Uma privatização de peso


Livre de interferência política, Eletrobras poderá investir e recuperar protagonismo que já teve no setor elétrico

Por Notas & Informações

Demorou cinco longos anos, mas a novela da privatização da Eletrobras teve finalmente um final feliz. Informações preliminares apontam que a oferta de ações movimentou R$ 33,7 bilhões, na maior operação da bolsa brasileira da história recente. Com a capitalização, o governo reduziu sua fatia na companhia de 60% para 35% e deixou de ser o controlador da empresa. A expectativa, agora, é que ela possa voltar a realizar investimentos e resgatar a relevância que já teve no setor elétrico.

Com o controle diluído, ainda que a União continue sendo a maior acionista individual, a Eletrobras estará livre de amarras típicas da administração pública, como a obrigatoriedade de realização de licitações para a compra de bens e serviços, concurso público para selecionar empregados e autorização para planos de demissão e aposentadoria incentivadas. Terá mais agilidade para a tomada de decisões e poderá se desfazer de ativos sem interferências políticas.

Ainda que as altas expectativas do ministro Paulo Guedes sobre a venda de estatais tenham se mostrado irreais, a privatização da Eletrobras certamente representa uma vitória do governo. É a segunda entrega na área, depois do leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). Os resultados e a dimensão dos casos, no entanto, são incomparáveis, principalmente quando se considera que a capitalização poderia ser cancelada se a demanda fosse insuficiente para que o preço da ação atingisse um valor mínimo. O sucesso teria sido ainda maior se o governo não tivesse compactuado com tantos jabutis para aprovar sua privatização no Congresso.

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Fundada em 1962, a Eletrobras foi fundamental na ampliação da oferta de energia e de linhas de transmissão do País, mas perdeu boa parte de sua capacidade de investimento ao longo dos anos. No fim da década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, assumiu a gestão de distribuidoras que foram entregues por Estados em troca da renegociação de suas dívidas com a União. Temporária, a decisão ganhou caráter permanente na administração dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e drenou mais de R$ 20 bilhões em quase 20 anos. Foi revertida em 2018, quando as concessionárias foram leiloadas para novos operadores durante o governo Michel Temer. A proposta da privatização vem dessa mesma época e nasceu depois que a empresa quase foi à ruína ao aceitar receitas menores em troca da renovação de suas concessões, durante o governo Dilma.

Esse breve histórico resume uma parte pequena da trajetória da Eletrobras, mas mostra como decisões políticas de distintos governos podem afetar os rumos de uma empresa, diferentemente de uma gestão privada, focada majoritariamente em resultados. Maior geradora do País, a companhia detinha uma capacidade instalada de 50 mil megawatts (MW) em 2021, equivalente a 28% do parque gerador do País. Desse total, 97% vêm de fontes limpas, algo que projeta um futuro mais do que virtuoso em um mundo pautado pela transição energética. 

Demorou cinco longos anos, mas a novela da privatização da Eletrobras teve finalmente um final feliz. Informações preliminares apontam que a oferta de ações movimentou R$ 33,7 bilhões, na maior operação da bolsa brasileira da história recente. Com a capitalização, o governo reduziu sua fatia na companhia de 60% para 35% e deixou de ser o controlador da empresa. A expectativa, agora, é que ela possa voltar a realizar investimentos e resgatar a relevância que já teve no setor elétrico.

Com o controle diluído, ainda que a União continue sendo a maior acionista individual, a Eletrobras estará livre de amarras típicas da administração pública, como a obrigatoriedade de realização de licitações para a compra de bens e serviços, concurso público para selecionar empregados e autorização para planos de demissão e aposentadoria incentivadas. Terá mais agilidade para a tomada de decisões e poderá se desfazer de ativos sem interferências políticas.

Ainda que as altas expectativas do ministro Paulo Guedes sobre a venda de estatais tenham se mostrado irreais, a privatização da Eletrobras certamente representa uma vitória do governo. É a segunda entrega na área, depois do leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). Os resultados e a dimensão dos casos, no entanto, são incomparáveis, principalmente quando se considera que a capitalização poderia ser cancelada se a demanda fosse insuficiente para que o preço da ação atingisse um valor mínimo. O sucesso teria sido ainda maior se o governo não tivesse compactuado com tantos jabutis para aprovar sua privatização no Congresso.

Fundada em 1962, a Eletrobras foi fundamental na ampliação da oferta de energia e de linhas de transmissão do País, mas perdeu boa parte de sua capacidade de investimento ao longo dos anos. No fim da década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, assumiu a gestão de distribuidoras que foram entregues por Estados em troca da renegociação de suas dívidas com a União. Temporária, a decisão ganhou caráter permanente na administração dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e drenou mais de R$ 20 bilhões em quase 20 anos. Foi revertida em 2018, quando as concessionárias foram leiloadas para novos operadores durante o governo Michel Temer. A proposta da privatização vem dessa mesma época e nasceu depois que a empresa quase foi à ruína ao aceitar receitas menores em troca da renovação de suas concessões, durante o governo Dilma.

Esse breve histórico resume uma parte pequena da trajetória da Eletrobras, mas mostra como decisões políticas de distintos governos podem afetar os rumos de uma empresa, diferentemente de uma gestão privada, focada majoritariamente em resultados. Maior geradora do País, a companhia detinha uma capacidade instalada de 50 mil megawatts (MW) em 2021, equivalente a 28% do parque gerador do País. Desse total, 97% vêm de fontes limpas, algo que projeta um futuro mais do que virtuoso em um mundo pautado pela transição energética. 

Demorou cinco longos anos, mas a novela da privatização da Eletrobras teve finalmente um final feliz. Informações preliminares apontam que a oferta de ações movimentou R$ 33,7 bilhões, na maior operação da bolsa brasileira da história recente. Com a capitalização, o governo reduziu sua fatia na companhia de 60% para 35% e deixou de ser o controlador da empresa. A expectativa, agora, é que ela possa voltar a realizar investimentos e resgatar a relevância que já teve no setor elétrico.

Com o controle diluído, ainda que a União continue sendo a maior acionista individual, a Eletrobras estará livre de amarras típicas da administração pública, como a obrigatoriedade de realização de licitações para a compra de bens e serviços, concurso público para selecionar empregados e autorização para planos de demissão e aposentadoria incentivadas. Terá mais agilidade para a tomada de decisões e poderá se desfazer de ativos sem interferências políticas.

Ainda que as altas expectativas do ministro Paulo Guedes sobre a venda de estatais tenham se mostrado irreais, a privatização da Eletrobras certamente representa uma vitória do governo. É a segunda entrega na área, depois do leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). Os resultados e a dimensão dos casos, no entanto, são incomparáveis, principalmente quando se considera que a capitalização poderia ser cancelada se a demanda fosse insuficiente para que o preço da ação atingisse um valor mínimo. O sucesso teria sido ainda maior se o governo não tivesse compactuado com tantos jabutis para aprovar sua privatização no Congresso.

Fundada em 1962, a Eletrobras foi fundamental na ampliação da oferta de energia e de linhas de transmissão do País, mas perdeu boa parte de sua capacidade de investimento ao longo dos anos. No fim da década de 1990, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, assumiu a gestão de distribuidoras que foram entregues por Estados em troca da renegociação de suas dívidas com a União. Temporária, a decisão ganhou caráter permanente na administração dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e drenou mais de R$ 20 bilhões em quase 20 anos. Foi revertida em 2018, quando as concessionárias foram leiloadas para novos operadores durante o governo Michel Temer. A proposta da privatização vem dessa mesma época e nasceu depois que a empresa quase foi à ruína ao aceitar receitas menores em troca da renovação de suas concessões, durante o governo Dilma.

Esse breve histórico resume uma parte pequena da trajetória da Eletrobras, mas mostra como decisões políticas de distintos governos podem afetar os rumos de uma empresa, diferentemente de uma gestão privada, focada majoritariamente em resultados. Maior geradora do País, a companhia detinha uma capacidade instalada de 50 mil megawatts (MW) em 2021, equivalente a 28% do parque gerador do País. Desse total, 97% vêm de fontes limpas, algo que projeta um futuro mais do que virtuoso em um mundo pautado pela transição energética. 

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