Feito em um instante: os 11 melhores cafés solúveis, uma alternativa prática e saborosa


Nova safra de cafés instantâneos mostra que mercado está empenhado em oferecer produtos de melhor qualidade. Confira avaliação

Por Ensei Neto
Atualização:

Se só de ouvir falar em café solúvel você já vira os olhos, com total desprezo, este teste realizado pelo Paladar servirá como um convite para deixar o preconceito de lado e se abrir para novas experiências. É verdade que a má reputação do café instantâneo, como também é chamado, não é de graça: no Brasil, bem como na Europa e nos Estados Unidos, ele é visto como um produto de qualidade regular (quando não, pior) em razão de os produtos oferecidos serem preparados, principalmente, a partir de grãos da espécie Coffea canephora e suas variedades conilon e robusta, de maior rendimento no processo industrial.

Desgutação às avaliou os melhores cafés solúveis do mercado Foto: Felipe Rau/Estadão
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A boa notícia é que, por aqui, há um movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade pelas principais torrefações, acompanhando uma tendência global. Destaque para as badaladas Intelligentsia, de Chicago; Ritual, de San Francisco; e Blue Bottle, de Oakland, que passaram a oferecer suas versões de café instantâneo. Na Europa, o destaque vai para a italiana illy, com blend de arábicas, e para a alemã The Barn, que mantém um excelente café instantâneo preparado com grãos naturais etíopes Dambi Uddo.

Curiosamente, o Brasil produz café instantâneo com grãos de café arábica desde a década de 1980, com a Cia. Iguaçu de Café Solúvel. A produção, porém, era exclusiva para exportação para o mercado japonês.


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A degustação

Como já é possível encontrar no mercado uma porção destes novos cafés instantâneos, promovemos uma degustação às cegas para avaliar 11 destes produtos.

Tendência global. Háum novo movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão
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Além de mim, Ensei Neto, especialista no assunto e autor do blog Um Café para dividir, a prova, realizada no Centro de Preparação de Café do Sindicafé São Paulo, contou com um júri de peso, que se relaciona com a bebida de diferentes formas: Camila Archanjo (do Sindicafé), Maurício Maia (do blog O Cachacier) e a chef Carla Pernambuco. Cada jurado foi colocado em uma cabine de avaliação sensorial para provar as amostras de café preparadas na proporção de 1:39 (10g de café instantâneo para até 400 ml de água) – o equivalente a uma colher de chá para uma caneca de 240 ml. A água utilizada foi padronizada em sistema Pentair e aquecida a 96°C para o serviço.

No geral, a degustação surpreendeu os jurados por conta da alta qualidade, “inesperada desse tipo de café”, declararam. Boa acidez, notas frutadas e baixo amargor foram os pontos altos encontrados durante a prova. “Muito diferente do que se conhecia até agora”, afirma Maia. O resultado, para mim, mostra que o café especial, agora como instantâneo, rompeu sua última barreira. Confira as avaliações mais abaixo.


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O que é e como é feito o café solúvel

O café instantâneo pode ser produzido por dois processos principais: a atomização, ou spray dryer, e a liofilização. Basicamente, busca-se a retirada de toda a água de uma solução de café, convertendo as substâncias que estavam dissolvidas em algo sólido.

O sistema por spray dryer consiste em produzir, inicialmente, um café extraído em alta concentração para, então, ser submetido por aspersão em microgotas a uma corrente de ar quente. O resultado é um pó fino, que pode passar por outro processo para formar o chamado aglomerado, que também se dissolve facilmente em água fria.

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Nova safra de cafés instantâneos mostra que mercado está empenhado em oferecer produtos de melhor qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Já o café solúvel liofilizado, geralmente apresentado em pequenas placas, é obtido por meio de um processo inicial de congelamento do extrato de café para, então, ter a água sublimada (passagem do estado sólido ao vapor, sob quase vácuo). O resultado sensorial é muito rico, pois praticamente não há perda das substâncias mais voláteis e, portanto, mais delicadas.


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Senta que lá vem história

O café instantâneo nasceu na Grã Bretanha, em 1771, enquanto que o primeiro produto americano foi lançado em 1851. Seu principal apelo era a facilidade no transporte e no preparo, tendo sido utilizado inicialmente por soldados durante a Guerra Civil. O nipo-americano Satori Kato foi inventor do primeiro método industrial para criar café solúvel em pó com boa estabilidade, em 1901. Em 1937, o químico Max Morgenthaler, da Nestlé, aprimorou o processo de preparo do café instantâneo, obtendo um pó de fácil dissolução em água, com resultado similar ao de um café fresco. A primeira indústria de café solúvel no Brasil foi instalada em 1953, atividade na qual, hoje, nosso País é o líder mundial de produção e exportação.

Os melhores cafés solúveis do mercado

Nescafé Gold 8

Nestlé, liofilizado (R$ 21,99 no Pão de Açúcar) Bebida com excelente estrutura, com destaque para sua acidez licorosa e corpo com toque sedoso. “Melaço e caramelo dão o tom. Impressiona também pelo bom corpo”, descreve a chef Carla Pernambuco.Perfil Sensorial: acidez licorosa, chocolate, caramelo, castanhas, encorpado, estruturado.

Nescafé Gold 8 Foto: Feliep Rau/Estadão


2º Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina

Nestlé, spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados)  Feito com grãos 100% arábica com grãos da baiana Chapada Diamantina, destacou-se pelo caramelo intenso e pelo equilíbrio da bebida. “Tem notas frutadas e finalização elegante”, afirma Ensei Neto.Perfil Sensorial: acidez cítrica média baixa, castanhas, caramelo, leve floral, frutado, encorpado médio, elegante.

Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina Foto: Feliep Rau/Estadão


3º Cafuso Tradicional

Real Café, spray dryer granulado (R$ 3,60; 50g - marca capixaba, ainda não vende em SP) “Cremoso”, definiu Maurício Maia. Produto 100% conilon, destacou-se pelo equilíbrio e pelo corpo. Tem boa acidez final, além de delicada nota frutada.Perfil sensorial: acidez cítrica média, frutado, chocolate, encorpado, discreta adstringência, macio.

Cafuso Tradicional Foto: Felipe Rau/Estadão


Cafuso Extraforte

Real Café; spray dryer granulado; R$ 3,60; 50g (marca capixaba, ainda não vende em SP) É 100% conilon. Surpreendeu aos jurados pelo perfil equilibrado e pelo fato de ser fácil de beber.Perfil sensorial: acidez cítrica média, encorpado, macio, com notas de chocolate.

illy

illycaffè; liofilizado (R$ 45,36 no Carrefour) 100% arábica, tem 3% de café em pó. Seu blend é composto de grãos de diferentes países, entre eles o Brasil.Perfil sensorial: acidez cítrica delicada, notas herbáceas, leve caramelo, discreta aspereza.


Lor Classique

JDE; liofilizado (R$ 17,20 no St. Marché) Blend de arábica e canephora. A bebida é “flat”; poderia ser mais ousada. Perfil sensorial: acidez baixa, leve cítrico e chocolate, leve adstringência.


Nescafé Gold 6 Espresso

Nestlé, liofilizado; R$ 19,20 no St. Marché Surpreendente acidez cítrica, muito bem trabalhada com notas de caramelo e o toque cremoso da percepção de corpo. “A acidez é brilhante, vibrante, incrível”, avaliou Camila Archanjo.Perfil sensorial: acidez brilhante, caramelo, cítrico, encorpado, cremoso, equilibrado.


Nescafé Gold 9

Nestlé; liofilizado (R$ 18 no Pão de Açúcar) Preparado com grãos 100% arábica, sua torra intensa privilegia o sabor amargo. Vai bem com leite.Perfil sensorial: acidez baixa, amargor intenso, leve defumado, leve adstringência.


Nescafé Origens do Brasil – São Sebastião do Paraíso

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,50 no Pão de Açúcar) Grãos 100% arábica provenientes do Sudeste de Minas Gerais, divisa com a Alta Mogiana (área reconhecida pela produção de cafés de excelência). Perfil sensorial: acidez cítrica média, chocolate, leve frutado, amendoim, pouco encorpado.

Nescafé Origens do Brasil – Serras do Alto Paranaíba

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados) Bebida equilibrada. 100% arábica com grãos produzidos no Cerrado Mineiro.Perfil sensorial: acidez cítrica média, leve caramelo, notas tostadas, finalização macia.


Três Corações

Três Corações; liofilizado (R$ 18,35 no St. Marché) 100% arábica. O sabor químico predominou, impactando na percepção de corpo. Perfil sensorial: acidez cítrica média, amargor intenso, sabor químico, corpo leve.

Se só de ouvir falar em café solúvel você já vira os olhos, com total desprezo, este teste realizado pelo Paladar servirá como um convite para deixar o preconceito de lado e se abrir para novas experiências. É verdade que a má reputação do café instantâneo, como também é chamado, não é de graça: no Brasil, bem como na Europa e nos Estados Unidos, ele é visto como um produto de qualidade regular (quando não, pior) em razão de os produtos oferecidos serem preparados, principalmente, a partir de grãos da espécie Coffea canephora e suas variedades conilon e robusta, de maior rendimento no processo industrial.

Desgutação às avaliou os melhores cafés solúveis do mercado Foto: Felipe Rau/Estadão

A boa notícia é que, por aqui, há um movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade pelas principais torrefações, acompanhando uma tendência global. Destaque para as badaladas Intelligentsia, de Chicago; Ritual, de San Francisco; e Blue Bottle, de Oakland, que passaram a oferecer suas versões de café instantâneo. Na Europa, o destaque vai para a italiana illy, com blend de arábicas, e para a alemã The Barn, que mantém um excelente café instantâneo preparado com grãos naturais etíopes Dambi Uddo.

Curiosamente, o Brasil produz café instantâneo com grãos de café arábica desde a década de 1980, com a Cia. Iguaçu de Café Solúvel. A produção, porém, era exclusiva para exportação para o mercado japonês.


A degustação

Como já é possível encontrar no mercado uma porção destes novos cafés instantâneos, promovemos uma degustação às cegas para avaliar 11 destes produtos.

Tendência global. Háum novo movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Além de mim, Ensei Neto, especialista no assunto e autor do blog Um Café para dividir, a prova, realizada no Centro de Preparação de Café do Sindicafé São Paulo, contou com um júri de peso, que se relaciona com a bebida de diferentes formas: Camila Archanjo (do Sindicafé), Maurício Maia (do blog O Cachacier) e a chef Carla Pernambuco. Cada jurado foi colocado em uma cabine de avaliação sensorial para provar as amostras de café preparadas na proporção de 1:39 (10g de café instantâneo para até 400 ml de água) – o equivalente a uma colher de chá para uma caneca de 240 ml. A água utilizada foi padronizada em sistema Pentair e aquecida a 96°C para o serviço.

No geral, a degustação surpreendeu os jurados por conta da alta qualidade, “inesperada desse tipo de café”, declararam. Boa acidez, notas frutadas e baixo amargor foram os pontos altos encontrados durante a prova. “Muito diferente do que se conhecia até agora”, afirma Maia. O resultado, para mim, mostra que o café especial, agora como instantâneo, rompeu sua última barreira. Confira as avaliações mais abaixo.


O que é e como é feito o café solúvel

O café instantâneo pode ser produzido por dois processos principais: a atomização, ou spray dryer, e a liofilização. Basicamente, busca-se a retirada de toda a água de uma solução de café, convertendo as substâncias que estavam dissolvidas em algo sólido.

O sistema por spray dryer consiste em produzir, inicialmente, um café extraído em alta concentração para, então, ser submetido por aspersão em microgotas a uma corrente de ar quente. O resultado é um pó fino, que pode passar por outro processo para formar o chamado aglomerado, que também se dissolve facilmente em água fria.

Nova safra de cafés instantâneos mostra que mercado está empenhado em oferecer produtos de melhor qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Já o café solúvel liofilizado, geralmente apresentado em pequenas placas, é obtido por meio de um processo inicial de congelamento do extrato de café para, então, ter a água sublimada (passagem do estado sólido ao vapor, sob quase vácuo). O resultado sensorial é muito rico, pois praticamente não há perda das substâncias mais voláteis e, portanto, mais delicadas.


Senta que lá vem história

O café instantâneo nasceu na Grã Bretanha, em 1771, enquanto que o primeiro produto americano foi lançado em 1851. Seu principal apelo era a facilidade no transporte e no preparo, tendo sido utilizado inicialmente por soldados durante a Guerra Civil. O nipo-americano Satori Kato foi inventor do primeiro método industrial para criar café solúvel em pó com boa estabilidade, em 1901. Em 1937, o químico Max Morgenthaler, da Nestlé, aprimorou o processo de preparo do café instantâneo, obtendo um pó de fácil dissolução em água, com resultado similar ao de um café fresco. A primeira indústria de café solúvel no Brasil foi instalada em 1953, atividade na qual, hoje, nosso País é o líder mundial de produção e exportação.

Os melhores cafés solúveis do mercado

Nescafé Gold 8

Nestlé, liofilizado (R$ 21,99 no Pão de Açúcar) Bebida com excelente estrutura, com destaque para sua acidez licorosa e corpo com toque sedoso. “Melaço e caramelo dão o tom. Impressiona também pelo bom corpo”, descreve a chef Carla Pernambuco.Perfil Sensorial: acidez licorosa, chocolate, caramelo, castanhas, encorpado, estruturado.

Nescafé Gold 8 Foto: Feliep Rau/Estadão


2º Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina

Nestlé, spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados)  Feito com grãos 100% arábica com grãos da baiana Chapada Diamantina, destacou-se pelo caramelo intenso e pelo equilíbrio da bebida. “Tem notas frutadas e finalização elegante”, afirma Ensei Neto.Perfil Sensorial: acidez cítrica média baixa, castanhas, caramelo, leve floral, frutado, encorpado médio, elegante.

Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina Foto: Feliep Rau/Estadão


3º Cafuso Tradicional

Real Café, spray dryer granulado (R$ 3,60; 50g - marca capixaba, ainda não vende em SP) “Cremoso”, definiu Maurício Maia. Produto 100% conilon, destacou-se pelo equilíbrio e pelo corpo. Tem boa acidez final, além de delicada nota frutada.Perfil sensorial: acidez cítrica média, frutado, chocolate, encorpado, discreta adstringência, macio.

Cafuso Tradicional Foto: Felipe Rau/Estadão


Cafuso Extraforte

Real Café; spray dryer granulado; R$ 3,60; 50g (marca capixaba, ainda não vende em SP) É 100% conilon. Surpreendeu aos jurados pelo perfil equilibrado e pelo fato de ser fácil de beber.Perfil sensorial: acidez cítrica média, encorpado, macio, com notas de chocolate.

illy

illycaffè; liofilizado (R$ 45,36 no Carrefour) 100% arábica, tem 3% de café em pó. Seu blend é composto de grãos de diferentes países, entre eles o Brasil.Perfil sensorial: acidez cítrica delicada, notas herbáceas, leve caramelo, discreta aspereza.


Lor Classique

JDE; liofilizado (R$ 17,20 no St. Marché) Blend de arábica e canephora. A bebida é “flat”; poderia ser mais ousada. Perfil sensorial: acidez baixa, leve cítrico e chocolate, leve adstringência.


Nescafé Gold 6 Espresso

Nestlé, liofilizado; R$ 19,20 no St. Marché Surpreendente acidez cítrica, muito bem trabalhada com notas de caramelo e o toque cremoso da percepção de corpo. “A acidez é brilhante, vibrante, incrível”, avaliou Camila Archanjo.Perfil sensorial: acidez brilhante, caramelo, cítrico, encorpado, cremoso, equilibrado.


Nescafé Gold 9

Nestlé; liofilizado (R$ 18 no Pão de Açúcar) Preparado com grãos 100% arábica, sua torra intensa privilegia o sabor amargo. Vai bem com leite.Perfil sensorial: acidez baixa, amargor intenso, leve defumado, leve adstringência.


Nescafé Origens do Brasil – São Sebastião do Paraíso

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,50 no Pão de Açúcar) Grãos 100% arábica provenientes do Sudeste de Minas Gerais, divisa com a Alta Mogiana (área reconhecida pela produção de cafés de excelência). Perfil sensorial: acidez cítrica média, chocolate, leve frutado, amendoim, pouco encorpado.

Nescafé Origens do Brasil – Serras do Alto Paranaíba

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados) Bebida equilibrada. 100% arábica com grãos produzidos no Cerrado Mineiro.Perfil sensorial: acidez cítrica média, leve caramelo, notas tostadas, finalização macia.


Três Corações

Três Corações; liofilizado (R$ 18,35 no St. Marché) 100% arábica. O sabor químico predominou, impactando na percepção de corpo. Perfil sensorial: acidez cítrica média, amargor intenso, sabor químico, corpo leve.

Se só de ouvir falar em café solúvel você já vira os olhos, com total desprezo, este teste realizado pelo Paladar servirá como um convite para deixar o preconceito de lado e se abrir para novas experiências. É verdade que a má reputação do café instantâneo, como também é chamado, não é de graça: no Brasil, bem como na Europa e nos Estados Unidos, ele é visto como um produto de qualidade regular (quando não, pior) em razão de os produtos oferecidos serem preparados, principalmente, a partir de grãos da espécie Coffea canephora e suas variedades conilon e robusta, de maior rendimento no processo industrial.

Desgutação às avaliou os melhores cafés solúveis do mercado Foto: Felipe Rau/Estadão

A boa notícia é que, por aqui, há um movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade pelas principais torrefações, acompanhando uma tendência global. Destaque para as badaladas Intelligentsia, de Chicago; Ritual, de San Francisco; e Blue Bottle, de Oakland, que passaram a oferecer suas versões de café instantâneo. Na Europa, o destaque vai para a italiana illy, com blend de arábicas, e para a alemã The Barn, que mantém um excelente café instantâneo preparado com grãos naturais etíopes Dambi Uddo.

Curiosamente, o Brasil produz café instantâneo com grãos de café arábica desde a década de 1980, com a Cia. Iguaçu de Café Solúvel. A produção, porém, era exclusiva para exportação para o mercado japonês.


A degustação

Como já é possível encontrar no mercado uma porção destes novos cafés instantâneos, promovemos uma degustação às cegas para avaliar 11 destes produtos.

Tendência global. Háum novo movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Além de mim, Ensei Neto, especialista no assunto e autor do blog Um Café para dividir, a prova, realizada no Centro de Preparação de Café do Sindicafé São Paulo, contou com um júri de peso, que se relaciona com a bebida de diferentes formas: Camila Archanjo (do Sindicafé), Maurício Maia (do blog O Cachacier) e a chef Carla Pernambuco. Cada jurado foi colocado em uma cabine de avaliação sensorial para provar as amostras de café preparadas na proporção de 1:39 (10g de café instantâneo para até 400 ml de água) – o equivalente a uma colher de chá para uma caneca de 240 ml. A água utilizada foi padronizada em sistema Pentair e aquecida a 96°C para o serviço.

No geral, a degustação surpreendeu os jurados por conta da alta qualidade, “inesperada desse tipo de café”, declararam. Boa acidez, notas frutadas e baixo amargor foram os pontos altos encontrados durante a prova. “Muito diferente do que se conhecia até agora”, afirma Maia. O resultado, para mim, mostra que o café especial, agora como instantâneo, rompeu sua última barreira. Confira as avaliações mais abaixo.


O que é e como é feito o café solúvel

O café instantâneo pode ser produzido por dois processos principais: a atomização, ou spray dryer, e a liofilização. Basicamente, busca-se a retirada de toda a água de uma solução de café, convertendo as substâncias que estavam dissolvidas em algo sólido.

O sistema por spray dryer consiste em produzir, inicialmente, um café extraído em alta concentração para, então, ser submetido por aspersão em microgotas a uma corrente de ar quente. O resultado é um pó fino, que pode passar por outro processo para formar o chamado aglomerado, que também se dissolve facilmente em água fria.

Nova safra de cafés instantâneos mostra que mercado está empenhado em oferecer produtos de melhor qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Já o café solúvel liofilizado, geralmente apresentado em pequenas placas, é obtido por meio de um processo inicial de congelamento do extrato de café para, então, ter a água sublimada (passagem do estado sólido ao vapor, sob quase vácuo). O resultado sensorial é muito rico, pois praticamente não há perda das substâncias mais voláteis e, portanto, mais delicadas.


Senta que lá vem história

O café instantâneo nasceu na Grã Bretanha, em 1771, enquanto que o primeiro produto americano foi lançado em 1851. Seu principal apelo era a facilidade no transporte e no preparo, tendo sido utilizado inicialmente por soldados durante a Guerra Civil. O nipo-americano Satori Kato foi inventor do primeiro método industrial para criar café solúvel em pó com boa estabilidade, em 1901. Em 1937, o químico Max Morgenthaler, da Nestlé, aprimorou o processo de preparo do café instantâneo, obtendo um pó de fácil dissolução em água, com resultado similar ao de um café fresco. A primeira indústria de café solúvel no Brasil foi instalada em 1953, atividade na qual, hoje, nosso País é o líder mundial de produção e exportação.

Os melhores cafés solúveis do mercado

Nescafé Gold 8

Nestlé, liofilizado (R$ 21,99 no Pão de Açúcar) Bebida com excelente estrutura, com destaque para sua acidez licorosa e corpo com toque sedoso. “Melaço e caramelo dão o tom. Impressiona também pelo bom corpo”, descreve a chef Carla Pernambuco.Perfil Sensorial: acidez licorosa, chocolate, caramelo, castanhas, encorpado, estruturado.

Nescafé Gold 8 Foto: Feliep Rau/Estadão


2º Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina

Nestlé, spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados)  Feito com grãos 100% arábica com grãos da baiana Chapada Diamantina, destacou-se pelo caramelo intenso e pelo equilíbrio da bebida. “Tem notas frutadas e finalização elegante”, afirma Ensei Neto.Perfil Sensorial: acidez cítrica média baixa, castanhas, caramelo, leve floral, frutado, encorpado médio, elegante.

Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina Foto: Feliep Rau/Estadão


3º Cafuso Tradicional

Real Café, spray dryer granulado (R$ 3,60; 50g - marca capixaba, ainda não vende em SP) “Cremoso”, definiu Maurício Maia. Produto 100% conilon, destacou-se pelo equilíbrio e pelo corpo. Tem boa acidez final, além de delicada nota frutada.Perfil sensorial: acidez cítrica média, frutado, chocolate, encorpado, discreta adstringência, macio.

Cafuso Tradicional Foto: Felipe Rau/Estadão


Cafuso Extraforte

Real Café; spray dryer granulado; R$ 3,60; 50g (marca capixaba, ainda não vende em SP) É 100% conilon. Surpreendeu aos jurados pelo perfil equilibrado e pelo fato de ser fácil de beber.Perfil sensorial: acidez cítrica média, encorpado, macio, com notas de chocolate.

illy

illycaffè; liofilizado (R$ 45,36 no Carrefour) 100% arábica, tem 3% de café em pó. Seu blend é composto de grãos de diferentes países, entre eles o Brasil.Perfil sensorial: acidez cítrica delicada, notas herbáceas, leve caramelo, discreta aspereza.


Lor Classique

JDE; liofilizado (R$ 17,20 no St. Marché) Blend de arábica e canephora. A bebida é “flat”; poderia ser mais ousada. Perfil sensorial: acidez baixa, leve cítrico e chocolate, leve adstringência.


Nescafé Gold 6 Espresso

Nestlé, liofilizado; R$ 19,20 no St. Marché Surpreendente acidez cítrica, muito bem trabalhada com notas de caramelo e o toque cremoso da percepção de corpo. “A acidez é brilhante, vibrante, incrível”, avaliou Camila Archanjo.Perfil sensorial: acidez brilhante, caramelo, cítrico, encorpado, cremoso, equilibrado.


Nescafé Gold 9

Nestlé; liofilizado (R$ 18 no Pão de Açúcar) Preparado com grãos 100% arábica, sua torra intensa privilegia o sabor amargo. Vai bem com leite.Perfil sensorial: acidez baixa, amargor intenso, leve defumado, leve adstringência.


Nescafé Origens do Brasil – São Sebastião do Paraíso

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,50 no Pão de Açúcar) Grãos 100% arábica provenientes do Sudeste de Minas Gerais, divisa com a Alta Mogiana (área reconhecida pela produção de cafés de excelência). Perfil sensorial: acidez cítrica média, chocolate, leve frutado, amendoim, pouco encorpado.

Nescafé Origens do Brasil – Serras do Alto Paranaíba

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados) Bebida equilibrada. 100% arábica com grãos produzidos no Cerrado Mineiro.Perfil sensorial: acidez cítrica média, leve caramelo, notas tostadas, finalização macia.


Três Corações

Três Corações; liofilizado (R$ 18,35 no St. Marché) 100% arábica. O sabor químico predominou, impactando na percepção de corpo. Perfil sensorial: acidez cítrica média, amargor intenso, sabor químico, corpo leve.

Se só de ouvir falar em café solúvel você já vira os olhos, com total desprezo, este teste realizado pelo Paladar servirá como um convite para deixar o preconceito de lado e se abrir para novas experiências. É verdade que a má reputação do café instantâneo, como também é chamado, não é de graça: no Brasil, bem como na Europa e nos Estados Unidos, ele é visto como um produto de qualidade regular (quando não, pior) em razão de os produtos oferecidos serem preparados, principalmente, a partir de grãos da espécie Coffea canephora e suas variedades conilon e robusta, de maior rendimento no processo industrial.

Desgutação às avaliou os melhores cafés solúveis do mercado Foto: Felipe Rau/Estadão

A boa notícia é que, por aqui, há um movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade pelas principais torrefações, acompanhando uma tendência global. Destaque para as badaladas Intelligentsia, de Chicago; Ritual, de San Francisco; e Blue Bottle, de Oakland, que passaram a oferecer suas versões de café instantâneo. Na Europa, o destaque vai para a italiana illy, com blend de arábicas, e para a alemã The Barn, que mantém um excelente café instantâneo preparado com grãos naturais etíopes Dambi Uddo.

Curiosamente, o Brasil produz café instantâneo com grãos de café arábica desde a década de 1980, com a Cia. Iguaçu de Café Solúvel. A produção, porém, era exclusiva para exportação para o mercado japonês.


A degustação

Como já é possível encontrar no mercado uma porção destes novos cafés instantâneos, promovemos uma degustação às cegas para avaliar 11 destes produtos.

Tendência global. Háum novo movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Além de mim, Ensei Neto, especialista no assunto e autor do blog Um Café para dividir, a prova, realizada no Centro de Preparação de Café do Sindicafé São Paulo, contou com um júri de peso, que se relaciona com a bebida de diferentes formas: Camila Archanjo (do Sindicafé), Maurício Maia (do blog O Cachacier) e a chef Carla Pernambuco. Cada jurado foi colocado em uma cabine de avaliação sensorial para provar as amostras de café preparadas na proporção de 1:39 (10g de café instantâneo para até 400 ml de água) – o equivalente a uma colher de chá para uma caneca de 240 ml. A água utilizada foi padronizada em sistema Pentair e aquecida a 96°C para o serviço.

No geral, a degustação surpreendeu os jurados por conta da alta qualidade, “inesperada desse tipo de café”, declararam. Boa acidez, notas frutadas e baixo amargor foram os pontos altos encontrados durante a prova. “Muito diferente do que se conhecia até agora”, afirma Maia. O resultado, para mim, mostra que o café especial, agora como instantâneo, rompeu sua última barreira. Confira as avaliações mais abaixo.


O que é e como é feito o café solúvel

O café instantâneo pode ser produzido por dois processos principais: a atomização, ou spray dryer, e a liofilização. Basicamente, busca-se a retirada de toda a água de uma solução de café, convertendo as substâncias que estavam dissolvidas em algo sólido.

O sistema por spray dryer consiste em produzir, inicialmente, um café extraído em alta concentração para, então, ser submetido por aspersão em microgotas a uma corrente de ar quente. O resultado é um pó fino, que pode passar por outro processo para formar o chamado aglomerado, que também se dissolve facilmente em água fria.

Nova safra de cafés instantâneos mostra que mercado está empenhado em oferecer produtos de melhor qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Já o café solúvel liofilizado, geralmente apresentado em pequenas placas, é obtido por meio de um processo inicial de congelamento do extrato de café para, então, ter a água sublimada (passagem do estado sólido ao vapor, sob quase vácuo). O resultado sensorial é muito rico, pois praticamente não há perda das substâncias mais voláteis e, portanto, mais delicadas.


Senta que lá vem história

O café instantâneo nasceu na Grã Bretanha, em 1771, enquanto que o primeiro produto americano foi lançado em 1851. Seu principal apelo era a facilidade no transporte e no preparo, tendo sido utilizado inicialmente por soldados durante a Guerra Civil. O nipo-americano Satori Kato foi inventor do primeiro método industrial para criar café solúvel em pó com boa estabilidade, em 1901. Em 1937, o químico Max Morgenthaler, da Nestlé, aprimorou o processo de preparo do café instantâneo, obtendo um pó de fácil dissolução em água, com resultado similar ao de um café fresco. A primeira indústria de café solúvel no Brasil foi instalada em 1953, atividade na qual, hoje, nosso País é o líder mundial de produção e exportação.

Os melhores cafés solúveis do mercado

Nescafé Gold 8

Nestlé, liofilizado (R$ 21,99 no Pão de Açúcar) Bebida com excelente estrutura, com destaque para sua acidez licorosa e corpo com toque sedoso. “Melaço e caramelo dão o tom. Impressiona também pelo bom corpo”, descreve a chef Carla Pernambuco.Perfil Sensorial: acidez licorosa, chocolate, caramelo, castanhas, encorpado, estruturado.

Nescafé Gold 8 Foto: Feliep Rau/Estadão


2º Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina

Nestlé, spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados)  Feito com grãos 100% arábica com grãos da baiana Chapada Diamantina, destacou-se pelo caramelo intenso e pelo equilíbrio da bebida. “Tem notas frutadas e finalização elegante”, afirma Ensei Neto.Perfil Sensorial: acidez cítrica média baixa, castanhas, caramelo, leve floral, frutado, encorpado médio, elegante.

Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina Foto: Feliep Rau/Estadão


3º Cafuso Tradicional

Real Café, spray dryer granulado (R$ 3,60; 50g - marca capixaba, ainda não vende em SP) “Cremoso”, definiu Maurício Maia. Produto 100% conilon, destacou-se pelo equilíbrio e pelo corpo. Tem boa acidez final, além de delicada nota frutada.Perfil sensorial: acidez cítrica média, frutado, chocolate, encorpado, discreta adstringência, macio.

Cafuso Tradicional Foto: Felipe Rau/Estadão


Cafuso Extraforte

Real Café; spray dryer granulado; R$ 3,60; 50g (marca capixaba, ainda não vende em SP) É 100% conilon. Surpreendeu aos jurados pelo perfil equilibrado e pelo fato de ser fácil de beber.Perfil sensorial: acidez cítrica média, encorpado, macio, com notas de chocolate.

illy

illycaffè; liofilizado (R$ 45,36 no Carrefour) 100% arábica, tem 3% de café em pó. Seu blend é composto de grãos de diferentes países, entre eles o Brasil.Perfil sensorial: acidez cítrica delicada, notas herbáceas, leve caramelo, discreta aspereza.


Lor Classique

JDE; liofilizado (R$ 17,20 no St. Marché) Blend de arábica e canephora. A bebida é “flat”; poderia ser mais ousada. Perfil sensorial: acidez baixa, leve cítrico e chocolate, leve adstringência.


Nescafé Gold 6 Espresso

Nestlé, liofilizado; R$ 19,20 no St. Marché Surpreendente acidez cítrica, muito bem trabalhada com notas de caramelo e o toque cremoso da percepção de corpo. “A acidez é brilhante, vibrante, incrível”, avaliou Camila Archanjo.Perfil sensorial: acidez brilhante, caramelo, cítrico, encorpado, cremoso, equilibrado.


Nescafé Gold 9

Nestlé; liofilizado (R$ 18 no Pão de Açúcar) Preparado com grãos 100% arábica, sua torra intensa privilegia o sabor amargo. Vai bem com leite.Perfil sensorial: acidez baixa, amargor intenso, leve defumado, leve adstringência.


Nescafé Origens do Brasil – São Sebastião do Paraíso

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,50 no Pão de Açúcar) Grãos 100% arábica provenientes do Sudeste de Minas Gerais, divisa com a Alta Mogiana (área reconhecida pela produção de cafés de excelência). Perfil sensorial: acidez cítrica média, chocolate, leve frutado, amendoim, pouco encorpado.

Nescafé Origens do Brasil – Serras do Alto Paranaíba

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados) Bebida equilibrada. 100% arábica com grãos produzidos no Cerrado Mineiro.Perfil sensorial: acidez cítrica média, leve caramelo, notas tostadas, finalização macia.


Três Corações

Três Corações; liofilizado (R$ 18,35 no St. Marché) 100% arábica. O sabor químico predominou, impactando na percepção de corpo. Perfil sensorial: acidez cítrica média, amargor intenso, sabor químico, corpo leve.

Se só de ouvir falar em café solúvel você já vira os olhos, com total desprezo, este teste realizado pelo Paladar servirá como um convite para deixar o preconceito de lado e se abrir para novas experiências. É verdade que a má reputação do café instantâneo, como também é chamado, não é de graça: no Brasil, bem como na Europa e nos Estados Unidos, ele é visto como um produto de qualidade regular (quando não, pior) em razão de os produtos oferecidos serem preparados, principalmente, a partir de grãos da espécie Coffea canephora e suas variedades conilon e robusta, de maior rendimento no processo industrial.

Desgutação às avaliou os melhores cafés solúveis do mercado Foto: Felipe Rau/Estadão

A boa notícia é que, por aqui, há um movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade pelas principais torrefações, acompanhando uma tendência global. Destaque para as badaladas Intelligentsia, de Chicago; Ritual, de San Francisco; e Blue Bottle, de Oakland, que passaram a oferecer suas versões de café instantâneo. Na Europa, o destaque vai para a italiana illy, com blend de arábicas, e para a alemã The Barn, que mantém um excelente café instantâneo preparado com grãos naturais etíopes Dambi Uddo.

Curiosamente, o Brasil produz café instantâneo com grãos de café arábica desde a década de 1980, com a Cia. Iguaçu de Café Solúvel. A produção, porém, era exclusiva para exportação para o mercado japonês.


A degustação

Como já é possível encontrar no mercado uma porção destes novos cafés instantâneos, promovemos uma degustação às cegas para avaliar 11 destes produtos.

Tendência global. Háum novo movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Além de mim, Ensei Neto, especialista no assunto e autor do blog Um Café para dividir, a prova, realizada no Centro de Preparação de Café do Sindicafé São Paulo, contou com um júri de peso, que se relaciona com a bebida de diferentes formas: Camila Archanjo (do Sindicafé), Maurício Maia (do blog O Cachacier) e a chef Carla Pernambuco. Cada jurado foi colocado em uma cabine de avaliação sensorial para provar as amostras de café preparadas na proporção de 1:39 (10g de café instantâneo para até 400 ml de água) – o equivalente a uma colher de chá para uma caneca de 240 ml. A água utilizada foi padronizada em sistema Pentair e aquecida a 96°C para o serviço.

No geral, a degustação surpreendeu os jurados por conta da alta qualidade, “inesperada desse tipo de café”, declararam. Boa acidez, notas frutadas e baixo amargor foram os pontos altos encontrados durante a prova. “Muito diferente do que se conhecia até agora”, afirma Maia. O resultado, para mim, mostra que o café especial, agora como instantâneo, rompeu sua última barreira. Confira as avaliações mais abaixo.


O que é e como é feito o café solúvel

O café instantâneo pode ser produzido por dois processos principais: a atomização, ou spray dryer, e a liofilização. Basicamente, busca-se a retirada de toda a água de uma solução de café, convertendo as substâncias que estavam dissolvidas em algo sólido.

O sistema por spray dryer consiste em produzir, inicialmente, um café extraído em alta concentração para, então, ser submetido por aspersão em microgotas a uma corrente de ar quente. O resultado é um pó fino, que pode passar por outro processo para formar o chamado aglomerado, que também se dissolve facilmente em água fria.

Nova safra de cafés instantâneos mostra que mercado está empenhado em oferecer produtos de melhor qualidade Foto: Felipe Rau/Estadão

Já o café solúvel liofilizado, geralmente apresentado em pequenas placas, é obtido por meio de um processo inicial de congelamento do extrato de café para, então, ter a água sublimada (passagem do estado sólido ao vapor, sob quase vácuo). O resultado sensorial é muito rico, pois praticamente não há perda das substâncias mais voláteis e, portanto, mais delicadas.


Senta que lá vem história

O café instantâneo nasceu na Grã Bretanha, em 1771, enquanto que o primeiro produto americano foi lançado em 1851. Seu principal apelo era a facilidade no transporte e no preparo, tendo sido utilizado inicialmente por soldados durante a Guerra Civil. O nipo-americano Satori Kato foi inventor do primeiro método industrial para criar café solúvel em pó com boa estabilidade, em 1901. Em 1937, o químico Max Morgenthaler, da Nestlé, aprimorou o processo de preparo do café instantâneo, obtendo um pó de fácil dissolução em água, com resultado similar ao de um café fresco. A primeira indústria de café solúvel no Brasil foi instalada em 1953, atividade na qual, hoje, nosso País é o líder mundial de produção e exportação.

Os melhores cafés solúveis do mercado

Nescafé Gold 8

Nestlé, liofilizado (R$ 21,99 no Pão de Açúcar) Bebida com excelente estrutura, com destaque para sua acidez licorosa e corpo com toque sedoso. “Melaço e caramelo dão o tom. Impressiona também pelo bom corpo”, descreve a chef Carla Pernambuco.Perfil Sensorial: acidez licorosa, chocolate, caramelo, castanhas, encorpado, estruturado.

Nescafé Gold 8 Foto: Feliep Rau/Estadão


2º Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina

Nestlé, spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados)  Feito com grãos 100% arábica com grãos da baiana Chapada Diamantina, destacou-se pelo caramelo intenso e pelo equilíbrio da bebida. “Tem notas frutadas e finalização elegante”, afirma Ensei Neto.Perfil Sensorial: acidez cítrica média baixa, castanhas, caramelo, leve floral, frutado, encorpado médio, elegante.

Nescafé Origens do Brasil – Chapada Diamantina Foto: Feliep Rau/Estadão


3º Cafuso Tradicional

Real Café, spray dryer granulado (R$ 3,60; 50g - marca capixaba, ainda não vende em SP) “Cremoso”, definiu Maurício Maia. Produto 100% conilon, destacou-se pelo equilíbrio e pelo corpo. Tem boa acidez final, além de delicada nota frutada.Perfil sensorial: acidez cítrica média, frutado, chocolate, encorpado, discreta adstringência, macio.

Cafuso Tradicional Foto: Felipe Rau/Estadão


Cafuso Extraforte

Real Café; spray dryer granulado; R$ 3,60; 50g (marca capixaba, ainda não vende em SP) É 100% conilon. Surpreendeu aos jurados pelo perfil equilibrado e pelo fato de ser fácil de beber.Perfil sensorial: acidez cítrica média, encorpado, macio, com notas de chocolate.

illy

illycaffè; liofilizado (R$ 45,36 no Carrefour) 100% arábica, tem 3% de café em pó. Seu blend é composto de grãos de diferentes países, entre eles o Brasil.Perfil sensorial: acidez cítrica delicada, notas herbáceas, leve caramelo, discreta aspereza.


Lor Classique

JDE; liofilizado (R$ 17,20 no St. Marché) Blend de arábica e canephora. A bebida é “flat”; poderia ser mais ousada. Perfil sensorial: acidez baixa, leve cítrico e chocolate, leve adstringência.


Nescafé Gold 6 Espresso

Nestlé, liofilizado; R$ 19,20 no St. Marché Surpreendente acidez cítrica, muito bem trabalhada com notas de caramelo e o toque cremoso da percepção de corpo. “A acidez é brilhante, vibrante, incrível”, avaliou Camila Archanjo.Perfil sensorial: acidez brilhante, caramelo, cítrico, encorpado, cremoso, equilibrado.


Nescafé Gold 9

Nestlé; liofilizado (R$ 18 no Pão de Açúcar) Preparado com grãos 100% arábica, sua torra intensa privilegia o sabor amargo. Vai bem com leite.Perfil sensorial: acidez baixa, amargor intenso, leve defumado, leve adstringência.


Nescafé Origens do Brasil – São Sebastião do Paraíso

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,50 no Pão de Açúcar) Grãos 100% arábica provenientes do Sudeste de Minas Gerais, divisa com a Alta Mogiana (área reconhecida pela produção de cafés de excelência). Perfil sensorial: acidez cítrica média, chocolate, leve frutado, amendoim, pouco encorpado.

Nescafé Origens do Brasil – Serras do Alto Paranaíba

Nestlé; spray dryer pó (R$ 14,20 no Sonda Supermercados) Bebida equilibrada. 100% arábica com grãos produzidos no Cerrado Mineiro.Perfil sensorial: acidez cítrica média, leve caramelo, notas tostadas, finalização macia.


Três Corações

Três Corações; liofilizado (R$ 18,35 no St. Marché) 100% arábica. O sabor químico predominou, impactando na percepção de corpo. Perfil sensorial: acidez cítrica média, amargor intenso, sabor químico, corpo leve.

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