Como saber se a cachaça é boa? Especialistas dão dicas essenciais


Cor, graduação alcóolica, registro de produtor: são vários os pontos que precisam ser observados na hora de comprar a bebida

Por Matheus Mans
Atualização:

Quem vai ao mercado comprar uma garrafa de cachaça, vai encontrar uma boa variedade na prateleira. No entanto, conforme já mostramos no teste de cachaças de Paladar, nem todas são boas: algumas quase não têm notas aromáticas, outras exageram na doçura e uma ou outra acaba exagerando na presença do álcool. Assim, além de seguir nosso teste feito com especialistas da bebida, como saber de cara se uma cachaça é realmente boa?

Não é exatamente fácil fazer essa identificação apenas pelo rótulo. Além da legislação ser falha, abrindo brechas para informações técnicas pouco precisas, o produtor pode colocar o que quiser no rótulo e poucos produtos chegam com as informações totalmente adequadas.

O segredo, assim, é seguir alguns passos. Primeiramente, observar a graduação alcóolica. “Para ser uma cachaça de verdade, ela precisa ter entre 38% e 48% de volume alcoólico. Isso precisa estar no rótulo”, contextualiza Maurício Maia, chef e sommelier de cachaças. A cor do produto, caso a garrafa permita essa observação, precisa ser cristalina. “Não pode ser turva, com resíduo no fundo da garrafa, sem sujidade”, continua o cachacier.

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Maurício Maia no teste das cachaças de Paladar  Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

Também é importante procurar o nome do produtor, que é obrigatório no rótulo da cachaça. “Verificar se é uma cachaça legal, que não é clandestina, que não é de fundo de quintal. Precisa ter número de registro no mapa. Tendo esse número, está legalizado. Isso garante que esse produto não vai te matar”, diz Maia. “Um destilado pode ter várias substâncias nocivas. Se não tem esse registro, o produtor não precisa seguir nenhuma legislação”.

Por fim, um conselho importante: não seja influenciado pelo estilo da garrafa. Ela pode até ter diamantes, mas isso não garante que o líquido dentro dela seja de qualidade.

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“Veja a procedência, pesquise um pouco, veja se é uma destilaria com alguma história”, comenta o bartender Ale D’Agostino. “Também tem alguns aspectos no nariz, mas isso é mais complicado se a pessoa não tem muita experiência. São mais fortes, incomodam e perdemos essa capacidade. Mas se tiver mais capacidade, dá pra ver que alguns são mais agressivos, dá pra sentir um pouco do cheiro de enxofre. Aí é de mais baixa qualidade”.

Quais os melhores tipos de cachaça?

Vale lembrar também que a pessoa que vai comprar a cachaça precisa saber o que está comprando -- e, é claro, decidir também qual o tipo de bebida mais adequado para você.

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“Temos as cachaças brancas, que não passam por envelhecimento em barril ou passam por um espaço muito curto em barris de madeira. Já as amarelas passaram por barris de madeira e ganharam essa tonalidade amarelada”, explica Maia sobre as diferentes bebidas.

E, com isso, também diversificam as possibilidades de drinques. “O tipo de drinque vai de acordo com o tipo de cachaça”, diz Ale. “Uma caipirinha é melhor uma cachaça sem envelhecimento pra não influenciar tanto no sabor. Mas se você quiser um rabo de galo, prefiro uma envelhecida com toque de madeira. São várias as possibilidades de coquetéis. Dá pra fazer negroni com cachaça envelhecida, que traz a madeira e deixa o sabor do álcool mais suave. O mais importante é ver a qualidade da cachaça. Vale provar e testar”.

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Quem vai ao mercado comprar uma garrafa de cachaça, vai encontrar uma boa variedade na prateleira. No entanto, conforme já mostramos no teste de cachaças de Paladar, nem todas são boas: algumas quase não têm notas aromáticas, outras exageram na doçura e uma ou outra acaba exagerando na presença do álcool. Assim, além de seguir nosso teste feito com especialistas da bebida, como saber de cara se uma cachaça é realmente boa?

Não é exatamente fácil fazer essa identificação apenas pelo rótulo. Além da legislação ser falha, abrindo brechas para informações técnicas pouco precisas, o produtor pode colocar o que quiser no rótulo e poucos produtos chegam com as informações totalmente adequadas.

O segredo, assim, é seguir alguns passos. Primeiramente, observar a graduação alcóolica. “Para ser uma cachaça de verdade, ela precisa ter entre 38% e 48% de volume alcoólico. Isso precisa estar no rótulo”, contextualiza Maurício Maia, chef e sommelier de cachaças. A cor do produto, caso a garrafa permita essa observação, precisa ser cristalina. “Não pode ser turva, com resíduo no fundo da garrafa, sem sujidade”, continua o cachacier.

Maurício Maia no teste das cachaças de Paladar  Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

Também é importante procurar o nome do produtor, que é obrigatório no rótulo da cachaça. “Verificar se é uma cachaça legal, que não é clandestina, que não é de fundo de quintal. Precisa ter número de registro no mapa. Tendo esse número, está legalizado. Isso garante que esse produto não vai te matar”, diz Maia. “Um destilado pode ter várias substâncias nocivas. Se não tem esse registro, o produtor não precisa seguir nenhuma legislação”.

Por fim, um conselho importante: não seja influenciado pelo estilo da garrafa. Ela pode até ter diamantes, mas isso não garante que o líquido dentro dela seja de qualidade.

“Veja a procedência, pesquise um pouco, veja se é uma destilaria com alguma história”, comenta o bartender Ale D’Agostino. “Também tem alguns aspectos no nariz, mas isso é mais complicado se a pessoa não tem muita experiência. São mais fortes, incomodam e perdemos essa capacidade. Mas se tiver mais capacidade, dá pra ver que alguns são mais agressivos, dá pra sentir um pouco do cheiro de enxofre. Aí é de mais baixa qualidade”.

Quais os melhores tipos de cachaça?

Vale lembrar também que a pessoa que vai comprar a cachaça precisa saber o que está comprando -- e, é claro, decidir também qual o tipo de bebida mais adequado para você.

“Temos as cachaças brancas, que não passam por envelhecimento em barril ou passam por um espaço muito curto em barris de madeira. Já as amarelas passaram por barris de madeira e ganharam essa tonalidade amarelada”, explica Maia sobre as diferentes bebidas.

E, com isso, também diversificam as possibilidades de drinques. “O tipo de drinque vai de acordo com o tipo de cachaça”, diz Ale. “Uma caipirinha é melhor uma cachaça sem envelhecimento pra não influenciar tanto no sabor. Mas se você quiser um rabo de galo, prefiro uma envelhecida com toque de madeira. São várias as possibilidades de coquetéis. Dá pra fazer negroni com cachaça envelhecida, que traz a madeira e deixa o sabor do álcool mais suave. O mais importante é ver a qualidade da cachaça. Vale provar e testar”.

Quem vai ao mercado comprar uma garrafa de cachaça, vai encontrar uma boa variedade na prateleira. No entanto, conforme já mostramos no teste de cachaças de Paladar, nem todas são boas: algumas quase não têm notas aromáticas, outras exageram na doçura e uma ou outra acaba exagerando na presença do álcool. Assim, além de seguir nosso teste feito com especialistas da bebida, como saber de cara se uma cachaça é realmente boa?

Não é exatamente fácil fazer essa identificação apenas pelo rótulo. Além da legislação ser falha, abrindo brechas para informações técnicas pouco precisas, o produtor pode colocar o que quiser no rótulo e poucos produtos chegam com as informações totalmente adequadas.

O segredo, assim, é seguir alguns passos. Primeiramente, observar a graduação alcóolica. “Para ser uma cachaça de verdade, ela precisa ter entre 38% e 48% de volume alcoólico. Isso precisa estar no rótulo”, contextualiza Maurício Maia, chef e sommelier de cachaças. A cor do produto, caso a garrafa permita essa observação, precisa ser cristalina. “Não pode ser turva, com resíduo no fundo da garrafa, sem sujidade”, continua o cachacier.

Maurício Maia no teste das cachaças de Paladar  Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

Também é importante procurar o nome do produtor, que é obrigatório no rótulo da cachaça. “Verificar se é uma cachaça legal, que não é clandestina, que não é de fundo de quintal. Precisa ter número de registro no mapa. Tendo esse número, está legalizado. Isso garante que esse produto não vai te matar”, diz Maia. “Um destilado pode ter várias substâncias nocivas. Se não tem esse registro, o produtor não precisa seguir nenhuma legislação”.

Por fim, um conselho importante: não seja influenciado pelo estilo da garrafa. Ela pode até ter diamantes, mas isso não garante que o líquido dentro dela seja de qualidade.

“Veja a procedência, pesquise um pouco, veja se é uma destilaria com alguma história”, comenta o bartender Ale D’Agostino. “Também tem alguns aspectos no nariz, mas isso é mais complicado se a pessoa não tem muita experiência. São mais fortes, incomodam e perdemos essa capacidade. Mas se tiver mais capacidade, dá pra ver que alguns são mais agressivos, dá pra sentir um pouco do cheiro de enxofre. Aí é de mais baixa qualidade”.

Quais os melhores tipos de cachaça?

Vale lembrar também que a pessoa que vai comprar a cachaça precisa saber o que está comprando -- e, é claro, decidir também qual o tipo de bebida mais adequado para você.

“Temos as cachaças brancas, que não passam por envelhecimento em barril ou passam por um espaço muito curto em barris de madeira. Já as amarelas passaram por barris de madeira e ganharam essa tonalidade amarelada”, explica Maia sobre as diferentes bebidas.

E, com isso, também diversificam as possibilidades de drinques. “O tipo de drinque vai de acordo com o tipo de cachaça”, diz Ale. “Uma caipirinha é melhor uma cachaça sem envelhecimento pra não influenciar tanto no sabor. Mas se você quiser um rabo de galo, prefiro uma envelhecida com toque de madeira. São várias as possibilidades de coquetéis. Dá pra fazer negroni com cachaça envelhecida, que traz a madeira e deixa o sabor do álcool mais suave. O mais importante é ver a qualidade da cachaça. Vale provar e testar”.

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