Um tímido sinal de melhora


Por Redação

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu com cautela ao mais novo indício de reativação da economia nacional, a alta de 0,72% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), em março, divulgado ontem. Esse indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a prévia estiver correta, a produção de janeiro a março terá sido 1,05% maior que a do trimestre final de 2012. Mantido até o fim do ano, esse desempenho resultará em um crescimento econômico de 4,27% em 2013, bem maior que as estimativas do próprio governo. O número do Banco Central é "muito bom", segundo o ministro, mas ele preferiu evitar maiores comentários até o fim de maio, quando o IBGE publicará sua estimativa inicial do PIB do primeiro trimestre.A prudência do ministro foi acertada, pelo menos por dois motivos. Em primeiro lugar, porque os fatos pulverizaram as previsões oficiais em dois anos de crescimento pífio - 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. Em segundo, porque o nível de atividade tem oscilado com frequência, há mais de um ano, tornando muito insegura qualquer previsão. Na série do BC, a expansão de 0,72% em março ocorreu depois de um recuo de 0,36% no mês anterior. Oscilações semelhantes ocorreram ao longo de 2012. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi mais aberto em seu otimismo, ao falar sobre a situação econômica do Brasil em um seminário sobre metas de inflação. Segundo ele, o crescimento tem-se disseminado entre os vários segmentos da indústria e essa tendência deve manter-se no segundo semestre. Ele mencionou, entre outros pontos positivos, a produção recorde do setor automobilístico em abril e a reação dos fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas às boas perspectivas da atividade rural. Todos esses dados, afirmou Tombini, reforçam a expectativa de um crescimento econômico em torno de 3% neste ano. O presidente do BC pode estar certo em sua avaliação, até porque o aumento da produção do setor industrial, se confirmado, ocorrerá sobre uma base muito baixa. Apesar da expansão de 0,7% em março, o setor ainda produziu 3,3% menos que no mês correspondente de 2012. O resultado do ano continuou 0,5% inferior ao do primeiro trimestre do ano passado e o acumulado em 12 meses permaneceu 2% menor que o do período anterior, segundo o IBGE. O detalhe mais animador foi o avanço da fabricação de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos. O total de janeiro a março ficou 9,8% acima do estimado um ano antes. Mas a variação acumulada em 12 meses foi ainda negativa, com redução de 6,7%. Falta ainda um bom caminho para o investimento em bens de produção igualar o registrado nos 12 meses anteriores e retomar o crescimento efetivo. Além disso, boa parte da fabricação adicional de máquinas e equipamentos ocorreu, nos últimos meses, nos segmentos de material de transporte, tratores e colheitadeiras - um efeito evidente dos bons resultados da agricultura. A melhora do indicador do BC reflete, quase certamente, os dados setoriais já publicados pelo IBGE, especialmente a lenta reação da indústria e o avanço do agronegócio. Mas qualquer previsão otimista baseada nessas informações é arriscada. A agropecuária vai bem, mas o desempenho da indústria ainda é sujeito a tropeços. Além disso, é difícil prever até quando uma política baseada principalmente no estímulo ao consumo poderá beneficiar a economia. A criação de empregos na indústria tem sido decepcionante, como comprovam os últimos dados da Fiesp. Apesar da contratação de 26,5 mil empregados em abril, o nível de emprego, descontados os fatores sazonais, diminuiu 0,4%. A indústria paulista provavelmente reduzirá sua previsão de crescimento econômico, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Paulo Francini. Todos esses dados justificam muita prudência nas projeções, mesmo diante de boas novidades como o IBC-Br de março.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu com cautela ao mais novo indício de reativação da economia nacional, a alta de 0,72% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), em março, divulgado ontem. Esse indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a prévia estiver correta, a produção de janeiro a março terá sido 1,05% maior que a do trimestre final de 2012. Mantido até o fim do ano, esse desempenho resultará em um crescimento econômico de 4,27% em 2013, bem maior que as estimativas do próprio governo. O número do Banco Central é "muito bom", segundo o ministro, mas ele preferiu evitar maiores comentários até o fim de maio, quando o IBGE publicará sua estimativa inicial do PIB do primeiro trimestre.A prudência do ministro foi acertada, pelo menos por dois motivos. Em primeiro lugar, porque os fatos pulverizaram as previsões oficiais em dois anos de crescimento pífio - 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. Em segundo, porque o nível de atividade tem oscilado com frequência, há mais de um ano, tornando muito insegura qualquer previsão. Na série do BC, a expansão de 0,72% em março ocorreu depois de um recuo de 0,36% no mês anterior. Oscilações semelhantes ocorreram ao longo de 2012. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi mais aberto em seu otimismo, ao falar sobre a situação econômica do Brasil em um seminário sobre metas de inflação. Segundo ele, o crescimento tem-se disseminado entre os vários segmentos da indústria e essa tendência deve manter-se no segundo semestre. Ele mencionou, entre outros pontos positivos, a produção recorde do setor automobilístico em abril e a reação dos fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas às boas perspectivas da atividade rural. Todos esses dados, afirmou Tombini, reforçam a expectativa de um crescimento econômico em torno de 3% neste ano. O presidente do BC pode estar certo em sua avaliação, até porque o aumento da produção do setor industrial, se confirmado, ocorrerá sobre uma base muito baixa. Apesar da expansão de 0,7% em março, o setor ainda produziu 3,3% menos que no mês correspondente de 2012. O resultado do ano continuou 0,5% inferior ao do primeiro trimestre do ano passado e o acumulado em 12 meses permaneceu 2% menor que o do período anterior, segundo o IBGE. O detalhe mais animador foi o avanço da fabricação de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos. O total de janeiro a março ficou 9,8% acima do estimado um ano antes. Mas a variação acumulada em 12 meses foi ainda negativa, com redução de 6,7%. Falta ainda um bom caminho para o investimento em bens de produção igualar o registrado nos 12 meses anteriores e retomar o crescimento efetivo. Além disso, boa parte da fabricação adicional de máquinas e equipamentos ocorreu, nos últimos meses, nos segmentos de material de transporte, tratores e colheitadeiras - um efeito evidente dos bons resultados da agricultura. A melhora do indicador do BC reflete, quase certamente, os dados setoriais já publicados pelo IBGE, especialmente a lenta reação da indústria e o avanço do agronegócio. Mas qualquer previsão otimista baseada nessas informações é arriscada. A agropecuária vai bem, mas o desempenho da indústria ainda é sujeito a tropeços. Além disso, é difícil prever até quando uma política baseada principalmente no estímulo ao consumo poderá beneficiar a economia. A criação de empregos na indústria tem sido decepcionante, como comprovam os últimos dados da Fiesp. Apesar da contratação de 26,5 mil empregados em abril, o nível de emprego, descontados os fatores sazonais, diminuiu 0,4%. A indústria paulista provavelmente reduzirá sua previsão de crescimento econômico, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Paulo Francini. Todos esses dados justificam muita prudência nas projeções, mesmo diante de boas novidades como o IBC-Br de março.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu com cautela ao mais novo indício de reativação da economia nacional, a alta de 0,72% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), em março, divulgado ontem. Esse indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a prévia estiver correta, a produção de janeiro a março terá sido 1,05% maior que a do trimestre final de 2012. Mantido até o fim do ano, esse desempenho resultará em um crescimento econômico de 4,27% em 2013, bem maior que as estimativas do próprio governo. O número do Banco Central é "muito bom", segundo o ministro, mas ele preferiu evitar maiores comentários até o fim de maio, quando o IBGE publicará sua estimativa inicial do PIB do primeiro trimestre.A prudência do ministro foi acertada, pelo menos por dois motivos. Em primeiro lugar, porque os fatos pulverizaram as previsões oficiais em dois anos de crescimento pífio - 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012. Em segundo, porque o nível de atividade tem oscilado com frequência, há mais de um ano, tornando muito insegura qualquer previsão. Na série do BC, a expansão de 0,72% em março ocorreu depois de um recuo de 0,36% no mês anterior. Oscilações semelhantes ocorreram ao longo de 2012. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi mais aberto em seu otimismo, ao falar sobre a situação econômica do Brasil em um seminário sobre metas de inflação. Segundo ele, o crescimento tem-se disseminado entre os vários segmentos da indústria e essa tendência deve manter-se no segundo semestre. Ele mencionou, entre outros pontos positivos, a produção recorde do setor automobilístico em abril e a reação dos fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas às boas perspectivas da atividade rural. Todos esses dados, afirmou Tombini, reforçam a expectativa de um crescimento econômico em torno de 3% neste ano. O presidente do BC pode estar certo em sua avaliação, até porque o aumento da produção do setor industrial, se confirmado, ocorrerá sobre uma base muito baixa. Apesar da expansão de 0,7% em março, o setor ainda produziu 3,3% menos que no mês correspondente de 2012. O resultado do ano continuou 0,5% inferior ao do primeiro trimestre do ano passado e o acumulado em 12 meses permaneceu 2% menor que o do período anterior, segundo o IBGE. O detalhe mais animador foi o avanço da fabricação de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos. O total de janeiro a março ficou 9,8% acima do estimado um ano antes. Mas a variação acumulada em 12 meses foi ainda negativa, com redução de 6,7%. Falta ainda um bom caminho para o investimento em bens de produção igualar o registrado nos 12 meses anteriores e retomar o crescimento efetivo. Além disso, boa parte da fabricação adicional de máquinas e equipamentos ocorreu, nos últimos meses, nos segmentos de material de transporte, tratores e colheitadeiras - um efeito evidente dos bons resultados da agricultura. A melhora do indicador do BC reflete, quase certamente, os dados setoriais já publicados pelo IBGE, especialmente a lenta reação da indústria e o avanço do agronegócio. Mas qualquer previsão otimista baseada nessas informações é arriscada. A agropecuária vai bem, mas o desempenho da indústria ainda é sujeito a tropeços. Além disso, é difícil prever até quando uma política baseada principalmente no estímulo ao consumo poderá beneficiar a economia. A criação de empregos na indústria tem sido decepcionante, como comprovam os últimos dados da Fiesp. Apesar da contratação de 26,5 mil empregados em abril, o nível de emprego, descontados os fatores sazonais, diminuiu 0,4%. A indústria paulista provavelmente reduzirá sua previsão de crescimento econômico, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade, Paulo Francini. Todos esses dados justificam muita prudência nas projeções, mesmo diante de boas novidades como o IBC-Br de março.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.