Velho ódio, novas vítimas


O ‘pogrom’ em Amsterdã é um alerta a quem subestima a virulência do antissemitismo

Por Notas & Informações

É um novo capítulo de uma velha história. O ódio ancestral aos judeus se manifesta com faces novas e mais virulentas.

Na quinta-feira passada, torcedores do time de futebol israelense Maccabi Tel Aviv foram perseguidos e agredidos nas ruas de Amsterdã. Pelo menos 30 pessoas foram feridas e 5 hospitalizadas. Um vídeo filmado de dentro de um carro mostra um pedestre sendo atropelado na calçada, enquanto uma voz grita: “Passa por cima!”. Outro mostra um homem tentando oferecer dinheiro aos agressores, que gritam: “Liberte a Palestina!”.

“Ontem houve uma explosão de antissemitismo, do tipo que esperávamos não ver de novo em Amsterdã”, disse a prefeita Femke Halsema. “Entre os cidadãos judeus de Amsterdã há medo, desalento, raiva e descrença.” O pogrom aconteceu na véspera do aniversário da Noite dos Cristais, quando nazistas alemães agrediram judeus e vandalizaram suas propriedades na Alemanha, na Áustria ocupada e na região dos Sudetos. Agora, os judeus voltam a ser perseguidos na cidade onde Anne Frank se escondeu dos nazistas.

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Em maio, segundo a Anti-Defamation League, uma organização independente, os incidentes antissemitas no Reino Unido já tinham crescido de 1.662 para 4.103 em um ano; na Alemanha, de 2.639 para 3.614; na França, que abriga a maior comunidade de judeus da Europa, quadruplicaram, de 436 para 1.676. Desde 7 de outubro de 2023, foram 10 mil nos EUA, um aumento de 200% comparado com o ano anterior, e o pico da série histórica iniciada em 1979. Para ter uma ideia, em 2013 foram 751.

O antissemitismo explodiu após o 7 de Outubro, mas já vinha crescendo pari passu com a metástase de uma cultura iliberal, marcada, à direita, pelo nativismo, xenofobia e teorias conspiratórias, e, à esquerda, por uma visão maniqueísta que divide o mundo entre opressores e oprimidos e transformou Israel em epítome do “colonialismo”.

Analistas bem-intencionados buscam diferenciar o “antissemitismo” do “antissionismo”. De fato, críticas a reações desproporcionais de Israel em Gaza ou das políticas de assentamento na Cisjordânia são legítimas. Mas a onda de agressões nas ruas, nos campi ou redes sociais atropelam essas sutilezas, exaltando terroristas e conclamando a erradicação de Israel. Não poucos chefes de Estado – como o presidente Lula da Silva – repetem acusações manifestamente falsas (que precedem a guerra em Gaza) de “genocídio”. O fanatismo anti-Israel, que nos EUA está mais restrito às elites acadêmicas progressistas, por vezes assume proporções explosivas nas ruas de cidades europeias que, a despeito da sombria ocupação nazista no passado, voltam a testemunhar agressões aos judeus com espantosa frequência.

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O judaísmo é muitas vezes visto como uma religião conservadora, mas no passado foi o portador de ideias revolucionárias, como o monoteísmo, liberdades civis, a educação generalizada ou questionamentos indiscriminados às autoridades. São valores que estão na raiz da experiência democrática moderna, e não surpreende que os judeus tenham sido tantas vezes perseguidos por tiranos e obscurantistas. O mundo está perdendo a batalha contra o antissemitismo, mas perdê-la é perder a batalha pela democracia.

É um novo capítulo de uma velha história. O ódio ancestral aos judeus se manifesta com faces novas e mais virulentas.

Na quinta-feira passada, torcedores do time de futebol israelense Maccabi Tel Aviv foram perseguidos e agredidos nas ruas de Amsterdã. Pelo menos 30 pessoas foram feridas e 5 hospitalizadas. Um vídeo filmado de dentro de um carro mostra um pedestre sendo atropelado na calçada, enquanto uma voz grita: “Passa por cima!”. Outro mostra um homem tentando oferecer dinheiro aos agressores, que gritam: “Liberte a Palestina!”.

“Ontem houve uma explosão de antissemitismo, do tipo que esperávamos não ver de novo em Amsterdã”, disse a prefeita Femke Halsema. “Entre os cidadãos judeus de Amsterdã há medo, desalento, raiva e descrença.” O pogrom aconteceu na véspera do aniversário da Noite dos Cristais, quando nazistas alemães agrediram judeus e vandalizaram suas propriedades na Alemanha, na Áustria ocupada e na região dos Sudetos. Agora, os judeus voltam a ser perseguidos na cidade onde Anne Frank se escondeu dos nazistas.

Em maio, segundo a Anti-Defamation League, uma organização independente, os incidentes antissemitas no Reino Unido já tinham crescido de 1.662 para 4.103 em um ano; na Alemanha, de 2.639 para 3.614; na França, que abriga a maior comunidade de judeus da Europa, quadruplicaram, de 436 para 1.676. Desde 7 de outubro de 2023, foram 10 mil nos EUA, um aumento de 200% comparado com o ano anterior, e o pico da série histórica iniciada em 1979. Para ter uma ideia, em 2013 foram 751.

O antissemitismo explodiu após o 7 de Outubro, mas já vinha crescendo pari passu com a metástase de uma cultura iliberal, marcada, à direita, pelo nativismo, xenofobia e teorias conspiratórias, e, à esquerda, por uma visão maniqueísta que divide o mundo entre opressores e oprimidos e transformou Israel em epítome do “colonialismo”.

Analistas bem-intencionados buscam diferenciar o “antissemitismo” do “antissionismo”. De fato, críticas a reações desproporcionais de Israel em Gaza ou das políticas de assentamento na Cisjordânia são legítimas. Mas a onda de agressões nas ruas, nos campi ou redes sociais atropelam essas sutilezas, exaltando terroristas e conclamando a erradicação de Israel. Não poucos chefes de Estado – como o presidente Lula da Silva – repetem acusações manifestamente falsas (que precedem a guerra em Gaza) de “genocídio”. O fanatismo anti-Israel, que nos EUA está mais restrito às elites acadêmicas progressistas, por vezes assume proporções explosivas nas ruas de cidades europeias que, a despeito da sombria ocupação nazista no passado, voltam a testemunhar agressões aos judeus com espantosa frequência.

O judaísmo é muitas vezes visto como uma religião conservadora, mas no passado foi o portador de ideias revolucionárias, como o monoteísmo, liberdades civis, a educação generalizada ou questionamentos indiscriminados às autoridades. São valores que estão na raiz da experiência democrática moderna, e não surpreende que os judeus tenham sido tantas vezes perseguidos por tiranos e obscurantistas. O mundo está perdendo a batalha contra o antissemitismo, mas perdê-la é perder a batalha pela democracia.

É um novo capítulo de uma velha história. O ódio ancestral aos judeus se manifesta com faces novas e mais virulentas.

Na quinta-feira passada, torcedores do time de futebol israelense Maccabi Tel Aviv foram perseguidos e agredidos nas ruas de Amsterdã. Pelo menos 30 pessoas foram feridas e 5 hospitalizadas. Um vídeo filmado de dentro de um carro mostra um pedestre sendo atropelado na calçada, enquanto uma voz grita: “Passa por cima!”. Outro mostra um homem tentando oferecer dinheiro aos agressores, que gritam: “Liberte a Palestina!”.

“Ontem houve uma explosão de antissemitismo, do tipo que esperávamos não ver de novo em Amsterdã”, disse a prefeita Femke Halsema. “Entre os cidadãos judeus de Amsterdã há medo, desalento, raiva e descrença.” O pogrom aconteceu na véspera do aniversário da Noite dos Cristais, quando nazistas alemães agrediram judeus e vandalizaram suas propriedades na Alemanha, na Áustria ocupada e na região dos Sudetos. Agora, os judeus voltam a ser perseguidos na cidade onde Anne Frank se escondeu dos nazistas.

Em maio, segundo a Anti-Defamation League, uma organização independente, os incidentes antissemitas no Reino Unido já tinham crescido de 1.662 para 4.103 em um ano; na Alemanha, de 2.639 para 3.614; na França, que abriga a maior comunidade de judeus da Europa, quadruplicaram, de 436 para 1.676. Desde 7 de outubro de 2023, foram 10 mil nos EUA, um aumento de 200% comparado com o ano anterior, e o pico da série histórica iniciada em 1979. Para ter uma ideia, em 2013 foram 751.

O antissemitismo explodiu após o 7 de Outubro, mas já vinha crescendo pari passu com a metástase de uma cultura iliberal, marcada, à direita, pelo nativismo, xenofobia e teorias conspiratórias, e, à esquerda, por uma visão maniqueísta que divide o mundo entre opressores e oprimidos e transformou Israel em epítome do “colonialismo”.

Analistas bem-intencionados buscam diferenciar o “antissemitismo” do “antissionismo”. De fato, críticas a reações desproporcionais de Israel em Gaza ou das políticas de assentamento na Cisjordânia são legítimas. Mas a onda de agressões nas ruas, nos campi ou redes sociais atropelam essas sutilezas, exaltando terroristas e conclamando a erradicação de Israel. Não poucos chefes de Estado – como o presidente Lula da Silva – repetem acusações manifestamente falsas (que precedem a guerra em Gaza) de “genocídio”. O fanatismo anti-Israel, que nos EUA está mais restrito às elites acadêmicas progressistas, por vezes assume proporções explosivas nas ruas de cidades europeias que, a despeito da sombria ocupação nazista no passado, voltam a testemunhar agressões aos judeus com espantosa frequência.

O judaísmo é muitas vezes visto como uma religião conservadora, mas no passado foi o portador de ideias revolucionárias, como o monoteísmo, liberdades civis, a educação generalizada ou questionamentos indiscriminados às autoridades. São valores que estão na raiz da experiência democrática moderna, e não surpreende que os judeus tenham sido tantas vezes perseguidos por tiranos e obscurantistas. O mundo está perdendo a batalha contra o antissemitismo, mas perdê-la é perder a batalha pela democracia.

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