A migração dos camarões à provençal do La Paillote


Restaurante instala filial em um perímetro gastronômico mais badalado

Por Luiz Américo Camargo

 

 

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Confesso que, nesta semana, esgotei minha cota de camarões à provençal. Foram praticamente dois almoços seguidos provando o mesmo prato, preparado pela mesma grife: o restaurante La Paillote.

É verdade que a motivação inicial deste texto era conhecer a unidade recém-aberta na Rua Doutor Melo Alves, no Jardim Paulista. Mas eu não via muito sentido em visitar a nova casa sem ter a medida exata de como andava a matriz, no Ipiranga, fundada em 1953 - e compará-las muito proximamente, sem ser traído pela memória. Afinal, a primeira declara ser o espelho da segunda. Só que instalada dentro de um perímetro gastronômico, digamos, mais badalado.

A cópia, no bom sentido, é mesmo fiel. O ambiente não foge ao estilo quase despojado. Os funcionários vieram majoritariamente do endereço original. A cozinha, por sua vez, é tal e qual a da casa-mãe. E uma passada de olhos pelo salão comprova que ninguém deixa de pedir os referidos crustáceos. Assim como a marjolaine (a torta gelada com creme de chocolate e amêndoas, R$ 18) é a soberana da sobremesa.

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Os camarões à provençal, com sua alta dosagem de manteiga, alho e salsinha, ainda são bons? Tecnicamente, eu acho discutível o ponto de cocção do ingrediente principal, que passa do ideal. Assim como questiono a concepção exageradamente untuosa da receita - será que ela não superestima o papel da gordura como veículo do sabor? Por outro lado, tendo a guardá-la num escaninho especial, dedicado a uma cozinha antiga que pode e deve conviver com aquilo que é novo. No balanço final, eu diria então que o prato agrada, mas o preço dói: a porção individual, ainda que bem servida e compartilhável, em média com seis camarões, custa R$ 180.

A família Valluis, na quarta geração a comandar o La Paillote, explica que inaugurou a filial para ficar mais perto de seus clientes, que se concentrariam na região dos Jardins. De fato, uma observação mais cuidadosa dá a entender que se trata do mesmo público que costumava ir à Av. Nazaré (reconheço que o método não é científico; porém, depois de uns tantos anos de mesa, a gente aprende a treinar o olhar). Mas será que o desafio do restaurante não seria justamente conquistar uma nova audiência, independentemente da região?

O Ipiranga pode até estar fora do eixo mais concorrido. Mas o bairro sofre com a falsa de percepção de que "é longe". A nova filial está a sete quilômetros da Sé. O La Paillote original, a oito, com o metrô perto (Estação Alto do Ipiranga). As instalações, claro, denotam a idade. E no salão, atendido por um único profissional, com poucas mesas ocupadas, há um certo clima de desmonte, ainda que com dignidade. Sim, os camarões: nas duas unidades do restaurante eles se equivalem. Mas na Av. Nazaré eles custam R$ 150, com pagamento apenas em dinheiro.

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Segundo a casa, a ideia é manter a matriz aberta por ora só durante o almoço, enquanto o La Paillote da Melo Alves se consolida. Ou ao menos enquanto existir gente teimosa que mantenha o gosto de perambular por São Paulo. Mas a tendência aponta mesmo para um único endereço.

 

La PailloteR. Dr. Melo Alves, 769, J. Paulista, 5063-3737. 12h/15h e 19h/23h30 (sáb., 12h/16h; fecha 2ª). Cc.: M

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Av. Nazaré, 1.946, Ipiranga, 5061-5182. 12h/15h (fecha 2ª e dom.) Cc.: não aceita

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Confesso que, nesta semana, esgotei minha cota de camarões à provençal. Foram praticamente dois almoços seguidos provando o mesmo prato, preparado pela mesma grife: o restaurante La Paillote.

É verdade que a motivação inicial deste texto era conhecer a unidade recém-aberta na Rua Doutor Melo Alves, no Jardim Paulista. Mas eu não via muito sentido em visitar a nova casa sem ter a medida exata de como andava a matriz, no Ipiranga, fundada em 1953 - e compará-las muito proximamente, sem ser traído pela memória. Afinal, a primeira declara ser o espelho da segunda. Só que instalada dentro de um perímetro gastronômico, digamos, mais badalado.

A cópia, no bom sentido, é mesmo fiel. O ambiente não foge ao estilo quase despojado. Os funcionários vieram majoritariamente do endereço original. A cozinha, por sua vez, é tal e qual a da casa-mãe. E uma passada de olhos pelo salão comprova que ninguém deixa de pedir os referidos crustáceos. Assim como a marjolaine (a torta gelada com creme de chocolate e amêndoas, R$ 18) é a soberana da sobremesa.

Os camarões à provençal, com sua alta dosagem de manteiga, alho e salsinha, ainda são bons? Tecnicamente, eu acho discutível o ponto de cocção do ingrediente principal, que passa do ideal. Assim como questiono a concepção exageradamente untuosa da receita - será que ela não superestima o papel da gordura como veículo do sabor? Por outro lado, tendo a guardá-la num escaninho especial, dedicado a uma cozinha antiga que pode e deve conviver com aquilo que é novo. No balanço final, eu diria então que o prato agrada, mas o preço dói: a porção individual, ainda que bem servida e compartilhável, em média com seis camarões, custa R$ 180.

A família Valluis, na quarta geração a comandar o La Paillote, explica que inaugurou a filial para ficar mais perto de seus clientes, que se concentrariam na região dos Jardins. De fato, uma observação mais cuidadosa dá a entender que se trata do mesmo público que costumava ir à Av. Nazaré (reconheço que o método não é científico; porém, depois de uns tantos anos de mesa, a gente aprende a treinar o olhar). Mas será que o desafio do restaurante não seria justamente conquistar uma nova audiência, independentemente da região?

O Ipiranga pode até estar fora do eixo mais concorrido. Mas o bairro sofre com a falsa de percepção de que "é longe". A nova filial está a sete quilômetros da Sé. O La Paillote original, a oito, com o metrô perto (Estação Alto do Ipiranga). As instalações, claro, denotam a idade. E no salão, atendido por um único profissional, com poucas mesas ocupadas, há um certo clima de desmonte, ainda que com dignidade. Sim, os camarões: nas duas unidades do restaurante eles se equivalem. Mas na Av. Nazaré eles custam R$ 150, com pagamento apenas em dinheiro.

Segundo a casa, a ideia é manter a matriz aberta por ora só durante o almoço, enquanto o La Paillote da Melo Alves se consolida. Ou ao menos enquanto existir gente teimosa que mantenha o gosto de perambular por São Paulo. Mas a tendência aponta mesmo para um único endereço.

 

La PailloteR. Dr. Melo Alves, 769, J. Paulista, 5063-3737. 12h/15h e 19h/23h30 (sáb., 12h/16h; fecha 2ª). Cc.: M

Av. Nazaré, 1.946, Ipiranga, 5061-5182. 12h/15h (fecha 2ª e dom.) Cc.: não aceita

 

 

 

Confesso que, nesta semana, esgotei minha cota de camarões à provençal. Foram praticamente dois almoços seguidos provando o mesmo prato, preparado pela mesma grife: o restaurante La Paillote.

É verdade que a motivação inicial deste texto era conhecer a unidade recém-aberta na Rua Doutor Melo Alves, no Jardim Paulista. Mas eu não via muito sentido em visitar a nova casa sem ter a medida exata de como andava a matriz, no Ipiranga, fundada em 1953 - e compará-las muito proximamente, sem ser traído pela memória. Afinal, a primeira declara ser o espelho da segunda. Só que instalada dentro de um perímetro gastronômico, digamos, mais badalado.

A cópia, no bom sentido, é mesmo fiel. O ambiente não foge ao estilo quase despojado. Os funcionários vieram majoritariamente do endereço original. A cozinha, por sua vez, é tal e qual a da casa-mãe. E uma passada de olhos pelo salão comprova que ninguém deixa de pedir os referidos crustáceos. Assim como a marjolaine (a torta gelada com creme de chocolate e amêndoas, R$ 18) é a soberana da sobremesa.

Os camarões à provençal, com sua alta dosagem de manteiga, alho e salsinha, ainda são bons? Tecnicamente, eu acho discutível o ponto de cocção do ingrediente principal, que passa do ideal. Assim como questiono a concepção exageradamente untuosa da receita - será que ela não superestima o papel da gordura como veículo do sabor? Por outro lado, tendo a guardá-la num escaninho especial, dedicado a uma cozinha antiga que pode e deve conviver com aquilo que é novo. No balanço final, eu diria então que o prato agrada, mas o preço dói: a porção individual, ainda que bem servida e compartilhável, em média com seis camarões, custa R$ 180.

A família Valluis, na quarta geração a comandar o La Paillote, explica que inaugurou a filial para ficar mais perto de seus clientes, que se concentrariam na região dos Jardins. De fato, uma observação mais cuidadosa dá a entender que se trata do mesmo público que costumava ir à Av. Nazaré (reconheço que o método não é científico; porém, depois de uns tantos anos de mesa, a gente aprende a treinar o olhar). Mas será que o desafio do restaurante não seria justamente conquistar uma nova audiência, independentemente da região?

O Ipiranga pode até estar fora do eixo mais concorrido. Mas o bairro sofre com a falsa de percepção de que "é longe". A nova filial está a sete quilômetros da Sé. O La Paillote original, a oito, com o metrô perto (Estação Alto do Ipiranga). As instalações, claro, denotam a idade. E no salão, atendido por um único profissional, com poucas mesas ocupadas, há um certo clima de desmonte, ainda que com dignidade. Sim, os camarões: nas duas unidades do restaurante eles se equivalem. Mas na Av. Nazaré eles custam R$ 150, com pagamento apenas em dinheiro.

Segundo a casa, a ideia é manter a matriz aberta por ora só durante o almoço, enquanto o La Paillote da Melo Alves se consolida. Ou ao menos enquanto existir gente teimosa que mantenha o gosto de perambular por São Paulo. Mas a tendência aponta mesmo para um único endereço.

 

La PailloteR. Dr. Melo Alves, 769, J. Paulista, 5063-3737. 12h/15h e 19h/23h30 (sáb., 12h/16h; fecha 2ª). Cc.: M

Av. Nazaré, 1.946, Ipiranga, 5061-5182. 12h/15h (fecha 2ª e dom.) Cc.: não aceita

 

 

 

Confesso que, nesta semana, esgotei minha cota de camarões à provençal. Foram praticamente dois almoços seguidos provando o mesmo prato, preparado pela mesma grife: o restaurante La Paillote.

É verdade que a motivação inicial deste texto era conhecer a unidade recém-aberta na Rua Doutor Melo Alves, no Jardim Paulista. Mas eu não via muito sentido em visitar a nova casa sem ter a medida exata de como andava a matriz, no Ipiranga, fundada em 1953 - e compará-las muito proximamente, sem ser traído pela memória. Afinal, a primeira declara ser o espelho da segunda. Só que instalada dentro de um perímetro gastronômico, digamos, mais badalado.

A cópia, no bom sentido, é mesmo fiel. O ambiente não foge ao estilo quase despojado. Os funcionários vieram majoritariamente do endereço original. A cozinha, por sua vez, é tal e qual a da casa-mãe. E uma passada de olhos pelo salão comprova que ninguém deixa de pedir os referidos crustáceos. Assim como a marjolaine (a torta gelada com creme de chocolate e amêndoas, R$ 18) é a soberana da sobremesa.

Os camarões à provençal, com sua alta dosagem de manteiga, alho e salsinha, ainda são bons? Tecnicamente, eu acho discutível o ponto de cocção do ingrediente principal, que passa do ideal. Assim como questiono a concepção exageradamente untuosa da receita - será que ela não superestima o papel da gordura como veículo do sabor? Por outro lado, tendo a guardá-la num escaninho especial, dedicado a uma cozinha antiga que pode e deve conviver com aquilo que é novo. No balanço final, eu diria então que o prato agrada, mas o preço dói: a porção individual, ainda que bem servida e compartilhável, em média com seis camarões, custa R$ 180.

A família Valluis, na quarta geração a comandar o La Paillote, explica que inaugurou a filial para ficar mais perto de seus clientes, que se concentrariam na região dos Jardins. De fato, uma observação mais cuidadosa dá a entender que se trata do mesmo público que costumava ir à Av. Nazaré (reconheço que o método não é científico; porém, depois de uns tantos anos de mesa, a gente aprende a treinar o olhar). Mas será que o desafio do restaurante não seria justamente conquistar uma nova audiência, independentemente da região?

O Ipiranga pode até estar fora do eixo mais concorrido. Mas o bairro sofre com a falsa de percepção de que "é longe". A nova filial está a sete quilômetros da Sé. O La Paillote original, a oito, com o metrô perto (Estação Alto do Ipiranga). As instalações, claro, denotam a idade. E no salão, atendido por um único profissional, com poucas mesas ocupadas, há um certo clima de desmonte, ainda que com dignidade. Sim, os camarões: nas duas unidades do restaurante eles se equivalem. Mas na Av. Nazaré eles custam R$ 150, com pagamento apenas em dinheiro.

Segundo a casa, a ideia é manter a matriz aberta por ora só durante o almoço, enquanto o La Paillote da Melo Alves se consolida. Ou ao menos enquanto existir gente teimosa que mantenha o gosto de perambular por São Paulo. Mas a tendência aponta mesmo para um único endereço.

 

La PailloteR. Dr. Melo Alves, 769, J. Paulista, 5063-3737. 12h/15h e 19h/23h30 (sáb., 12h/16h; fecha 2ª). Cc.: M

Av. Nazaré, 1.946, Ipiranga, 5061-5182. 12h/15h (fecha 2ª e dom.) Cc.: não aceita

 

 

 

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É verdade que a motivação inicial deste texto era conhecer a unidade recém-aberta na Rua Doutor Melo Alves, no Jardim Paulista. Mas eu não via muito sentido em visitar a nova casa sem ter a medida exata de como andava a matriz, no Ipiranga, fundada em 1953 - e compará-las muito proximamente, sem ser traído pela memória. Afinal, a primeira declara ser o espelho da segunda. Só que instalada dentro de um perímetro gastronômico, digamos, mais badalado.

A cópia, no bom sentido, é mesmo fiel. O ambiente não foge ao estilo quase despojado. Os funcionários vieram majoritariamente do endereço original. A cozinha, por sua vez, é tal e qual a da casa-mãe. E uma passada de olhos pelo salão comprova que ninguém deixa de pedir os referidos crustáceos. Assim como a marjolaine (a torta gelada com creme de chocolate e amêndoas, R$ 18) é a soberana da sobremesa.

Os camarões à provençal, com sua alta dosagem de manteiga, alho e salsinha, ainda são bons? Tecnicamente, eu acho discutível o ponto de cocção do ingrediente principal, que passa do ideal. Assim como questiono a concepção exageradamente untuosa da receita - será que ela não superestima o papel da gordura como veículo do sabor? Por outro lado, tendo a guardá-la num escaninho especial, dedicado a uma cozinha antiga que pode e deve conviver com aquilo que é novo. No balanço final, eu diria então que o prato agrada, mas o preço dói: a porção individual, ainda que bem servida e compartilhável, em média com seis camarões, custa R$ 180.

A família Valluis, na quarta geração a comandar o La Paillote, explica que inaugurou a filial para ficar mais perto de seus clientes, que se concentrariam na região dos Jardins. De fato, uma observação mais cuidadosa dá a entender que se trata do mesmo público que costumava ir à Av. Nazaré (reconheço que o método não é científico; porém, depois de uns tantos anos de mesa, a gente aprende a treinar o olhar). Mas será que o desafio do restaurante não seria justamente conquistar uma nova audiência, independentemente da região?

O Ipiranga pode até estar fora do eixo mais concorrido. Mas o bairro sofre com a falsa de percepção de que "é longe". A nova filial está a sete quilômetros da Sé. O La Paillote original, a oito, com o metrô perto (Estação Alto do Ipiranga). As instalações, claro, denotam a idade. E no salão, atendido por um único profissional, com poucas mesas ocupadas, há um certo clima de desmonte, ainda que com dignidade. Sim, os camarões: nas duas unidades do restaurante eles se equivalem. Mas na Av. Nazaré eles custam R$ 150, com pagamento apenas em dinheiro.

Segundo a casa, a ideia é manter a matriz aberta por ora só durante o almoço, enquanto o La Paillote da Melo Alves se consolida. Ou ao menos enquanto existir gente teimosa que mantenha o gosto de perambular por São Paulo. Mas a tendência aponta mesmo para um único endereço.

 

La PailloteR. Dr. Melo Alves, 769, J. Paulista, 5063-3737. 12h/15h e 19h/23h30 (sáb., 12h/16h; fecha 2ª). Cc.: M

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