Os desafios do SUS


Restabelecer sua unicidade é o primeiro desafio do Sistema Único de Saúde

Por Notas & Informações

O Centro de Liderança Pública (CLP) e o Estado firmaram uma profícua parceria para promover “um diálogo plural e profundo sobre grandes temas que definem os rumos do País”, a série de debates intitulada Lado D.

O primeiro de oito debates semanais, mediados pelo cientista político Luiz Felipe d’Avila, fundador do CLP, estreou no dia 15 passado e tratou do Sistema Único de Saúde (SUS), dos valores que inspiraram seu advento, há mais de três décadas, aos desafios para o aprimoramento do maior sistema de saúde universal e gratuito do mundo. Participaram desta primeira conversa o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, as médicas Thelma Assis e Amanda Meirelles e a repórter Fabiana Cambricoli, especialista na cobertura da área de saúde do Estado.

Os próximos episódios, que serão exibidos às terças-feiras, às 17 horas, tratarão de racismo (22/6), equidade de gênero (29/6), violência e impunidade (6/7), desigualdade social (13/7), democracia nas redes (20/7), sociedade (27/7) e educação (3/8). 

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O momento para promover conversas francas e cordiais entre pessoas com perfis e pontos de vista tão distintos como os convidados para o Lado D não poderia ser mais apropriado. Para os milhões de brasileiros que não se deixam seduzir por projetos de poder personalistas – que, ao mesmo tempo que oferecem soluções simplórias e erradas para os problemas nacionais, aviltam os atributos mais comezinhos da democracia, promovem a desunião e turvam o debate público ao semear desinformação –, nada mais alentador do que iniciativas como esta parceria entre o CLP e o Estado para mostrar que há saídas para nossas mazelas e que um esforço de concertação nacional poderá transformar a realidade brasileira.

No episódio de abertura, Felipe d’Avila lembrou que a concepção de um sistema de saúde universal e gratuito foi tratada como “utopia” por uns ou “loucura” por outros durante os debates havidos na Assembleia Constituinte. Passadas mais de três décadas, a pandemia de covid-19 mostrou de forma cabal que o SUS é uma das maiores conquistas civilizatórias da sociedade brasileira. Contudo, foi acidentado o caminho percorrido pela “utopia” até o consenso nacional de que o SUS foi diretamente responsável por evitar um número ainda maior de mortes nesta peste. 

Se, por um lado, a pandemia mostrou a importância do SUS e o exemplo que o modelo brasileiro – inspirado no National Health Service (NHS) britânico – é para o mundo, por outro, lançou luz sobre as deficiências que precisam ser superadas para que o sistema possa dar conta do atendimento de qualidade a uma população cada vez mais dependente dos serviços públicos.

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“Utopia é todo brasileiro ter um plano de saúde em um país tão desigual”, disse Thelma Assis, que passou boa parte de seus dez anos de prática médica em hospitais da rede pública de saúde. De fato, cerca de 7 em cada 10 brasileiros acorrem aos hospitais e postos de saúde do SUS quando precisam de atendimento médico, de baixa, média ou alta complexidades. E este número tende a aumentar, dada a profunda crise econômica e social que, não é de hoje, tem lançado cada vez mais brasileiros na pobreza.

Na visão de Mandetta, o SUS perdeu uma de suas principais fortalezas, a coordenação entre União, Estados e municípios, especialmente importante no enfrentamento de uma pandemia. “Foi com esta expectativa (de qualidade) que o mundo tem em relação ao SUS que nós entramos nesta pandemia”, disse o ex-ministro da Saúde. A postura belicosa do presidente Jair Bolsonaro, que passou a confrontar governadores e prefeitos que não rezavam o credo negacionista que o inspira, foi decisiva para minar o que Mandetta classificou como “um dos aspectos mais bonitos do SUS”, o pacto federativo. “(Com a troca da equipe) o sistema se fragmentou”, disse.

Este talvez seja o primeiro grande desafio para a construção do “SUS do futuro”: restabelecer as pontes obliteradas pelo desgoverno de Jair Bolsonaro. Há muitos outros, como o renitente subfinanciamento do sistema. Mas tudo passa por esta primeira superação fundamental. Palavras têm sentido. “Único” não designa o sistema modelo por acaso.

O Centro de Liderança Pública (CLP) e o Estado firmaram uma profícua parceria para promover “um diálogo plural e profundo sobre grandes temas que definem os rumos do País”, a série de debates intitulada Lado D.

O primeiro de oito debates semanais, mediados pelo cientista político Luiz Felipe d’Avila, fundador do CLP, estreou no dia 15 passado e tratou do Sistema Único de Saúde (SUS), dos valores que inspiraram seu advento, há mais de três décadas, aos desafios para o aprimoramento do maior sistema de saúde universal e gratuito do mundo. Participaram desta primeira conversa o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, as médicas Thelma Assis e Amanda Meirelles e a repórter Fabiana Cambricoli, especialista na cobertura da área de saúde do Estado.

Os próximos episódios, que serão exibidos às terças-feiras, às 17 horas, tratarão de racismo (22/6), equidade de gênero (29/6), violência e impunidade (6/7), desigualdade social (13/7), democracia nas redes (20/7), sociedade (27/7) e educação (3/8). 

O momento para promover conversas francas e cordiais entre pessoas com perfis e pontos de vista tão distintos como os convidados para o Lado D não poderia ser mais apropriado. Para os milhões de brasileiros que não se deixam seduzir por projetos de poder personalistas – que, ao mesmo tempo que oferecem soluções simplórias e erradas para os problemas nacionais, aviltam os atributos mais comezinhos da democracia, promovem a desunião e turvam o debate público ao semear desinformação –, nada mais alentador do que iniciativas como esta parceria entre o CLP e o Estado para mostrar que há saídas para nossas mazelas e que um esforço de concertação nacional poderá transformar a realidade brasileira.

No episódio de abertura, Felipe d’Avila lembrou que a concepção de um sistema de saúde universal e gratuito foi tratada como “utopia” por uns ou “loucura” por outros durante os debates havidos na Assembleia Constituinte. Passadas mais de três décadas, a pandemia de covid-19 mostrou de forma cabal que o SUS é uma das maiores conquistas civilizatórias da sociedade brasileira. Contudo, foi acidentado o caminho percorrido pela “utopia” até o consenso nacional de que o SUS foi diretamente responsável por evitar um número ainda maior de mortes nesta peste. 

Se, por um lado, a pandemia mostrou a importância do SUS e o exemplo que o modelo brasileiro – inspirado no National Health Service (NHS) britânico – é para o mundo, por outro, lançou luz sobre as deficiências que precisam ser superadas para que o sistema possa dar conta do atendimento de qualidade a uma população cada vez mais dependente dos serviços públicos.

“Utopia é todo brasileiro ter um plano de saúde em um país tão desigual”, disse Thelma Assis, que passou boa parte de seus dez anos de prática médica em hospitais da rede pública de saúde. De fato, cerca de 7 em cada 10 brasileiros acorrem aos hospitais e postos de saúde do SUS quando precisam de atendimento médico, de baixa, média ou alta complexidades. E este número tende a aumentar, dada a profunda crise econômica e social que, não é de hoje, tem lançado cada vez mais brasileiros na pobreza.

Na visão de Mandetta, o SUS perdeu uma de suas principais fortalezas, a coordenação entre União, Estados e municípios, especialmente importante no enfrentamento de uma pandemia. “Foi com esta expectativa (de qualidade) que o mundo tem em relação ao SUS que nós entramos nesta pandemia”, disse o ex-ministro da Saúde. A postura belicosa do presidente Jair Bolsonaro, que passou a confrontar governadores e prefeitos que não rezavam o credo negacionista que o inspira, foi decisiva para minar o que Mandetta classificou como “um dos aspectos mais bonitos do SUS”, o pacto federativo. “(Com a troca da equipe) o sistema se fragmentou”, disse.

Este talvez seja o primeiro grande desafio para a construção do “SUS do futuro”: restabelecer as pontes obliteradas pelo desgoverno de Jair Bolsonaro. Há muitos outros, como o renitente subfinanciamento do sistema. Mas tudo passa por esta primeira superação fundamental. Palavras têm sentido. “Único” não designa o sistema modelo por acaso.

O Centro de Liderança Pública (CLP) e o Estado firmaram uma profícua parceria para promover “um diálogo plural e profundo sobre grandes temas que definem os rumos do País”, a série de debates intitulada Lado D.

O primeiro de oito debates semanais, mediados pelo cientista político Luiz Felipe d’Avila, fundador do CLP, estreou no dia 15 passado e tratou do Sistema Único de Saúde (SUS), dos valores que inspiraram seu advento, há mais de três décadas, aos desafios para o aprimoramento do maior sistema de saúde universal e gratuito do mundo. Participaram desta primeira conversa o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, as médicas Thelma Assis e Amanda Meirelles e a repórter Fabiana Cambricoli, especialista na cobertura da área de saúde do Estado.

Os próximos episódios, que serão exibidos às terças-feiras, às 17 horas, tratarão de racismo (22/6), equidade de gênero (29/6), violência e impunidade (6/7), desigualdade social (13/7), democracia nas redes (20/7), sociedade (27/7) e educação (3/8). 

O momento para promover conversas francas e cordiais entre pessoas com perfis e pontos de vista tão distintos como os convidados para o Lado D não poderia ser mais apropriado. Para os milhões de brasileiros que não se deixam seduzir por projetos de poder personalistas – que, ao mesmo tempo que oferecem soluções simplórias e erradas para os problemas nacionais, aviltam os atributos mais comezinhos da democracia, promovem a desunião e turvam o debate público ao semear desinformação –, nada mais alentador do que iniciativas como esta parceria entre o CLP e o Estado para mostrar que há saídas para nossas mazelas e que um esforço de concertação nacional poderá transformar a realidade brasileira.

No episódio de abertura, Felipe d’Avila lembrou que a concepção de um sistema de saúde universal e gratuito foi tratada como “utopia” por uns ou “loucura” por outros durante os debates havidos na Assembleia Constituinte. Passadas mais de três décadas, a pandemia de covid-19 mostrou de forma cabal que o SUS é uma das maiores conquistas civilizatórias da sociedade brasileira. Contudo, foi acidentado o caminho percorrido pela “utopia” até o consenso nacional de que o SUS foi diretamente responsável por evitar um número ainda maior de mortes nesta peste. 

Se, por um lado, a pandemia mostrou a importância do SUS e o exemplo que o modelo brasileiro – inspirado no National Health Service (NHS) britânico – é para o mundo, por outro, lançou luz sobre as deficiências que precisam ser superadas para que o sistema possa dar conta do atendimento de qualidade a uma população cada vez mais dependente dos serviços públicos.

“Utopia é todo brasileiro ter um plano de saúde em um país tão desigual”, disse Thelma Assis, que passou boa parte de seus dez anos de prática médica em hospitais da rede pública de saúde. De fato, cerca de 7 em cada 10 brasileiros acorrem aos hospitais e postos de saúde do SUS quando precisam de atendimento médico, de baixa, média ou alta complexidades. E este número tende a aumentar, dada a profunda crise econômica e social que, não é de hoje, tem lançado cada vez mais brasileiros na pobreza.

Na visão de Mandetta, o SUS perdeu uma de suas principais fortalezas, a coordenação entre União, Estados e municípios, especialmente importante no enfrentamento de uma pandemia. “Foi com esta expectativa (de qualidade) que o mundo tem em relação ao SUS que nós entramos nesta pandemia”, disse o ex-ministro da Saúde. A postura belicosa do presidente Jair Bolsonaro, que passou a confrontar governadores e prefeitos que não rezavam o credo negacionista que o inspira, foi decisiva para minar o que Mandetta classificou como “um dos aspectos mais bonitos do SUS”, o pacto federativo. “(Com a troca da equipe) o sistema se fragmentou”, disse.

Este talvez seja o primeiro grande desafio para a construção do “SUS do futuro”: restabelecer as pontes obliteradas pelo desgoverno de Jair Bolsonaro. Há muitos outros, como o renitente subfinanciamento do sistema. Mas tudo passa por esta primeira superação fundamental. Palavras têm sentido. “Único” não designa o sistema modelo por acaso.

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