Os jovens nunca foram tão preciosos


Censo aponta para o envelhecimento acelerado da população. Ou se dá agora atenção à formação de jovens mais conscientes e produtivos ou o País estará condenado à mediocridade

Por Notas & Informações

Após cerca de 50 anos de oportunidades desperdiçadas, o País parece ter atingido o limiar crítico no que concerne às expectativas de desenvolvimento econômico e social. Os dados preliminares do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 28 passado, não dão margem para muitas dúvidas. A depender da atenção que for dada hoje – não amanhã ou depois de amanhã – às necessidades prementes de milhões de crianças e jovens, o Brasil estará condenado ao crescimento medíocre, sem direito a apelação, ou poderá caminhar a passos um tanto mais ágeis rumo a um estágio de progresso que, enfim, dê à população a chance de usufruir do bem-estar que só os países de alta renda têm condições de proporcionar aos seus cidadãos.

De acordo com o Censo, a população brasileira é, aproximadamente, 5% menor do que se supunha. Somos 203,1 milhões de habitantes, ante os 214 milhões projetados há cinco anos pelo IBGE para 2022. Mais preocupante, contudo, é o estreitamento agudo do chamado bônus demográfico, cenário em que a população em idade economicamente ativa supera o número de crianças e idosos. A taxa média de crescimento anual da população registrada pelo IBGE entre 2010 e 2022 foi de apenas 0,52%. Trata-se do menor patamar em 150 anos de história de levantamentos censitários regulares no País e a primeira vez que o indicador fica abaixo de 1%. O dado aponta para a prevalência dos idosos (indivíduos com 60 anos ou mais) sobre as crianças e jovens antes de 2030, contrariando outra projeção de especialistas.

Pesquisadores de várias áreas, sobretudo os demógrafos, ainda estão debruçados sobre os dados do Censo recém-divulgados, de modo que esse recuo acentuado da taxa de crescimento populacional anual ainda carece de conclusões mais elaboradas e definitivas. Mas é consensual o diagnóstico de que a população brasileira está envelhecendo mais rápido do que o esperado e algo precisa ser feito já para aumentar as perspectivas de futuro para um segmento da população, as gerações mais jovens, que está em franca diminuição. Como disse ao Estadão o demógrafo José Eustáquio Diniz, ex-professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE, “não há experiência histórica de um país que antes envelheceu e depois enriqueceu”.

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Esse “algo” a ser feito não é mistério nem tampouco requer uma fórmula mágica que haveria de ser concebida de uma hora para outra por especialistas desesperados com a dimensão do desafio que se posta diante do País. A solução é há muito conhecida: elevar o desenvolvimento da educação pública à condição de prioridade nacional. Não como discurso, tal como tem sido há décadas, mas como consenso acima de quaisquer disputas político-ideológicas, um ponto de união da Nação que se traduza em políticas de Estado, não apenas de governos, muito bem formuladas e implementadas.

Talvez por não terem voz direta no debate público e, principalmente, por não votarem, os interesses das crianças brasileiras, em particular nos estratos mais vulneráveis da população, têm sido criminosa e renitentemente negligenciados há muito tempo. Os jovens podem votar a partir dos 16 anos, mas também têm sido esquecidos, como se fossem cidadãos de segunda classe. Não surpreende que muitos manifestem, ano após ano, o desejo de sair do País se as condições para isso lhes forem dadas. O “Brasil do futuro” não passará de uma ideia que se esvai no tempo enquanto governo e sociedade não abraçarem esses brasileiros.

Há uma nova janela de oportunidade, talvez a última. Malgrado o fato de o País ter uma população cada vez mais velha, há, consequentemente, menor pressão sobre o sistema público de ensino. Não é necessário mais dinheiro para aprimorá-lo, como já dissemos nesta página, mas sim mais inteligência e responsabilidade na formulação de políticas públicas de educação que formem cidadãos mais conscientes e profissionais mais produtivos.

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Se o entusiasmo, o esforço e a fé desses jovens já eram determinantes para o desenvolvimento do Brasil, agora mais ainda. É preciso cuidar deles e garantir que não se sintam traídos por uma pátria que lhes vira as costas.

Após cerca de 50 anos de oportunidades desperdiçadas, o País parece ter atingido o limiar crítico no que concerne às expectativas de desenvolvimento econômico e social. Os dados preliminares do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 28 passado, não dão margem para muitas dúvidas. A depender da atenção que for dada hoje – não amanhã ou depois de amanhã – às necessidades prementes de milhões de crianças e jovens, o Brasil estará condenado ao crescimento medíocre, sem direito a apelação, ou poderá caminhar a passos um tanto mais ágeis rumo a um estágio de progresso que, enfim, dê à população a chance de usufruir do bem-estar que só os países de alta renda têm condições de proporcionar aos seus cidadãos.

De acordo com o Censo, a população brasileira é, aproximadamente, 5% menor do que se supunha. Somos 203,1 milhões de habitantes, ante os 214 milhões projetados há cinco anos pelo IBGE para 2022. Mais preocupante, contudo, é o estreitamento agudo do chamado bônus demográfico, cenário em que a população em idade economicamente ativa supera o número de crianças e idosos. A taxa média de crescimento anual da população registrada pelo IBGE entre 2010 e 2022 foi de apenas 0,52%. Trata-se do menor patamar em 150 anos de história de levantamentos censitários regulares no País e a primeira vez que o indicador fica abaixo de 1%. O dado aponta para a prevalência dos idosos (indivíduos com 60 anos ou mais) sobre as crianças e jovens antes de 2030, contrariando outra projeção de especialistas.

Pesquisadores de várias áreas, sobretudo os demógrafos, ainda estão debruçados sobre os dados do Censo recém-divulgados, de modo que esse recuo acentuado da taxa de crescimento populacional anual ainda carece de conclusões mais elaboradas e definitivas. Mas é consensual o diagnóstico de que a população brasileira está envelhecendo mais rápido do que o esperado e algo precisa ser feito já para aumentar as perspectivas de futuro para um segmento da população, as gerações mais jovens, que está em franca diminuição. Como disse ao Estadão o demógrafo José Eustáquio Diniz, ex-professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE, “não há experiência histórica de um país que antes envelheceu e depois enriqueceu”.

Esse “algo” a ser feito não é mistério nem tampouco requer uma fórmula mágica que haveria de ser concebida de uma hora para outra por especialistas desesperados com a dimensão do desafio que se posta diante do País. A solução é há muito conhecida: elevar o desenvolvimento da educação pública à condição de prioridade nacional. Não como discurso, tal como tem sido há décadas, mas como consenso acima de quaisquer disputas político-ideológicas, um ponto de união da Nação que se traduza em políticas de Estado, não apenas de governos, muito bem formuladas e implementadas.

Talvez por não terem voz direta no debate público e, principalmente, por não votarem, os interesses das crianças brasileiras, em particular nos estratos mais vulneráveis da população, têm sido criminosa e renitentemente negligenciados há muito tempo. Os jovens podem votar a partir dos 16 anos, mas também têm sido esquecidos, como se fossem cidadãos de segunda classe. Não surpreende que muitos manifestem, ano após ano, o desejo de sair do País se as condições para isso lhes forem dadas. O “Brasil do futuro” não passará de uma ideia que se esvai no tempo enquanto governo e sociedade não abraçarem esses brasileiros.

Há uma nova janela de oportunidade, talvez a última. Malgrado o fato de o País ter uma população cada vez mais velha, há, consequentemente, menor pressão sobre o sistema público de ensino. Não é necessário mais dinheiro para aprimorá-lo, como já dissemos nesta página, mas sim mais inteligência e responsabilidade na formulação de políticas públicas de educação que formem cidadãos mais conscientes e profissionais mais produtivos.

Se o entusiasmo, o esforço e a fé desses jovens já eram determinantes para o desenvolvimento do Brasil, agora mais ainda. É preciso cuidar deles e garantir que não se sintam traídos por uma pátria que lhes vira as costas.

Após cerca de 50 anos de oportunidades desperdiçadas, o País parece ter atingido o limiar crítico no que concerne às expectativas de desenvolvimento econômico e social. Os dados preliminares do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 28 passado, não dão margem para muitas dúvidas. A depender da atenção que for dada hoje – não amanhã ou depois de amanhã – às necessidades prementes de milhões de crianças e jovens, o Brasil estará condenado ao crescimento medíocre, sem direito a apelação, ou poderá caminhar a passos um tanto mais ágeis rumo a um estágio de progresso que, enfim, dê à população a chance de usufruir do bem-estar que só os países de alta renda têm condições de proporcionar aos seus cidadãos.

De acordo com o Censo, a população brasileira é, aproximadamente, 5% menor do que se supunha. Somos 203,1 milhões de habitantes, ante os 214 milhões projetados há cinco anos pelo IBGE para 2022. Mais preocupante, contudo, é o estreitamento agudo do chamado bônus demográfico, cenário em que a população em idade economicamente ativa supera o número de crianças e idosos. A taxa média de crescimento anual da população registrada pelo IBGE entre 2010 e 2022 foi de apenas 0,52%. Trata-se do menor patamar em 150 anos de história de levantamentos censitários regulares no País e a primeira vez que o indicador fica abaixo de 1%. O dado aponta para a prevalência dos idosos (indivíduos com 60 anos ou mais) sobre as crianças e jovens antes de 2030, contrariando outra projeção de especialistas.

Pesquisadores de várias áreas, sobretudo os demógrafos, ainda estão debruçados sobre os dados do Censo recém-divulgados, de modo que esse recuo acentuado da taxa de crescimento populacional anual ainda carece de conclusões mais elaboradas e definitivas. Mas é consensual o diagnóstico de que a população brasileira está envelhecendo mais rápido do que o esperado e algo precisa ser feito já para aumentar as perspectivas de futuro para um segmento da população, as gerações mais jovens, que está em franca diminuição. Como disse ao Estadão o demógrafo José Eustáquio Diniz, ex-professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE, “não há experiência histórica de um país que antes envelheceu e depois enriqueceu”.

Esse “algo” a ser feito não é mistério nem tampouco requer uma fórmula mágica que haveria de ser concebida de uma hora para outra por especialistas desesperados com a dimensão do desafio que se posta diante do País. A solução é há muito conhecida: elevar o desenvolvimento da educação pública à condição de prioridade nacional. Não como discurso, tal como tem sido há décadas, mas como consenso acima de quaisquer disputas político-ideológicas, um ponto de união da Nação que se traduza em políticas de Estado, não apenas de governos, muito bem formuladas e implementadas.

Talvez por não terem voz direta no debate público e, principalmente, por não votarem, os interesses das crianças brasileiras, em particular nos estratos mais vulneráveis da população, têm sido criminosa e renitentemente negligenciados há muito tempo. Os jovens podem votar a partir dos 16 anos, mas também têm sido esquecidos, como se fossem cidadãos de segunda classe. Não surpreende que muitos manifestem, ano após ano, o desejo de sair do País se as condições para isso lhes forem dadas. O “Brasil do futuro” não passará de uma ideia que se esvai no tempo enquanto governo e sociedade não abraçarem esses brasileiros.

Há uma nova janela de oportunidade, talvez a última. Malgrado o fato de o País ter uma população cada vez mais velha, há, consequentemente, menor pressão sobre o sistema público de ensino. Não é necessário mais dinheiro para aprimorá-lo, como já dissemos nesta página, mas sim mais inteligência e responsabilidade na formulação de políticas públicas de educação que formem cidadãos mais conscientes e profissionais mais produtivos.

Se o entusiasmo, o esforço e a fé desses jovens já eram determinantes para o desenvolvimento do Brasil, agora mais ainda. É preciso cuidar deles e garantir que não se sintam traídos por uma pátria que lhes vira as costas.

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