A Provence deve muito ao Château Miraval, projeto vinícola do ex-casal Angelina Jolie e Brad Pitt. Na enorme propriedade de 500 hectares, onde a dupla de atores se casou em 2008, nasce o rosé Miraval, vinho que ajudou a colocar os rosados em um novo patamar, de maior glamour e qualidade, como um “super rosé”. A primeira safra foi a de 2012, que chegou aos consumidores no auge do modismo dos rosados. No dia do lançamento, vale lembrar, todas as garrafas da dupla Jolie e Pitt foram vendidas em poucas horas.
É de se perguntar se fenômeno semelhante não vai acontecer novamente, tamanha a repercussão sobre o futuro do château atualmente. E a safra de 2021 chega em breve ao mercado – por aqui, a de 2020 é vendida por R$ 439, na Mistral. “O projeto Miraval teve o papel de elevar a percepção dos rosés da Provence, mostrando que estes vinhos também são chiques”, afirma o consultor Rodrigo Lanari, da Winext. Chique pela qualidade, mas também pela sua apresentação, com garrafas elegantes e de design.
Na semana passada, os advogados de Brad Pitt anunciaram que o ator está processando sua ex-mulher pela venda de sua participação no Miraval. Em outubro de 2021, Angelina anunciou a venda de 50% da Miraval para a Tenute del Mondo, subsidiária do Stoli Group, do empresário russo Yuri Shefler, por valor não revelado. Pitt e os russos não estão se entendendo na gestão do château, e o ator decidiu reivindicar o seu direito preferencial na compra da parte de Angelina.
Desde a época da separação, em 2016, é grande a especulação sobre o futuro do château. Os dois atores nunca se pronunciam a respeito, e o vinho vem sendo elaborado ano a ano, em parceria com a família Perrin, dona do Château de Beaucastel, que entrou no projeto em 2010. Neste período, os rosados foram se consolidando e o Miraval se ergueu no tripé de um vinho em garrafa muito diferenciada, de design moderno; antenado com a moda da cor pink e, principalmente, com celebridades como proprietários.
Além disso, enquanto Angelina Jolie dava sinais de que queria se desfazer do negócio, Brad Pitt investia no projeto. Depois da separação foram lançados novos vinhos, como o Studio by Miraval, nas versões branco e rosé, e o Muse de Miraval, de pequeníssima produção. Junto com Perrin, Pitt lançou também o champanhe Fleur de Miraval, em parceria com o produtor Pierre Péters.
O ator também vem investindo na recuperação do estúdio de gravação da propriedade. Na década de 1970, o pianista e compositor de jazz Jacques Loussier comprou a Miraval e investiu em um estúdio de gravação, utilizado por músicos como Pink Floyd, AC/DC e Sting.
Novos capítulos desta disputa deve aparecer nas publicações que acompanham o mundo artístico. Mas se a separação, mesmo litigiosa, não acabar com os vinhedos, é de se esperar um aumento do interesse por estes vinhos, tamanha a exposição do vinho. Afinal, a categoria de rosados não pára de crescer. Pelos dados da Ideal Consulting, ela representava 6% do total de vinhos importados pelo Brasil em 2019. No ano passado, passou para 8% deste total.