Viognier: descubra quais os melhores vinhos feitos com esta uva disponíveis no Brasil


Confira a seleção de 16 brancos, com preços entre R$ 80,79 e R$ 396, elaborados com a uva de origem francesa

Por Suzana Barelli
Atualização:

Será que a viognier é a uva branca da vez? Ainda é cedo para afirmar, mas chama atenção a oferta crescente de vinhos elaborados com esta variedade, seja por vinícolas brasileiras, seja em rótulos importados. Trata-se de uma uva que dá origem a brancos mais encorpados – ideal para aquele consumidor que está migrando do tinto para o branco –, e também bastante aromática, o que se encaixa no perfil de vinhos apreciados pelos brasileiros. Mais: seus aromas e sabores combinam com várias receitas natalinas, para quem já está pensando em qual vinho escolher para as ceias.

Na França, de onde é originária, a viognier brilha no Rhône Norte, região onde surgiu, principalmente em Condrieu. E, não raro, faz par com a marsanne e a roussane, variedades brancas francesas. A viognier também é conhecida por entrar em pequenas porcentagens na elaboração dos grandes tintos do Rhône, nos quais predomina a uva syrah. Mas, aqui, ela passa quase despercebida pelos consumidores. É mais uma ferramenta para os enólogos que buscam a complexidade da variedade tinta.

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Membro do grupo de jurados anota as considerações sobre cada um dos vinhos testados às cegas Foto: LEO MARTINS

Entre as explicações para o aumento dos rótulos de viognier está a sua adaptação a regiões mais quentes (e as mudanças climáticas apontam neste sentido), desde que não tenha muita água no solo. É também uma boa opção para os consumidores que querem explorar a diversidade do mundo do vinho e provar opções diferentes da chardonnay e da sauvignon blanc.

“Foi uma surpresa a quantidade e a diversidade de estilos da viognier presentes no mercado brasileiro”, afirma Rodrigo Lanari, da consultoria Winext. Além de Lanari, degustaram as 16 amostras de viognier, adquiridas no mercado brasileiro, os especialistas Jéssica Marinzeck, sommeliere; Gianni Tartari, eleito por duas vezes o melhor sommelier brasileiro; Thiago Mendes, dono da escola de vinhos EnoCultura; e Felipe Campos, professor da The Wine School.

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Como foi realizado o teste

Em todos os testes realizados pelo Paladar, a reportagem faz um levantamento das marcas disponíveis no mercado. Nos dias anteriores ao teste, as amostras foram solicitadas para as importadoras de vinho e para as vinícolas brasileiras. O Paladar testou é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri não tem conhecimento de quais marcas fazem parte da seleção antes do resultado da apuração. As avaliações são um compilado dos comentários dos jurados após a prova.

(*) Os valores dos produtos mencionados são da primeira quinzena de dezembro de 2024.

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Os cinco especialistas provaram os vinhos às cegas (sem saber qual amostra correspondia a qual rótulo) e pontuaram os vinhos em uma escola de até 100 pontos. Os três primeiros colocados aparecem destacados abaixo. Na sequência, você confere a lista completa em ordem alfabética.

Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, levou o selo de primeiro lugar Foto: Leo Martins

Os melhores vinhos na avaliação do júri

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  1. Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, R$ 249,90, na Grand Cru
  2. Les Fleurs Sauvages Abbots Delaunay Viognier 2022, Languedoc, França, R$ 194, na Zahil
  3. Guaspari Viognier Vista do Bosque 2022, Espírito Santo do Pinhal, Brasil, R$ 318, na Guaspari
Os 16 rótulos de vinhos testados às cegas pelo júri convidado por Paladar Foto: LEO MARTINS

Os 16 vinhos testados na avaliação do júri, em ordem alfabética

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Alamos Viognier 2023, Mendoza, Argentina, R$ 128,60, Mistral

Marca da vinícola Catena, este branco destaca-se pelas notas florais e cítricas mais maduras, que passam a impressão de que deve ser um vinho com leve doçura. Mas o paladar, encorpado, revela um branco mais gastronômico, pela sua acidez presente. Tem 13% de álcool.

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Amitié Oak Barril Viognier 2023 Serra gaúcha, Brasil, R$ 118, na Amitié

Este viognier brasileiro mescla as notas cítricas e de frutas como nectarinas, com toques de barricas, como o tostado e uma nota de baunilha. No paladar, tem textura mais untuosa, com uma acidez refrescante. Tem 12% de álcool.

Escorihuela Gascón Viognier 2023, Lujan de Cuyo, Argentina, R$ 80,79, na Interfood

De cor amarelo claro, traz aromas mais simples de ameixa amarela, um toque cítrico. No paladar, é fresco, leve, com pouca persistência e pronto para ser degustado. Tem 13% de álcool.

Fishing Monkey Signature Viognier 2023, Mendoza, Argentina, R$ 145, na Winet Club

Este viognier argentino nasce com a proposta de ser um branco mais fresco, sem passagem por barricas de carvalho. Tem cor amarelo palha, aromas de pêssego e nectarinas, baunilha e um toque cítrico. Cremoso no paladar, com persistência média e bom frescor. Tem 12,5% de álcool.

Garzón Estate Viognier de Corte 2014, Maldonado, Uruguai, R$ 118, na World Wine

De cor amarelo mais intenso, este viognier se destaca pelas notas de flores brancas e frutas como damascos e nectarinas. Tem corpo de média intensidade, bem integrado com a sua acidez, e boa persistência. Tem 13% de álcool.

Guaspari Viognier Vista do Bosque 2022, Espírito Santo do Pinhal, Brasil, R$ 318, na Guaspari

Elaborado na Serra da Mantiqueira, com a técnica de dupla poda, com colheita no inverno, este foi o primeiro vinho a chamar atenção para o potencial da viognier no Brasil. De coloração amarelo palha, mescla notas de maça verde, com damascos, pêssegos e um toque floral e outro baunilha e de tostados. É mais encorpado, potente, e com boa persistência, mas carece de um pouco de acidez. Tem 14,5% de álcool.

Lagarde Seleccíon de Viñedos Familiares Viognier 2011, Mendoza, Argentina, R$ 176, na Ravin

De cor amarelo ouro, este viognier se destaca pelo nariz bem aromático e intenso, sugerindo damascos, pêssegos e um toque floral. É untuoso, encorpado, indicando o estágio em barricas de carvalho, mas apresenta pouca persistência. Tem 14,2% de álcool.

La Ferme des Sept Lunes 2021, Rhône, França, R$ 268, na De La Croix

Elaborado com 50% de viognier e 50% de marsanne, se destaca pelas notas florais, lembrando jasmim, e pelo toque mais cítrico e de ervas como capim-limão. Apresenta paladar cremoso, mantendo as notas cítricas no paladar e um bom frescor no final de boca. Tem 12,5% de álcool.

Larentis Viognier 2022, Vale dos Vinhedos, Brasil, R$ 137, na Larentis

O desenho do hoje extinto ursus arctos californicus no rótulo é uma homenagem do enólogo André Larentis ao seu estágio em vinícolas na Califórnia. De cor amarelo palha, traz aromas de frutas brancas, mescladas com mel. É macio no paladar, com um toque de tostado, boa persistência e média acidez. Tem 13,7% de álcool.

Les Fleurs Sauvages Abbots Delaunay Viognier 2022, Languedoc, França, R$ 194, na Zahil

Viognier de estilo clássico, aromático, com notas de fruta branca, pêssegos e nectarinas, própolis e um toque cítrico, de lima. Cremoso no paladar, mas com acidez presente, o que o torna gastronômico, e leve toque de doçura no final de boca. Tem 13,5% de álcool.

Les Jamelles Viognier 2021, Pays d’Oc, França, R$ 131, na Winebrands

Este representante francês encanta pelas suas notas de frutas brancas e de caroço, como pêssegos e nectarinas, com notas de tostados e defumados, e um toque de chá preto. É cremoso no paladar, com um toque de frescor. Tem 13% de álcool.

Paul Mas Réserve Viognier 2023, Languedoc, França, R$ 168,90, na Decanter

Este viognier logo se destaca pelas notas florais, até lembrando um gewurztraminer (uva que dá origem a brancos bem florais), e também pêssego e baunilha (15% do vinho tem passagem de três meses por barricas de carvalho). Com corpo de média intensidade, traz boa persistência. Tem 13,5% de álcool.

Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, R$ 249,90, na Grand Cru

Este branco elaborado no estilo laranja (com as cascas maceram junto com o líquido, passando a coloração mais ocre para o vinho) foi o destaque do painel. Depois de fermentação, o branco amadurece por 12 meses em barricas de carvalho. Com coloração alaranjada, traz aromas que remetem a nêsperas, damascos, cítricos, mel e até chá mate. No paladar, é complexo, com leve adstringência, pelo tanino presente nas cascas, que se destaca da textura mais cremosa. É persistente, com boa acidez. Tem 14% de álcool.

Trinity Hill Viognier 2012, Hawke’s Bay, Nova Zelândia, R$ 396, na Premium

Um viognier de um estilo mais classudo e que revela um vinho com maior estágio em garrafa – é da safra de 2012. Traz coloração amarelo intenso, com aromas delicados que remetem a pêssegos e nectarinas, mel, própolis e algo de tostado (o vinho fermenta com leveduras do próprio vinhedo em barricas usadas de carvalho). Tem bom equilíbrio no paladar, persistente e evoluído. Tem 13,5% de álcool.

Valdivieso Valley Selection Sagrada Familia Viognier 2018, Vale de Curicó, Chile, R$ 170, na Ravin

De cor amarela intensa, é aromático, com notas frutadas (damascos e nectarinas) e florais. Apresenta paladar mais aveludado, com boa persistência, mas carece de frescor. Tem 13,5% de álcool.

Vina Progreso Overground Viognier 2022, Progreso, Uruguai, R$ 212,65, na Vinci

Elaborado por Gabriel Pisano, este viognier uruguaio traz coloração amarelo claro, tem aromas bem nítidos, lembrando lichias, pêssegos e notas florais. Mais ligeiro no paladar, porém equilibrado e com bom frescor no final de boca. Tem 12,5% de álcool.

Será que a viognier é a uva branca da vez? Ainda é cedo para afirmar, mas chama atenção a oferta crescente de vinhos elaborados com esta variedade, seja por vinícolas brasileiras, seja em rótulos importados. Trata-se de uma uva que dá origem a brancos mais encorpados – ideal para aquele consumidor que está migrando do tinto para o branco –, e também bastante aromática, o que se encaixa no perfil de vinhos apreciados pelos brasileiros. Mais: seus aromas e sabores combinam com várias receitas natalinas, para quem já está pensando em qual vinho escolher para as ceias.

Na França, de onde é originária, a viognier brilha no Rhône Norte, região onde surgiu, principalmente em Condrieu. E, não raro, faz par com a marsanne e a roussane, variedades brancas francesas. A viognier também é conhecida por entrar em pequenas porcentagens na elaboração dos grandes tintos do Rhône, nos quais predomina a uva syrah. Mas, aqui, ela passa quase despercebida pelos consumidores. É mais uma ferramenta para os enólogos que buscam a complexidade da variedade tinta.

Membro do grupo de jurados anota as considerações sobre cada um dos vinhos testados às cegas Foto: LEO MARTINS

Entre as explicações para o aumento dos rótulos de viognier está a sua adaptação a regiões mais quentes (e as mudanças climáticas apontam neste sentido), desde que não tenha muita água no solo. É também uma boa opção para os consumidores que querem explorar a diversidade do mundo do vinho e provar opções diferentes da chardonnay e da sauvignon blanc.

“Foi uma surpresa a quantidade e a diversidade de estilos da viognier presentes no mercado brasileiro”, afirma Rodrigo Lanari, da consultoria Winext. Além de Lanari, degustaram as 16 amostras de viognier, adquiridas no mercado brasileiro, os especialistas Jéssica Marinzeck, sommeliere; Gianni Tartari, eleito por duas vezes o melhor sommelier brasileiro; Thiago Mendes, dono da escola de vinhos EnoCultura; e Felipe Campos, professor da The Wine School.

Como foi realizado o teste

Em todos os testes realizados pelo Paladar, a reportagem faz um levantamento das marcas disponíveis no mercado. Nos dias anteriores ao teste, as amostras foram solicitadas para as importadoras de vinho e para as vinícolas brasileiras. O Paladar testou é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri não tem conhecimento de quais marcas fazem parte da seleção antes do resultado da apuração. As avaliações são um compilado dos comentários dos jurados após a prova.

(*) Os valores dos produtos mencionados são da primeira quinzena de dezembro de 2024.

Os cinco especialistas provaram os vinhos às cegas (sem saber qual amostra correspondia a qual rótulo) e pontuaram os vinhos em uma escola de até 100 pontos. Os três primeiros colocados aparecem destacados abaixo. Na sequência, você confere a lista completa em ordem alfabética.

Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, levou o selo de primeiro lugar Foto: Leo Martins

Os melhores vinhos na avaliação do júri

  1. Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, R$ 249,90, na Grand Cru
  2. Les Fleurs Sauvages Abbots Delaunay Viognier 2022, Languedoc, França, R$ 194, na Zahil
  3. Guaspari Viognier Vista do Bosque 2022, Espírito Santo do Pinhal, Brasil, R$ 318, na Guaspari
Os 16 rótulos de vinhos testados às cegas pelo júri convidado por Paladar Foto: LEO MARTINS

Os 16 vinhos testados na avaliação do júri, em ordem alfabética


Alamos Viognier 2023, Mendoza, Argentina, R$ 128,60, Mistral

Marca da vinícola Catena, este branco destaca-se pelas notas florais e cítricas mais maduras, que passam a impressão de que deve ser um vinho com leve doçura. Mas o paladar, encorpado, revela um branco mais gastronômico, pela sua acidez presente. Tem 13% de álcool.

Amitié Oak Barril Viognier 2023 Serra gaúcha, Brasil, R$ 118, na Amitié

Este viognier brasileiro mescla as notas cítricas e de frutas como nectarinas, com toques de barricas, como o tostado e uma nota de baunilha. No paladar, tem textura mais untuosa, com uma acidez refrescante. Tem 12% de álcool.

Escorihuela Gascón Viognier 2023, Lujan de Cuyo, Argentina, R$ 80,79, na Interfood

De cor amarelo claro, traz aromas mais simples de ameixa amarela, um toque cítrico. No paladar, é fresco, leve, com pouca persistência e pronto para ser degustado. Tem 13% de álcool.

Fishing Monkey Signature Viognier 2023, Mendoza, Argentina, R$ 145, na Winet Club

Este viognier argentino nasce com a proposta de ser um branco mais fresco, sem passagem por barricas de carvalho. Tem cor amarelo palha, aromas de pêssego e nectarinas, baunilha e um toque cítrico. Cremoso no paladar, com persistência média e bom frescor. Tem 12,5% de álcool.

Garzón Estate Viognier de Corte 2014, Maldonado, Uruguai, R$ 118, na World Wine

De cor amarelo mais intenso, este viognier se destaca pelas notas de flores brancas e frutas como damascos e nectarinas. Tem corpo de média intensidade, bem integrado com a sua acidez, e boa persistência. Tem 13% de álcool.

Guaspari Viognier Vista do Bosque 2022, Espírito Santo do Pinhal, Brasil, R$ 318, na Guaspari

Elaborado na Serra da Mantiqueira, com a técnica de dupla poda, com colheita no inverno, este foi o primeiro vinho a chamar atenção para o potencial da viognier no Brasil. De coloração amarelo palha, mescla notas de maça verde, com damascos, pêssegos e um toque floral e outro baunilha e de tostados. É mais encorpado, potente, e com boa persistência, mas carece de um pouco de acidez. Tem 14,5% de álcool.

Lagarde Seleccíon de Viñedos Familiares Viognier 2011, Mendoza, Argentina, R$ 176, na Ravin

De cor amarelo ouro, este viognier se destaca pelo nariz bem aromático e intenso, sugerindo damascos, pêssegos e um toque floral. É untuoso, encorpado, indicando o estágio em barricas de carvalho, mas apresenta pouca persistência. Tem 14,2% de álcool.

La Ferme des Sept Lunes 2021, Rhône, França, R$ 268, na De La Croix

Elaborado com 50% de viognier e 50% de marsanne, se destaca pelas notas florais, lembrando jasmim, e pelo toque mais cítrico e de ervas como capim-limão. Apresenta paladar cremoso, mantendo as notas cítricas no paladar e um bom frescor no final de boca. Tem 12,5% de álcool.

Larentis Viognier 2022, Vale dos Vinhedos, Brasil, R$ 137, na Larentis

O desenho do hoje extinto ursus arctos californicus no rótulo é uma homenagem do enólogo André Larentis ao seu estágio em vinícolas na Califórnia. De cor amarelo palha, traz aromas de frutas brancas, mescladas com mel. É macio no paladar, com um toque de tostado, boa persistência e média acidez. Tem 13,7% de álcool.

Les Fleurs Sauvages Abbots Delaunay Viognier 2022, Languedoc, França, R$ 194, na Zahil

Viognier de estilo clássico, aromático, com notas de fruta branca, pêssegos e nectarinas, própolis e um toque cítrico, de lima. Cremoso no paladar, mas com acidez presente, o que o torna gastronômico, e leve toque de doçura no final de boca. Tem 13,5% de álcool.

Les Jamelles Viognier 2021, Pays d’Oc, França, R$ 131, na Winebrands

Este representante francês encanta pelas suas notas de frutas brancas e de caroço, como pêssegos e nectarinas, com notas de tostados e defumados, e um toque de chá preto. É cremoso no paladar, com um toque de frescor. Tem 13% de álcool.

Paul Mas Réserve Viognier 2023, Languedoc, França, R$ 168,90, na Decanter

Este viognier logo se destaca pelas notas florais, até lembrando um gewurztraminer (uva que dá origem a brancos bem florais), e também pêssego e baunilha (15% do vinho tem passagem de três meses por barricas de carvalho). Com corpo de média intensidade, traz boa persistência. Tem 13,5% de álcool.

Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, R$ 249,90, na Grand Cru

Este branco elaborado no estilo laranja (com as cascas maceram junto com o líquido, passando a coloração mais ocre para o vinho) foi o destaque do painel. Depois de fermentação, o branco amadurece por 12 meses em barricas de carvalho. Com coloração alaranjada, traz aromas que remetem a nêsperas, damascos, cítricos, mel e até chá mate. No paladar, é complexo, com leve adstringência, pelo tanino presente nas cascas, que se destaca da textura mais cremosa. É persistente, com boa acidez. Tem 14% de álcool.

Trinity Hill Viognier 2012, Hawke’s Bay, Nova Zelândia, R$ 396, na Premium

Um viognier de um estilo mais classudo e que revela um vinho com maior estágio em garrafa – é da safra de 2012. Traz coloração amarelo intenso, com aromas delicados que remetem a pêssegos e nectarinas, mel, própolis e algo de tostado (o vinho fermenta com leveduras do próprio vinhedo em barricas usadas de carvalho). Tem bom equilíbrio no paladar, persistente e evoluído. Tem 13,5% de álcool.

Valdivieso Valley Selection Sagrada Familia Viognier 2018, Vale de Curicó, Chile, R$ 170, na Ravin

De cor amarela intensa, é aromático, com notas frutadas (damascos e nectarinas) e florais. Apresenta paladar mais aveludado, com boa persistência, mas carece de frescor. Tem 13,5% de álcool.

Vina Progreso Overground Viognier 2022, Progreso, Uruguai, R$ 212,65, na Vinci

Elaborado por Gabriel Pisano, este viognier uruguaio traz coloração amarelo claro, tem aromas bem nítidos, lembrando lichias, pêssegos e notas florais. Mais ligeiro no paladar, porém equilibrado e com bom frescor no final de boca. Tem 12,5% de álcool.

Será que a viognier é a uva branca da vez? Ainda é cedo para afirmar, mas chama atenção a oferta crescente de vinhos elaborados com esta variedade, seja por vinícolas brasileiras, seja em rótulos importados. Trata-se de uma uva que dá origem a brancos mais encorpados – ideal para aquele consumidor que está migrando do tinto para o branco –, e também bastante aromática, o que se encaixa no perfil de vinhos apreciados pelos brasileiros. Mais: seus aromas e sabores combinam com várias receitas natalinas, para quem já está pensando em qual vinho escolher para as ceias.

Na França, de onde é originária, a viognier brilha no Rhône Norte, região onde surgiu, principalmente em Condrieu. E, não raro, faz par com a marsanne e a roussane, variedades brancas francesas. A viognier também é conhecida por entrar em pequenas porcentagens na elaboração dos grandes tintos do Rhône, nos quais predomina a uva syrah. Mas, aqui, ela passa quase despercebida pelos consumidores. É mais uma ferramenta para os enólogos que buscam a complexidade da variedade tinta.

Membro do grupo de jurados anota as considerações sobre cada um dos vinhos testados às cegas Foto: LEO MARTINS

Entre as explicações para o aumento dos rótulos de viognier está a sua adaptação a regiões mais quentes (e as mudanças climáticas apontam neste sentido), desde que não tenha muita água no solo. É também uma boa opção para os consumidores que querem explorar a diversidade do mundo do vinho e provar opções diferentes da chardonnay e da sauvignon blanc.

“Foi uma surpresa a quantidade e a diversidade de estilos da viognier presentes no mercado brasileiro”, afirma Rodrigo Lanari, da consultoria Winext. Além de Lanari, degustaram as 16 amostras de viognier, adquiridas no mercado brasileiro, os especialistas Jéssica Marinzeck, sommeliere; Gianni Tartari, eleito por duas vezes o melhor sommelier brasileiro; Thiago Mendes, dono da escola de vinhos EnoCultura; e Felipe Campos, professor da The Wine School.

Como foi realizado o teste

Em todos os testes realizados pelo Paladar, a reportagem faz um levantamento das marcas disponíveis no mercado. Nos dias anteriores ao teste, as amostras foram solicitadas para as importadoras de vinho e para as vinícolas brasileiras. O Paladar testou é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri não tem conhecimento de quais marcas fazem parte da seleção antes do resultado da apuração. As avaliações são um compilado dos comentários dos jurados após a prova.

(*) Os valores dos produtos mencionados são da primeira quinzena de dezembro de 2024.

Os cinco especialistas provaram os vinhos às cegas (sem saber qual amostra correspondia a qual rótulo) e pontuaram os vinhos em uma escola de até 100 pontos. Os três primeiros colocados aparecem destacados abaixo. Na sequência, você confere a lista completa em ordem alfabética.

Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, levou o selo de primeiro lugar Foto: Leo Martins

Os melhores vinhos na avaliação do júri

  1. Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, R$ 249,90, na Grand Cru
  2. Les Fleurs Sauvages Abbots Delaunay Viognier 2022, Languedoc, França, R$ 194, na Zahil
  3. Guaspari Viognier Vista do Bosque 2022, Espírito Santo do Pinhal, Brasil, R$ 318, na Guaspari
Os 16 rótulos de vinhos testados às cegas pelo júri convidado por Paladar Foto: LEO MARTINS

Os 16 vinhos testados na avaliação do júri, em ordem alfabética


Alamos Viognier 2023, Mendoza, Argentina, R$ 128,60, Mistral

Marca da vinícola Catena, este branco destaca-se pelas notas florais e cítricas mais maduras, que passam a impressão de que deve ser um vinho com leve doçura. Mas o paladar, encorpado, revela um branco mais gastronômico, pela sua acidez presente. Tem 13% de álcool.

Amitié Oak Barril Viognier 2023 Serra gaúcha, Brasil, R$ 118, na Amitié

Este viognier brasileiro mescla as notas cítricas e de frutas como nectarinas, com toques de barricas, como o tostado e uma nota de baunilha. No paladar, tem textura mais untuosa, com uma acidez refrescante. Tem 12% de álcool.

Escorihuela Gascón Viognier 2023, Lujan de Cuyo, Argentina, R$ 80,79, na Interfood

De cor amarelo claro, traz aromas mais simples de ameixa amarela, um toque cítrico. No paladar, é fresco, leve, com pouca persistência e pronto para ser degustado. Tem 13% de álcool.

Fishing Monkey Signature Viognier 2023, Mendoza, Argentina, R$ 145, na Winet Club

Este viognier argentino nasce com a proposta de ser um branco mais fresco, sem passagem por barricas de carvalho. Tem cor amarelo palha, aromas de pêssego e nectarinas, baunilha e um toque cítrico. Cremoso no paladar, com persistência média e bom frescor. Tem 12,5% de álcool.

Garzón Estate Viognier de Corte 2014, Maldonado, Uruguai, R$ 118, na World Wine

De cor amarelo mais intenso, este viognier se destaca pelas notas de flores brancas e frutas como damascos e nectarinas. Tem corpo de média intensidade, bem integrado com a sua acidez, e boa persistência. Tem 13% de álcool.

Guaspari Viognier Vista do Bosque 2022, Espírito Santo do Pinhal, Brasil, R$ 318, na Guaspari

Elaborado na Serra da Mantiqueira, com a técnica de dupla poda, com colheita no inverno, este foi o primeiro vinho a chamar atenção para o potencial da viognier no Brasil. De coloração amarelo palha, mescla notas de maça verde, com damascos, pêssegos e um toque floral e outro baunilha e de tostados. É mais encorpado, potente, e com boa persistência, mas carece de um pouco de acidez. Tem 14,5% de álcool.

Lagarde Seleccíon de Viñedos Familiares Viognier 2011, Mendoza, Argentina, R$ 176, na Ravin

De cor amarelo ouro, este viognier se destaca pelo nariz bem aromático e intenso, sugerindo damascos, pêssegos e um toque floral. É untuoso, encorpado, indicando o estágio em barricas de carvalho, mas apresenta pouca persistência. Tem 14,2% de álcool.

La Ferme des Sept Lunes 2021, Rhône, França, R$ 268, na De La Croix

Elaborado com 50% de viognier e 50% de marsanne, se destaca pelas notas florais, lembrando jasmim, e pelo toque mais cítrico e de ervas como capim-limão. Apresenta paladar cremoso, mantendo as notas cítricas no paladar e um bom frescor no final de boca. Tem 12,5% de álcool.

Larentis Viognier 2022, Vale dos Vinhedos, Brasil, R$ 137, na Larentis

O desenho do hoje extinto ursus arctos californicus no rótulo é uma homenagem do enólogo André Larentis ao seu estágio em vinícolas na Califórnia. De cor amarelo palha, traz aromas de frutas brancas, mescladas com mel. É macio no paladar, com um toque de tostado, boa persistência e média acidez. Tem 13,7% de álcool.

Les Fleurs Sauvages Abbots Delaunay Viognier 2022, Languedoc, França, R$ 194, na Zahil

Viognier de estilo clássico, aromático, com notas de fruta branca, pêssegos e nectarinas, própolis e um toque cítrico, de lima. Cremoso no paladar, mas com acidez presente, o que o torna gastronômico, e leve toque de doçura no final de boca. Tem 13,5% de álcool.

Les Jamelles Viognier 2021, Pays d’Oc, França, R$ 131, na Winebrands

Este representante francês encanta pelas suas notas de frutas brancas e de caroço, como pêssegos e nectarinas, com notas de tostados e defumados, e um toque de chá preto. É cremoso no paladar, com um toque de frescor. Tem 13% de álcool.

Paul Mas Réserve Viognier 2023, Languedoc, França, R$ 168,90, na Decanter

Este viognier logo se destaca pelas notas florais, até lembrando um gewurztraminer (uva que dá origem a brancos bem florais), e também pêssego e baunilha (15% do vinho tem passagem de três meses por barricas de carvalho). Com corpo de média intensidade, traz boa persistência. Tem 13,5% de álcool.

Siegel Naranjo Viognier 2023, Colchagua, Chile, R$ 249,90, na Grand Cru

Este branco elaborado no estilo laranja (com as cascas maceram junto com o líquido, passando a coloração mais ocre para o vinho) foi o destaque do painel. Depois de fermentação, o branco amadurece por 12 meses em barricas de carvalho. Com coloração alaranjada, traz aromas que remetem a nêsperas, damascos, cítricos, mel e até chá mate. No paladar, é complexo, com leve adstringência, pelo tanino presente nas cascas, que se destaca da textura mais cremosa. É persistente, com boa acidez. Tem 14% de álcool.

Trinity Hill Viognier 2012, Hawke’s Bay, Nova Zelândia, R$ 396, na Premium

Um viognier de um estilo mais classudo e que revela um vinho com maior estágio em garrafa – é da safra de 2012. Traz coloração amarelo intenso, com aromas delicados que remetem a pêssegos e nectarinas, mel, própolis e algo de tostado (o vinho fermenta com leveduras do próprio vinhedo em barricas usadas de carvalho). Tem bom equilíbrio no paladar, persistente e evoluído. Tem 13,5% de álcool.

Valdivieso Valley Selection Sagrada Familia Viognier 2018, Vale de Curicó, Chile, R$ 170, na Ravin

De cor amarela intensa, é aromático, com notas frutadas (damascos e nectarinas) e florais. Apresenta paladar mais aveludado, com boa persistência, mas carece de frescor. Tem 13,5% de álcool.

Vina Progreso Overground Viognier 2022, Progreso, Uruguai, R$ 212,65, na Vinci

Elaborado por Gabriel Pisano, este viognier uruguaio traz coloração amarelo claro, tem aromas bem nítidos, lembrando lichias, pêssegos e notas florais. Mais ligeiro no paladar, porém equilibrado e com bom frescor no final de boca. Tem 12,5% de álcool.

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