Café nacional repaginado


Nova geração ocupa espaços no mundo do café e aposta em técnica, design e presença feminina. Elas tomam a dianteira e ganham os dois prêmios mais importantes do ano na Semana Internacional do Café

Por Matheus Pradp
Atualização:

Especial para o Estado

A cara do café brasileiro está ficando cada vez mais heterogênea. O reencontro do jovem com a bebida, que aconteceu inicialmente em cafeterias descoladas dos grandes centros, vai tomando todo o ciclo produtivo do grão. São mulheres que vêm assumindo as empresas de suas famílias. Marcas que apostam no design de seus produtos para se aproximar dos clientes. Até empresas de pequeno porte que se especializam em processos essenciais ao consumo de café, principalmente a torra. Tudo isso com uma boa dose de estilo.

Andando pela feira da Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte na última semana, é possível notar claramente essa tendência. O ato de tomar café no Brasil recebeu uma ressignificação nos últimos anos. A bebida coada e com grandes doses de açúcar vem cedendo espaço a sabores mais complexos. Com isso, estamos começando a deixar de exportar nossos melhores grãos para aproveitá-los por aqui. Maria Carolina Freire é da nona geração de uma família que vive do café há mais de 100 anos no Sul de Minas Gerais. Apesar da cafeicultura estar sempre presente em sua casa, ela foi a primeira mulher a assumir a empresa e a buscar algo novo. 

continua após a publicidade
Maria Carolina vende seus produtos durante a feira Foto: Matheus Prado|Estadão

Com os melhores grãos de sua plantação, ela criou a marca de cafés especiais Café da Condessa. “Quando comecei, meu pai ficava dando risada, falando que daria errado”, desabafa. Carolina seguiu seu caminho. Hoje, além trabalhar na sua empresa, faz parte de uma série de iniciativas que fortalecem o papel das mulheres em áreas que os homens dominaram durante anos. Ela também apostou muito no design de sua marca. Criou cinco embalagens especiais para os seus produtos, “os cinco vestidos da condessa”. 

Outra operação que aposta no design para fortalecer sua marca é a Vimi Café Gourmet. Os irmãos Lidiane e Jefferson Moura comandam a micro torrefação em Três Pontas, Minas Gerais. Ele explica que contrataram uma empresa para ajudar na parte gráfica de seus produtos. E que ao discutirem juntos a mensagem que queriam passar, criaram a linha sentimentos. Cada embalagem possui uma frase como: quero carinho; quero aconchego; quero beijoca. Para o barista, “café pode ser muito mais do que sabor”. A força das embalagens rendeu à Vimi e à Condessa um espaço na exposição Expresso Design, presente na feira. 

continua após a publicidade
Linha Sentimentos da Vimi Café Gourmet Foto: Matheus Prado|Estadão

Diretor de planejamento da Café Editora e organizador da feira, Caio Fontes opina que o espaço promove o encontro de dois mundos. O do velho produtor, “que nunca teve a oportunidade de sair da roça”, e o dessa nova geração que “viu a tendência e está buscando originar mais café de qualidade no Brasil.” O mestre de torra João Freitas, faz parte dessa intercessão. Originalmente de Franca, interior de São Paulo, ele cresceu vendo seu pai trabalhar na cultura cafeeira. A região da Alta Mogiana, apesar de fortíssima na produção, não possui uma estrutura à volta disso. “Queria aprender sobre o lado especial da cultura”, explica. 

Agora vivendo em Brasília, João se juntou à barista Bebel Hamu e fundou o café/torrefação AHA! Café. Ele conta que o grande diferencial é apostar na inovação. “Essa foi a geração que quis fazer diferente e buscou isso”, diz. Gabriela Mendonça também é filha de produtora. Juntamente com seu marido Felipe Brazza, ela decidiu trabalhar os grãos produzidos por sua mãe em Nepomuceno, Sul de Minas, e fundar o Café das Amoras. Eles procuraram cursos de torra e Q-Grader para poder entender completamente o processo.

continua após a publicidade

Os dois acreditavam tanto na ideia, que começaram a torrar os grãos em casa, dentro de um apartamento em Belo Horizonte. “Até que fomos expulsos do condomínio”, conta Gabriela. O casal seguiu investindo em técnica e se estabeleceu na capital mineira. Em parceria com Gustavo Simoni, da cervejaria Koala San Brew, criaram a Bad Motorfinger, cerveja escura preparada com café espresso. O mestre cervejeiro aponta que a produção está evoluindo porque “o público já vê o café de outra forma, por isso demanda novas experiências.”

Linha de cafés e cerveja da marca Café das Amoras Foto: Matheus Prado|Estadão

A Semana Internacional do Café reuniu milhares de participantes de várias áreas entre os dias 25 e 27 de outubro, em Belo Horizonte. O prêmio de café do ano, na categoria arábica, ficou com Sandra Lelis da Silva, do Sítio Caminho da Serra, em Araponga. Entre os conilon, venceu Osvaldina Alves Dutra, de Manhuaçu. Já na Copa Barista, o primeiro lugar ficou com Hugo Silva, da IL Barista, de São Paulo. Em 2018, a feira deve receber dois campeonatos mundiais da área: O de Latte Art (desenho de padrões no café espresso) e o de Coffee and Good Spirit (café com bebidas alcoólicas).

Especial para o Estado

A cara do café brasileiro está ficando cada vez mais heterogênea. O reencontro do jovem com a bebida, que aconteceu inicialmente em cafeterias descoladas dos grandes centros, vai tomando todo o ciclo produtivo do grão. São mulheres que vêm assumindo as empresas de suas famílias. Marcas que apostam no design de seus produtos para se aproximar dos clientes. Até empresas de pequeno porte que se especializam em processos essenciais ao consumo de café, principalmente a torra. Tudo isso com uma boa dose de estilo.

Andando pela feira da Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte na última semana, é possível notar claramente essa tendência. O ato de tomar café no Brasil recebeu uma ressignificação nos últimos anos. A bebida coada e com grandes doses de açúcar vem cedendo espaço a sabores mais complexos. Com isso, estamos começando a deixar de exportar nossos melhores grãos para aproveitá-los por aqui. Maria Carolina Freire é da nona geração de uma família que vive do café há mais de 100 anos no Sul de Minas Gerais. Apesar da cafeicultura estar sempre presente em sua casa, ela foi a primeira mulher a assumir a empresa e a buscar algo novo. 

Maria Carolina vende seus produtos durante a feira Foto: Matheus Prado|Estadão

Com os melhores grãos de sua plantação, ela criou a marca de cafés especiais Café da Condessa. “Quando comecei, meu pai ficava dando risada, falando que daria errado”, desabafa. Carolina seguiu seu caminho. Hoje, além trabalhar na sua empresa, faz parte de uma série de iniciativas que fortalecem o papel das mulheres em áreas que os homens dominaram durante anos. Ela também apostou muito no design de sua marca. Criou cinco embalagens especiais para os seus produtos, “os cinco vestidos da condessa”. 

Outra operação que aposta no design para fortalecer sua marca é a Vimi Café Gourmet. Os irmãos Lidiane e Jefferson Moura comandam a micro torrefação em Três Pontas, Minas Gerais. Ele explica que contrataram uma empresa para ajudar na parte gráfica de seus produtos. E que ao discutirem juntos a mensagem que queriam passar, criaram a linha sentimentos. Cada embalagem possui uma frase como: quero carinho; quero aconchego; quero beijoca. Para o barista, “café pode ser muito mais do que sabor”. A força das embalagens rendeu à Vimi e à Condessa um espaço na exposição Expresso Design, presente na feira. 

Linha Sentimentos da Vimi Café Gourmet Foto: Matheus Prado|Estadão

Diretor de planejamento da Café Editora e organizador da feira, Caio Fontes opina que o espaço promove o encontro de dois mundos. O do velho produtor, “que nunca teve a oportunidade de sair da roça”, e o dessa nova geração que “viu a tendência e está buscando originar mais café de qualidade no Brasil.” O mestre de torra João Freitas, faz parte dessa intercessão. Originalmente de Franca, interior de São Paulo, ele cresceu vendo seu pai trabalhar na cultura cafeeira. A região da Alta Mogiana, apesar de fortíssima na produção, não possui uma estrutura à volta disso. “Queria aprender sobre o lado especial da cultura”, explica. 

Agora vivendo em Brasília, João se juntou à barista Bebel Hamu e fundou o café/torrefação AHA! Café. Ele conta que o grande diferencial é apostar na inovação. “Essa foi a geração que quis fazer diferente e buscou isso”, diz. Gabriela Mendonça também é filha de produtora. Juntamente com seu marido Felipe Brazza, ela decidiu trabalhar os grãos produzidos por sua mãe em Nepomuceno, Sul de Minas, e fundar o Café das Amoras. Eles procuraram cursos de torra e Q-Grader para poder entender completamente o processo.

Os dois acreditavam tanto na ideia, que começaram a torrar os grãos em casa, dentro de um apartamento em Belo Horizonte. “Até que fomos expulsos do condomínio”, conta Gabriela. O casal seguiu investindo em técnica e se estabeleceu na capital mineira. Em parceria com Gustavo Simoni, da cervejaria Koala San Brew, criaram a Bad Motorfinger, cerveja escura preparada com café espresso. O mestre cervejeiro aponta que a produção está evoluindo porque “o público já vê o café de outra forma, por isso demanda novas experiências.”

Linha de cafés e cerveja da marca Café das Amoras Foto: Matheus Prado|Estadão

A Semana Internacional do Café reuniu milhares de participantes de várias áreas entre os dias 25 e 27 de outubro, em Belo Horizonte. O prêmio de café do ano, na categoria arábica, ficou com Sandra Lelis da Silva, do Sítio Caminho da Serra, em Araponga. Entre os conilon, venceu Osvaldina Alves Dutra, de Manhuaçu. Já na Copa Barista, o primeiro lugar ficou com Hugo Silva, da IL Barista, de São Paulo. Em 2018, a feira deve receber dois campeonatos mundiais da área: O de Latte Art (desenho de padrões no café espresso) e o de Coffee and Good Spirit (café com bebidas alcoólicas).

Especial para o Estado

A cara do café brasileiro está ficando cada vez mais heterogênea. O reencontro do jovem com a bebida, que aconteceu inicialmente em cafeterias descoladas dos grandes centros, vai tomando todo o ciclo produtivo do grão. São mulheres que vêm assumindo as empresas de suas famílias. Marcas que apostam no design de seus produtos para se aproximar dos clientes. Até empresas de pequeno porte que se especializam em processos essenciais ao consumo de café, principalmente a torra. Tudo isso com uma boa dose de estilo.

Andando pela feira da Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte na última semana, é possível notar claramente essa tendência. O ato de tomar café no Brasil recebeu uma ressignificação nos últimos anos. A bebida coada e com grandes doses de açúcar vem cedendo espaço a sabores mais complexos. Com isso, estamos começando a deixar de exportar nossos melhores grãos para aproveitá-los por aqui. Maria Carolina Freire é da nona geração de uma família que vive do café há mais de 100 anos no Sul de Minas Gerais. Apesar da cafeicultura estar sempre presente em sua casa, ela foi a primeira mulher a assumir a empresa e a buscar algo novo. 

Maria Carolina vende seus produtos durante a feira Foto: Matheus Prado|Estadão

Com os melhores grãos de sua plantação, ela criou a marca de cafés especiais Café da Condessa. “Quando comecei, meu pai ficava dando risada, falando que daria errado”, desabafa. Carolina seguiu seu caminho. Hoje, além trabalhar na sua empresa, faz parte de uma série de iniciativas que fortalecem o papel das mulheres em áreas que os homens dominaram durante anos. Ela também apostou muito no design de sua marca. Criou cinco embalagens especiais para os seus produtos, “os cinco vestidos da condessa”. 

Outra operação que aposta no design para fortalecer sua marca é a Vimi Café Gourmet. Os irmãos Lidiane e Jefferson Moura comandam a micro torrefação em Três Pontas, Minas Gerais. Ele explica que contrataram uma empresa para ajudar na parte gráfica de seus produtos. E que ao discutirem juntos a mensagem que queriam passar, criaram a linha sentimentos. Cada embalagem possui uma frase como: quero carinho; quero aconchego; quero beijoca. Para o barista, “café pode ser muito mais do que sabor”. A força das embalagens rendeu à Vimi e à Condessa um espaço na exposição Expresso Design, presente na feira. 

Linha Sentimentos da Vimi Café Gourmet Foto: Matheus Prado|Estadão

Diretor de planejamento da Café Editora e organizador da feira, Caio Fontes opina que o espaço promove o encontro de dois mundos. O do velho produtor, “que nunca teve a oportunidade de sair da roça”, e o dessa nova geração que “viu a tendência e está buscando originar mais café de qualidade no Brasil.” O mestre de torra João Freitas, faz parte dessa intercessão. Originalmente de Franca, interior de São Paulo, ele cresceu vendo seu pai trabalhar na cultura cafeeira. A região da Alta Mogiana, apesar de fortíssima na produção, não possui uma estrutura à volta disso. “Queria aprender sobre o lado especial da cultura”, explica. 

Agora vivendo em Brasília, João se juntou à barista Bebel Hamu e fundou o café/torrefação AHA! Café. Ele conta que o grande diferencial é apostar na inovação. “Essa foi a geração que quis fazer diferente e buscou isso”, diz. Gabriela Mendonça também é filha de produtora. Juntamente com seu marido Felipe Brazza, ela decidiu trabalhar os grãos produzidos por sua mãe em Nepomuceno, Sul de Minas, e fundar o Café das Amoras. Eles procuraram cursos de torra e Q-Grader para poder entender completamente o processo.

Os dois acreditavam tanto na ideia, que começaram a torrar os grãos em casa, dentro de um apartamento em Belo Horizonte. “Até que fomos expulsos do condomínio”, conta Gabriela. O casal seguiu investindo em técnica e se estabeleceu na capital mineira. Em parceria com Gustavo Simoni, da cervejaria Koala San Brew, criaram a Bad Motorfinger, cerveja escura preparada com café espresso. O mestre cervejeiro aponta que a produção está evoluindo porque “o público já vê o café de outra forma, por isso demanda novas experiências.”

Linha de cafés e cerveja da marca Café das Amoras Foto: Matheus Prado|Estadão

A Semana Internacional do Café reuniu milhares de participantes de várias áreas entre os dias 25 e 27 de outubro, em Belo Horizonte. O prêmio de café do ano, na categoria arábica, ficou com Sandra Lelis da Silva, do Sítio Caminho da Serra, em Araponga. Entre os conilon, venceu Osvaldina Alves Dutra, de Manhuaçu. Já na Copa Barista, o primeiro lugar ficou com Hugo Silva, da IL Barista, de São Paulo. Em 2018, a feira deve receber dois campeonatos mundiais da área: O de Latte Art (desenho de padrões no café espresso) e o de Coffee and Good Spirit (café com bebidas alcoólicas).

Especial para o Estado

A cara do café brasileiro está ficando cada vez mais heterogênea. O reencontro do jovem com a bebida, que aconteceu inicialmente em cafeterias descoladas dos grandes centros, vai tomando todo o ciclo produtivo do grão. São mulheres que vêm assumindo as empresas de suas famílias. Marcas que apostam no design de seus produtos para se aproximar dos clientes. Até empresas de pequeno porte que se especializam em processos essenciais ao consumo de café, principalmente a torra. Tudo isso com uma boa dose de estilo.

Andando pela feira da Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte na última semana, é possível notar claramente essa tendência. O ato de tomar café no Brasil recebeu uma ressignificação nos últimos anos. A bebida coada e com grandes doses de açúcar vem cedendo espaço a sabores mais complexos. Com isso, estamos começando a deixar de exportar nossos melhores grãos para aproveitá-los por aqui. Maria Carolina Freire é da nona geração de uma família que vive do café há mais de 100 anos no Sul de Minas Gerais. Apesar da cafeicultura estar sempre presente em sua casa, ela foi a primeira mulher a assumir a empresa e a buscar algo novo. 

Maria Carolina vende seus produtos durante a feira Foto: Matheus Prado|Estadão

Com os melhores grãos de sua plantação, ela criou a marca de cafés especiais Café da Condessa. “Quando comecei, meu pai ficava dando risada, falando que daria errado”, desabafa. Carolina seguiu seu caminho. Hoje, além trabalhar na sua empresa, faz parte de uma série de iniciativas que fortalecem o papel das mulheres em áreas que os homens dominaram durante anos. Ela também apostou muito no design de sua marca. Criou cinco embalagens especiais para os seus produtos, “os cinco vestidos da condessa”. 

Outra operação que aposta no design para fortalecer sua marca é a Vimi Café Gourmet. Os irmãos Lidiane e Jefferson Moura comandam a micro torrefação em Três Pontas, Minas Gerais. Ele explica que contrataram uma empresa para ajudar na parte gráfica de seus produtos. E que ao discutirem juntos a mensagem que queriam passar, criaram a linha sentimentos. Cada embalagem possui uma frase como: quero carinho; quero aconchego; quero beijoca. Para o barista, “café pode ser muito mais do que sabor”. A força das embalagens rendeu à Vimi e à Condessa um espaço na exposição Expresso Design, presente na feira. 

Linha Sentimentos da Vimi Café Gourmet Foto: Matheus Prado|Estadão

Diretor de planejamento da Café Editora e organizador da feira, Caio Fontes opina que o espaço promove o encontro de dois mundos. O do velho produtor, “que nunca teve a oportunidade de sair da roça”, e o dessa nova geração que “viu a tendência e está buscando originar mais café de qualidade no Brasil.” O mestre de torra João Freitas, faz parte dessa intercessão. Originalmente de Franca, interior de São Paulo, ele cresceu vendo seu pai trabalhar na cultura cafeeira. A região da Alta Mogiana, apesar de fortíssima na produção, não possui uma estrutura à volta disso. “Queria aprender sobre o lado especial da cultura”, explica. 

Agora vivendo em Brasília, João se juntou à barista Bebel Hamu e fundou o café/torrefação AHA! Café. Ele conta que o grande diferencial é apostar na inovação. “Essa foi a geração que quis fazer diferente e buscou isso”, diz. Gabriela Mendonça também é filha de produtora. Juntamente com seu marido Felipe Brazza, ela decidiu trabalhar os grãos produzidos por sua mãe em Nepomuceno, Sul de Minas, e fundar o Café das Amoras. Eles procuraram cursos de torra e Q-Grader para poder entender completamente o processo.

Os dois acreditavam tanto na ideia, que começaram a torrar os grãos em casa, dentro de um apartamento em Belo Horizonte. “Até que fomos expulsos do condomínio”, conta Gabriela. O casal seguiu investindo em técnica e se estabeleceu na capital mineira. Em parceria com Gustavo Simoni, da cervejaria Koala San Brew, criaram a Bad Motorfinger, cerveja escura preparada com café espresso. O mestre cervejeiro aponta que a produção está evoluindo porque “o público já vê o café de outra forma, por isso demanda novas experiências.”

Linha de cafés e cerveja da marca Café das Amoras Foto: Matheus Prado|Estadão

A Semana Internacional do Café reuniu milhares de participantes de várias áreas entre os dias 25 e 27 de outubro, em Belo Horizonte. O prêmio de café do ano, na categoria arábica, ficou com Sandra Lelis da Silva, do Sítio Caminho da Serra, em Araponga. Entre os conilon, venceu Osvaldina Alves Dutra, de Manhuaçu. Já na Copa Barista, o primeiro lugar ficou com Hugo Silva, da IL Barista, de São Paulo. Em 2018, a feira deve receber dois campeonatos mundiais da área: O de Latte Art (desenho de padrões no café espresso) e o de Coffee and Good Spirit (café com bebidas alcoólicas).

Especial para o Estado

A cara do café brasileiro está ficando cada vez mais heterogênea. O reencontro do jovem com a bebida, que aconteceu inicialmente em cafeterias descoladas dos grandes centros, vai tomando todo o ciclo produtivo do grão. São mulheres que vêm assumindo as empresas de suas famílias. Marcas que apostam no design de seus produtos para se aproximar dos clientes. Até empresas de pequeno porte que se especializam em processos essenciais ao consumo de café, principalmente a torra. Tudo isso com uma boa dose de estilo.

Andando pela feira da Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte na última semana, é possível notar claramente essa tendência. O ato de tomar café no Brasil recebeu uma ressignificação nos últimos anos. A bebida coada e com grandes doses de açúcar vem cedendo espaço a sabores mais complexos. Com isso, estamos começando a deixar de exportar nossos melhores grãos para aproveitá-los por aqui. Maria Carolina Freire é da nona geração de uma família que vive do café há mais de 100 anos no Sul de Minas Gerais. Apesar da cafeicultura estar sempre presente em sua casa, ela foi a primeira mulher a assumir a empresa e a buscar algo novo. 

Maria Carolina vende seus produtos durante a feira Foto: Matheus Prado|Estadão

Com os melhores grãos de sua plantação, ela criou a marca de cafés especiais Café da Condessa. “Quando comecei, meu pai ficava dando risada, falando que daria errado”, desabafa. Carolina seguiu seu caminho. Hoje, além trabalhar na sua empresa, faz parte de uma série de iniciativas que fortalecem o papel das mulheres em áreas que os homens dominaram durante anos. Ela também apostou muito no design de sua marca. Criou cinco embalagens especiais para os seus produtos, “os cinco vestidos da condessa”. 

Outra operação que aposta no design para fortalecer sua marca é a Vimi Café Gourmet. Os irmãos Lidiane e Jefferson Moura comandam a micro torrefação em Três Pontas, Minas Gerais. Ele explica que contrataram uma empresa para ajudar na parte gráfica de seus produtos. E que ao discutirem juntos a mensagem que queriam passar, criaram a linha sentimentos. Cada embalagem possui uma frase como: quero carinho; quero aconchego; quero beijoca. Para o barista, “café pode ser muito mais do que sabor”. A força das embalagens rendeu à Vimi e à Condessa um espaço na exposição Expresso Design, presente na feira. 

Linha Sentimentos da Vimi Café Gourmet Foto: Matheus Prado|Estadão

Diretor de planejamento da Café Editora e organizador da feira, Caio Fontes opina que o espaço promove o encontro de dois mundos. O do velho produtor, “que nunca teve a oportunidade de sair da roça”, e o dessa nova geração que “viu a tendência e está buscando originar mais café de qualidade no Brasil.” O mestre de torra João Freitas, faz parte dessa intercessão. Originalmente de Franca, interior de São Paulo, ele cresceu vendo seu pai trabalhar na cultura cafeeira. A região da Alta Mogiana, apesar de fortíssima na produção, não possui uma estrutura à volta disso. “Queria aprender sobre o lado especial da cultura”, explica. 

Agora vivendo em Brasília, João se juntou à barista Bebel Hamu e fundou o café/torrefação AHA! Café. Ele conta que o grande diferencial é apostar na inovação. “Essa foi a geração que quis fazer diferente e buscou isso”, diz. Gabriela Mendonça também é filha de produtora. Juntamente com seu marido Felipe Brazza, ela decidiu trabalhar os grãos produzidos por sua mãe em Nepomuceno, Sul de Minas, e fundar o Café das Amoras. Eles procuraram cursos de torra e Q-Grader para poder entender completamente o processo.

Os dois acreditavam tanto na ideia, que começaram a torrar os grãos em casa, dentro de um apartamento em Belo Horizonte. “Até que fomos expulsos do condomínio”, conta Gabriela. O casal seguiu investindo em técnica e se estabeleceu na capital mineira. Em parceria com Gustavo Simoni, da cervejaria Koala San Brew, criaram a Bad Motorfinger, cerveja escura preparada com café espresso. O mestre cervejeiro aponta que a produção está evoluindo porque “o público já vê o café de outra forma, por isso demanda novas experiências.”

Linha de cafés e cerveja da marca Café das Amoras Foto: Matheus Prado|Estadão

A Semana Internacional do Café reuniu milhares de participantes de várias áreas entre os dias 25 e 27 de outubro, em Belo Horizonte. O prêmio de café do ano, na categoria arábica, ficou com Sandra Lelis da Silva, do Sítio Caminho da Serra, em Araponga. Entre os conilon, venceu Osvaldina Alves Dutra, de Manhuaçu. Já na Copa Barista, o primeiro lugar ficou com Hugo Silva, da IL Barista, de São Paulo. Em 2018, a feira deve receber dois campeonatos mundiais da área: O de Latte Art (desenho de padrões no café espresso) e o de Coffee and Good Spirit (café com bebidas alcoólicas).

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.