Tudo em família


O PRTB é o estado da arte dos partidos de fachada. É isso que deseja Bolsonaro: um partido que defenda os interesses pessoais de sua parentada, e nada mais

Por Notas&Informações

O presidente Jair Bolsonaro, hoje sem partido, está em tratativas com o PRTB para eventualmente se filiar à sigla. Ainda que a negociação não prospere, Bolsonaro, candidato à reeleição, terá que encontrar algum partido em breve, pois a Constituição não permite candidaturas avulsas. Para Bolsonaro, contudo, trata-se apenas de uma formalidade burocrática, pois jamais se preocupou com a natureza ou as propostas dos diversos partidos pelos quais concorreu. E foram muitos.

Como se sabe, Bolsonaro foi incapaz, até agora, de formar o próprio partido, a despeito de seu festejado capital político-eleitoral. O anunciado Aliança pelo Brasil, partido da família Bolsonaro, ainda não saiu do papel, e o próprio presidente duvida que a legenda seja homologada a tempo da eleição do ano que vem. Esse fiasco obriga Bolsonaro a negociar com outras legendas.

No momento, a única exigência de Bolsonaro é que o partido que vier a acolhê-lo esteja inteiramente à sua mercê. Em março, o presidente declarou que quer uma legenda da qual seja “dono”, o que significa ter controle total sobre o dinheiro e os diretórios regionais. Foi essa pretensão, aliás, que causou sua ruptura com o PSL, partido pelo qual ele se elegeu presidente e que frustrou seu projeto de domínio absoluto.

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O PSL era insignificante até a eleição de 2018 e hoje está entre as maiores bancadas do Congresso graças à onda que elegeu Bolsonaro. É justamente esse potencial eleitoral de Bolsonaro que seduz legendas de aluguel como o PRTB, que já se imaginam nadando no dinheiro do fundo partidário com a eleição de diversos parlamentares associados ao bolsonarismo. Hoje, o partido não tem nenhum deputado federal e só aparece no noticiário quando se recorda que é a legenda do vice-presidente Hamilton Mourão.

A morte do presidente do PRTB, Levy Fidelix, no dia 23 passado, deixou vaga a cadeira de dono do partido, e Bolsonaro tem a pretensão de ocupá-la. O presidente, que dificilmente manifesta pesar pela morte de alguém – que o digam os parentes das vítimas da covid-19 –, disse que Levy Fidelix, que se notabilizou por aparecer na cena nacional apenas nas semanas que antecediam os pleitos, será “uma pessoa realmente que vai deixar saudades em todos nós”. Mas só essa elegia talvez não baste para que Bolsonaro tome o lugar de Fidelix.

O PRTB é o estado da arte dos partidos de fachada criados por um sistema de representação que ignora o eleitor. Com o slogan “Deus, Pátria e Família!”, a legenda, de fato, prioriza a família – no caso, a de Levy Fidelix. É por esse motivo que a negociação com Bolsonaro está sendo tocada pelos três filhos do falecido, Levy Filho, Karina e Lívia, herdeiros do espólio partidário.

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Levy Filho é secretário-geral do PRTB. A atual presidente do partido é a viúva de Fidelix, Aldineia. Rodrigo Tavares, marido de Karina Fidelix, é presidente do diretório paulista do PRTB. Ou seja, o comando do partido está inteiramente nas mãos do clã Fidelix, tal como uma empresa familiar.

E exatamente como acontece com uma empresa familiar quando avalia uma oportunidade de negócio – no caso, ceder ou não o controle para a família Bolsonaro –, o destino do PRTB depende do entendimento entre irmãos. Levy Filho quer fazer negócio, mas Karina Fidelix pretende assumir o comando do partido com o marido.

Nada desse conflito doméstico teria a menor importância para o País se não envolvesse o partido do vice-presidente Mourão e que pode vir a ser o partido do presidente da República. A esse ponto vergonhoso nos levou a desmoralização da política empreendida pelo bolsonarismo.

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O fato de que Bolsonaro pode vincular seu imenso peso institucional a uma legenda nanica, com nenhuma representação no Congresso, dá a exata medida da miséria do sistema partidário. Há hoje 33 partidos registrados na Justiça Eleitoral, uma aberração óbvia. Mudanças normativas implementadas a partir de 2016 devem reduzir esse número nas próximas eleições, mas grande parte dos partidos ainda se presta somente a representar seus donos.

Pois é exatamente isso o que deseja Bolsonaro: um partido que defenda os interesses pessoais de sua parentada, e nada mais.

O presidente Jair Bolsonaro, hoje sem partido, está em tratativas com o PRTB para eventualmente se filiar à sigla. Ainda que a negociação não prospere, Bolsonaro, candidato à reeleição, terá que encontrar algum partido em breve, pois a Constituição não permite candidaturas avulsas. Para Bolsonaro, contudo, trata-se apenas de uma formalidade burocrática, pois jamais se preocupou com a natureza ou as propostas dos diversos partidos pelos quais concorreu. E foram muitos.

Como se sabe, Bolsonaro foi incapaz, até agora, de formar o próprio partido, a despeito de seu festejado capital político-eleitoral. O anunciado Aliança pelo Brasil, partido da família Bolsonaro, ainda não saiu do papel, e o próprio presidente duvida que a legenda seja homologada a tempo da eleição do ano que vem. Esse fiasco obriga Bolsonaro a negociar com outras legendas.

No momento, a única exigência de Bolsonaro é que o partido que vier a acolhê-lo esteja inteiramente à sua mercê. Em março, o presidente declarou que quer uma legenda da qual seja “dono”, o que significa ter controle total sobre o dinheiro e os diretórios regionais. Foi essa pretensão, aliás, que causou sua ruptura com o PSL, partido pelo qual ele se elegeu presidente e que frustrou seu projeto de domínio absoluto.

O PSL era insignificante até a eleição de 2018 e hoje está entre as maiores bancadas do Congresso graças à onda que elegeu Bolsonaro. É justamente esse potencial eleitoral de Bolsonaro que seduz legendas de aluguel como o PRTB, que já se imaginam nadando no dinheiro do fundo partidário com a eleição de diversos parlamentares associados ao bolsonarismo. Hoje, o partido não tem nenhum deputado federal e só aparece no noticiário quando se recorda que é a legenda do vice-presidente Hamilton Mourão.

A morte do presidente do PRTB, Levy Fidelix, no dia 23 passado, deixou vaga a cadeira de dono do partido, e Bolsonaro tem a pretensão de ocupá-la. O presidente, que dificilmente manifesta pesar pela morte de alguém – que o digam os parentes das vítimas da covid-19 –, disse que Levy Fidelix, que se notabilizou por aparecer na cena nacional apenas nas semanas que antecediam os pleitos, será “uma pessoa realmente que vai deixar saudades em todos nós”. Mas só essa elegia talvez não baste para que Bolsonaro tome o lugar de Fidelix.

O PRTB é o estado da arte dos partidos de fachada criados por um sistema de representação que ignora o eleitor. Com o slogan “Deus, Pátria e Família!”, a legenda, de fato, prioriza a família – no caso, a de Levy Fidelix. É por esse motivo que a negociação com Bolsonaro está sendo tocada pelos três filhos do falecido, Levy Filho, Karina e Lívia, herdeiros do espólio partidário.

Levy Filho é secretário-geral do PRTB. A atual presidente do partido é a viúva de Fidelix, Aldineia. Rodrigo Tavares, marido de Karina Fidelix, é presidente do diretório paulista do PRTB. Ou seja, o comando do partido está inteiramente nas mãos do clã Fidelix, tal como uma empresa familiar.

E exatamente como acontece com uma empresa familiar quando avalia uma oportunidade de negócio – no caso, ceder ou não o controle para a família Bolsonaro –, o destino do PRTB depende do entendimento entre irmãos. Levy Filho quer fazer negócio, mas Karina Fidelix pretende assumir o comando do partido com o marido.

Nada desse conflito doméstico teria a menor importância para o País se não envolvesse o partido do vice-presidente Mourão e que pode vir a ser o partido do presidente da República. A esse ponto vergonhoso nos levou a desmoralização da política empreendida pelo bolsonarismo.

O fato de que Bolsonaro pode vincular seu imenso peso institucional a uma legenda nanica, com nenhuma representação no Congresso, dá a exata medida da miséria do sistema partidário. Há hoje 33 partidos registrados na Justiça Eleitoral, uma aberração óbvia. Mudanças normativas implementadas a partir de 2016 devem reduzir esse número nas próximas eleições, mas grande parte dos partidos ainda se presta somente a representar seus donos.

Pois é exatamente isso o que deseja Bolsonaro: um partido que defenda os interesses pessoais de sua parentada, e nada mais.

O presidente Jair Bolsonaro, hoje sem partido, está em tratativas com o PRTB para eventualmente se filiar à sigla. Ainda que a negociação não prospere, Bolsonaro, candidato à reeleição, terá que encontrar algum partido em breve, pois a Constituição não permite candidaturas avulsas. Para Bolsonaro, contudo, trata-se apenas de uma formalidade burocrática, pois jamais se preocupou com a natureza ou as propostas dos diversos partidos pelos quais concorreu. E foram muitos.

Como se sabe, Bolsonaro foi incapaz, até agora, de formar o próprio partido, a despeito de seu festejado capital político-eleitoral. O anunciado Aliança pelo Brasil, partido da família Bolsonaro, ainda não saiu do papel, e o próprio presidente duvida que a legenda seja homologada a tempo da eleição do ano que vem. Esse fiasco obriga Bolsonaro a negociar com outras legendas.

No momento, a única exigência de Bolsonaro é que o partido que vier a acolhê-lo esteja inteiramente à sua mercê. Em março, o presidente declarou que quer uma legenda da qual seja “dono”, o que significa ter controle total sobre o dinheiro e os diretórios regionais. Foi essa pretensão, aliás, que causou sua ruptura com o PSL, partido pelo qual ele se elegeu presidente e que frustrou seu projeto de domínio absoluto.

O PSL era insignificante até a eleição de 2018 e hoje está entre as maiores bancadas do Congresso graças à onda que elegeu Bolsonaro. É justamente esse potencial eleitoral de Bolsonaro que seduz legendas de aluguel como o PRTB, que já se imaginam nadando no dinheiro do fundo partidário com a eleição de diversos parlamentares associados ao bolsonarismo. Hoje, o partido não tem nenhum deputado federal e só aparece no noticiário quando se recorda que é a legenda do vice-presidente Hamilton Mourão.

A morte do presidente do PRTB, Levy Fidelix, no dia 23 passado, deixou vaga a cadeira de dono do partido, e Bolsonaro tem a pretensão de ocupá-la. O presidente, que dificilmente manifesta pesar pela morte de alguém – que o digam os parentes das vítimas da covid-19 –, disse que Levy Fidelix, que se notabilizou por aparecer na cena nacional apenas nas semanas que antecediam os pleitos, será “uma pessoa realmente que vai deixar saudades em todos nós”. Mas só essa elegia talvez não baste para que Bolsonaro tome o lugar de Fidelix.

O PRTB é o estado da arte dos partidos de fachada criados por um sistema de representação que ignora o eleitor. Com o slogan “Deus, Pátria e Família!”, a legenda, de fato, prioriza a família – no caso, a de Levy Fidelix. É por esse motivo que a negociação com Bolsonaro está sendo tocada pelos três filhos do falecido, Levy Filho, Karina e Lívia, herdeiros do espólio partidário.

Levy Filho é secretário-geral do PRTB. A atual presidente do partido é a viúva de Fidelix, Aldineia. Rodrigo Tavares, marido de Karina Fidelix, é presidente do diretório paulista do PRTB. Ou seja, o comando do partido está inteiramente nas mãos do clã Fidelix, tal como uma empresa familiar.

E exatamente como acontece com uma empresa familiar quando avalia uma oportunidade de negócio – no caso, ceder ou não o controle para a família Bolsonaro –, o destino do PRTB depende do entendimento entre irmãos. Levy Filho quer fazer negócio, mas Karina Fidelix pretende assumir o comando do partido com o marido.

Nada desse conflito doméstico teria a menor importância para o País se não envolvesse o partido do vice-presidente Mourão e que pode vir a ser o partido do presidente da República. A esse ponto vergonhoso nos levou a desmoralização da política empreendida pelo bolsonarismo.

O fato de que Bolsonaro pode vincular seu imenso peso institucional a uma legenda nanica, com nenhuma representação no Congresso, dá a exata medida da miséria do sistema partidário. Há hoje 33 partidos registrados na Justiça Eleitoral, uma aberração óbvia. Mudanças normativas implementadas a partir de 2016 devem reduzir esse número nas próximas eleições, mas grande parte dos partidos ainda se presta somente a representar seus donos.

Pois é exatamente isso o que deseja Bolsonaro: um partido que defenda os interesses pessoais de sua parentada, e nada mais.

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