Um barril de pólvora no Oriente Médio


As grandes potências envolvidas em confrontos na região têm muito a perder com uma guerra expandida. Ainda assim, estão se aproximando cada vez mais dela

Por Notas & Informações

Oficialmente, as potências hoje envolvidas em confrontos no Oriente Médio querem evitar um conflito generalizado. Na prática, estão cada dia mais próximas dele.

O Irã alega que não teve envolvimento no ataque do Hamas a Israel nem nos das outras milícias apoiadas por ele no chamado “Eixo da Resistência”. Não obstante, as agressões continuam se expandindo. A mais importante dessas milícias, o Hezbollah, que domina parte do Líbano, tem trocado diariamente disparos de foguetes com Israel, mas ambos têm evitado o confronto por terra. Não obstante, Israel não está arrefecendo os ataques em Gaza, o que acirra os ânimos dos milicianos do Eixo. Desde o 7 de Outubro, essas milícias já conduziram mais de 160 ataques a bases norte-americanas na região. As retaliações de Washington têm sido localizadas e contidas. Mas esse “equilíbrio” está à beira do colapso. Cada uma das partes alerta que há “linhas vermelhas”, mas para nenhuma é claro onde está a linha traçada pela outra.

Desde os anos 80 a teocracia xiita iraniana apoia milícias unidas por uma hostilidade comum a Israel e aos EUA. Começando com os xiitas do Hezbollah, o grupo incorporou facções sunitas no Iraque, milícias pró-regime na guerra civil da Síria, o Hamas e os rebeldes houthis no Iêmen na guerra contra a coalizão árabe liderada pela rival do Irã, a Arábia Saudita.

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Cada um desses grupos respondeu à ofensiva de Israel em Gaza. Até o início do ano, os conflitos estavam contidos em suas localidades. Mas em janeiro começaram a transbordar.

Numa zona de Beirute controlada pelo Hezbollah, um oficial do Hamas foi morto em um ataque de drone – que Israel não assume nem nega. No Irã, ataques terroristas do Estado Islâmico e de jihadistas paquistaneses mataram dezenas de civis. Em resposta, Teerã disparou mísseis contra células supostamente terroristas na Síria e no Paquistão e também no Iraque, contra um suposto “centro de espionagem” israelense. Após assaltos a tropas americanas, os EUA mataram um oficial da chamada Resistência Islâmica num ataque em Bagdá. Washington também tem atacado os houthis em retaliação a ataques a navios no Mar Vermelho. No último domingo, 3 soldados americanos morreram e mais de 30 ficaram feridos em uma base na Jordânia atacada por milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque.

O equilíbrio entre uma resposta proporcional e enérgica, mas que evite uma escalada, é volátil. As pressões em Washington por uma retaliação direta à Guarda Revolucionária iraniana crescem. Ataques em larga escala no Iraque podem desestabilizar a relação com o regime de Bagdá, favorecendo o Irã.

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Se os EUA convencessem Israel a moderar os ataques em Gaza, isso poderia arrefecer a crise na região. O risco seria validar as táticas de confronto assimétricas do Irã, convidando a novas agressões. De todo modo, essa alternativa parece inviável: em sua luta pela sobrevivência, o premiê Benjamin Netanyahu está cada vez mais alinhado à extrema direita israelense em sua recusa a soluções de compromisso.

Outra questão é até que ponto as potências internacionais podem dirimir os riscos. Politicamente, Rússia e China talvez se comprazam em ver os EUA sendo tragados para novos conflitos no Oriente Médio. Mas os distúrbios no comércio e no preço do petróleo complicariam ainda mais os esforços de recuperação econômica de Pequim. Contudo, mesmo que a China pretenda pressionar o Irã, resta a questão de até que ponto ele realmente controla as milícias do “Eixo da Resistência”. Além do ódio comum a Israel e aos EUA, elas diferem em muitas coisas e cada uma tem sua agenda. Teerã pode apoiá-las publicamente, mas enfrenta o risco de ser tragada para conflitos que preferiria evitar, ao menos por ora.

Ainda hoje a irrupção da 1.ª Guerra Mundial causa perplexidade aos historiadores. Após o atentado que matou o arquiduque austríaco em Sarajevo, Rússia e Alemanha se envolveram em intensas negociações diplomáticas tentando evitar um conflito generalizado. Não obstante, aconteceu. A situação no Oriente Médio é assustadoramente similar.

Oficialmente, as potências hoje envolvidas em confrontos no Oriente Médio querem evitar um conflito generalizado. Na prática, estão cada dia mais próximas dele.

O Irã alega que não teve envolvimento no ataque do Hamas a Israel nem nos das outras milícias apoiadas por ele no chamado “Eixo da Resistência”. Não obstante, as agressões continuam se expandindo. A mais importante dessas milícias, o Hezbollah, que domina parte do Líbano, tem trocado diariamente disparos de foguetes com Israel, mas ambos têm evitado o confronto por terra. Não obstante, Israel não está arrefecendo os ataques em Gaza, o que acirra os ânimos dos milicianos do Eixo. Desde o 7 de Outubro, essas milícias já conduziram mais de 160 ataques a bases norte-americanas na região. As retaliações de Washington têm sido localizadas e contidas. Mas esse “equilíbrio” está à beira do colapso. Cada uma das partes alerta que há “linhas vermelhas”, mas para nenhuma é claro onde está a linha traçada pela outra.

Desde os anos 80 a teocracia xiita iraniana apoia milícias unidas por uma hostilidade comum a Israel e aos EUA. Começando com os xiitas do Hezbollah, o grupo incorporou facções sunitas no Iraque, milícias pró-regime na guerra civil da Síria, o Hamas e os rebeldes houthis no Iêmen na guerra contra a coalizão árabe liderada pela rival do Irã, a Arábia Saudita.

Cada um desses grupos respondeu à ofensiva de Israel em Gaza. Até o início do ano, os conflitos estavam contidos em suas localidades. Mas em janeiro começaram a transbordar.

Numa zona de Beirute controlada pelo Hezbollah, um oficial do Hamas foi morto em um ataque de drone – que Israel não assume nem nega. No Irã, ataques terroristas do Estado Islâmico e de jihadistas paquistaneses mataram dezenas de civis. Em resposta, Teerã disparou mísseis contra células supostamente terroristas na Síria e no Paquistão e também no Iraque, contra um suposto “centro de espionagem” israelense. Após assaltos a tropas americanas, os EUA mataram um oficial da chamada Resistência Islâmica num ataque em Bagdá. Washington também tem atacado os houthis em retaliação a ataques a navios no Mar Vermelho. No último domingo, 3 soldados americanos morreram e mais de 30 ficaram feridos em uma base na Jordânia atacada por milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque.

O equilíbrio entre uma resposta proporcional e enérgica, mas que evite uma escalada, é volátil. As pressões em Washington por uma retaliação direta à Guarda Revolucionária iraniana crescem. Ataques em larga escala no Iraque podem desestabilizar a relação com o regime de Bagdá, favorecendo o Irã.

Se os EUA convencessem Israel a moderar os ataques em Gaza, isso poderia arrefecer a crise na região. O risco seria validar as táticas de confronto assimétricas do Irã, convidando a novas agressões. De todo modo, essa alternativa parece inviável: em sua luta pela sobrevivência, o premiê Benjamin Netanyahu está cada vez mais alinhado à extrema direita israelense em sua recusa a soluções de compromisso.

Outra questão é até que ponto as potências internacionais podem dirimir os riscos. Politicamente, Rússia e China talvez se comprazam em ver os EUA sendo tragados para novos conflitos no Oriente Médio. Mas os distúrbios no comércio e no preço do petróleo complicariam ainda mais os esforços de recuperação econômica de Pequim. Contudo, mesmo que a China pretenda pressionar o Irã, resta a questão de até que ponto ele realmente controla as milícias do “Eixo da Resistência”. Além do ódio comum a Israel e aos EUA, elas diferem em muitas coisas e cada uma tem sua agenda. Teerã pode apoiá-las publicamente, mas enfrenta o risco de ser tragada para conflitos que preferiria evitar, ao menos por ora.

Ainda hoje a irrupção da 1.ª Guerra Mundial causa perplexidade aos historiadores. Após o atentado que matou o arquiduque austríaco em Sarajevo, Rússia e Alemanha se envolveram em intensas negociações diplomáticas tentando evitar um conflito generalizado. Não obstante, aconteceu. A situação no Oriente Médio é assustadoramente similar.

Oficialmente, as potências hoje envolvidas em confrontos no Oriente Médio querem evitar um conflito generalizado. Na prática, estão cada dia mais próximas dele.

O Irã alega que não teve envolvimento no ataque do Hamas a Israel nem nos das outras milícias apoiadas por ele no chamado “Eixo da Resistência”. Não obstante, as agressões continuam se expandindo. A mais importante dessas milícias, o Hezbollah, que domina parte do Líbano, tem trocado diariamente disparos de foguetes com Israel, mas ambos têm evitado o confronto por terra. Não obstante, Israel não está arrefecendo os ataques em Gaza, o que acirra os ânimos dos milicianos do Eixo. Desde o 7 de Outubro, essas milícias já conduziram mais de 160 ataques a bases norte-americanas na região. As retaliações de Washington têm sido localizadas e contidas. Mas esse “equilíbrio” está à beira do colapso. Cada uma das partes alerta que há “linhas vermelhas”, mas para nenhuma é claro onde está a linha traçada pela outra.

Desde os anos 80 a teocracia xiita iraniana apoia milícias unidas por uma hostilidade comum a Israel e aos EUA. Começando com os xiitas do Hezbollah, o grupo incorporou facções sunitas no Iraque, milícias pró-regime na guerra civil da Síria, o Hamas e os rebeldes houthis no Iêmen na guerra contra a coalizão árabe liderada pela rival do Irã, a Arábia Saudita.

Cada um desses grupos respondeu à ofensiva de Israel em Gaza. Até o início do ano, os conflitos estavam contidos em suas localidades. Mas em janeiro começaram a transbordar.

Numa zona de Beirute controlada pelo Hezbollah, um oficial do Hamas foi morto em um ataque de drone – que Israel não assume nem nega. No Irã, ataques terroristas do Estado Islâmico e de jihadistas paquistaneses mataram dezenas de civis. Em resposta, Teerã disparou mísseis contra células supostamente terroristas na Síria e no Paquistão e também no Iraque, contra um suposto “centro de espionagem” israelense. Após assaltos a tropas americanas, os EUA mataram um oficial da chamada Resistência Islâmica num ataque em Bagdá. Washington também tem atacado os houthis em retaliação a ataques a navios no Mar Vermelho. No último domingo, 3 soldados americanos morreram e mais de 30 ficaram feridos em uma base na Jordânia atacada por milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque.

O equilíbrio entre uma resposta proporcional e enérgica, mas que evite uma escalada, é volátil. As pressões em Washington por uma retaliação direta à Guarda Revolucionária iraniana crescem. Ataques em larga escala no Iraque podem desestabilizar a relação com o regime de Bagdá, favorecendo o Irã.

Se os EUA convencessem Israel a moderar os ataques em Gaza, isso poderia arrefecer a crise na região. O risco seria validar as táticas de confronto assimétricas do Irã, convidando a novas agressões. De todo modo, essa alternativa parece inviável: em sua luta pela sobrevivência, o premiê Benjamin Netanyahu está cada vez mais alinhado à extrema direita israelense em sua recusa a soluções de compromisso.

Outra questão é até que ponto as potências internacionais podem dirimir os riscos. Politicamente, Rússia e China talvez se comprazam em ver os EUA sendo tragados para novos conflitos no Oriente Médio. Mas os distúrbios no comércio e no preço do petróleo complicariam ainda mais os esforços de recuperação econômica de Pequim. Contudo, mesmo que a China pretenda pressionar o Irã, resta a questão de até que ponto ele realmente controla as milícias do “Eixo da Resistência”. Além do ódio comum a Israel e aos EUA, elas diferem em muitas coisas e cada uma tem sua agenda. Teerã pode apoiá-las publicamente, mas enfrenta o risco de ser tragada para conflitos que preferiria evitar, ao menos por ora.

Ainda hoje a irrupção da 1.ª Guerra Mundial causa perplexidade aos historiadores. Após o atentado que matou o arquiduque austríaco em Sarajevo, Rússia e Alemanha se envolveram em intensas negociações diplomáticas tentando evitar um conflito generalizado. Não obstante, aconteceu. A situação no Oriente Médio é assustadoramente similar.

Oficialmente, as potências hoje envolvidas em confrontos no Oriente Médio querem evitar um conflito generalizado. Na prática, estão cada dia mais próximas dele.

O Irã alega que não teve envolvimento no ataque do Hamas a Israel nem nos das outras milícias apoiadas por ele no chamado “Eixo da Resistência”. Não obstante, as agressões continuam se expandindo. A mais importante dessas milícias, o Hezbollah, que domina parte do Líbano, tem trocado diariamente disparos de foguetes com Israel, mas ambos têm evitado o confronto por terra. Não obstante, Israel não está arrefecendo os ataques em Gaza, o que acirra os ânimos dos milicianos do Eixo. Desde o 7 de Outubro, essas milícias já conduziram mais de 160 ataques a bases norte-americanas na região. As retaliações de Washington têm sido localizadas e contidas. Mas esse “equilíbrio” está à beira do colapso. Cada uma das partes alerta que há “linhas vermelhas”, mas para nenhuma é claro onde está a linha traçada pela outra.

Desde os anos 80 a teocracia xiita iraniana apoia milícias unidas por uma hostilidade comum a Israel e aos EUA. Começando com os xiitas do Hezbollah, o grupo incorporou facções sunitas no Iraque, milícias pró-regime na guerra civil da Síria, o Hamas e os rebeldes houthis no Iêmen na guerra contra a coalizão árabe liderada pela rival do Irã, a Arábia Saudita.

Cada um desses grupos respondeu à ofensiva de Israel em Gaza. Até o início do ano, os conflitos estavam contidos em suas localidades. Mas em janeiro começaram a transbordar.

Numa zona de Beirute controlada pelo Hezbollah, um oficial do Hamas foi morto em um ataque de drone – que Israel não assume nem nega. No Irã, ataques terroristas do Estado Islâmico e de jihadistas paquistaneses mataram dezenas de civis. Em resposta, Teerã disparou mísseis contra células supostamente terroristas na Síria e no Paquistão e também no Iraque, contra um suposto “centro de espionagem” israelense. Após assaltos a tropas americanas, os EUA mataram um oficial da chamada Resistência Islâmica num ataque em Bagdá. Washington também tem atacado os houthis em retaliação a ataques a navios no Mar Vermelho. No último domingo, 3 soldados americanos morreram e mais de 30 ficaram feridos em uma base na Jordânia atacada por milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque.

O equilíbrio entre uma resposta proporcional e enérgica, mas que evite uma escalada, é volátil. As pressões em Washington por uma retaliação direta à Guarda Revolucionária iraniana crescem. Ataques em larga escala no Iraque podem desestabilizar a relação com o regime de Bagdá, favorecendo o Irã.

Se os EUA convencessem Israel a moderar os ataques em Gaza, isso poderia arrefecer a crise na região. O risco seria validar as táticas de confronto assimétricas do Irã, convidando a novas agressões. De todo modo, essa alternativa parece inviável: em sua luta pela sobrevivência, o premiê Benjamin Netanyahu está cada vez mais alinhado à extrema direita israelense em sua recusa a soluções de compromisso.

Outra questão é até que ponto as potências internacionais podem dirimir os riscos. Politicamente, Rússia e China talvez se comprazam em ver os EUA sendo tragados para novos conflitos no Oriente Médio. Mas os distúrbios no comércio e no preço do petróleo complicariam ainda mais os esforços de recuperação econômica de Pequim. Contudo, mesmo que a China pretenda pressionar o Irã, resta a questão de até que ponto ele realmente controla as milícias do “Eixo da Resistência”. Além do ódio comum a Israel e aos EUA, elas diferem em muitas coisas e cada uma tem sua agenda. Teerã pode apoiá-las publicamente, mas enfrenta o risco de ser tragada para conflitos que preferiria evitar, ao menos por ora.

Ainda hoje a irrupção da 1.ª Guerra Mundial causa perplexidade aos historiadores. Após o atentado que matou o arquiduque austríaco em Sarajevo, Rússia e Alemanha se envolveram em intensas negociações diplomáticas tentando evitar um conflito generalizado. Não obstante, aconteceu. A situação no Oriente Médio é assustadoramente similar.

Oficialmente, as potências hoje envolvidas em confrontos no Oriente Médio querem evitar um conflito generalizado. Na prática, estão cada dia mais próximas dele.

O Irã alega que não teve envolvimento no ataque do Hamas a Israel nem nos das outras milícias apoiadas por ele no chamado “Eixo da Resistência”. Não obstante, as agressões continuam se expandindo. A mais importante dessas milícias, o Hezbollah, que domina parte do Líbano, tem trocado diariamente disparos de foguetes com Israel, mas ambos têm evitado o confronto por terra. Não obstante, Israel não está arrefecendo os ataques em Gaza, o que acirra os ânimos dos milicianos do Eixo. Desde o 7 de Outubro, essas milícias já conduziram mais de 160 ataques a bases norte-americanas na região. As retaliações de Washington têm sido localizadas e contidas. Mas esse “equilíbrio” está à beira do colapso. Cada uma das partes alerta que há “linhas vermelhas”, mas para nenhuma é claro onde está a linha traçada pela outra.

Desde os anos 80 a teocracia xiita iraniana apoia milícias unidas por uma hostilidade comum a Israel e aos EUA. Começando com os xiitas do Hezbollah, o grupo incorporou facções sunitas no Iraque, milícias pró-regime na guerra civil da Síria, o Hamas e os rebeldes houthis no Iêmen na guerra contra a coalizão árabe liderada pela rival do Irã, a Arábia Saudita.

Cada um desses grupos respondeu à ofensiva de Israel em Gaza. Até o início do ano, os conflitos estavam contidos em suas localidades. Mas em janeiro começaram a transbordar.

Numa zona de Beirute controlada pelo Hezbollah, um oficial do Hamas foi morto em um ataque de drone – que Israel não assume nem nega. No Irã, ataques terroristas do Estado Islâmico e de jihadistas paquistaneses mataram dezenas de civis. Em resposta, Teerã disparou mísseis contra células supostamente terroristas na Síria e no Paquistão e também no Iraque, contra um suposto “centro de espionagem” israelense. Após assaltos a tropas americanas, os EUA mataram um oficial da chamada Resistência Islâmica num ataque em Bagdá. Washington também tem atacado os houthis em retaliação a ataques a navios no Mar Vermelho. No último domingo, 3 soldados americanos morreram e mais de 30 ficaram feridos em uma base na Jordânia atacada por milícias apoiadas pelo Irã na Síria e no Iraque.

O equilíbrio entre uma resposta proporcional e enérgica, mas que evite uma escalada, é volátil. As pressões em Washington por uma retaliação direta à Guarda Revolucionária iraniana crescem. Ataques em larga escala no Iraque podem desestabilizar a relação com o regime de Bagdá, favorecendo o Irã.

Se os EUA convencessem Israel a moderar os ataques em Gaza, isso poderia arrefecer a crise na região. O risco seria validar as táticas de confronto assimétricas do Irã, convidando a novas agressões. De todo modo, essa alternativa parece inviável: em sua luta pela sobrevivência, o premiê Benjamin Netanyahu está cada vez mais alinhado à extrema direita israelense em sua recusa a soluções de compromisso.

Outra questão é até que ponto as potências internacionais podem dirimir os riscos. Politicamente, Rússia e China talvez se comprazam em ver os EUA sendo tragados para novos conflitos no Oriente Médio. Mas os distúrbios no comércio e no preço do petróleo complicariam ainda mais os esforços de recuperação econômica de Pequim. Contudo, mesmo que a China pretenda pressionar o Irã, resta a questão de até que ponto ele realmente controla as milícias do “Eixo da Resistência”. Além do ódio comum a Israel e aos EUA, elas diferem em muitas coisas e cada uma tem sua agenda. Teerã pode apoiá-las publicamente, mas enfrenta o risco de ser tragada para conflitos que preferiria evitar, ao menos por ora.

Ainda hoje a irrupção da 1.ª Guerra Mundial causa perplexidade aos historiadores. Após o atentado que matou o arquiduque austríaco em Sarajevo, Rússia e Alemanha se envolveram em intensas negociações diplomáticas tentando evitar um conflito generalizado. Não obstante, aconteceu. A situação no Oriente Médio é assustadoramente similar.

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