Venezuela vota sob o signo do medo


Em democracias, dias de eleição são de festa. Não na Venezuela. Venezuelanos vão hoje às urnas apreensivos com o dia seguinte. Seja qual for o resultado, não se descarta uma guerra civil

Por Notas & Informações

O povo venezuelano vai às urnas neste domingo sob o signo do medo. Em qualquer país democrático, dias de eleição são dias de festa. Não na Venezuela. A expectativa é que os venezuelanos votem e se fechem em casa para aguardar o resultado. A apreensão se justifica. Seja quem for o vitorioso, o ditador Nicolás Maduro ou o embaixador Edmundo González Urrutia, é possível que irrompa uma sangrenta guerra civil. Recorde-se que o próprio Maduro já fez essa ameaça ao afirmar que, se ele não for reeleito, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.

Como um país outrora rico e com uma sociedade vibrante chegou a esse ponto? Como o simples resultado de uma eleição pode, no limite, levar à morte de centenas, se não milhares, de venezuelanos pelas mãos armadas de seus próprios concidadãos?

Claro que a truculência de Maduro, e a do coronel Hugo Chávez antes dele, submeteu o povo venezuelano a uma crise política, econômica e humanitária sem precedentes, o que levou ao exílio forçado nada menos que um quinto da população – 5,4 milhões de pessoas, segundo a agência da ONU para refugiados. Famílias foram destruídas. Isso já bastaria para acirrar os ânimos no país. Mas a crueldade do regime foi além: o chavismo jogou os cidadãos uns contra os outros. Seguindo o manual de todo populista de viés autoritário, Maduro disseminou a ideia segundo a qual quem ousa se opor a ele está se opondo aos interesses “do povo” – logo, deve ser combatido como inimigo.

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Contudo, em que pese a plêiade de arbitrariedades cometidas por Maduro, não se pode fechar os olhos para a responsabilidade dos países da América Latina, especialmente do Brasil, a única potência da região, sobre esse estado de coisas. O chavismo sempre foi tratado com condescendência no continente, salvo honrosas exceções. O regime não foi condenado como deveria nem quando rompeu a barreira do populismo e singrou para uma sanguinária ditadura após Chávez aprovar uma emenda à Constituição que lhe garantiu o direito de concorrer a mandatos sucessivos por tempo indeterminado – só interrompido por sua morte, em 5 de março de 2013.

Desde então, Maduro tem sido tratado como parceiro e recebido com honras de chefe de Estado por alguns países da região. Aqui ele esteve no fim de maio de 2023, para vergonha dos genuínos democratas brasileiros. Se o presidente Lula da Silva acertou ao restabelecer as relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, interrompidas formalmente por birra do governo de Jair Bolsonaro, errou ao tratar Maduro como um líder político digno de ser reabilitado como um “democrata” perante a comunidade das nações. Uma coisa são as relações entre dois Estados que têm interesses comuns; outra, muito distinta, é chancelar um regime que impõe a seu próprio povo toda sorte de privações por meio da força bruta.

Eis o quadro dramático das eleições de 2024 no país vizinho. Submetidos ao tacão de Maduro, os venezuelanos assistiram a um processo eleitoral em tudo corrompido. Candidatos da oposição que se revelaram competitivos foram sumariamente cassados sob as alegações mais esdrúxulas. Cerca de 4,5 milhões dos venezuelanos que conseguiram escapar das garras do regime e estão aptos a votar tiveram seus direitos políticos cerceados após Maduro lhes impor entraves para o livre exercício do voto no exterior.

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Urrutia, o único que permaneceu na corrida eleitoral com chances de derrotar Maduro, chega ao final da campanha como o franco favorito, com cerca de 55% das intenções de voto, ante 25% de Maduro, de acordo com institutos de pesquisa independentes. Portanto, caso o ditador saia vitorioso do pleito, isso será interpretado por todo o mundo democrático como um resultado fraudulento.

Ao fim e ao cabo, a proclamação do resultado cabe ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que sabidamente opera sob as ordens de Maduro. Logo, se a oposição vencer, como preveem as pesquisas independentes, só um acordo de bastidor, prevendo alguma forma de transição pacífica, poderá levar ao reconhecimento dessa vitória. Como civis e militares reagirão ao resultado oficial é o drama das próximas horas, que definirão o que será da Venezuela a partir de amanhã.

O povo venezuelano vai às urnas neste domingo sob o signo do medo. Em qualquer país democrático, dias de eleição são dias de festa. Não na Venezuela. A expectativa é que os venezuelanos votem e se fechem em casa para aguardar o resultado. A apreensão se justifica. Seja quem for o vitorioso, o ditador Nicolás Maduro ou o embaixador Edmundo González Urrutia, é possível que irrompa uma sangrenta guerra civil. Recorde-se que o próprio Maduro já fez essa ameaça ao afirmar que, se ele não for reeleito, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.

Como um país outrora rico e com uma sociedade vibrante chegou a esse ponto? Como o simples resultado de uma eleição pode, no limite, levar à morte de centenas, se não milhares, de venezuelanos pelas mãos armadas de seus próprios concidadãos?

Claro que a truculência de Maduro, e a do coronel Hugo Chávez antes dele, submeteu o povo venezuelano a uma crise política, econômica e humanitária sem precedentes, o que levou ao exílio forçado nada menos que um quinto da população – 5,4 milhões de pessoas, segundo a agência da ONU para refugiados. Famílias foram destruídas. Isso já bastaria para acirrar os ânimos no país. Mas a crueldade do regime foi além: o chavismo jogou os cidadãos uns contra os outros. Seguindo o manual de todo populista de viés autoritário, Maduro disseminou a ideia segundo a qual quem ousa se opor a ele está se opondo aos interesses “do povo” – logo, deve ser combatido como inimigo.

Contudo, em que pese a plêiade de arbitrariedades cometidas por Maduro, não se pode fechar os olhos para a responsabilidade dos países da América Latina, especialmente do Brasil, a única potência da região, sobre esse estado de coisas. O chavismo sempre foi tratado com condescendência no continente, salvo honrosas exceções. O regime não foi condenado como deveria nem quando rompeu a barreira do populismo e singrou para uma sanguinária ditadura após Chávez aprovar uma emenda à Constituição que lhe garantiu o direito de concorrer a mandatos sucessivos por tempo indeterminado – só interrompido por sua morte, em 5 de março de 2013.

Desde então, Maduro tem sido tratado como parceiro e recebido com honras de chefe de Estado por alguns países da região. Aqui ele esteve no fim de maio de 2023, para vergonha dos genuínos democratas brasileiros. Se o presidente Lula da Silva acertou ao restabelecer as relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, interrompidas formalmente por birra do governo de Jair Bolsonaro, errou ao tratar Maduro como um líder político digno de ser reabilitado como um “democrata” perante a comunidade das nações. Uma coisa são as relações entre dois Estados que têm interesses comuns; outra, muito distinta, é chancelar um regime que impõe a seu próprio povo toda sorte de privações por meio da força bruta.

Eis o quadro dramático das eleições de 2024 no país vizinho. Submetidos ao tacão de Maduro, os venezuelanos assistiram a um processo eleitoral em tudo corrompido. Candidatos da oposição que se revelaram competitivos foram sumariamente cassados sob as alegações mais esdrúxulas. Cerca de 4,5 milhões dos venezuelanos que conseguiram escapar das garras do regime e estão aptos a votar tiveram seus direitos políticos cerceados após Maduro lhes impor entraves para o livre exercício do voto no exterior.

Urrutia, o único que permaneceu na corrida eleitoral com chances de derrotar Maduro, chega ao final da campanha como o franco favorito, com cerca de 55% das intenções de voto, ante 25% de Maduro, de acordo com institutos de pesquisa independentes. Portanto, caso o ditador saia vitorioso do pleito, isso será interpretado por todo o mundo democrático como um resultado fraudulento.

Ao fim e ao cabo, a proclamação do resultado cabe ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que sabidamente opera sob as ordens de Maduro. Logo, se a oposição vencer, como preveem as pesquisas independentes, só um acordo de bastidor, prevendo alguma forma de transição pacífica, poderá levar ao reconhecimento dessa vitória. Como civis e militares reagirão ao resultado oficial é o drama das próximas horas, que definirão o que será da Venezuela a partir de amanhã.

O povo venezuelano vai às urnas neste domingo sob o signo do medo. Em qualquer país democrático, dias de eleição são dias de festa. Não na Venezuela. A expectativa é que os venezuelanos votem e se fechem em casa para aguardar o resultado. A apreensão se justifica. Seja quem for o vitorioso, o ditador Nicolás Maduro ou o embaixador Edmundo González Urrutia, é possível que irrompa uma sangrenta guerra civil. Recorde-se que o próprio Maduro já fez essa ameaça ao afirmar que, se ele não for reeleito, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.

Como um país outrora rico e com uma sociedade vibrante chegou a esse ponto? Como o simples resultado de uma eleição pode, no limite, levar à morte de centenas, se não milhares, de venezuelanos pelas mãos armadas de seus próprios concidadãos?

Claro que a truculência de Maduro, e a do coronel Hugo Chávez antes dele, submeteu o povo venezuelano a uma crise política, econômica e humanitária sem precedentes, o que levou ao exílio forçado nada menos que um quinto da população – 5,4 milhões de pessoas, segundo a agência da ONU para refugiados. Famílias foram destruídas. Isso já bastaria para acirrar os ânimos no país. Mas a crueldade do regime foi além: o chavismo jogou os cidadãos uns contra os outros. Seguindo o manual de todo populista de viés autoritário, Maduro disseminou a ideia segundo a qual quem ousa se opor a ele está se opondo aos interesses “do povo” – logo, deve ser combatido como inimigo.

Contudo, em que pese a plêiade de arbitrariedades cometidas por Maduro, não se pode fechar os olhos para a responsabilidade dos países da América Latina, especialmente do Brasil, a única potência da região, sobre esse estado de coisas. O chavismo sempre foi tratado com condescendência no continente, salvo honrosas exceções. O regime não foi condenado como deveria nem quando rompeu a barreira do populismo e singrou para uma sanguinária ditadura após Chávez aprovar uma emenda à Constituição que lhe garantiu o direito de concorrer a mandatos sucessivos por tempo indeterminado – só interrompido por sua morte, em 5 de março de 2013.

Desde então, Maduro tem sido tratado como parceiro e recebido com honras de chefe de Estado por alguns países da região. Aqui ele esteve no fim de maio de 2023, para vergonha dos genuínos democratas brasileiros. Se o presidente Lula da Silva acertou ao restabelecer as relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, interrompidas formalmente por birra do governo de Jair Bolsonaro, errou ao tratar Maduro como um líder político digno de ser reabilitado como um “democrata” perante a comunidade das nações. Uma coisa são as relações entre dois Estados que têm interesses comuns; outra, muito distinta, é chancelar um regime que impõe a seu próprio povo toda sorte de privações por meio da força bruta.

Eis o quadro dramático das eleições de 2024 no país vizinho. Submetidos ao tacão de Maduro, os venezuelanos assistiram a um processo eleitoral em tudo corrompido. Candidatos da oposição que se revelaram competitivos foram sumariamente cassados sob as alegações mais esdrúxulas. Cerca de 4,5 milhões dos venezuelanos que conseguiram escapar das garras do regime e estão aptos a votar tiveram seus direitos políticos cerceados após Maduro lhes impor entraves para o livre exercício do voto no exterior.

Urrutia, o único que permaneceu na corrida eleitoral com chances de derrotar Maduro, chega ao final da campanha como o franco favorito, com cerca de 55% das intenções de voto, ante 25% de Maduro, de acordo com institutos de pesquisa independentes. Portanto, caso o ditador saia vitorioso do pleito, isso será interpretado por todo o mundo democrático como um resultado fraudulento.

Ao fim e ao cabo, a proclamação do resultado cabe ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que sabidamente opera sob as ordens de Maduro. Logo, se a oposição vencer, como preveem as pesquisas independentes, só um acordo de bastidor, prevendo alguma forma de transição pacífica, poderá levar ao reconhecimento dessa vitória. Como civis e militares reagirão ao resultado oficial é o drama das próximas horas, que definirão o que será da Venezuela a partir de amanhã.

O povo venezuelano vai às urnas neste domingo sob o signo do medo. Em qualquer país democrático, dias de eleição são dias de festa. Não na Venezuela. A expectativa é que os venezuelanos votem e se fechem em casa para aguardar o resultado. A apreensão se justifica. Seja quem for o vitorioso, o ditador Nicolás Maduro ou o embaixador Edmundo González Urrutia, é possível que irrompa uma sangrenta guerra civil. Recorde-se que o próprio Maduro já fez essa ameaça ao afirmar que, se ele não for reeleito, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.

Como um país outrora rico e com uma sociedade vibrante chegou a esse ponto? Como o simples resultado de uma eleição pode, no limite, levar à morte de centenas, se não milhares, de venezuelanos pelas mãos armadas de seus próprios concidadãos?

Claro que a truculência de Maduro, e a do coronel Hugo Chávez antes dele, submeteu o povo venezuelano a uma crise política, econômica e humanitária sem precedentes, o que levou ao exílio forçado nada menos que um quinto da população – 5,4 milhões de pessoas, segundo a agência da ONU para refugiados. Famílias foram destruídas. Isso já bastaria para acirrar os ânimos no país. Mas a crueldade do regime foi além: o chavismo jogou os cidadãos uns contra os outros. Seguindo o manual de todo populista de viés autoritário, Maduro disseminou a ideia segundo a qual quem ousa se opor a ele está se opondo aos interesses “do povo” – logo, deve ser combatido como inimigo.

Contudo, em que pese a plêiade de arbitrariedades cometidas por Maduro, não se pode fechar os olhos para a responsabilidade dos países da América Latina, especialmente do Brasil, a única potência da região, sobre esse estado de coisas. O chavismo sempre foi tratado com condescendência no continente, salvo honrosas exceções. O regime não foi condenado como deveria nem quando rompeu a barreira do populismo e singrou para uma sanguinária ditadura após Chávez aprovar uma emenda à Constituição que lhe garantiu o direito de concorrer a mandatos sucessivos por tempo indeterminado – só interrompido por sua morte, em 5 de março de 2013.

Desde então, Maduro tem sido tratado como parceiro e recebido com honras de chefe de Estado por alguns países da região. Aqui ele esteve no fim de maio de 2023, para vergonha dos genuínos democratas brasileiros. Se o presidente Lula da Silva acertou ao restabelecer as relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, interrompidas formalmente por birra do governo de Jair Bolsonaro, errou ao tratar Maduro como um líder político digno de ser reabilitado como um “democrata” perante a comunidade das nações. Uma coisa são as relações entre dois Estados que têm interesses comuns; outra, muito distinta, é chancelar um regime que impõe a seu próprio povo toda sorte de privações por meio da força bruta.

Eis o quadro dramático das eleições de 2024 no país vizinho. Submetidos ao tacão de Maduro, os venezuelanos assistiram a um processo eleitoral em tudo corrompido. Candidatos da oposição que se revelaram competitivos foram sumariamente cassados sob as alegações mais esdrúxulas. Cerca de 4,5 milhões dos venezuelanos que conseguiram escapar das garras do regime e estão aptos a votar tiveram seus direitos políticos cerceados após Maduro lhes impor entraves para o livre exercício do voto no exterior.

Urrutia, o único que permaneceu na corrida eleitoral com chances de derrotar Maduro, chega ao final da campanha como o franco favorito, com cerca de 55% das intenções de voto, ante 25% de Maduro, de acordo com institutos de pesquisa independentes. Portanto, caso o ditador saia vitorioso do pleito, isso será interpretado por todo o mundo democrático como um resultado fraudulento.

Ao fim e ao cabo, a proclamação do resultado cabe ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que sabidamente opera sob as ordens de Maduro. Logo, se a oposição vencer, como preveem as pesquisas independentes, só um acordo de bastidor, prevendo alguma forma de transição pacífica, poderá levar ao reconhecimento dessa vitória. Como civis e militares reagirão ao resultado oficial é o drama das próximas horas, que definirão o que será da Venezuela a partir de amanhã.

O povo venezuelano vai às urnas neste domingo sob o signo do medo. Em qualquer país democrático, dias de eleição são dias de festa. Não na Venezuela. A expectativa é que os venezuelanos votem e se fechem em casa para aguardar o resultado. A apreensão se justifica. Seja quem for o vitorioso, o ditador Nicolás Maduro ou o embaixador Edmundo González Urrutia, é possível que irrompa uma sangrenta guerra civil. Recorde-se que o próprio Maduro já fez essa ameaça ao afirmar que, se ele não for reeleito, haverá um “banho de sangue” na Venezuela.

Como um país outrora rico e com uma sociedade vibrante chegou a esse ponto? Como o simples resultado de uma eleição pode, no limite, levar à morte de centenas, se não milhares, de venezuelanos pelas mãos armadas de seus próprios concidadãos?

Claro que a truculência de Maduro, e a do coronel Hugo Chávez antes dele, submeteu o povo venezuelano a uma crise política, econômica e humanitária sem precedentes, o que levou ao exílio forçado nada menos que um quinto da população – 5,4 milhões de pessoas, segundo a agência da ONU para refugiados. Famílias foram destruídas. Isso já bastaria para acirrar os ânimos no país. Mas a crueldade do regime foi além: o chavismo jogou os cidadãos uns contra os outros. Seguindo o manual de todo populista de viés autoritário, Maduro disseminou a ideia segundo a qual quem ousa se opor a ele está se opondo aos interesses “do povo” – logo, deve ser combatido como inimigo.

Contudo, em que pese a plêiade de arbitrariedades cometidas por Maduro, não se pode fechar os olhos para a responsabilidade dos países da América Latina, especialmente do Brasil, a única potência da região, sobre esse estado de coisas. O chavismo sempre foi tratado com condescendência no continente, salvo honrosas exceções. O regime não foi condenado como deveria nem quando rompeu a barreira do populismo e singrou para uma sanguinária ditadura após Chávez aprovar uma emenda à Constituição que lhe garantiu o direito de concorrer a mandatos sucessivos por tempo indeterminado – só interrompido por sua morte, em 5 de março de 2013.

Desde então, Maduro tem sido tratado como parceiro e recebido com honras de chefe de Estado por alguns países da região. Aqui ele esteve no fim de maio de 2023, para vergonha dos genuínos democratas brasileiros. Se o presidente Lula da Silva acertou ao restabelecer as relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, interrompidas formalmente por birra do governo de Jair Bolsonaro, errou ao tratar Maduro como um líder político digno de ser reabilitado como um “democrata” perante a comunidade das nações. Uma coisa são as relações entre dois Estados que têm interesses comuns; outra, muito distinta, é chancelar um regime que impõe a seu próprio povo toda sorte de privações por meio da força bruta.

Eis o quadro dramático das eleições de 2024 no país vizinho. Submetidos ao tacão de Maduro, os venezuelanos assistiram a um processo eleitoral em tudo corrompido. Candidatos da oposição que se revelaram competitivos foram sumariamente cassados sob as alegações mais esdrúxulas. Cerca de 4,5 milhões dos venezuelanos que conseguiram escapar das garras do regime e estão aptos a votar tiveram seus direitos políticos cerceados após Maduro lhes impor entraves para o livre exercício do voto no exterior.

Urrutia, o único que permaneceu na corrida eleitoral com chances de derrotar Maduro, chega ao final da campanha como o franco favorito, com cerca de 55% das intenções de voto, ante 25% de Maduro, de acordo com institutos de pesquisa independentes. Portanto, caso o ditador saia vitorioso do pleito, isso será interpretado por todo o mundo democrático como um resultado fraudulento.

Ao fim e ao cabo, a proclamação do resultado cabe ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que sabidamente opera sob as ordens de Maduro. Logo, se a oposição vencer, como preveem as pesquisas independentes, só um acordo de bastidor, prevendo alguma forma de transição pacífica, poderá levar ao reconhecimento dessa vitória. Como civis e militares reagirão ao resultado oficial é o drama das próximas horas, que definirão o que será da Venezuela a partir de amanhã.

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