Washington delineia seu plano de paz


Mas o sonho dos dois Estados está distante e, além do Hamas, ele tem contra si o Irã, Netanyahu e os sionistas extremistas, a direita trumpista, a esquerda anti-Israel e o próprio tempo

Por Notas & Informações

Após uma rodada de encontros com lideranças israelenses, palestinas e de países árabes, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, traçou, numa cúpula com seus pares do G-7, o plano de Washington para solucionar o conflito israelo-palestino. De imediato, os EUA pressionam Israel a aceitar pausas humanitárias condicionadas à gradativa liberação de reféns. Segundo Blinken, é “crucial” que a plataforma militar do Hamas seja desmantelada, mas também que não haja uma ocupação pós-guerra de Gaza, nem o deslocamento forçado de palestinos, nem bloqueios, assédio ou redução de seu território. A solução “deve incluir um mecanismo sustentável para a reconstrução em Gaza e um caminho para israelenses e palestinos viverem lado a lado em seus próprios Estados”.

O plano é uma tentativa de ressuscitar os Acordos de Oslo, dos anos 90, o passo mais significativo de israelenses e palestinos para solucionarem seu conflito. Gaza e Cisjordânia formariam um Estado palestino. Israel trocaria “terras por paz”, retirando tropas e colonos da Cisjordânia. Em contrapartida, a Palestina restaria desmilitarizada. Jerusalém seria dividida. Alguns refugiados palestinos poderiam voltar a Israel e a maioria, para a Palestina. É a única solução digna para os palestinos e, se bem implementada, a única que garantiria a segurança duradoura de Israel e impediria a degradação de sua democracia.

Mais fácil dizer do que fazer. A assertividade incomum da administração de Joe Biden sugere que, a um ano das eleições nos EUA, ela corre contra o tempo para pressionar Israel ao mesmo tempo que resiste a pressões internas.

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As dissonâncias com o governo de Benjamin Netanyahu são evidentes. Passado um mês do conflito, só agora Israel concedeu algumas pausas. Mas seus estrategistas ainda ponderam criar uma “zona de segurança” em Gaza e recentemente Netanyahu disse que Israel pode se ocupar da segurança de Gaza por um “período indefinido”.

Desde sua primeira administração, nos anos 90, Netanyahu sabota os Acordos de Oslo, de um lado, sendo complacente com o Hamas em Gaza e, de outro, expandindo os assentamentos na Cisjordânia e desmoralizando a Autoridade Palestina, a herdeira de Oslo dominada pela facção rival do Hamas, o Fatah. A estratégia foi intensificada com a coalizão de Netanyahu com radicais nacionalistas e religiosos. Os conflitos na Cisjordânia, que já vinham escalando antes da guerra, aumentaram exponencialmente com ela. A maioria dos israelenses culpa Netanyahu pela crise, mas por diversas vezes ele desafiou a lei da gravidade política com sucesso.

Nos EUA, o ultraje com a ofensiva de Israel nas bases de esquerda de Joe Biden também aumenta. Segundo pesquisa da Associated Press, 58% dos democratas pensam que a resposta de Israel foi longe demais. Entre o eleitorado árabe-americano, a aprovação de Biden despencou. Se as eleições fossem hoje, as pesquisas indicam que Donald Trump venceria. O “acordo do século” para o conflito palestino-israelense apresentado por Trump durante sua gestão era flagrantemente enviesado a favor de Israel, e os palestinos se recusaram terminantemente a sequer abrir negociações.

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Uma coalizão de países árabes para revigorar a Autoridade Palestina, instaurá-la no governo de Gaza e financiar sua reconstrução será indispensável. Esses países têm interesse em erradicar extremistas como o Hamas e estabelecer alianças com Israel aptas a dissuadir o Irã. Mas tudo depende da capacidade de Israel de minimizar o horror dos civis palestinos e manter aberta sua “janela de legitimidade”. A Autoridade Palestina não abriria mão de compromissos substanciais de Israel com a instauração de seu Estado, mas, para exercer uma autoridade crível, ela mesma precisaria ser renovada.

No momento, esse é um sonho distante. Em tese, Joe Biden tenta fazer a sua parte para que a região desperte do pesadelo da guerra. Mas – além da esquerda anti-Israel, da direita trumpista, de Netanyahu e os sionistas extremistas, do Irã e suas milícias jihadistas, como o Hezbollah e, claro, o Hamas – Biden tem contra si o tempo.

Após uma rodada de encontros com lideranças israelenses, palestinas e de países árabes, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, traçou, numa cúpula com seus pares do G-7, o plano de Washington para solucionar o conflito israelo-palestino. De imediato, os EUA pressionam Israel a aceitar pausas humanitárias condicionadas à gradativa liberação de reféns. Segundo Blinken, é “crucial” que a plataforma militar do Hamas seja desmantelada, mas também que não haja uma ocupação pós-guerra de Gaza, nem o deslocamento forçado de palestinos, nem bloqueios, assédio ou redução de seu território. A solução “deve incluir um mecanismo sustentável para a reconstrução em Gaza e um caminho para israelenses e palestinos viverem lado a lado em seus próprios Estados”.

O plano é uma tentativa de ressuscitar os Acordos de Oslo, dos anos 90, o passo mais significativo de israelenses e palestinos para solucionarem seu conflito. Gaza e Cisjordânia formariam um Estado palestino. Israel trocaria “terras por paz”, retirando tropas e colonos da Cisjordânia. Em contrapartida, a Palestina restaria desmilitarizada. Jerusalém seria dividida. Alguns refugiados palestinos poderiam voltar a Israel e a maioria, para a Palestina. É a única solução digna para os palestinos e, se bem implementada, a única que garantiria a segurança duradoura de Israel e impediria a degradação de sua democracia.

Mais fácil dizer do que fazer. A assertividade incomum da administração de Joe Biden sugere que, a um ano das eleições nos EUA, ela corre contra o tempo para pressionar Israel ao mesmo tempo que resiste a pressões internas.

As dissonâncias com o governo de Benjamin Netanyahu são evidentes. Passado um mês do conflito, só agora Israel concedeu algumas pausas. Mas seus estrategistas ainda ponderam criar uma “zona de segurança” em Gaza e recentemente Netanyahu disse que Israel pode se ocupar da segurança de Gaza por um “período indefinido”.

Desde sua primeira administração, nos anos 90, Netanyahu sabota os Acordos de Oslo, de um lado, sendo complacente com o Hamas em Gaza e, de outro, expandindo os assentamentos na Cisjordânia e desmoralizando a Autoridade Palestina, a herdeira de Oslo dominada pela facção rival do Hamas, o Fatah. A estratégia foi intensificada com a coalizão de Netanyahu com radicais nacionalistas e religiosos. Os conflitos na Cisjordânia, que já vinham escalando antes da guerra, aumentaram exponencialmente com ela. A maioria dos israelenses culpa Netanyahu pela crise, mas por diversas vezes ele desafiou a lei da gravidade política com sucesso.

Nos EUA, o ultraje com a ofensiva de Israel nas bases de esquerda de Joe Biden também aumenta. Segundo pesquisa da Associated Press, 58% dos democratas pensam que a resposta de Israel foi longe demais. Entre o eleitorado árabe-americano, a aprovação de Biden despencou. Se as eleições fossem hoje, as pesquisas indicam que Donald Trump venceria. O “acordo do século” para o conflito palestino-israelense apresentado por Trump durante sua gestão era flagrantemente enviesado a favor de Israel, e os palestinos se recusaram terminantemente a sequer abrir negociações.

Uma coalizão de países árabes para revigorar a Autoridade Palestina, instaurá-la no governo de Gaza e financiar sua reconstrução será indispensável. Esses países têm interesse em erradicar extremistas como o Hamas e estabelecer alianças com Israel aptas a dissuadir o Irã. Mas tudo depende da capacidade de Israel de minimizar o horror dos civis palestinos e manter aberta sua “janela de legitimidade”. A Autoridade Palestina não abriria mão de compromissos substanciais de Israel com a instauração de seu Estado, mas, para exercer uma autoridade crível, ela mesma precisaria ser renovada.

No momento, esse é um sonho distante. Em tese, Joe Biden tenta fazer a sua parte para que a região desperte do pesadelo da guerra. Mas – além da esquerda anti-Israel, da direita trumpista, de Netanyahu e os sionistas extremistas, do Irã e suas milícias jihadistas, como o Hezbollah e, claro, o Hamas – Biden tem contra si o tempo.

Após uma rodada de encontros com lideranças israelenses, palestinas e de países árabes, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, traçou, numa cúpula com seus pares do G-7, o plano de Washington para solucionar o conflito israelo-palestino. De imediato, os EUA pressionam Israel a aceitar pausas humanitárias condicionadas à gradativa liberação de reféns. Segundo Blinken, é “crucial” que a plataforma militar do Hamas seja desmantelada, mas também que não haja uma ocupação pós-guerra de Gaza, nem o deslocamento forçado de palestinos, nem bloqueios, assédio ou redução de seu território. A solução “deve incluir um mecanismo sustentável para a reconstrução em Gaza e um caminho para israelenses e palestinos viverem lado a lado em seus próprios Estados”.

O plano é uma tentativa de ressuscitar os Acordos de Oslo, dos anos 90, o passo mais significativo de israelenses e palestinos para solucionarem seu conflito. Gaza e Cisjordânia formariam um Estado palestino. Israel trocaria “terras por paz”, retirando tropas e colonos da Cisjordânia. Em contrapartida, a Palestina restaria desmilitarizada. Jerusalém seria dividida. Alguns refugiados palestinos poderiam voltar a Israel e a maioria, para a Palestina. É a única solução digna para os palestinos e, se bem implementada, a única que garantiria a segurança duradoura de Israel e impediria a degradação de sua democracia.

Mais fácil dizer do que fazer. A assertividade incomum da administração de Joe Biden sugere que, a um ano das eleições nos EUA, ela corre contra o tempo para pressionar Israel ao mesmo tempo que resiste a pressões internas.

As dissonâncias com o governo de Benjamin Netanyahu são evidentes. Passado um mês do conflito, só agora Israel concedeu algumas pausas. Mas seus estrategistas ainda ponderam criar uma “zona de segurança” em Gaza e recentemente Netanyahu disse que Israel pode se ocupar da segurança de Gaza por um “período indefinido”.

Desde sua primeira administração, nos anos 90, Netanyahu sabota os Acordos de Oslo, de um lado, sendo complacente com o Hamas em Gaza e, de outro, expandindo os assentamentos na Cisjordânia e desmoralizando a Autoridade Palestina, a herdeira de Oslo dominada pela facção rival do Hamas, o Fatah. A estratégia foi intensificada com a coalizão de Netanyahu com radicais nacionalistas e religiosos. Os conflitos na Cisjordânia, que já vinham escalando antes da guerra, aumentaram exponencialmente com ela. A maioria dos israelenses culpa Netanyahu pela crise, mas por diversas vezes ele desafiou a lei da gravidade política com sucesso.

Nos EUA, o ultraje com a ofensiva de Israel nas bases de esquerda de Joe Biden também aumenta. Segundo pesquisa da Associated Press, 58% dos democratas pensam que a resposta de Israel foi longe demais. Entre o eleitorado árabe-americano, a aprovação de Biden despencou. Se as eleições fossem hoje, as pesquisas indicam que Donald Trump venceria. O “acordo do século” para o conflito palestino-israelense apresentado por Trump durante sua gestão era flagrantemente enviesado a favor de Israel, e os palestinos se recusaram terminantemente a sequer abrir negociações.

Uma coalizão de países árabes para revigorar a Autoridade Palestina, instaurá-la no governo de Gaza e financiar sua reconstrução será indispensável. Esses países têm interesse em erradicar extremistas como o Hamas e estabelecer alianças com Israel aptas a dissuadir o Irã. Mas tudo depende da capacidade de Israel de minimizar o horror dos civis palestinos e manter aberta sua “janela de legitimidade”. A Autoridade Palestina não abriria mão de compromissos substanciais de Israel com a instauração de seu Estado, mas, para exercer uma autoridade crível, ela mesma precisaria ser renovada.

No momento, esse é um sonho distante. Em tese, Joe Biden tenta fazer a sua parte para que a região desperte do pesadelo da guerra. Mas – além da esquerda anti-Israel, da direita trumpista, de Netanyahu e os sionistas extremistas, do Irã e suas milícias jihadistas, como o Hezbollah e, claro, o Hamas – Biden tem contra si o tempo.

Após uma rodada de encontros com lideranças israelenses, palestinas e de países árabes, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, traçou, numa cúpula com seus pares do G-7, o plano de Washington para solucionar o conflito israelo-palestino. De imediato, os EUA pressionam Israel a aceitar pausas humanitárias condicionadas à gradativa liberação de reféns. Segundo Blinken, é “crucial” que a plataforma militar do Hamas seja desmantelada, mas também que não haja uma ocupação pós-guerra de Gaza, nem o deslocamento forçado de palestinos, nem bloqueios, assédio ou redução de seu território. A solução “deve incluir um mecanismo sustentável para a reconstrução em Gaza e um caminho para israelenses e palestinos viverem lado a lado em seus próprios Estados”.

O plano é uma tentativa de ressuscitar os Acordos de Oslo, dos anos 90, o passo mais significativo de israelenses e palestinos para solucionarem seu conflito. Gaza e Cisjordânia formariam um Estado palestino. Israel trocaria “terras por paz”, retirando tropas e colonos da Cisjordânia. Em contrapartida, a Palestina restaria desmilitarizada. Jerusalém seria dividida. Alguns refugiados palestinos poderiam voltar a Israel e a maioria, para a Palestina. É a única solução digna para os palestinos e, se bem implementada, a única que garantiria a segurança duradoura de Israel e impediria a degradação de sua democracia.

Mais fácil dizer do que fazer. A assertividade incomum da administração de Joe Biden sugere que, a um ano das eleições nos EUA, ela corre contra o tempo para pressionar Israel ao mesmo tempo que resiste a pressões internas.

As dissonâncias com o governo de Benjamin Netanyahu são evidentes. Passado um mês do conflito, só agora Israel concedeu algumas pausas. Mas seus estrategistas ainda ponderam criar uma “zona de segurança” em Gaza e recentemente Netanyahu disse que Israel pode se ocupar da segurança de Gaza por um “período indefinido”.

Desde sua primeira administração, nos anos 90, Netanyahu sabota os Acordos de Oslo, de um lado, sendo complacente com o Hamas em Gaza e, de outro, expandindo os assentamentos na Cisjordânia e desmoralizando a Autoridade Palestina, a herdeira de Oslo dominada pela facção rival do Hamas, o Fatah. A estratégia foi intensificada com a coalizão de Netanyahu com radicais nacionalistas e religiosos. Os conflitos na Cisjordânia, que já vinham escalando antes da guerra, aumentaram exponencialmente com ela. A maioria dos israelenses culpa Netanyahu pela crise, mas por diversas vezes ele desafiou a lei da gravidade política com sucesso.

Nos EUA, o ultraje com a ofensiva de Israel nas bases de esquerda de Joe Biden também aumenta. Segundo pesquisa da Associated Press, 58% dos democratas pensam que a resposta de Israel foi longe demais. Entre o eleitorado árabe-americano, a aprovação de Biden despencou. Se as eleições fossem hoje, as pesquisas indicam que Donald Trump venceria. O “acordo do século” para o conflito palestino-israelense apresentado por Trump durante sua gestão era flagrantemente enviesado a favor de Israel, e os palestinos se recusaram terminantemente a sequer abrir negociações.

Uma coalizão de países árabes para revigorar a Autoridade Palestina, instaurá-la no governo de Gaza e financiar sua reconstrução será indispensável. Esses países têm interesse em erradicar extremistas como o Hamas e estabelecer alianças com Israel aptas a dissuadir o Irã. Mas tudo depende da capacidade de Israel de minimizar o horror dos civis palestinos e manter aberta sua “janela de legitimidade”. A Autoridade Palestina não abriria mão de compromissos substanciais de Israel com a instauração de seu Estado, mas, para exercer uma autoridade crível, ela mesma precisaria ser renovada.

No momento, esse é um sonho distante. Em tese, Joe Biden tenta fazer a sua parte para que a região desperte do pesadelo da guerra. Mas – além da esquerda anti-Israel, da direita trumpista, de Netanyahu e os sionistas extremistas, do Irã e suas milícias jihadistas, como o Hezbollah e, claro, o Hamas – Biden tem contra si o tempo.

Após uma rodada de encontros com lideranças israelenses, palestinas e de países árabes, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, traçou, numa cúpula com seus pares do G-7, o plano de Washington para solucionar o conflito israelo-palestino. De imediato, os EUA pressionam Israel a aceitar pausas humanitárias condicionadas à gradativa liberação de reféns. Segundo Blinken, é “crucial” que a plataforma militar do Hamas seja desmantelada, mas também que não haja uma ocupação pós-guerra de Gaza, nem o deslocamento forçado de palestinos, nem bloqueios, assédio ou redução de seu território. A solução “deve incluir um mecanismo sustentável para a reconstrução em Gaza e um caminho para israelenses e palestinos viverem lado a lado em seus próprios Estados”.

O plano é uma tentativa de ressuscitar os Acordos de Oslo, dos anos 90, o passo mais significativo de israelenses e palestinos para solucionarem seu conflito. Gaza e Cisjordânia formariam um Estado palestino. Israel trocaria “terras por paz”, retirando tropas e colonos da Cisjordânia. Em contrapartida, a Palestina restaria desmilitarizada. Jerusalém seria dividida. Alguns refugiados palestinos poderiam voltar a Israel e a maioria, para a Palestina. É a única solução digna para os palestinos e, se bem implementada, a única que garantiria a segurança duradoura de Israel e impediria a degradação de sua democracia.

Mais fácil dizer do que fazer. A assertividade incomum da administração de Joe Biden sugere que, a um ano das eleições nos EUA, ela corre contra o tempo para pressionar Israel ao mesmo tempo que resiste a pressões internas.

As dissonâncias com o governo de Benjamin Netanyahu são evidentes. Passado um mês do conflito, só agora Israel concedeu algumas pausas. Mas seus estrategistas ainda ponderam criar uma “zona de segurança” em Gaza e recentemente Netanyahu disse que Israel pode se ocupar da segurança de Gaza por um “período indefinido”.

Desde sua primeira administração, nos anos 90, Netanyahu sabota os Acordos de Oslo, de um lado, sendo complacente com o Hamas em Gaza e, de outro, expandindo os assentamentos na Cisjordânia e desmoralizando a Autoridade Palestina, a herdeira de Oslo dominada pela facção rival do Hamas, o Fatah. A estratégia foi intensificada com a coalizão de Netanyahu com radicais nacionalistas e religiosos. Os conflitos na Cisjordânia, que já vinham escalando antes da guerra, aumentaram exponencialmente com ela. A maioria dos israelenses culpa Netanyahu pela crise, mas por diversas vezes ele desafiou a lei da gravidade política com sucesso.

Nos EUA, o ultraje com a ofensiva de Israel nas bases de esquerda de Joe Biden também aumenta. Segundo pesquisa da Associated Press, 58% dos democratas pensam que a resposta de Israel foi longe demais. Entre o eleitorado árabe-americano, a aprovação de Biden despencou. Se as eleições fossem hoje, as pesquisas indicam que Donald Trump venceria. O “acordo do século” para o conflito palestino-israelense apresentado por Trump durante sua gestão era flagrantemente enviesado a favor de Israel, e os palestinos se recusaram terminantemente a sequer abrir negociações.

Uma coalizão de países árabes para revigorar a Autoridade Palestina, instaurá-la no governo de Gaza e financiar sua reconstrução será indispensável. Esses países têm interesse em erradicar extremistas como o Hamas e estabelecer alianças com Israel aptas a dissuadir o Irã. Mas tudo depende da capacidade de Israel de minimizar o horror dos civis palestinos e manter aberta sua “janela de legitimidade”. A Autoridade Palestina não abriria mão de compromissos substanciais de Israel com a instauração de seu Estado, mas, para exercer uma autoridade crível, ela mesma precisaria ser renovada.

No momento, esse é um sonho distante. Em tese, Joe Biden tenta fazer a sua parte para que a região desperte do pesadelo da guerra. Mas – além da esquerda anti-Israel, da direita trumpista, de Netanyahu e os sionistas extremistas, do Irã e suas milícias jihadistas, como o Hezbollah e, claro, o Hamas – Biden tem contra si o tempo.

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