O preço de se juntar a Bolsonaro


Bolsonaro se rende ao fenômeno Marçal e dá sinais de que pode abandonar Nunes, apesar dos compromissos partidários – para os quais, como se sabe, o ex-presidente nunca deu a mínima

Por Notas & Informações

A folha corrida de Jair Bolsonaro não deixa dúvidas sobre sua relação parasitária com os inúmeros partidos pelos quais passou ao longo de sua carreira política. Hoje, o ex-presidente, que por décadas pulou de legenda em legenda sem ligar a mínima para nenhuma delas, confirma que lealdade e compromissos partidários não são mesmo seu forte. Bobo é quem acreditou que eram.

Assim, não é surpresa que Bolsonaro esteja dando sinais cada vez mais claros de que pode abandonar a qualquer momento o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O fato de que o partido de Bolsonaro, o PL, integra a coligação de Nunes e de que o vice na chapa do prefeito não só é do PL, como foi imposto pelo ex-presidente não parece ser importante a esta altura. Bolsonaro jamais titubeou na hora de lançar seus “aliados” ao mar quando o navio ameaça afundar.

A ameaça, no caso, é a onda do enfant terrible Pablo Marçal, que se diz bolsonarista, mas que, a cada dia, demonstra não depender de Bolsonaro para tomar votos do eleitorado que o ex-presidente julgava cativo. Primeiro, o clã Bolsonaro tentou enxotar Marçal com um peteleco, tratando-o como um oportunista insolente. Não funcionou: Marçal cresceu nas pesquisas, e justamente entre eleitores bolsonaristas. Do alto dessa pilha potencial de votos, o indigitado se sentiu à vontade para demonstrar seu desprezo pelos Bolsonaros, a ponto de xingar de “retardado” e “estúpido” Carlos Bolsonaro, outrora conhecido como o “pitbull da família”. Como um chihuahua, Carlos engoliu o choro, conversou com Marçal para reparar a relação e ainda saiu dizendo que o candidato do PRTB é “muito educado e bacana”. O cheiro da derrota opera milagres.

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O cálculo de Bolsonaro parece claro: o ex-presidente não pode ser batido em São Paulo nem pelo candidato apoiado pelo PT nem pelo candidato que ameaça destroná-lo na extrema direita. A capital paulista é vista por Bolsonaro como a joia da eleição em sua guerra particular contra o lulopetismo. Uma vitória aqui ajudaria a robustecer a sensação de que o bolsonarismo está mais forte do que nunca, parte do esforço para criar as condições políticas para tentar reverter sua inelegibilidade. Ademais, a família Bolsonaro tem planos para eleger mais um dos representantes da prole para o Senado em 2026.

Marçal bagunçou o tabuleiro do bolsonarismo. Desde já, mesmo que não ganhe em São Paulo, o aventureiro parece já se preparar para se lançar à Presidência da República, concorrendo abertamente contra o próprio Bolsonaro ou com algum de seus prepostos. A Prefeitura paulistana é pouco para o fanfarrão, e isso, é claro, deixa as hostes bolsonaristas em polvorosa. No entanto, dado que a estratégia de neutralizar Marçal não funcionou, aparentemente Bolsonaro escolheu manter aberta a hipótese, cada vez menos remota, de se humilhar e emprestar seu apoio a esse candidato, deixando Ricardo Nunes na chuva.

É verdade que o atual prefeito nunca foi exatamente um bolsonarista de manual, e hesitou bastante antes de aceitar o apoio do ex-presidente, ciente da enorme rejeição dos paulistanos a Bolsonaro. O reflexo dessa vacilação pôde ser visto no início da campanha de Nunes na TV, em que o ex-presidente aparece por uns poucos segundos, enquanto Guilherme Boulos, candidato do PSOL, dedicou todo o seu programa a uma conversa com o presidente Lula da Silva e a primeira-dama Janja. Isso mostra quem está mais à vontade com seus padrinhos.

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Ainda assim, Nunes parece intuir que não pode abrir mão do apoio de Bolsonaro, ainda mais diante da sangria de votos para Marçal. A esta altura, porém, já não é possível dizer se Bolsonaro mais ajuda do que atrapalha, porque, afinal, o ex-presidente está muito mais empenhado em preservar seus interesses pessoais do que em ajudar o prefeito a se eleger. Azar de quem acreditou que Bolsonaro fosse um padrinho confiável. Como bem sabem aqueles que um dia se juntaram a ele e depois foram sumariamente descartados – de Gustavo Bebianno a Sérgio Moro –, a palavra de Bolsonaro não vale nada.

A folha corrida de Jair Bolsonaro não deixa dúvidas sobre sua relação parasitária com os inúmeros partidos pelos quais passou ao longo de sua carreira política. Hoje, o ex-presidente, que por décadas pulou de legenda em legenda sem ligar a mínima para nenhuma delas, confirma que lealdade e compromissos partidários não são mesmo seu forte. Bobo é quem acreditou que eram.

Assim, não é surpresa que Bolsonaro esteja dando sinais cada vez mais claros de que pode abandonar a qualquer momento o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O fato de que o partido de Bolsonaro, o PL, integra a coligação de Nunes e de que o vice na chapa do prefeito não só é do PL, como foi imposto pelo ex-presidente não parece ser importante a esta altura. Bolsonaro jamais titubeou na hora de lançar seus “aliados” ao mar quando o navio ameaça afundar.

A ameaça, no caso, é a onda do enfant terrible Pablo Marçal, que se diz bolsonarista, mas que, a cada dia, demonstra não depender de Bolsonaro para tomar votos do eleitorado que o ex-presidente julgava cativo. Primeiro, o clã Bolsonaro tentou enxotar Marçal com um peteleco, tratando-o como um oportunista insolente. Não funcionou: Marçal cresceu nas pesquisas, e justamente entre eleitores bolsonaristas. Do alto dessa pilha potencial de votos, o indigitado se sentiu à vontade para demonstrar seu desprezo pelos Bolsonaros, a ponto de xingar de “retardado” e “estúpido” Carlos Bolsonaro, outrora conhecido como o “pitbull da família”. Como um chihuahua, Carlos engoliu o choro, conversou com Marçal para reparar a relação e ainda saiu dizendo que o candidato do PRTB é “muito educado e bacana”. O cheiro da derrota opera milagres.

O cálculo de Bolsonaro parece claro: o ex-presidente não pode ser batido em São Paulo nem pelo candidato apoiado pelo PT nem pelo candidato que ameaça destroná-lo na extrema direita. A capital paulista é vista por Bolsonaro como a joia da eleição em sua guerra particular contra o lulopetismo. Uma vitória aqui ajudaria a robustecer a sensação de que o bolsonarismo está mais forte do que nunca, parte do esforço para criar as condições políticas para tentar reverter sua inelegibilidade. Ademais, a família Bolsonaro tem planos para eleger mais um dos representantes da prole para o Senado em 2026.

Marçal bagunçou o tabuleiro do bolsonarismo. Desde já, mesmo que não ganhe em São Paulo, o aventureiro parece já se preparar para se lançar à Presidência da República, concorrendo abertamente contra o próprio Bolsonaro ou com algum de seus prepostos. A Prefeitura paulistana é pouco para o fanfarrão, e isso, é claro, deixa as hostes bolsonaristas em polvorosa. No entanto, dado que a estratégia de neutralizar Marçal não funcionou, aparentemente Bolsonaro escolheu manter aberta a hipótese, cada vez menos remota, de se humilhar e emprestar seu apoio a esse candidato, deixando Ricardo Nunes na chuva.

É verdade que o atual prefeito nunca foi exatamente um bolsonarista de manual, e hesitou bastante antes de aceitar o apoio do ex-presidente, ciente da enorme rejeição dos paulistanos a Bolsonaro. O reflexo dessa vacilação pôde ser visto no início da campanha de Nunes na TV, em que o ex-presidente aparece por uns poucos segundos, enquanto Guilherme Boulos, candidato do PSOL, dedicou todo o seu programa a uma conversa com o presidente Lula da Silva e a primeira-dama Janja. Isso mostra quem está mais à vontade com seus padrinhos.

Ainda assim, Nunes parece intuir que não pode abrir mão do apoio de Bolsonaro, ainda mais diante da sangria de votos para Marçal. A esta altura, porém, já não é possível dizer se Bolsonaro mais ajuda do que atrapalha, porque, afinal, o ex-presidente está muito mais empenhado em preservar seus interesses pessoais do que em ajudar o prefeito a se eleger. Azar de quem acreditou que Bolsonaro fosse um padrinho confiável. Como bem sabem aqueles que um dia se juntaram a ele e depois foram sumariamente descartados – de Gustavo Bebianno a Sérgio Moro –, a palavra de Bolsonaro não vale nada.

A folha corrida de Jair Bolsonaro não deixa dúvidas sobre sua relação parasitária com os inúmeros partidos pelos quais passou ao longo de sua carreira política. Hoje, o ex-presidente, que por décadas pulou de legenda em legenda sem ligar a mínima para nenhuma delas, confirma que lealdade e compromissos partidários não são mesmo seu forte. Bobo é quem acreditou que eram.

Assim, não é surpresa que Bolsonaro esteja dando sinais cada vez mais claros de que pode abandonar a qualquer momento o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O fato de que o partido de Bolsonaro, o PL, integra a coligação de Nunes e de que o vice na chapa do prefeito não só é do PL, como foi imposto pelo ex-presidente não parece ser importante a esta altura. Bolsonaro jamais titubeou na hora de lançar seus “aliados” ao mar quando o navio ameaça afundar.

A ameaça, no caso, é a onda do enfant terrible Pablo Marçal, que se diz bolsonarista, mas que, a cada dia, demonstra não depender de Bolsonaro para tomar votos do eleitorado que o ex-presidente julgava cativo. Primeiro, o clã Bolsonaro tentou enxotar Marçal com um peteleco, tratando-o como um oportunista insolente. Não funcionou: Marçal cresceu nas pesquisas, e justamente entre eleitores bolsonaristas. Do alto dessa pilha potencial de votos, o indigitado se sentiu à vontade para demonstrar seu desprezo pelos Bolsonaros, a ponto de xingar de “retardado” e “estúpido” Carlos Bolsonaro, outrora conhecido como o “pitbull da família”. Como um chihuahua, Carlos engoliu o choro, conversou com Marçal para reparar a relação e ainda saiu dizendo que o candidato do PRTB é “muito educado e bacana”. O cheiro da derrota opera milagres.

O cálculo de Bolsonaro parece claro: o ex-presidente não pode ser batido em São Paulo nem pelo candidato apoiado pelo PT nem pelo candidato que ameaça destroná-lo na extrema direita. A capital paulista é vista por Bolsonaro como a joia da eleição em sua guerra particular contra o lulopetismo. Uma vitória aqui ajudaria a robustecer a sensação de que o bolsonarismo está mais forte do que nunca, parte do esforço para criar as condições políticas para tentar reverter sua inelegibilidade. Ademais, a família Bolsonaro tem planos para eleger mais um dos representantes da prole para o Senado em 2026.

Marçal bagunçou o tabuleiro do bolsonarismo. Desde já, mesmo que não ganhe em São Paulo, o aventureiro parece já se preparar para se lançar à Presidência da República, concorrendo abertamente contra o próprio Bolsonaro ou com algum de seus prepostos. A Prefeitura paulistana é pouco para o fanfarrão, e isso, é claro, deixa as hostes bolsonaristas em polvorosa. No entanto, dado que a estratégia de neutralizar Marçal não funcionou, aparentemente Bolsonaro escolheu manter aberta a hipótese, cada vez menos remota, de se humilhar e emprestar seu apoio a esse candidato, deixando Ricardo Nunes na chuva.

É verdade que o atual prefeito nunca foi exatamente um bolsonarista de manual, e hesitou bastante antes de aceitar o apoio do ex-presidente, ciente da enorme rejeição dos paulistanos a Bolsonaro. O reflexo dessa vacilação pôde ser visto no início da campanha de Nunes na TV, em que o ex-presidente aparece por uns poucos segundos, enquanto Guilherme Boulos, candidato do PSOL, dedicou todo o seu programa a uma conversa com o presidente Lula da Silva e a primeira-dama Janja. Isso mostra quem está mais à vontade com seus padrinhos.

Ainda assim, Nunes parece intuir que não pode abrir mão do apoio de Bolsonaro, ainda mais diante da sangria de votos para Marçal. A esta altura, porém, já não é possível dizer se Bolsonaro mais ajuda do que atrapalha, porque, afinal, o ex-presidente está muito mais empenhado em preservar seus interesses pessoais do que em ajudar o prefeito a se eleger. Azar de quem acreditou que Bolsonaro fosse um padrinho confiável. Como bem sabem aqueles que um dia se juntaram a ele e depois foram sumariamente descartados – de Gustavo Bebianno a Sérgio Moro –, a palavra de Bolsonaro não vale nada.

A folha corrida de Jair Bolsonaro não deixa dúvidas sobre sua relação parasitária com os inúmeros partidos pelos quais passou ao longo de sua carreira política. Hoje, o ex-presidente, que por décadas pulou de legenda em legenda sem ligar a mínima para nenhuma delas, confirma que lealdade e compromissos partidários não são mesmo seu forte. Bobo é quem acreditou que eram.

Assim, não é surpresa que Bolsonaro esteja dando sinais cada vez mais claros de que pode abandonar a qualquer momento o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O fato de que o partido de Bolsonaro, o PL, integra a coligação de Nunes e de que o vice na chapa do prefeito não só é do PL, como foi imposto pelo ex-presidente não parece ser importante a esta altura. Bolsonaro jamais titubeou na hora de lançar seus “aliados” ao mar quando o navio ameaça afundar.

A ameaça, no caso, é a onda do enfant terrible Pablo Marçal, que se diz bolsonarista, mas que, a cada dia, demonstra não depender de Bolsonaro para tomar votos do eleitorado que o ex-presidente julgava cativo. Primeiro, o clã Bolsonaro tentou enxotar Marçal com um peteleco, tratando-o como um oportunista insolente. Não funcionou: Marçal cresceu nas pesquisas, e justamente entre eleitores bolsonaristas. Do alto dessa pilha potencial de votos, o indigitado se sentiu à vontade para demonstrar seu desprezo pelos Bolsonaros, a ponto de xingar de “retardado” e “estúpido” Carlos Bolsonaro, outrora conhecido como o “pitbull da família”. Como um chihuahua, Carlos engoliu o choro, conversou com Marçal para reparar a relação e ainda saiu dizendo que o candidato do PRTB é “muito educado e bacana”. O cheiro da derrota opera milagres.

O cálculo de Bolsonaro parece claro: o ex-presidente não pode ser batido em São Paulo nem pelo candidato apoiado pelo PT nem pelo candidato que ameaça destroná-lo na extrema direita. A capital paulista é vista por Bolsonaro como a joia da eleição em sua guerra particular contra o lulopetismo. Uma vitória aqui ajudaria a robustecer a sensação de que o bolsonarismo está mais forte do que nunca, parte do esforço para criar as condições políticas para tentar reverter sua inelegibilidade. Ademais, a família Bolsonaro tem planos para eleger mais um dos representantes da prole para o Senado em 2026.

Marçal bagunçou o tabuleiro do bolsonarismo. Desde já, mesmo que não ganhe em São Paulo, o aventureiro parece já se preparar para se lançar à Presidência da República, concorrendo abertamente contra o próprio Bolsonaro ou com algum de seus prepostos. A Prefeitura paulistana é pouco para o fanfarrão, e isso, é claro, deixa as hostes bolsonaristas em polvorosa. No entanto, dado que a estratégia de neutralizar Marçal não funcionou, aparentemente Bolsonaro escolheu manter aberta a hipótese, cada vez menos remota, de se humilhar e emprestar seu apoio a esse candidato, deixando Ricardo Nunes na chuva.

É verdade que o atual prefeito nunca foi exatamente um bolsonarista de manual, e hesitou bastante antes de aceitar o apoio do ex-presidente, ciente da enorme rejeição dos paulistanos a Bolsonaro. O reflexo dessa vacilação pôde ser visto no início da campanha de Nunes na TV, em que o ex-presidente aparece por uns poucos segundos, enquanto Guilherme Boulos, candidato do PSOL, dedicou todo o seu programa a uma conversa com o presidente Lula da Silva e a primeira-dama Janja. Isso mostra quem está mais à vontade com seus padrinhos.

Ainda assim, Nunes parece intuir que não pode abrir mão do apoio de Bolsonaro, ainda mais diante da sangria de votos para Marçal. A esta altura, porém, já não é possível dizer se Bolsonaro mais ajuda do que atrapalha, porque, afinal, o ex-presidente está muito mais empenhado em preservar seus interesses pessoais do que em ajudar o prefeito a se eleger. Azar de quem acreditou que Bolsonaro fosse um padrinho confiável. Como bem sabem aqueles que um dia se juntaram a ele e depois foram sumariamente descartados – de Gustavo Bebianno a Sérgio Moro –, a palavra de Bolsonaro não vale nada.

A folha corrida de Jair Bolsonaro não deixa dúvidas sobre sua relação parasitária com os inúmeros partidos pelos quais passou ao longo de sua carreira política. Hoje, o ex-presidente, que por décadas pulou de legenda em legenda sem ligar a mínima para nenhuma delas, confirma que lealdade e compromissos partidários não são mesmo seu forte. Bobo é quem acreditou que eram.

Assim, não é surpresa que Bolsonaro esteja dando sinais cada vez mais claros de que pode abandonar a qualquer momento o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O fato de que o partido de Bolsonaro, o PL, integra a coligação de Nunes e de que o vice na chapa do prefeito não só é do PL, como foi imposto pelo ex-presidente não parece ser importante a esta altura. Bolsonaro jamais titubeou na hora de lançar seus “aliados” ao mar quando o navio ameaça afundar.

A ameaça, no caso, é a onda do enfant terrible Pablo Marçal, que se diz bolsonarista, mas que, a cada dia, demonstra não depender de Bolsonaro para tomar votos do eleitorado que o ex-presidente julgava cativo. Primeiro, o clã Bolsonaro tentou enxotar Marçal com um peteleco, tratando-o como um oportunista insolente. Não funcionou: Marçal cresceu nas pesquisas, e justamente entre eleitores bolsonaristas. Do alto dessa pilha potencial de votos, o indigitado se sentiu à vontade para demonstrar seu desprezo pelos Bolsonaros, a ponto de xingar de “retardado” e “estúpido” Carlos Bolsonaro, outrora conhecido como o “pitbull da família”. Como um chihuahua, Carlos engoliu o choro, conversou com Marçal para reparar a relação e ainda saiu dizendo que o candidato do PRTB é “muito educado e bacana”. O cheiro da derrota opera milagres.

O cálculo de Bolsonaro parece claro: o ex-presidente não pode ser batido em São Paulo nem pelo candidato apoiado pelo PT nem pelo candidato que ameaça destroná-lo na extrema direita. A capital paulista é vista por Bolsonaro como a joia da eleição em sua guerra particular contra o lulopetismo. Uma vitória aqui ajudaria a robustecer a sensação de que o bolsonarismo está mais forte do que nunca, parte do esforço para criar as condições políticas para tentar reverter sua inelegibilidade. Ademais, a família Bolsonaro tem planos para eleger mais um dos representantes da prole para o Senado em 2026.

Marçal bagunçou o tabuleiro do bolsonarismo. Desde já, mesmo que não ganhe em São Paulo, o aventureiro parece já se preparar para se lançar à Presidência da República, concorrendo abertamente contra o próprio Bolsonaro ou com algum de seus prepostos. A Prefeitura paulistana é pouco para o fanfarrão, e isso, é claro, deixa as hostes bolsonaristas em polvorosa. No entanto, dado que a estratégia de neutralizar Marçal não funcionou, aparentemente Bolsonaro escolheu manter aberta a hipótese, cada vez menos remota, de se humilhar e emprestar seu apoio a esse candidato, deixando Ricardo Nunes na chuva.

É verdade que o atual prefeito nunca foi exatamente um bolsonarista de manual, e hesitou bastante antes de aceitar o apoio do ex-presidente, ciente da enorme rejeição dos paulistanos a Bolsonaro. O reflexo dessa vacilação pôde ser visto no início da campanha de Nunes na TV, em que o ex-presidente aparece por uns poucos segundos, enquanto Guilherme Boulos, candidato do PSOL, dedicou todo o seu programa a uma conversa com o presidente Lula da Silva e a primeira-dama Janja. Isso mostra quem está mais à vontade com seus padrinhos.

Ainda assim, Nunes parece intuir que não pode abrir mão do apoio de Bolsonaro, ainda mais diante da sangria de votos para Marçal. A esta altura, porém, já não é possível dizer se Bolsonaro mais ajuda do que atrapalha, porque, afinal, o ex-presidente está muito mais empenhado em preservar seus interesses pessoais do que em ajudar o prefeito a se eleger. Azar de quem acreditou que Bolsonaro fosse um padrinho confiável. Como bem sabem aqueles que um dia se juntaram a ele e depois foram sumariamente descartados – de Gustavo Bebianno a Sérgio Moro –, a palavra de Bolsonaro não vale nada.

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