Sou suspeita para afirmar, mas julgo que os vinhos e, principalmente, os espumantes são as bebidas dos apaixonados. Há até um champanhe, o Amour de Deutz, que explicita esta proposta logo em seu nome. Na Borgonha, o Les Amoureuses é um vinhedo em Chambolle-Musigny, onde é plantada a pinot noir, a uva dos enamorados. E casais de amores mais maduros podem brindar com um longevo Bordeaux que traz o coração desenhado em seu rótulo, como é o caso do Château Calon-Segur, um premier cru de Saint-Estéphe.
As opções de rótulos para comemorar o próximo dia 12 não se resumem apenas a estes vinhos conceituados e de preços salgados. Custam, respectivamente R$ 2.129, o champanhe, importado pela Casa Flora e pela Porto a Porto; R$ 6.588, o Chambolle- Musigny Les Amoureuses 2011, da Domaine Comte Georges de Vogüé, um dos produtores com vinhedos nesta denominação, na Mistral.com.br, e R$ 1.715, o château bordalês da safra 2011, na Vinci.com.br.
Mas há vinhos para apaixonados nas mais diversas faixas de preços e, agora necessário, disponíveis para vendas online. O rótulo até pode fazer menção à data – tem um rosado da região do Douro português chamado Apaixonado, e vendido por R$ 99, no @avidosdouro. Para ajudar na escolha de brancos e tintos para esta data, que necessariamente deve ser comemorada em casa, sem o clima romântico de um restaurante, pensamos em quatro perfis de namorados e selecionamos três a quatro rótulos para cada um deles. A ideia é ajudar na comemoração da próxima sexta-feira.
Jovens namorados
O namoro está no começo, o vinho pode ser descontraído ou inusitado, e o preço não deve ser estratosférico. Nos espumantes, a vinícola Salton está com uma promoção que ajuda na conquista. O seu rosado é vendido por R$ 64, com a opção de personalizar o rótulo com o nome da pessoa amada (salton.com.br). Se quiser gastar mais, os pet-nats, espumantes naturais, mostram a descontração na escolha da bebida (R$ 168, o Ali Boit et Les 40 Buveurs, na Animavinum.com.br).
Nos vinhos, a aromática uva branca torrontés é outra boa pedida. Perfumada, cativante, incentiva qualquer namoro. O argentino Crios Torrontés, por R$ 79,99, na Vivavinho.com.br, cumpre esta função. Nos tintos, a aposta segura é na pinot noir, que resulta em tintos envolventes. O chileno Pinot Noir Reserva 2018, elaborado pela Viña Leyda, sai por R$ 99,90, na Grandcru.com.br.
Namorados da estação
A ideia é apenas namorar, com um clima romântico. O brinde pode ser com um espumante frutado, com um pouco de açúcar residual, como o da vinícola Monte Paschoal, elaborado na Serra Gaúcha (R$ 32,50, no Montepaschoal.com.br).
Nos vinhos, um rosé deve combinar com a data. O enólogo argentino Matias Riccitelli elabora um rosado frutado, fresco e, ainda, com um rótulo divertido. É o Rosé Hey Rosé, que custa R$ 137, na Winebrands.com.br. Na linha da sedução, os franceses beaujolais, que estão entrando na moda (merecidamente) fascinam, como o Domaine des Quatre Vents Fleurie, R$ 178, na ColetaneaVinhos.com.br.
Recém-casados
A união foi feita e vocês tem muitos planos juntos, inclusive o de explorar novos vinhos. Nos espumantes, porque não começar com o Valduga sur-lie (R$ 79,90, na casavalduga.com.br), que chega ao mercado sem o processo de retirada das leveduras e, assim, continua ganhando complexidade na garrafa? Não estranhe que a bebida é um pouco turva na taça, mas tem boa complexidade e encanto.
Gewurztraniner é a uva dos aromas florais, do encanto. Um bom exemplo de seu potencial é o Gewurztraminer Turckheim, da domaine Zind-Humbrecht (R$ 165, na Delacroix.com.br), da Alsácia francesa. Nos tintos, a escolha de um vinho argentino convida a sonhar com a romântica cidade de Buenos Aires. Mas o tinto pode surpreender, a começar pela uva. É elaborado com a bonarda, variedade que ganha qualidade, em uma região para exploradores de terroir, que é o pouco conhecido vale de Calingasta, na Cordilheira dos Andes. A sugestão é o Cara Sur Bonarda (R$ 136, na vinhomix.com.br).
Casais apaixonados
A relação é estável e duradoura. O brinde poderia pedir um champanhe, talvez um bom cava espanhol e, por que não, o mais complexo espumante brasileiro? É o Cave Geisse 2014, que ficou 72 meses em autólise (o processo em que as leveduras ficam em contato com o vinho, lhe trazendo complexidade). Custa R$ 320, na familiageisse.com.br.
Nos brancos, o romantismo permite apostar na riesling, a uva preferida dos especialistas, que elogiam seu lado mais mineral, como o Ruppertsberger Hoheburg PC Riesling Trocken, (R$ 389, na Vindame.com.br). Para o brinde final, que tal um pinot noir. Aqui vale escolher um rótulo da Borgonha ou da Nova Zelândia, um dos poucos terroirs que equivale à qualidade destes tintos franceses. O borgonha Paul et Marie Jacqueson Mercurey Premier Cru sai por R$ 415, e o neozelandês Rippon Pinot Noir 2013, por R$ 756, os dois no rbgvinhos.com.br.