Sob o poder do narcotráfico


Eleito presidente do Equador, o conservador Noboa deixa em aberto combate ao crime organizado

Por Notas & Informações

O Equador concluiu a eleição presidencial mais violenta de sua história recente no último dia 15, com a vitória do empresário e deputado de centro-direita Daniel Noboa para um mandato-tampão de 18 meses. Na campanha eleitoral que custou a vida do candidato de esquerda Fernando Villavicencio, assassinado pouco antes do primeiro turno de agosto, a democracia felizmente prevaleceu. Não é pouco em uma nação sul-americana convertida em paraíso do crime organizado. Principais vítimas da escalada de violência, os equatorianos nada esperam do novo governo além de uma política de segurança pública com mínima eficácia. Se Noboa cumprirá suas parcas promessas, é outra questão.

Do ponto de vista político, o resultado eleitoral expressa a opção da maioria dos equatorianos por um nome fora dos vícios dos circuitos tradicionais – fenômeno observado em outros países. Marca também a segunda derrota sucessiva da corrente populista de esquerda do ex-presidente Rafael Correa, exilado nos Estados Unidos. Luiza González, sua afilhada política, reconheceu a derrota ainda no domingo, quando sublinhou “jamais ter feito um chamado para incendiar uma cidade nem gritar que houve fraude” – alusão à reação bolsonarista às eleições brasileiras de 2022. O resultado assinala ainda o ocaso da gestão do conservador Guillermo Lasso, marcada por um processo de impeachment e pela antecipação das eleições.

Como no primeiro turno, em 20 de agosto, a votação do último domingo ocorreu sob vigilância das Forças Armadas e da Polícia Nacional. Não houve registro de incidentes graves. Diante de imagens de policiais e soldados desprovidos de equipamentos básicos de proteção, porém, torna-se inevitável considerar eventuais interesses dos cartéis mexicanos, colombianos e albaneses presentes no Equador no transcurso pacífico das votações.

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Mesmo protegido com colete à prova de balas e capacete durante a campanha, Noboa pouco detalhou suas pretensões na área de segurança pública. Preferiu insistir na geração de empregos numa economia dolarizada e ainda fragilizada pelos efeitos da pandemia, cujo principal produto de exportação é a banana – alma dos negócios da Noboa Corporation, da qual é herdeiro. Nos comícios, prometeu mais recursos e novas tecnologias para a polícia combater o tráfico de drogas, que escoam pelos portos do país para a Europa, e a escalada de violência, que levou milhares de equatorianos para a fronteira do México com os Estados Unidos. Nada substancial.

Não se sabe ao certo se ou como o futuro governo enfrentará o crime organizado incrustado no Equador. Pode-se antever, entretanto, que qualquer medida nesse sentido será respondida com violência. Ao assumir a presidência do Equador, Noboa tornar-se-á o alvo número um dos cartéis. Mais do que nunca, o Equador necessitará do apoio da comunidade internacional, se vier a mover uma agenda de segurança pública factível. Porém, nada será possível sem uma concertação com a oposição na Assembleia Nacional, que será chamada a decidir se mais valem suas ambições para as próximas eleições ou o principal interesse do país.

O Equador concluiu a eleição presidencial mais violenta de sua história recente no último dia 15, com a vitória do empresário e deputado de centro-direita Daniel Noboa para um mandato-tampão de 18 meses. Na campanha eleitoral que custou a vida do candidato de esquerda Fernando Villavicencio, assassinado pouco antes do primeiro turno de agosto, a democracia felizmente prevaleceu. Não é pouco em uma nação sul-americana convertida em paraíso do crime organizado. Principais vítimas da escalada de violência, os equatorianos nada esperam do novo governo além de uma política de segurança pública com mínima eficácia. Se Noboa cumprirá suas parcas promessas, é outra questão.

Do ponto de vista político, o resultado eleitoral expressa a opção da maioria dos equatorianos por um nome fora dos vícios dos circuitos tradicionais – fenômeno observado em outros países. Marca também a segunda derrota sucessiva da corrente populista de esquerda do ex-presidente Rafael Correa, exilado nos Estados Unidos. Luiza González, sua afilhada política, reconheceu a derrota ainda no domingo, quando sublinhou “jamais ter feito um chamado para incendiar uma cidade nem gritar que houve fraude” – alusão à reação bolsonarista às eleições brasileiras de 2022. O resultado assinala ainda o ocaso da gestão do conservador Guillermo Lasso, marcada por um processo de impeachment e pela antecipação das eleições.

Como no primeiro turno, em 20 de agosto, a votação do último domingo ocorreu sob vigilância das Forças Armadas e da Polícia Nacional. Não houve registro de incidentes graves. Diante de imagens de policiais e soldados desprovidos de equipamentos básicos de proteção, porém, torna-se inevitável considerar eventuais interesses dos cartéis mexicanos, colombianos e albaneses presentes no Equador no transcurso pacífico das votações.

Mesmo protegido com colete à prova de balas e capacete durante a campanha, Noboa pouco detalhou suas pretensões na área de segurança pública. Preferiu insistir na geração de empregos numa economia dolarizada e ainda fragilizada pelos efeitos da pandemia, cujo principal produto de exportação é a banana – alma dos negócios da Noboa Corporation, da qual é herdeiro. Nos comícios, prometeu mais recursos e novas tecnologias para a polícia combater o tráfico de drogas, que escoam pelos portos do país para a Europa, e a escalada de violência, que levou milhares de equatorianos para a fronteira do México com os Estados Unidos. Nada substancial.

Não se sabe ao certo se ou como o futuro governo enfrentará o crime organizado incrustado no Equador. Pode-se antever, entretanto, que qualquer medida nesse sentido será respondida com violência. Ao assumir a presidência do Equador, Noboa tornar-se-á o alvo número um dos cartéis. Mais do que nunca, o Equador necessitará do apoio da comunidade internacional, se vier a mover uma agenda de segurança pública factível. Porém, nada será possível sem uma concertação com a oposição na Assembleia Nacional, que será chamada a decidir se mais valem suas ambições para as próximas eleições ou o principal interesse do país.

O Equador concluiu a eleição presidencial mais violenta de sua história recente no último dia 15, com a vitória do empresário e deputado de centro-direita Daniel Noboa para um mandato-tampão de 18 meses. Na campanha eleitoral que custou a vida do candidato de esquerda Fernando Villavicencio, assassinado pouco antes do primeiro turno de agosto, a democracia felizmente prevaleceu. Não é pouco em uma nação sul-americana convertida em paraíso do crime organizado. Principais vítimas da escalada de violência, os equatorianos nada esperam do novo governo além de uma política de segurança pública com mínima eficácia. Se Noboa cumprirá suas parcas promessas, é outra questão.

Do ponto de vista político, o resultado eleitoral expressa a opção da maioria dos equatorianos por um nome fora dos vícios dos circuitos tradicionais – fenômeno observado em outros países. Marca também a segunda derrota sucessiva da corrente populista de esquerda do ex-presidente Rafael Correa, exilado nos Estados Unidos. Luiza González, sua afilhada política, reconheceu a derrota ainda no domingo, quando sublinhou “jamais ter feito um chamado para incendiar uma cidade nem gritar que houve fraude” – alusão à reação bolsonarista às eleições brasileiras de 2022. O resultado assinala ainda o ocaso da gestão do conservador Guillermo Lasso, marcada por um processo de impeachment e pela antecipação das eleições.

Como no primeiro turno, em 20 de agosto, a votação do último domingo ocorreu sob vigilância das Forças Armadas e da Polícia Nacional. Não houve registro de incidentes graves. Diante de imagens de policiais e soldados desprovidos de equipamentos básicos de proteção, porém, torna-se inevitável considerar eventuais interesses dos cartéis mexicanos, colombianos e albaneses presentes no Equador no transcurso pacífico das votações.

Mesmo protegido com colete à prova de balas e capacete durante a campanha, Noboa pouco detalhou suas pretensões na área de segurança pública. Preferiu insistir na geração de empregos numa economia dolarizada e ainda fragilizada pelos efeitos da pandemia, cujo principal produto de exportação é a banana – alma dos negócios da Noboa Corporation, da qual é herdeiro. Nos comícios, prometeu mais recursos e novas tecnologias para a polícia combater o tráfico de drogas, que escoam pelos portos do país para a Europa, e a escalada de violência, que levou milhares de equatorianos para a fronteira do México com os Estados Unidos. Nada substancial.

Não se sabe ao certo se ou como o futuro governo enfrentará o crime organizado incrustado no Equador. Pode-se antever, entretanto, que qualquer medida nesse sentido será respondida com violência. Ao assumir a presidência do Equador, Noboa tornar-se-á o alvo número um dos cartéis. Mais do que nunca, o Equador necessitará do apoio da comunidade internacional, se vier a mover uma agenda de segurança pública factível. Porém, nada será possível sem uma concertação com a oposição na Assembleia Nacional, que será chamada a decidir se mais valem suas ambições para as próximas eleições ou o principal interesse do país.

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