Uma COP quente


No ano mais quente da história, a realidade se impõe. Mas é incerto se os Emirados Árabes articularão as políticas no centro dos debates e se essas políticas são realmente centrais

Por Notas & Informações

A temperatura na 28.ª edição da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-28) estará alta. Primeiro, literalmente. O ano de 2023 deve ser o mais quente da história. Além da tendência de longo prazo impulsionada pela queima de combustíveis fósseis, o recorde deve ser quebrado pelas ondas de calor precipitadas pelo El Niño, um fenômeno natural do Pacífico. Segundo o Programa Ambiental da ONU, com o nível atual de reduções das emissões de gás carbônico, até 2100 a temperatura global deverá subir de 2,5°C a 2,9°C acima dos níveis pré-industriais. Se isso não bastasse para elevar a temperatura política, a sede da COP-28 nos Emirados Árabes, o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, a aumentou ainda mais.

Analistas apontam três pautas que dominarão a cúpula: a redução de gás metano, as finanças climáticas e o uso de combustíveis fósseis.

A primeira é mais promissora. O metano, o principal componente do gás natural, responde por um quarto do aquecimento global. Desde 2017, a Iniciativa Climática de Petróleo e Gás, um consórcio de mais de 10 petrolíferas líderes no setor, conseguiu reduzir suas emissões pela metade. Um acordo com outras empresas poderia ser, segundo Fred Krupp, diretor do grupo ambiental EDF, “a oportunidade concreta mais rápida disponível para reduzir a taxa do aquecimento global”.

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Outra disputa será pelo fundo de US$ 100 bilhões anuais prometidos pelos países ricos para as políticas climáticas dos países pobres. O compromisso foi firmado na COP-15, em 2009, e deveria ter vigorado em 2020. Nas últimas duas COPs houve progresso no estabelecimento do fundo. Mas o valor ficou aquém (US$ 80 bilhões) e ainda não começou a ser entregue.

A disputa mais amarga será sobre os combustíveis fósseis. Devem ser reduzidos ou eliminados? Se sim, em quais prazos? Ou o seu uso deve se manter irrestrito, enquanto o mundo busca por tecnologias de captura de carbono que neutralizem as emissões?

Esse panorama levanta duas questões. Primeiro, se os Emirados Árabes serão articuladores confiáveis para essas políticas. Os ambientalistas estão céticos. O presidente da cúpula, Sultan Ahmed al Jaber, dirige a Adnoc, a estatal de petróleo do país. A preocupação com conflito de interesses é legítima, e uma “sabotagem”, plausível. Nem por isso é certa.

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Os Emirados Árabes também sofrem com o calor, e suas fontes de água e comida são escassas. Al Jaber alega que justamente a sua posição na indústria petrolífera lhe dá condições únicas de pressioná-la a apoiar políticas climáticas. De fato, a Adnoc está entre as empresas que cortaram emissões de metano e já comprometeu US$ 15 bilhões em investimentos em “soluções de baixo carbono”. Al Jaber declarou que está a ponto de pactuar com 20 petrolíferas os cortes de metano e que “uma redução nos combustíveis fósseis é inevitável e essencial”. Há rumores de que o país lançará um fundo climático de US$ 25 bilhões. A COP-28 dirá até que ponto essas promessas se materializarão em ações.

Outra questão é se essas políticas são suficientes. Os combustíveis fósseis respondem por 80% da energia global, e a dura verdade é que as fontes renováveis só podem substituir uma pequena fração disso, e a custos elevados. Uma redução severa das fontes fósseis seria eficaz, mas ao custo da pauperização massiva da humanidade e consequentes colapsos sociais e convulsões políticas. Por outro lado, se se inventasse um combustível tão barato e confiável quanto os fósseis, eles seriam dispensados do dia para a noite.

O problema é que, na proporção do PIB dos países ricos, a parcela de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento de novas energias caiu desde os anos 80. Muitos políticos, a fim de mostrar proatividade, preferem investir em turbinas eólicas ou painéis solares caros e ineficazes. Dos cerca de US$ 600 bilhões gastos anualmente em estratégias climáticas, apenas US$ 20 bilhões vão para Pesquisa e Desenvolvimento. Ampliar essa fração deveria ser prioridade. Mas não tem sido, e tudo indica que não será nesta COP.

A temperatura na 28.ª edição da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-28) estará alta. Primeiro, literalmente. O ano de 2023 deve ser o mais quente da história. Além da tendência de longo prazo impulsionada pela queima de combustíveis fósseis, o recorde deve ser quebrado pelas ondas de calor precipitadas pelo El Niño, um fenômeno natural do Pacífico. Segundo o Programa Ambiental da ONU, com o nível atual de reduções das emissões de gás carbônico, até 2100 a temperatura global deverá subir de 2,5°C a 2,9°C acima dos níveis pré-industriais. Se isso não bastasse para elevar a temperatura política, a sede da COP-28 nos Emirados Árabes, o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, a aumentou ainda mais.

Analistas apontam três pautas que dominarão a cúpula: a redução de gás metano, as finanças climáticas e o uso de combustíveis fósseis.

A primeira é mais promissora. O metano, o principal componente do gás natural, responde por um quarto do aquecimento global. Desde 2017, a Iniciativa Climática de Petróleo e Gás, um consórcio de mais de 10 petrolíferas líderes no setor, conseguiu reduzir suas emissões pela metade. Um acordo com outras empresas poderia ser, segundo Fred Krupp, diretor do grupo ambiental EDF, “a oportunidade concreta mais rápida disponível para reduzir a taxa do aquecimento global”.

Outra disputa será pelo fundo de US$ 100 bilhões anuais prometidos pelos países ricos para as políticas climáticas dos países pobres. O compromisso foi firmado na COP-15, em 2009, e deveria ter vigorado em 2020. Nas últimas duas COPs houve progresso no estabelecimento do fundo. Mas o valor ficou aquém (US$ 80 bilhões) e ainda não começou a ser entregue.

A disputa mais amarga será sobre os combustíveis fósseis. Devem ser reduzidos ou eliminados? Se sim, em quais prazos? Ou o seu uso deve se manter irrestrito, enquanto o mundo busca por tecnologias de captura de carbono que neutralizem as emissões?

Esse panorama levanta duas questões. Primeiro, se os Emirados Árabes serão articuladores confiáveis para essas políticas. Os ambientalistas estão céticos. O presidente da cúpula, Sultan Ahmed al Jaber, dirige a Adnoc, a estatal de petróleo do país. A preocupação com conflito de interesses é legítima, e uma “sabotagem”, plausível. Nem por isso é certa.

Os Emirados Árabes também sofrem com o calor, e suas fontes de água e comida são escassas. Al Jaber alega que justamente a sua posição na indústria petrolífera lhe dá condições únicas de pressioná-la a apoiar políticas climáticas. De fato, a Adnoc está entre as empresas que cortaram emissões de metano e já comprometeu US$ 15 bilhões em investimentos em “soluções de baixo carbono”. Al Jaber declarou que está a ponto de pactuar com 20 petrolíferas os cortes de metano e que “uma redução nos combustíveis fósseis é inevitável e essencial”. Há rumores de que o país lançará um fundo climático de US$ 25 bilhões. A COP-28 dirá até que ponto essas promessas se materializarão em ações.

Outra questão é se essas políticas são suficientes. Os combustíveis fósseis respondem por 80% da energia global, e a dura verdade é que as fontes renováveis só podem substituir uma pequena fração disso, e a custos elevados. Uma redução severa das fontes fósseis seria eficaz, mas ao custo da pauperização massiva da humanidade e consequentes colapsos sociais e convulsões políticas. Por outro lado, se se inventasse um combustível tão barato e confiável quanto os fósseis, eles seriam dispensados do dia para a noite.

O problema é que, na proporção do PIB dos países ricos, a parcela de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento de novas energias caiu desde os anos 80. Muitos políticos, a fim de mostrar proatividade, preferem investir em turbinas eólicas ou painéis solares caros e ineficazes. Dos cerca de US$ 600 bilhões gastos anualmente em estratégias climáticas, apenas US$ 20 bilhões vão para Pesquisa e Desenvolvimento. Ampliar essa fração deveria ser prioridade. Mas não tem sido, e tudo indica que não será nesta COP.

A temperatura na 28.ª edição da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-28) estará alta. Primeiro, literalmente. O ano de 2023 deve ser o mais quente da história. Além da tendência de longo prazo impulsionada pela queima de combustíveis fósseis, o recorde deve ser quebrado pelas ondas de calor precipitadas pelo El Niño, um fenômeno natural do Pacífico. Segundo o Programa Ambiental da ONU, com o nível atual de reduções das emissões de gás carbônico, até 2100 a temperatura global deverá subir de 2,5°C a 2,9°C acima dos níveis pré-industriais. Se isso não bastasse para elevar a temperatura política, a sede da COP-28 nos Emirados Árabes, o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, a aumentou ainda mais.

Analistas apontam três pautas que dominarão a cúpula: a redução de gás metano, as finanças climáticas e o uso de combustíveis fósseis.

A primeira é mais promissora. O metano, o principal componente do gás natural, responde por um quarto do aquecimento global. Desde 2017, a Iniciativa Climática de Petróleo e Gás, um consórcio de mais de 10 petrolíferas líderes no setor, conseguiu reduzir suas emissões pela metade. Um acordo com outras empresas poderia ser, segundo Fred Krupp, diretor do grupo ambiental EDF, “a oportunidade concreta mais rápida disponível para reduzir a taxa do aquecimento global”.

Outra disputa será pelo fundo de US$ 100 bilhões anuais prometidos pelos países ricos para as políticas climáticas dos países pobres. O compromisso foi firmado na COP-15, em 2009, e deveria ter vigorado em 2020. Nas últimas duas COPs houve progresso no estabelecimento do fundo. Mas o valor ficou aquém (US$ 80 bilhões) e ainda não começou a ser entregue.

A disputa mais amarga será sobre os combustíveis fósseis. Devem ser reduzidos ou eliminados? Se sim, em quais prazos? Ou o seu uso deve se manter irrestrito, enquanto o mundo busca por tecnologias de captura de carbono que neutralizem as emissões?

Esse panorama levanta duas questões. Primeiro, se os Emirados Árabes serão articuladores confiáveis para essas políticas. Os ambientalistas estão céticos. O presidente da cúpula, Sultan Ahmed al Jaber, dirige a Adnoc, a estatal de petróleo do país. A preocupação com conflito de interesses é legítima, e uma “sabotagem”, plausível. Nem por isso é certa.

Os Emirados Árabes também sofrem com o calor, e suas fontes de água e comida são escassas. Al Jaber alega que justamente a sua posição na indústria petrolífera lhe dá condições únicas de pressioná-la a apoiar políticas climáticas. De fato, a Adnoc está entre as empresas que cortaram emissões de metano e já comprometeu US$ 15 bilhões em investimentos em “soluções de baixo carbono”. Al Jaber declarou que está a ponto de pactuar com 20 petrolíferas os cortes de metano e que “uma redução nos combustíveis fósseis é inevitável e essencial”. Há rumores de que o país lançará um fundo climático de US$ 25 bilhões. A COP-28 dirá até que ponto essas promessas se materializarão em ações.

Outra questão é se essas políticas são suficientes. Os combustíveis fósseis respondem por 80% da energia global, e a dura verdade é que as fontes renováveis só podem substituir uma pequena fração disso, e a custos elevados. Uma redução severa das fontes fósseis seria eficaz, mas ao custo da pauperização massiva da humanidade e consequentes colapsos sociais e convulsões políticas. Por outro lado, se se inventasse um combustível tão barato e confiável quanto os fósseis, eles seriam dispensados do dia para a noite.

O problema é que, na proporção do PIB dos países ricos, a parcela de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento de novas energias caiu desde os anos 80. Muitos políticos, a fim de mostrar proatividade, preferem investir em turbinas eólicas ou painéis solares caros e ineficazes. Dos cerca de US$ 600 bilhões gastos anualmente em estratégias climáticas, apenas US$ 20 bilhões vão para Pesquisa e Desenvolvimento. Ampliar essa fração deveria ser prioridade. Mas não tem sido, e tudo indica que não será nesta COP.

A temperatura na 28.ª edição da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-28) estará alta. Primeiro, literalmente. O ano de 2023 deve ser o mais quente da história. Além da tendência de longo prazo impulsionada pela queima de combustíveis fósseis, o recorde deve ser quebrado pelas ondas de calor precipitadas pelo El Niño, um fenômeno natural do Pacífico. Segundo o Programa Ambiental da ONU, com o nível atual de reduções das emissões de gás carbônico, até 2100 a temperatura global deverá subir de 2,5°C a 2,9°C acima dos níveis pré-industriais. Se isso não bastasse para elevar a temperatura política, a sede da COP-28 nos Emirados Árabes, o sétimo maior produtor de petróleo do mundo, a aumentou ainda mais.

Analistas apontam três pautas que dominarão a cúpula: a redução de gás metano, as finanças climáticas e o uso de combustíveis fósseis.

A primeira é mais promissora. O metano, o principal componente do gás natural, responde por um quarto do aquecimento global. Desde 2017, a Iniciativa Climática de Petróleo e Gás, um consórcio de mais de 10 petrolíferas líderes no setor, conseguiu reduzir suas emissões pela metade. Um acordo com outras empresas poderia ser, segundo Fred Krupp, diretor do grupo ambiental EDF, “a oportunidade concreta mais rápida disponível para reduzir a taxa do aquecimento global”.

Outra disputa será pelo fundo de US$ 100 bilhões anuais prometidos pelos países ricos para as políticas climáticas dos países pobres. O compromisso foi firmado na COP-15, em 2009, e deveria ter vigorado em 2020. Nas últimas duas COPs houve progresso no estabelecimento do fundo. Mas o valor ficou aquém (US$ 80 bilhões) e ainda não começou a ser entregue.

A disputa mais amarga será sobre os combustíveis fósseis. Devem ser reduzidos ou eliminados? Se sim, em quais prazos? Ou o seu uso deve se manter irrestrito, enquanto o mundo busca por tecnologias de captura de carbono que neutralizem as emissões?

Esse panorama levanta duas questões. Primeiro, se os Emirados Árabes serão articuladores confiáveis para essas políticas. Os ambientalistas estão céticos. O presidente da cúpula, Sultan Ahmed al Jaber, dirige a Adnoc, a estatal de petróleo do país. A preocupação com conflito de interesses é legítima, e uma “sabotagem”, plausível. Nem por isso é certa.

Os Emirados Árabes também sofrem com o calor, e suas fontes de água e comida são escassas. Al Jaber alega que justamente a sua posição na indústria petrolífera lhe dá condições únicas de pressioná-la a apoiar políticas climáticas. De fato, a Adnoc está entre as empresas que cortaram emissões de metano e já comprometeu US$ 15 bilhões em investimentos em “soluções de baixo carbono”. Al Jaber declarou que está a ponto de pactuar com 20 petrolíferas os cortes de metano e que “uma redução nos combustíveis fósseis é inevitável e essencial”. Há rumores de que o país lançará um fundo climático de US$ 25 bilhões. A COP-28 dirá até que ponto essas promessas se materializarão em ações.

Outra questão é se essas políticas são suficientes. Os combustíveis fósseis respondem por 80% da energia global, e a dura verdade é que as fontes renováveis só podem substituir uma pequena fração disso, e a custos elevados. Uma redução severa das fontes fósseis seria eficaz, mas ao custo da pauperização massiva da humanidade e consequentes colapsos sociais e convulsões políticas. Por outro lado, se se inventasse um combustível tão barato e confiável quanto os fósseis, eles seriam dispensados do dia para a noite.

O problema é que, na proporção do PIB dos países ricos, a parcela de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento de novas energias caiu desde os anos 80. Muitos políticos, a fim de mostrar proatividade, preferem investir em turbinas eólicas ou painéis solares caros e ineficazes. Dos cerca de US$ 600 bilhões gastos anualmente em estratégias climáticas, apenas US$ 20 bilhões vão para Pesquisa e Desenvolvimento. Ampliar essa fração deveria ser prioridade. Mas não tem sido, e tudo indica que não será nesta COP.

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