O Reino Unido do avesso


Trabalhistas diagnosticam corretamente seus desafios e os do país. Agora precisam vencê-los

Por Notas & Informações

Sem dúvida, foi uma virada histórica. Após 14 anos no poder, o Partido Conservador despencou de 373 cadeiras para 121 das 650 do Parlamento britânico, o pior resultado de sua história, enquanto o Partido Trabalhista foi catapultado de 197, seu pior desempenho em um século, para uma “supermaioria” de 411, uma das maiores de todos os tempos. Mas o que exatamente foi “histórico” é incerto: o repúdio aos incumbentes ou o entusiasmo com os ascendentes? Para complicar, o comparecimento às urnas também foi histórico: um dos menores da era moderna.

Foram cinco premiês conservadores e ainda mais doutrinas. Do big government ao “miniorçamento”; da convocação de um plebiscito por um relutante David Cameron ao “consumar o Brexit” de Boris Johnson à aproximação à União Europeia de Rishi Sunak; e um pouco de tudo entre os extremos. A carga tributária e a dívida pública são as maiores em décadas, mas os serviços públicos, o crescimento e a renda se deterioraram. As festinhas clandestinas de Johnson nos lockdowns destruíram a credibilidade moral do partido, e o governo libertário relâmpago de Liz Truss destruiu sua credibilidade econômica. Hoje, dois em três britânicos acham que o Brexit foi má ideia e todos estão fartos do psicodrama conservador.

O novo premiê, Keir Starmer, merece o crédito que os eleitores lhe deram. Ele expurgou o partido dos radicais socialistas e antissemitas prestigiados pelo ex-líder populista Jeremy Corbin e o moveu ao centro. Ele se esquivou das “guerras culturais”, apoiou a Ucrânia e Israel, adotou uma retórica amigável ao mercado, comprometeu-se a não aumentar impostos e focou nos reais problemas do país: um Estado ineficiente e uma produtividade estagnada.

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Mas com toda a disciplina e pragmatismo impostos por Starmer, esse ainda é o partido que ofereceu duas vezes Corbin como primeiro-ministro. A vitória avassaladora nas urnas pode excitar seus mais primitivos instintos estatistas. Isso pode significar mais regulações; mais gastos nos serviços públicos, sem as necessárias reformas; mais quimeras de “carbono zero”; mais encargos trabalhistas; mais intervencionismo e subsídios; e, no fim, mais impostos. Com as restrições fiscais herdadas dos conservadores, a margem de manobra será bem menor do que no último governo trabalhista, e a lua de mel com um eleitorado volátil pode azedar antes do que se imagina.

Por ora, a pressão está toda sobre os conservadores. É a sua hora de se reinventar ou colapsar. Os votos abocanhados pela esquerda, pelo centro e pela direita populista e nativista são um choque de realidade que pede terapia intensiva.

Mas, com todas as incertezas e ansiedades somadas, as eleições ainda foram disputadas por um candidato de centro-direita e um de centro-esquerda. Compare-se esse cenário com o dos EUA ou da Europa. Se os conservadores fizerem sua autocrítica e os trabalhistas forem coerentes com suas promessas de campanha, o Reino Unido, a primeira nação europeia a abraçar o novo populismo, pode dar uma lição aos moderados e pragmáticos do mundo inteiro.

Sem dúvida, foi uma virada histórica. Após 14 anos no poder, o Partido Conservador despencou de 373 cadeiras para 121 das 650 do Parlamento britânico, o pior resultado de sua história, enquanto o Partido Trabalhista foi catapultado de 197, seu pior desempenho em um século, para uma “supermaioria” de 411, uma das maiores de todos os tempos. Mas o que exatamente foi “histórico” é incerto: o repúdio aos incumbentes ou o entusiasmo com os ascendentes? Para complicar, o comparecimento às urnas também foi histórico: um dos menores da era moderna.

Foram cinco premiês conservadores e ainda mais doutrinas. Do big government ao “miniorçamento”; da convocação de um plebiscito por um relutante David Cameron ao “consumar o Brexit” de Boris Johnson à aproximação à União Europeia de Rishi Sunak; e um pouco de tudo entre os extremos. A carga tributária e a dívida pública são as maiores em décadas, mas os serviços públicos, o crescimento e a renda se deterioraram. As festinhas clandestinas de Johnson nos lockdowns destruíram a credibilidade moral do partido, e o governo libertário relâmpago de Liz Truss destruiu sua credibilidade econômica. Hoje, dois em três britânicos acham que o Brexit foi má ideia e todos estão fartos do psicodrama conservador.

O novo premiê, Keir Starmer, merece o crédito que os eleitores lhe deram. Ele expurgou o partido dos radicais socialistas e antissemitas prestigiados pelo ex-líder populista Jeremy Corbin e o moveu ao centro. Ele se esquivou das “guerras culturais”, apoiou a Ucrânia e Israel, adotou uma retórica amigável ao mercado, comprometeu-se a não aumentar impostos e focou nos reais problemas do país: um Estado ineficiente e uma produtividade estagnada.

Mas com toda a disciplina e pragmatismo impostos por Starmer, esse ainda é o partido que ofereceu duas vezes Corbin como primeiro-ministro. A vitória avassaladora nas urnas pode excitar seus mais primitivos instintos estatistas. Isso pode significar mais regulações; mais gastos nos serviços públicos, sem as necessárias reformas; mais quimeras de “carbono zero”; mais encargos trabalhistas; mais intervencionismo e subsídios; e, no fim, mais impostos. Com as restrições fiscais herdadas dos conservadores, a margem de manobra será bem menor do que no último governo trabalhista, e a lua de mel com um eleitorado volátil pode azedar antes do que se imagina.

Por ora, a pressão está toda sobre os conservadores. É a sua hora de se reinventar ou colapsar. Os votos abocanhados pela esquerda, pelo centro e pela direita populista e nativista são um choque de realidade que pede terapia intensiva.

Mas, com todas as incertezas e ansiedades somadas, as eleições ainda foram disputadas por um candidato de centro-direita e um de centro-esquerda. Compare-se esse cenário com o dos EUA ou da Europa. Se os conservadores fizerem sua autocrítica e os trabalhistas forem coerentes com suas promessas de campanha, o Reino Unido, a primeira nação europeia a abraçar o novo populismo, pode dar uma lição aos moderados e pragmáticos do mundo inteiro.

Sem dúvida, foi uma virada histórica. Após 14 anos no poder, o Partido Conservador despencou de 373 cadeiras para 121 das 650 do Parlamento britânico, o pior resultado de sua história, enquanto o Partido Trabalhista foi catapultado de 197, seu pior desempenho em um século, para uma “supermaioria” de 411, uma das maiores de todos os tempos. Mas o que exatamente foi “histórico” é incerto: o repúdio aos incumbentes ou o entusiasmo com os ascendentes? Para complicar, o comparecimento às urnas também foi histórico: um dos menores da era moderna.

Foram cinco premiês conservadores e ainda mais doutrinas. Do big government ao “miniorçamento”; da convocação de um plebiscito por um relutante David Cameron ao “consumar o Brexit” de Boris Johnson à aproximação à União Europeia de Rishi Sunak; e um pouco de tudo entre os extremos. A carga tributária e a dívida pública são as maiores em décadas, mas os serviços públicos, o crescimento e a renda se deterioraram. As festinhas clandestinas de Johnson nos lockdowns destruíram a credibilidade moral do partido, e o governo libertário relâmpago de Liz Truss destruiu sua credibilidade econômica. Hoje, dois em três britânicos acham que o Brexit foi má ideia e todos estão fartos do psicodrama conservador.

O novo premiê, Keir Starmer, merece o crédito que os eleitores lhe deram. Ele expurgou o partido dos radicais socialistas e antissemitas prestigiados pelo ex-líder populista Jeremy Corbin e o moveu ao centro. Ele se esquivou das “guerras culturais”, apoiou a Ucrânia e Israel, adotou uma retórica amigável ao mercado, comprometeu-se a não aumentar impostos e focou nos reais problemas do país: um Estado ineficiente e uma produtividade estagnada.

Mas com toda a disciplina e pragmatismo impostos por Starmer, esse ainda é o partido que ofereceu duas vezes Corbin como primeiro-ministro. A vitória avassaladora nas urnas pode excitar seus mais primitivos instintos estatistas. Isso pode significar mais regulações; mais gastos nos serviços públicos, sem as necessárias reformas; mais quimeras de “carbono zero”; mais encargos trabalhistas; mais intervencionismo e subsídios; e, no fim, mais impostos. Com as restrições fiscais herdadas dos conservadores, a margem de manobra será bem menor do que no último governo trabalhista, e a lua de mel com um eleitorado volátil pode azedar antes do que se imagina.

Por ora, a pressão está toda sobre os conservadores. É a sua hora de se reinventar ou colapsar. Os votos abocanhados pela esquerda, pelo centro e pela direita populista e nativista são um choque de realidade que pede terapia intensiva.

Mas, com todas as incertezas e ansiedades somadas, as eleições ainda foram disputadas por um candidato de centro-direita e um de centro-esquerda. Compare-se esse cenário com o dos EUA ou da Europa. Se os conservadores fizerem sua autocrítica e os trabalhistas forem coerentes com suas promessas de campanha, o Reino Unido, a primeira nação europeia a abraçar o novo populismo, pode dar uma lição aos moderados e pragmáticos do mundo inteiro.

Sem dúvida, foi uma virada histórica. Após 14 anos no poder, o Partido Conservador despencou de 373 cadeiras para 121 das 650 do Parlamento britânico, o pior resultado de sua história, enquanto o Partido Trabalhista foi catapultado de 197, seu pior desempenho em um século, para uma “supermaioria” de 411, uma das maiores de todos os tempos. Mas o que exatamente foi “histórico” é incerto: o repúdio aos incumbentes ou o entusiasmo com os ascendentes? Para complicar, o comparecimento às urnas também foi histórico: um dos menores da era moderna.

Foram cinco premiês conservadores e ainda mais doutrinas. Do big government ao “miniorçamento”; da convocação de um plebiscito por um relutante David Cameron ao “consumar o Brexit” de Boris Johnson à aproximação à União Europeia de Rishi Sunak; e um pouco de tudo entre os extremos. A carga tributária e a dívida pública são as maiores em décadas, mas os serviços públicos, o crescimento e a renda se deterioraram. As festinhas clandestinas de Johnson nos lockdowns destruíram a credibilidade moral do partido, e o governo libertário relâmpago de Liz Truss destruiu sua credibilidade econômica. Hoje, dois em três britânicos acham que o Brexit foi má ideia e todos estão fartos do psicodrama conservador.

O novo premiê, Keir Starmer, merece o crédito que os eleitores lhe deram. Ele expurgou o partido dos radicais socialistas e antissemitas prestigiados pelo ex-líder populista Jeremy Corbin e o moveu ao centro. Ele se esquivou das “guerras culturais”, apoiou a Ucrânia e Israel, adotou uma retórica amigável ao mercado, comprometeu-se a não aumentar impostos e focou nos reais problemas do país: um Estado ineficiente e uma produtividade estagnada.

Mas com toda a disciplina e pragmatismo impostos por Starmer, esse ainda é o partido que ofereceu duas vezes Corbin como primeiro-ministro. A vitória avassaladora nas urnas pode excitar seus mais primitivos instintos estatistas. Isso pode significar mais regulações; mais gastos nos serviços públicos, sem as necessárias reformas; mais quimeras de “carbono zero”; mais encargos trabalhistas; mais intervencionismo e subsídios; e, no fim, mais impostos. Com as restrições fiscais herdadas dos conservadores, a margem de manobra será bem menor do que no último governo trabalhista, e a lua de mel com um eleitorado volátil pode azedar antes do que se imagina.

Por ora, a pressão está toda sobre os conservadores. É a sua hora de se reinventar ou colapsar. Os votos abocanhados pela esquerda, pelo centro e pela direita populista e nativista são um choque de realidade que pede terapia intensiva.

Mas, com todas as incertezas e ansiedades somadas, as eleições ainda foram disputadas por um candidato de centro-direita e um de centro-esquerda. Compare-se esse cenário com o dos EUA ou da Europa. Se os conservadores fizerem sua autocrítica e os trabalhistas forem coerentes com suas promessas de campanha, o Reino Unido, a primeira nação europeia a abraçar o novo populismo, pode dar uma lição aos moderados e pragmáticos do mundo inteiro.

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