UE dá urgência à diversificação energética


Decisão da UE de acabar com a produção de carros a gasolina e diesel até 2035 mostra que a janela dos combustíveis fósseis está se fechando e que a diversificação energética é inadiável

Por Notas & Informações

Há dois séculos os combustíveis fósseis são o sangue negro que corre nas veias da indústria, impulsionando uma revolução social e tecnológica sem precedentes. Mas é consenso que o dióxido de carbono aquece o planeta, degrada a natureza e ameaça, a longo prazo, a prosperidade humana. O dilema é que, se são letais para o futuro, os combustíveis fósseis ainda são vitais para o presente.

As distorções de um mau equacionamento desse dilema têm impactos. Para a indústria dos fósseis – no caso do Brasil, particularmente a do petróleo – é evidente que mais dos mesmos negócios de sempre é, a longo prazo, uma rota suicida. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda por petróleo começará a declinar até 2030. Estratégias caras e com retorno a longo prazo, como as que o governo vem sinalizando ao interromper a venda de refinarias e investir em novas ou explorar bacias distantes e incertas, exigem prudência. A União Europeia (UE) acaba de anunciar o fim da produção de carros a gasolina e diesel até 2035. É um sinal de que a janela está fechando e é preciso atentar às portas que estão abrindo.

Os ambientalistas, por sua vez, costumam resumir o desafio energético à eliminação dos fósseis. Mas, mesmo no cenário de “carbono zero”, a AIE estima que em 2050 a demanda mundial de petróleo ainda será de 20 milhões de barris por dia. E hoje os royalties são fonte crucial de recursos para o Brasil enfrentar desafios como a pobreza.

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Se é óbvio que uma “transição” energética sustentável não pode ser entendida como “ampliação” das fontes fósseis, tampouco pode ser sua pura “redução”. Em certa medida ela é ambas: ampliação a curto prazo e redução a longo prazo. A ampliação de hoje viabilizará investimentos nas tecnologias que garantirão a redução amanhã. A chave do problema é a diversificação das fontes energéticas. Mas, nesse quesito, seja o Estado brasileiro, seja sua petrolífera, estão defasados.

O País tem imensas vantagens comparativas. Sua matriz energética já é uma das mais limpas do mundo e está longe das pressões ambientais que países desenvolvidos enfrentam. Mas, antes de aproveitar esse bônus para galvanizar a diversificação, o Brasil o tem usado para justificar uma certa acomodação.

O setor de petróleo e gás continua a gozar de vultosos subsídios para, supostamente, estimular o desenvolvimento social no curto prazo. Mas, além de beneficiarem mais as indústrias do que famílias pobres – que seriam mais bem servidas com esses recursos por transferências de renda ou serviços públicos –, os subsídios desencorajam a eficiência e a diversificação energética.

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Consequentemente, ainda que o Plano Estratégico da Petrobras e seu presidente, Jean Paul Prates, falem com entusiasmo da expansão rumo aos renováveis, na prática a estratégia da empresa para o futuro continua aferrada aos fósseis. No ano passado, por exemplo, ela teve lucro recorde, o que é excelente. Mas cerca de 80% dos investimentos seguem canalizados para a exploração de petróleo e gás. Seus principais investimentos em descarbonização continuam a ser em tecnologias para reduzir emissões das fontes fósseis. A ironia é que multinacionais movidas exclusivamente pelo lucro têm investido muito mais em energia limpa do que a Petrobras, que, tendo como maior acionista a União, deveria combinar o lucro com interesses nacionais.

O foco excessivo e imediatista no petróleo não é bom para o meio ambiente e, a longo prazo, não é bom para a empresa e nem para o Brasil. Táticas baseadas no petróleo ainda fazem sentido no curto prazo. Mas essa fonte de energia está com os dias contados. Alicerçar nela a estratégia de desenvolvimento sustentável nacional é como confiar na luz de estrelas mortas. O astro mais próximo, maior, mais quente e mais luminoso das energias renováveis já despontou no horizonte. O Brasil e sua principal empresa de energia têm todas as condições naturais e técnicas de aproveitar a aurora dessa nova fonte de luz e força para traçar uma rota vantajosa para a sociedade e o meio ambiente.

Há dois séculos os combustíveis fósseis são o sangue negro que corre nas veias da indústria, impulsionando uma revolução social e tecnológica sem precedentes. Mas é consenso que o dióxido de carbono aquece o planeta, degrada a natureza e ameaça, a longo prazo, a prosperidade humana. O dilema é que, se são letais para o futuro, os combustíveis fósseis ainda são vitais para o presente.

As distorções de um mau equacionamento desse dilema têm impactos. Para a indústria dos fósseis – no caso do Brasil, particularmente a do petróleo – é evidente que mais dos mesmos negócios de sempre é, a longo prazo, uma rota suicida. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda por petróleo começará a declinar até 2030. Estratégias caras e com retorno a longo prazo, como as que o governo vem sinalizando ao interromper a venda de refinarias e investir em novas ou explorar bacias distantes e incertas, exigem prudência. A União Europeia (UE) acaba de anunciar o fim da produção de carros a gasolina e diesel até 2035. É um sinal de que a janela está fechando e é preciso atentar às portas que estão abrindo.

Os ambientalistas, por sua vez, costumam resumir o desafio energético à eliminação dos fósseis. Mas, mesmo no cenário de “carbono zero”, a AIE estima que em 2050 a demanda mundial de petróleo ainda será de 20 milhões de barris por dia. E hoje os royalties são fonte crucial de recursos para o Brasil enfrentar desafios como a pobreza.

Se é óbvio que uma “transição” energética sustentável não pode ser entendida como “ampliação” das fontes fósseis, tampouco pode ser sua pura “redução”. Em certa medida ela é ambas: ampliação a curto prazo e redução a longo prazo. A ampliação de hoje viabilizará investimentos nas tecnologias que garantirão a redução amanhã. A chave do problema é a diversificação das fontes energéticas. Mas, nesse quesito, seja o Estado brasileiro, seja sua petrolífera, estão defasados.

O País tem imensas vantagens comparativas. Sua matriz energética já é uma das mais limpas do mundo e está longe das pressões ambientais que países desenvolvidos enfrentam. Mas, antes de aproveitar esse bônus para galvanizar a diversificação, o Brasil o tem usado para justificar uma certa acomodação.

O setor de petróleo e gás continua a gozar de vultosos subsídios para, supostamente, estimular o desenvolvimento social no curto prazo. Mas, além de beneficiarem mais as indústrias do que famílias pobres – que seriam mais bem servidas com esses recursos por transferências de renda ou serviços públicos –, os subsídios desencorajam a eficiência e a diversificação energética.

Consequentemente, ainda que o Plano Estratégico da Petrobras e seu presidente, Jean Paul Prates, falem com entusiasmo da expansão rumo aos renováveis, na prática a estratégia da empresa para o futuro continua aferrada aos fósseis. No ano passado, por exemplo, ela teve lucro recorde, o que é excelente. Mas cerca de 80% dos investimentos seguem canalizados para a exploração de petróleo e gás. Seus principais investimentos em descarbonização continuam a ser em tecnologias para reduzir emissões das fontes fósseis. A ironia é que multinacionais movidas exclusivamente pelo lucro têm investido muito mais em energia limpa do que a Petrobras, que, tendo como maior acionista a União, deveria combinar o lucro com interesses nacionais.

O foco excessivo e imediatista no petróleo não é bom para o meio ambiente e, a longo prazo, não é bom para a empresa e nem para o Brasil. Táticas baseadas no petróleo ainda fazem sentido no curto prazo. Mas essa fonte de energia está com os dias contados. Alicerçar nela a estratégia de desenvolvimento sustentável nacional é como confiar na luz de estrelas mortas. O astro mais próximo, maior, mais quente e mais luminoso das energias renováveis já despontou no horizonte. O Brasil e sua principal empresa de energia têm todas as condições naturais e técnicas de aproveitar a aurora dessa nova fonte de luz e força para traçar uma rota vantajosa para a sociedade e o meio ambiente.

Há dois séculos os combustíveis fósseis são o sangue negro que corre nas veias da indústria, impulsionando uma revolução social e tecnológica sem precedentes. Mas é consenso que o dióxido de carbono aquece o planeta, degrada a natureza e ameaça, a longo prazo, a prosperidade humana. O dilema é que, se são letais para o futuro, os combustíveis fósseis ainda são vitais para o presente.

As distorções de um mau equacionamento desse dilema têm impactos. Para a indústria dos fósseis – no caso do Brasil, particularmente a do petróleo – é evidente que mais dos mesmos negócios de sempre é, a longo prazo, uma rota suicida. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda por petróleo começará a declinar até 2030. Estratégias caras e com retorno a longo prazo, como as que o governo vem sinalizando ao interromper a venda de refinarias e investir em novas ou explorar bacias distantes e incertas, exigem prudência. A União Europeia (UE) acaba de anunciar o fim da produção de carros a gasolina e diesel até 2035. É um sinal de que a janela está fechando e é preciso atentar às portas que estão abrindo.

Os ambientalistas, por sua vez, costumam resumir o desafio energético à eliminação dos fósseis. Mas, mesmo no cenário de “carbono zero”, a AIE estima que em 2050 a demanda mundial de petróleo ainda será de 20 milhões de barris por dia. E hoje os royalties são fonte crucial de recursos para o Brasil enfrentar desafios como a pobreza.

Se é óbvio que uma “transição” energética sustentável não pode ser entendida como “ampliação” das fontes fósseis, tampouco pode ser sua pura “redução”. Em certa medida ela é ambas: ampliação a curto prazo e redução a longo prazo. A ampliação de hoje viabilizará investimentos nas tecnologias que garantirão a redução amanhã. A chave do problema é a diversificação das fontes energéticas. Mas, nesse quesito, seja o Estado brasileiro, seja sua petrolífera, estão defasados.

O País tem imensas vantagens comparativas. Sua matriz energética já é uma das mais limpas do mundo e está longe das pressões ambientais que países desenvolvidos enfrentam. Mas, antes de aproveitar esse bônus para galvanizar a diversificação, o Brasil o tem usado para justificar uma certa acomodação.

O setor de petróleo e gás continua a gozar de vultosos subsídios para, supostamente, estimular o desenvolvimento social no curto prazo. Mas, além de beneficiarem mais as indústrias do que famílias pobres – que seriam mais bem servidas com esses recursos por transferências de renda ou serviços públicos –, os subsídios desencorajam a eficiência e a diversificação energética.

Consequentemente, ainda que o Plano Estratégico da Petrobras e seu presidente, Jean Paul Prates, falem com entusiasmo da expansão rumo aos renováveis, na prática a estratégia da empresa para o futuro continua aferrada aos fósseis. No ano passado, por exemplo, ela teve lucro recorde, o que é excelente. Mas cerca de 80% dos investimentos seguem canalizados para a exploração de petróleo e gás. Seus principais investimentos em descarbonização continuam a ser em tecnologias para reduzir emissões das fontes fósseis. A ironia é que multinacionais movidas exclusivamente pelo lucro têm investido muito mais em energia limpa do que a Petrobras, que, tendo como maior acionista a União, deveria combinar o lucro com interesses nacionais.

O foco excessivo e imediatista no petróleo não é bom para o meio ambiente e, a longo prazo, não é bom para a empresa e nem para o Brasil. Táticas baseadas no petróleo ainda fazem sentido no curto prazo. Mas essa fonte de energia está com os dias contados. Alicerçar nela a estratégia de desenvolvimento sustentável nacional é como confiar na luz de estrelas mortas. O astro mais próximo, maior, mais quente e mais luminoso das energias renováveis já despontou no horizonte. O Brasil e sua principal empresa de energia têm todas as condições naturais e técnicas de aproveitar a aurora dessa nova fonte de luz e força para traçar uma rota vantajosa para a sociedade e o meio ambiente.

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