Região carente de confiança e progresso


Recente melhora econômica na América Latina é frágil numa região incapaz de superar seus problemas sociais

Por Notas & Informações

Com desempenho econômico medíocre pelo menos desde o início da década passada, que não lhe permite avançar na redução das desigualdades sociais nem lhe dá condições de competir com os países que se modernizam e crescem, a América Latina parece conformada. A economia regional deve crescer entre 3,0% e 3,5% em 2022, mas no ano que vem voltará ao ritmo decepcionante observado há tempos, com expansão de 1,6% a 1,7%, segundo estimativas de organizações como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Melhoras na percepção de clima econômico, como as detectadas na Sondagem Econômica da América Latina divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), podem alimentar algum otimismo, mas são frágeis. Com pouquíssimas exceções, esse indicador tem se mantido em nível muito baixo desde 2013. Problemas estruturais antigos, e bem conhecidos, e outros mais recentes, como a pandemia e a eclosão do conflito armado na Ucrânia, com todos os desdobramentos na economia mundial, limitam a expansão e o progresso da região e minam a confiança de sua população e de seus dirigentes empresariais.

Fatores conjunturais favoráveis, como a alta dos preços das commodities das quais a região é grande exportadora, propiciaram a melhora do desempenho da economia latino-americana em 2022, levando-a registrar expansão igual à observada antes da pandemia. Mas as incertezas globais diante da guerra na Ucrânia, com a persistência de problemas de suprimentos de combustíveis e alimentos, e a elevação das taxas de juros decidida pelos bancos centrais dos principais países ocidentais já afetam a economia mundial e serão ainda mais notadas em 2023.

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É essa sensação mista de retomada da normalidade no presente e de volta aos velhos problemas em 2023, e talvez também em 2024, que parece limitar a melhora do Indicador de Clima Econômico (ICE) entre o terceiro e o quarto trimestres deste ano, de acordo com a pesquisa do Ibre/FGV. O ICE teve alta expressiva de 11,8 pontos entre os dois trimestres, sobretudo por causa da melhora observada no Brasil, mas continua em nível desfavorável. Alcançou 66,5 pontos, bem abaixo dos 100 pontos que separam a zona favorável da desfavorável.

A pesquisa afere também aquilo que os entrevistados apontam como entraves para o crescimento econômico: falta de inovação, infraestrutura inadequada, falta de confiança na política econômica, falta de competitividade internacional, corrupção, aumento na desigualdade de renda, clima desfavorável para investidores estrangeiros, instabilidade política, barreiras legais e administrativas para investidores, falta de mão de obra qualificada, dificuldade no fornecimento de insumos e falta de capital.

Observáveis, em maior ou menor grau, em todos os países da América Latina, esses problemas têm em comum também o fato de que sua solução depende, em sua grande maioria, de decisões políticas ou de ações administrativas do poder público bem formuladas e capazes de se manter no tempo. É disso que a América Latina carece.

Com desempenho econômico medíocre pelo menos desde o início da década passada, que não lhe permite avançar na redução das desigualdades sociais nem lhe dá condições de competir com os países que se modernizam e crescem, a América Latina parece conformada. A economia regional deve crescer entre 3,0% e 3,5% em 2022, mas no ano que vem voltará ao ritmo decepcionante observado há tempos, com expansão de 1,6% a 1,7%, segundo estimativas de organizações como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Melhoras na percepção de clima econômico, como as detectadas na Sondagem Econômica da América Latina divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), podem alimentar algum otimismo, mas são frágeis. Com pouquíssimas exceções, esse indicador tem se mantido em nível muito baixo desde 2013. Problemas estruturais antigos, e bem conhecidos, e outros mais recentes, como a pandemia e a eclosão do conflito armado na Ucrânia, com todos os desdobramentos na economia mundial, limitam a expansão e o progresso da região e minam a confiança de sua população e de seus dirigentes empresariais.

Fatores conjunturais favoráveis, como a alta dos preços das commodities das quais a região é grande exportadora, propiciaram a melhora do desempenho da economia latino-americana em 2022, levando-a registrar expansão igual à observada antes da pandemia. Mas as incertezas globais diante da guerra na Ucrânia, com a persistência de problemas de suprimentos de combustíveis e alimentos, e a elevação das taxas de juros decidida pelos bancos centrais dos principais países ocidentais já afetam a economia mundial e serão ainda mais notadas em 2023.

É essa sensação mista de retomada da normalidade no presente e de volta aos velhos problemas em 2023, e talvez também em 2024, que parece limitar a melhora do Indicador de Clima Econômico (ICE) entre o terceiro e o quarto trimestres deste ano, de acordo com a pesquisa do Ibre/FGV. O ICE teve alta expressiva de 11,8 pontos entre os dois trimestres, sobretudo por causa da melhora observada no Brasil, mas continua em nível desfavorável. Alcançou 66,5 pontos, bem abaixo dos 100 pontos que separam a zona favorável da desfavorável.

A pesquisa afere também aquilo que os entrevistados apontam como entraves para o crescimento econômico: falta de inovação, infraestrutura inadequada, falta de confiança na política econômica, falta de competitividade internacional, corrupção, aumento na desigualdade de renda, clima desfavorável para investidores estrangeiros, instabilidade política, barreiras legais e administrativas para investidores, falta de mão de obra qualificada, dificuldade no fornecimento de insumos e falta de capital.

Observáveis, em maior ou menor grau, em todos os países da América Latina, esses problemas têm em comum também o fato de que sua solução depende, em sua grande maioria, de decisões políticas ou de ações administrativas do poder público bem formuladas e capazes de se manter no tempo. É disso que a América Latina carece.

Com desempenho econômico medíocre pelo menos desde o início da década passada, que não lhe permite avançar na redução das desigualdades sociais nem lhe dá condições de competir com os países que se modernizam e crescem, a América Latina parece conformada. A economia regional deve crescer entre 3,0% e 3,5% em 2022, mas no ano que vem voltará ao ritmo decepcionante observado há tempos, com expansão de 1,6% a 1,7%, segundo estimativas de organizações como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Melhoras na percepção de clima econômico, como as detectadas na Sondagem Econômica da América Latina divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), podem alimentar algum otimismo, mas são frágeis. Com pouquíssimas exceções, esse indicador tem se mantido em nível muito baixo desde 2013. Problemas estruturais antigos, e bem conhecidos, e outros mais recentes, como a pandemia e a eclosão do conflito armado na Ucrânia, com todos os desdobramentos na economia mundial, limitam a expansão e o progresso da região e minam a confiança de sua população e de seus dirigentes empresariais.

Fatores conjunturais favoráveis, como a alta dos preços das commodities das quais a região é grande exportadora, propiciaram a melhora do desempenho da economia latino-americana em 2022, levando-a registrar expansão igual à observada antes da pandemia. Mas as incertezas globais diante da guerra na Ucrânia, com a persistência de problemas de suprimentos de combustíveis e alimentos, e a elevação das taxas de juros decidida pelos bancos centrais dos principais países ocidentais já afetam a economia mundial e serão ainda mais notadas em 2023.

É essa sensação mista de retomada da normalidade no presente e de volta aos velhos problemas em 2023, e talvez também em 2024, que parece limitar a melhora do Indicador de Clima Econômico (ICE) entre o terceiro e o quarto trimestres deste ano, de acordo com a pesquisa do Ibre/FGV. O ICE teve alta expressiva de 11,8 pontos entre os dois trimestres, sobretudo por causa da melhora observada no Brasil, mas continua em nível desfavorável. Alcançou 66,5 pontos, bem abaixo dos 100 pontos que separam a zona favorável da desfavorável.

A pesquisa afere também aquilo que os entrevistados apontam como entraves para o crescimento econômico: falta de inovação, infraestrutura inadequada, falta de confiança na política econômica, falta de competitividade internacional, corrupção, aumento na desigualdade de renda, clima desfavorável para investidores estrangeiros, instabilidade política, barreiras legais e administrativas para investidores, falta de mão de obra qualificada, dificuldade no fornecimento de insumos e falta de capital.

Observáveis, em maior ou menor grau, em todos os países da América Latina, esses problemas têm em comum também o fato de que sua solução depende, em sua grande maioria, de decisões políticas ou de ações administrativas do poder público bem formuladas e capazes de se manter no tempo. É disso que a América Latina carece.

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