Sobrevivendo no centro de São Paulo


A degradação da região avança diante dos olhos atônitos dos cidadãos. A estes, resta ‘sobreviver’, como disse um dos donos do Bar Brahma após ter seu estabelecimento atacado por marginais

Por Notas & Informações

Há pelo menos três décadas, desde que a Cracolândia se instalou nos arredores da Luz, a região central de São Paulo é uma das áreas mais inóspitas da capital paulista. De uns anos para cá, porém, a degradação se agravou sensivelmente. O ingresso do Primeiro Comando da Capital (PCC) no “negócio”, digamos assim, do roubo de celulares para fins de fraude financeira aumentou a insegurança que impera nos bairros da região.

São frequentes os atos de violência que apavoram quem vive, trabalha ou passa pelo centro de São Paulo. Hoje, é uma proeza encontrar paulistano que circule pelas ruas e avenidas da região central que não tenha sido vítima de alguma violência praticada pelos criminosos ou por dependentes químicos que vagam por lá como mortos-vivos, capazes de esfaquear alguém por um trocado que seja e, minutos depois, já nem lembrar do mal que causaram.

No dia 3 passado, um novo episódio de violência veio escancarar o quão largada está a região central da cidade de São Paulo pela Prefeitura e pelo governo do Estado – a quem se subordina a Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo. Um bando de pelo menos dez indivíduos depredou o notório Bar Brahma, localizado numa das esquinas mais famosas de São Paulo, a das Avenidas Ipiranga e São João, após um suspeito de tentar furtar um cliente ter sido capturado e agredido.

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Expressando um misto de desamparo e resignação, Cairê Aoas, um dos sócios do bar, fundado há 75 anos, disse ao Estadão que “pretende continuar tentando sobreviver” após o ataque ao estabelecimento. Assustado com o que sofreu, o sr. Aoas relatou a este jornal que o ataque daquele domingo não teve precedentes. “Em outras duas situações anteriores, em escala menor, nossos seguranças inibiram a tentativa de roubo de celular na porta”, disse.

O simples fato de empresários instalados na região central – que só querem tocar seus negócios e gerar empregos – serem obrigados a contratar segurança privada para garantir a integridade de seus clientes, sem falar nos que sucumbiram à violência e baixaram suas portas, já indica a falência do Estado em cumprir uma de suas obrigações mais comezinhas. É inadmissível que o processo de deterioração da segurança em São Paulo, notadamente no centro, mas não só, não seja interrompido pelos entes federativos que, supostamente, detêm a maior expertise e o maior volume de recursos para fazê-lo no País.

É dever do Estado, como detentor do monopólio da violência, garantir a ordem pública e a segurança dos cidadãos e do patrimônio, tanto o público como o privado. Mas, no que concerne à região central, o governo estadual e a Prefeitura da capital paulista têm falhado miseravelmente nessa missão. É bom lembrar que a chamada revitalização do centro de São Paulo, que passa, necessariamente, pelo fim da Cracolândia e pelo aumento do nível de segurança na região, o que atrairá negócios, residências e infraestrutura para seus bairros, foi promessa de campanha tanto do prefeito Ricardo Nunes como do governador Tarcísio de Freitas. Se ainda desejam honrar seus compromissos, passa da hora de agirem e apresentarem resultados concretos. Os paulistanos estão fartos de esperar.

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A falta de respostas eficazes e enérgicas por parte da Prefeitura e do governo do Estado para a insegurança no centro é muito preocupante. Ninguém há de negar que a solução para a Cracolândia, uma tragédia social que extrapola muito a dimensão estritamente policial, é complexa. Mas é justamente para resolver questões complexas que os governantes são eleitos. Ademais, coibir outros tipos de crimes cometidos na região central, convenhamos, não é tarefa tão intrincada assim, ou não deveria ser. Inteligência, análise da chamada mancha criminal e aumento da presença do efetivo policial são ações elementares. Todos sabem onde estão os ladrões.

É imperativo que a inércia, como se os paulistanos estivessem condenados a conviver com uma chaga aberta no coração da cidade, seja substituída pela ação. O bem-estar dos cidadãos deve ser prioridade zero para quaisquer governos dignos do nome.

Há pelo menos três décadas, desde que a Cracolândia se instalou nos arredores da Luz, a região central de São Paulo é uma das áreas mais inóspitas da capital paulista. De uns anos para cá, porém, a degradação se agravou sensivelmente. O ingresso do Primeiro Comando da Capital (PCC) no “negócio”, digamos assim, do roubo de celulares para fins de fraude financeira aumentou a insegurança que impera nos bairros da região.

São frequentes os atos de violência que apavoram quem vive, trabalha ou passa pelo centro de São Paulo. Hoje, é uma proeza encontrar paulistano que circule pelas ruas e avenidas da região central que não tenha sido vítima de alguma violência praticada pelos criminosos ou por dependentes químicos que vagam por lá como mortos-vivos, capazes de esfaquear alguém por um trocado que seja e, minutos depois, já nem lembrar do mal que causaram.

No dia 3 passado, um novo episódio de violência veio escancarar o quão largada está a região central da cidade de São Paulo pela Prefeitura e pelo governo do Estado – a quem se subordina a Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo. Um bando de pelo menos dez indivíduos depredou o notório Bar Brahma, localizado numa das esquinas mais famosas de São Paulo, a das Avenidas Ipiranga e São João, após um suspeito de tentar furtar um cliente ter sido capturado e agredido.

Expressando um misto de desamparo e resignação, Cairê Aoas, um dos sócios do bar, fundado há 75 anos, disse ao Estadão que “pretende continuar tentando sobreviver” após o ataque ao estabelecimento. Assustado com o que sofreu, o sr. Aoas relatou a este jornal que o ataque daquele domingo não teve precedentes. “Em outras duas situações anteriores, em escala menor, nossos seguranças inibiram a tentativa de roubo de celular na porta”, disse.

O simples fato de empresários instalados na região central – que só querem tocar seus negócios e gerar empregos – serem obrigados a contratar segurança privada para garantir a integridade de seus clientes, sem falar nos que sucumbiram à violência e baixaram suas portas, já indica a falência do Estado em cumprir uma de suas obrigações mais comezinhas. É inadmissível que o processo de deterioração da segurança em São Paulo, notadamente no centro, mas não só, não seja interrompido pelos entes federativos que, supostamente, detêm a maior expertise e o maior volume de recursos para fazê-lo no País.

É dever do Estado, como detentor do monopólio da violência, garantir a ordem pública e a segurança dos cidadãos e do patrimônio, tanto o público como o privado. Mas, no que concerne à região central, o governo estadual e a Prefeitura da capital paulista têm falhado miseravelmente nessa missão. É bom lembrar que a chamada revitalização do centro de São Paulo, que passa, necessariamente, pelo fim da Cracolândia e pelo aumento do nível de segurança na região, o que atrairá negócios, residências e infraestrutura para seus bairros, foi promessa de campanha tanto do prefeito Ricardo Nunes como do governador Tarcísio de Freitas. Se ainda desejam honrar seus compromissos, passa da hora de agirem e apresentarem resultados concretos. Os paulistanos estão fartos de esperar.

A falta de respostas eficazes e enérgicas por parte da Prefeitura e do governo do Estado para a insegurança no centro é muito preocupante. Ninguém há de negar que a solução para a Cracolândia, uma tragédia social que extrapola muito a dimensão estritamente policial, é complexa. Mas é justamente para resolver questões complexas que os governantes são eleitos. Ademais, coibir outros tipos de crimes cometidos na região central, convenhamos, não é tarefa tão intrincada assim, ou não deveria ser. Inteligência, análise da chamada mancha criminal e aumento da presença do efetivo policial são ações elementares. Todos sabem onde estão os ladrões.

É imperativo que a inércia, como se os paulistanos estivessem condenados a conviver com uma chaga aberta no coração da cidade, seja substituída pela ação. O bem-estar dos cidadãos deve ser prioridade zero para quaisquer governos dignos do nome.

Há pelo menos três décadas, desde que a Cracolândia se instalou nos arredores da Luz, a região central de São Paulo é uma das áreas mais inóspitas da capital paulista. De uns anos para cá, porém, a degradação se agravou sensivelmente. O ingresso do Primeiro Comando da Capital (PCC) no “negócio”, digamos assim, do roubo de celulares para fins de fraude financeira aumentou a insegurança que impera nos bairros da região.

São frequentes os atos de violência que apavoram quem vive, trabalha ou passa pelo centro de São Paulo. Hoje, é uma proeza encontrar paulistano que circule pelas ruas e avenidas da região central que não tenha sido vítima de alguma violência praticada pelos criminosos ou por dependentes químicos que vagam por lá como mortos-vivos, capazes de esfaquear alguém por um trocado que seja e, minutos depois, já nem lembrar do mal que causaram.

No dia 3 passado, um novo episódio de violência veio escancarar o quão largada está a região central da cidade de São Paulo pela Prefeitura e pelo governo do Estado – a quem se subordina a Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo. Um bando de pelo menos dez indivíduos depredou o notório Bar Brahma, localizado numa das esquinas mais famosas de São Paulo, a das Avenidas Ipiranga e São João, após um suspeito de tentar furtar um cliente ter sido capturado e agredido.

Expressando um misto de desamparo e resignação, Cairê Aoas, um dos sócios do bar, fundado há 75 anos, disse ao Estadão que “pretende continuar tentando sobreviver” após o ataque ao estabelecimento. Assustado com o que sofreu, o sr. Aoas relatou a este jornal que o ataque daquele domingo não teve precedentes. “Em outras duas situações anteriores, em escala menor, nossos seguranças inibiram a tentativa de roubo de celular na porta”, disse.

O simples fato de empresários instalados na região central – que só querem tocar seus negócios e gerar empregos – serem obrigados a contratar segurança privada para garantir a integridade de seus clientes, sem falar nos que sucumbiram à violência e baixaram suas portas, já indica a falência do Estado em cumprir uma de suas obrigações mais comezinhas. É inadmissível que o processo de deterioração da segurança em São Paulo, notadamente no centro, mas não só, não seja interrompido pelos entes federativos que, supostamente, detêm a maior expertise e o maior volume de recursos para fazê-lo no País.

É dever do Estado, como detentor do monopólio da violência, garantir a ordem pública e a segurança dos cidadãos e do patrimônio, tanto o público como o privado. Mas, no que concerne à região central, o governo estadual e a Prefeitura da capital paulista têm falhado miseravelmente nessa missão. É bom lembrar que a chamada revitalização do centro de São Paulo, que passa, necessariamente, pelo fim da Cracolândia e pelo aumento do nível de segurança na região, o que atrairá negócios, residências e infraestrutura para seus bairros, foi promessa de campanha tanto do prefeito Ricardo Nunes como do governador Tarcísio de Freitas. Se ainda desejam honrar seus compromissos, passa da hora de agirem e apresentarem resultados concretos. Os paulistanos estão fartos de esperar.

A falta de respostas eficazes e enérgicas por parte da Prefeitura e do governo do Estado para a insegurança no centro é muito preocupante. Ninguém há de negar que a solução para a Cracolândia, uma tragédia social que extrapola muito a dimensão estritamente policial, é complexa. Mas é justamente para resolver questões complexas que os governantes são eleitos. Ademais, coibir outros tipos de crimes cometidos na região central, convenhamos, não é tarefa tão intrincada assim, ou não deveria ser. Inteligência, análise da chamada mancha criminal e aumento da presença do efetivo policial são ações elementares. Todos sabem onde estão os ladrões.

É imperativo que a inércia, como se os paulistanos estivessem condenados a conviver com uma chaga aberta no coração da cidade, seja substituída pela ação. O bem-estar dos cidadãos deve ser prioridade zero para quaisquer governos dignos do nome.

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