliados, mas para as próprias causas conservadoras. A demonização indiscriminada de imigrantes, legais e ilegais, inviabiliza um controle racional da imigração. Sua retórica divisiva confirma e abastece as paranoias mais histéricas da esquerda woke, minando as condições para a estabilidade social e o resgate da meritocracia e da igualdade de oportunidades. Um futuro conservador só será possível se Trump for rejeitado. Essa foi a conclusão de muitos republicanos que estão declarando o voto em Harris.

O eleitor moderado e independente merecia uma opção melhor do que a candidata imposta pelas elites democratas e o candidato imposto por uma seita republicana. Mas, como a eleição americana terá profundas implicações para o resto do mundo, é o caso de torcer para que esse eleitor tenha consciência de que uma vitória de Trump – que transformou em inimigos os americanos que se opõem a ele, que tentou roubar uma eleição e tentará de novo porque nutre profundo desrespeito pela democracia e que confunde seus interesses pessoais e empresariais com os interesses dos EUA – será um desastre de proporções inauditas.

Como sempre, os eleitores dos Estados Unidos, a democracia mais rica e poderosa do planeta, vão às urnas escolher não só seu presidente, mas, como dizem, o “líder do mundo livre”. Após quatro meses de campanha (a rigor quatro anos), a excepcional indefinição, mesmo para os padrões de seu sistema bipartidário, mostra que para o eleitorado a escolha é difícil. Não para todos. Para os cerca de 40% que costumam se abster ela é indiferente. Para outros, é só escolher contra quem votar, ou o “fascista” ou a “comunista”. Mas, para uma fatia estreita dos indecisos e independentes que decidirão a disputa, é difícil.

As propostas intervencionistas, seja do republicano Donald Trump, seja da democrata Kamala Harris, são frustrantes para os que acham que os EUA devem ser exemplo de liberalismo. Mas mais angustiantes são as diferenças. De um lado, a candidata apoiada por uma elite que há muito ignora a “América profunda”; de outro, um populista imprevisível e com sede de vingança.

Kamala Harris até evitou pautas progressistas mais radicais e renunciou a convicções como o banimento de combustíveis fósseis. Seria fácil conquistar os pragmáticos exaustos com Trump se ela demonstrasse competência, visões claras de políticas públicas diferentes das da administração impopular de Joe Biden, domínio sobre os detalhes dessas políticas e capacidade de articulá-los em um projeto amplo e coeso. Mas, fraquíssima como candidata, não demonstrou. Nas poucas entrevistas que deu, evitou respostas diretas e não ofereceu soluções assertivas às duas maiores ansiedades do eleitorado – a imigração e a inflação. Sobre ela sabe-se apenas que não pretende ser uma ditadora, como Trump ameaça ser, e que protegerá os direitos reprodutivos das mulheres.

A vice se apresenta como “novidade”, mas, questionada em um programa de TV sobre o que faria de diferente dos últimos quatro anos, respondeu: “Não me vem nada à mente”. As pesquisas, porém, mostram eleitores insatisfeitos com as políticas democratas e desejosos de mudanças. Se os republicanos tivessem nomeado um candidato sério, provavelmente ganhariam com facilidade. Mas não nomearam.

Além de criminoso e golpista, Trump é caótico. É verdade que sua primeira gestão não foi tão catastrófica quanto se temia, mas isso se deu muito mais porque ele estava cercado de políticos republicanos tradicionais e o mundo estava em relativa paz. Agora suas bases e propostas são mais radicais. Seu populismo econômico, uma mescla de protecionismo e cortes de impostos à custa de mais dívida, poria o país na rota da estagflação. Em meio às guerras na Europa e no Oriente Médio, sua diplomacia voluntarista e errática enfraqueceria alianças e encorajaria ditadores como Vladimir Putin. Os freios e contrapesos podem conter seus impulsos autoritários, mas sua incapacidade de submeter seu ego às instituições democráticas, em especial à mais sacrossanta delas, as urnas, deveria ser suficiente para desqualificar sua candidatura.

Trump não é tóxico apenas para a democracia americana e seus aliados, mas para as próprias causas conservadoras. A demonização indiscriminada de imigrantes, legais e ilegais, inviabiliza um controle racional da imigração. Sua retórica divisiva confirma e abastece as paranoias mais histéricas da esquerda woke, minando as condições para a estabilidade social e o resgate da meritocracia e da igualdade de oportunidades. Um futuro conservador só será possível se Trump for rejeitado. Essa foi a conclusão de muitos republicanos que estão declarando o voto em Harris.

O eleitor moderado e independente merecia uma opção melhor do que a candidata imposta pelas elites democratas e o candidato imposto por uma seita republicana. Mas, como a eleição americana terá profundas implicações para o resto do mundo, é o caso de torcer para que esse eleitor tenha consciência de que uma vitória de Trump – que transformou em inimigos os americanos que se opõem a ele, que tentou roubar uma eleição e tentará de novo porque nutre profundo desrespeito pela democracia e que confunde seus interesses pessoais e empresariais com os interesses dos EUA – será um desastre de proporções inauditas.

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