Para beber cervejas artesanais em Cingapura, vá aos camelódromos


Loja de chopes artesanais internacionais em grande camelódromo impulsiona a nascente cena cervejeira de Cingapura, incentivando até a produção local

Por Brian Spencer
Atualização:

The New York Times Destacado do fundo de casinhas que também funcionam como lojas no histórico distrito de Chinatown, em Cingapura, Daniel Goh se debruça sobre a mesa verde-limão, no segundo andar do Chinatown Complex, para fazer uma pausa em sua animada crítica sobre o rápido desenvolvimento da cena de cervejas artesanais na cidade-estado. “O que muita gente não sabe é que as pessoas costumavam vir aqui para morrer”, conta ele.

Daniel Goh na Smith Street Taps, barraca em que vende chopes artesanais de diversos cantos do mundo. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Goh está se referindo à Sago Lane, rua próxima daqui, que foi chamada de “Beco da Morte” na primeira metade do século XX por causa de suas muitas funerárias e lojas de caixões, e do sombrio costume de alguns cidadãos chineses de vir para as chamadas "casas da morte" quando estavam prestes a falecer. O governo proibiu esses lugares em 1961, e muitos dos comerciantes de funerárias já haviam ido embora há tempos quando a Sago Lane foi nivelada para abrir caminho para o labiríntico Chinatown Complex, cujo exterior brilha adornado com lanternas de papel chinesas incandescentes penduradas em zigue-zague sobre a movimentada rua abaixo. Lar de centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados, a estrutura é um dos mais antigos mercados de ambulantes / praça de alimentação ao ar livre de Cingapura. O governo construiu mais de 100 camelódromos de 1971 a 1986, enquanto autoridades, citando questões de gestão de resíduos e de saúde pública, atraíram dezenas de milhares de vendedores de comida das ruas para esses estabelecimentos que possuem vários boxes e a promessa de um aluguel barato. Apesar de ter roubado de Cingapura a alegre cultura das comidas de rua, ainda celebrada em muitas partes do sul da Ásia, hoje esses mercados desorganizados prosperam como espaços de encontro da comunidade e animados locais para comer. Aqui, chefs da região servem uma grande variedade de pratos quentes, frescos e baratos, desde especialidades de Cingapura, como a laksa (sopa com caldo de coco forte e picante) e arroz de frango, até comidas da Índia, Tailândia, Indonésia e mesmo ícones ocidentais como cachorro-quente e espaguete. Foi o aluguel barato do Chinatown Complex, o custo inicial mínimo e a chance de combinar cervejas com todas essas comidas locais que inspirou Goh, de 40 anos, a abrir em 2011 o Good Beer Co., primeiro box de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Oferecendo uma variedade de 60 garrafas importadas, a barraca fez tanto sucesso que, em janeiro de 2014, Goh se associou a um amigo que também negocia cerveja, Meng Chao, de 47 anos, para abrir a Smith Street Taps, ao lado da antiga.

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O Chinatown Complex abriga centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Enquanto o Good Beer Co. negocia cervejas importadas, o Smith Street Taps começou como a primeira barraca a vender chope artesanal. “Foi arriscado. As garrafas podem ficar nas prateleiras, mas com o chope temos que renovar os barris muito mais rapidamente”, conta Chao. Até agora isso não foi um problema. Com 11 chopes - começaram com sete -, a Smith Street Taps logo se tornou o centro verdadeiro da nascente cena de cervejas artesanais de Cingapura, secando barris de 20 a 30 litros a cada dois ou três dias. Algumas cervejas, como a imperial stout Bomb! da Prairie Artisan Ales, de Oklahoma, duram menos de uma noite. “As pessoas vêm para tomar cervejas que nunca mais na vida terão a chance de experimentar, algumas vezes mesmo se viajarem até onde ela é feita”, explica Goh. Na Smith Street Taps, muitos importadores locais apresentam as cervejarias de fora aos cingapurianos colocando uma grande variedade de tipos de uma única fábrica na maioria das torneiras. A Siren Craft Brew (Berkshire, Inglaterra), a Baird Beer (Numazu, Japão) e a Modern Times Beer (San Diego, Califórnia) são algumas já degustadas nesses eventos. “Foi uma noite incrível; viemos cedo e ficamos até tarde. Fiquei muito impressionado com o conhecimento e o entusiasmo de tudo mundo daqui”, afirma Matt Walsh, principal cervejeiro da Modern Times, que viajou para Cingapura para a ocasião.

A Good Beer Co. é o primeiro box de um camelódromo de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Foto: Lauryn Ishak|NYT
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Além de sua lista de chopes de classe mundial e de seu local atraente e inusitado, a Smith Street Taps também faz sucesso vendendo cervejas premium a preços muito mais baratos do que os encontrados nas lojas tradicionais com quem compete. Eles podem fazer isso, em parte, porque seus gastos são menores. De acordo com a Agência Nacional do Meio Ambiente de Cingapura, em 31 de dezembro de 2014, 87% do aluguel das barracas custava menos do que 1.500 dólares cingapurianos (cerca de US$ 1.065) por mês, uma pequena parte do que muitos bares mais centrais pagam. Claro, agora que a dupla deu o pontapé inicial no fenômeno de barracas de cervejas artesanais, o modelo pegou. No Chinatown Complex, por exemplo, os irmãos Patrick Lim, de 61 anos, e Steve Lim, de 63, abriram a OnTap, a poucos metros da Smith Street, no final de 2014. A ideia é parecida, mas os Lims vendem apenas as cervejas e cidras próprias da OnTap, feitas em pequenos lotes do centro de Cingapura. Agora, a OnTap também possui boxes nos mercados ChompChomp e Sun Court. No que depender de Chao, iniciantes como a OnTap não são necessariamente competidores – e sim um sinal de progresso. “Ainda temos que fazer o mercado crescer e conseguir que mais gente beba boas cervejas”, explica.

The New York Times Destacado do fundo de casinhas que também funcionam como lojas no histórico distrito de Chinatown, em Cingapura, Daniel Goh se debruça sobre a mesa verde-limão, no segundo andar do Chinatown Complex, para fazer uma pausa em sua animada crítica sobre o rápido desenvolvimento da cena de cervejas artesanais na cidade-estado. “O que muita gente não sabe é que as pessoas costumavam vir aqui para morrer”, conta ele.

Daniel Goh na Smith Street Taps, barraca em que vende chopes artesanais de diversos cantos do mundo. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Goh está se referindo à Sago Lane, rua próxima daqui, que foi chamada de “Beco da Morte” na primeira metade do século XX por causa de suas muitas funerárias e lojas de caixões, e do sombrio costume de alguns cidadãos chineses de vir para as chamadas "casas da morte" quando estavam prestes a falecer. O governo proibiu esses lugares em 1961, e muitos dos comerciantes de funerárias já haviam ido embora há tempos quando a Sago Lane foi nivelada para abrir caminho para o labiríntico Chinatown Complex, cujo exterior brilha adornado com lanternas de papel chinesas incandescentes penduradas em zigue-zague sobre a movimentada rua abaixo. Lar de centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados, a estrutura é um dos mais antigos mercados de ambulantes / praça de alimentação ao ar livre de Cingapura. O governo construiu mais de 100 camelódromos de 1971 a 1986, enquanto autoridades, citando questões de gestão de resíduos e de saúde pública, atraíram dezenas de milhares de vendedores de comida das ruas para esses estabelecimentos que possuem vários boxes e a promessa de um aluguel barato. Apesar de ter roubado de Cingapura a alegre cultura das comidas de rua, ainda celebrada em muitas partes do sul da Ásia, hoje esses mercados desorganizados prosperam como espaços de encontro da comunidade e animados locais para comer. Aqui, chefs da região servem uma grande variedade de pratos quentes, frescos e baratos, desde especialidades de Cingapura, como a laksa (sopa com caldo de coco forte e picante) e arroz de frango, até comidas da Índia, Tailândia, Indonésia e mesmo ícones ocidentais como cachorro-quente e espaguete. Foi o aluguel barato do Chinatown Complex, o custo inicial mínimo e a chance de combinar cervejas com todas essas comidas locais que inspirou Goh, de 40 anos, a abrir em 2011 o Good Beer Co., primeiro box de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Oferecendo uma variedade de 60 garrafas importadas, a barraca fez tanto sucesso que, em janeiro de 2014, Goh se associou a um amigo que também negocia cerveja, Meng Chao, de 47 anos, para abrir a Smith Street Taps, ao lado da antiga.

O Chinatown Complex abriga centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Enquanto o Good Beer Co. negocia cervejas importadas, o Smith Street Taps começou como a primeira barraca a vender chope artesanal. “Foi arriscado. As garrafas podem ficar nas prateleiras, mas com o chope temos que renovar os barris muito mais rapidamente”, conta Chao. Até agora isso não foi um problema. Com 11 chopes - começaram com sete -, a Smith Street Taps logo se tornou o centro verdadeiro da nascente cena de cervejas artesanais de Cingapura, secando barris de 20 a 30 litros a cada dois ou três dias. Algumas cervejas, como a imperial stout Bomb! da Prairie Artisan Ales, de Oklahoma, duram menos de uma noite. “As pessoas vêm para tomar cervejas que nunca mais na vida terão a chance de experimentar, algumas vezes mesmo se viajarem até onde ela é feita”, explica Goh. Na Smith Street Taps, muitos importadores locais apresentam as cervejarias de fora aos cingapurianos colocando uma grande variedade de tipos de uma única fábrica na maioria das torneiras. A Siren Craft Brew (Berkshire, Inglaterra), a Baird Beer (Numazu, Japão) e a Modern Times Beer (San Diego, Califórnia) são algumas já degustadas nesses eventos. “Foi uma noite incrível; viemos cedo e ficamos até tarde. Fiquei muito impressionado com o conhecimento e o entusiasmo de tudo mundo daqui”, afirma Matt Walsh, principal cervejeiro da Modern Times, que viajou para Cingapura para a ocasião.

A Good Beer Co. é o primeiro box de um camelódromo de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Além de sua lista de chopes de classe mundial e de seu local atraente e inusitado, a Smith Street Taps também faz sucesso vendendo cervejas premium a preços muito mais baratos do que os encontrados nas lojas tradicionais com quem compete. Eles podem fazer isso, em parte, porque seus gastos são menores. De acordo com a Agência Nacional do Meio Ambiente de Cingapura, em 31 de dezembro de 2014, 87% do aluguel das barracas custava menos do que 1.500 dólares cingapurianos (cerca de US$ 1.065) por mês, uma pequena parte do que muitos bares mais centrais pagam. Claro, agora que a dupla deu o pontapé inicial no fenômeno de barracas de cervejas artesanais, o modelo pegou. No Chinatown Complex, por exemplo, os irmãos Patrick Lim, de 61 anos, e Steve Lim, de 63, abriram a OnTap, a poucos metros da Smith Street, no final de 2014. A ideia é parecida, mas os Lims vendem apenas as cervejas e cidras próprias da OnTap, feitas em pequenos lotes do centro de Cingapura. Agora, a OnTap também possui boxes nos mercados ChompChomp e Sun Court. No que depender de Chao, iniciantes como a OnTap não são necessariamente competidores – e sim um sinal de progresso. “Ainda temos que fazer o mercado crescer e conseguir que mais gente beba boas cervejas”, explica.

The New York Times Destacado do fundo de casinhas que também funcionam como lojas no histórico distrito de Chinatown, em Cingapura, Daniel Goh se debruça sobre a mesa verde-limão, no segundo andar do Chinatown Complex, para fazer uma pausa em sua animada crítica sobre o rápido desenvolvimento da cena de cervejas artesanais na cidade-estado. “O que muita gente não sabe é que as pessoas costumavam vir aqui para morrer”, conta ele.

Daniel Goh na Smith Street Taps, barraca em que vende chopes artesanais de diversos cantos do mundo. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Goh está se referindo à Sago Lane, rua próxima daqui, que foi chamada de “Beco da Morte” na primeira metade do século XX por causa de suas muitas funerárias e lojas de caixões, e do sombrio costume de alguns cidadãos chineses de vir para as chamadas "casas da morte" quando estavam prestes a falecer. O governo proibiu esses lugares em 1961, e muitos dos comerciantes de funerárias já haviam ido embora há tempos quando a Sago Lane foi nivelada para abrir caminho para o labiríntico Chinatown Complex, cujo exterior brilha adornado com lanternas de papel chinesas incandescentes penduradas em zigue-zague sobre a movimentada rua abaixo. Lar de centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados, a estrutura é um dos mais antigos mercados de ambulantes / praça de alimentação ao ar livre de Cingapura. O governo construiu mais de 100 camelódromos de 1971 a 1986, enquanto autoridades, citando questões de gestão de resíduos e de saúde pública, atraíram dezenas de milhares de vendedores de comida das ruas para esses estabelecimentos que possuem vários boxes e a promessa de um aluguel barato. Apesar de ter roubado de Cingapura a alegre cultura das comidas de rua, ainda celebrada em muitas partes do sul da Ásia, hoje esses mercados desorganizados prosperam como espaços de encontro da comunidade e animados locais para comer. Aqui, chefs da região servem uma grande variedade de pratos quentes, frescos e baratos, desde especialidades de Cingapura, como a laksa (sopa com caldo de coco forte e picante) e arroz de frango, até comidas da Índia, Tailândia, Indonésia e mesmo ícones ocidentais como cachorro-quente e espaguete. Foi o aluguel barato do Chinatown Complex, o custo inicial mínimo e a chance de combinar cervejas com todas essas comidas locais que inspirou Goh, de 40 anos, a abrir em 2011 o Good Beer Co., primeiro box de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Oferecendo uma variedade de 60 garrafas importadas, a barraca fez tanto sucesso que, em janeiro de 2014, Goh se associou a um amigo que também negocia cerveja, Meng Chao, de 47 anos, para abrir a Smith Street Taps, ao lado da antiga.

O Chinatown Complex abriga centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Enquanto o Good Beer Co. negocia cervejas importadas, o Smith Street Taps começou como a primeira barraca a vender chope artesanal. “Foi arriscado. As garrafas podem ficar nas prateleiras, mas com o chope temos que renovar os barris muito mais rapidamente”, conta Chao. Até agora isso não foi um problema. Com 11 chopes - começaram com sete -, a Smith Street Taps logo se tornou o centro verdadeiro da nascente cena de cervejas artesanais de Cingapura, secando barris de 20 a 30 litros a cada dois ou três dias. Algumas cervejas, como a imperial stout Bomb! da Prairie Artisan Ales, de Oklahoma, duram menos de uma noite. “As pessoas vêm para tomar cervejas que nunca mais na vida terão a chance de experimentar, algumas vezes mesmo se viajarem até onde ela é feita”, explica Goh. Na Smith Street Taps, muitos importadores locais apresentam as cervejarias de fora aos cingapurianos colocando uma grande variedade de tipos de uma única fábrica na maioria das torneiras. A Siren Craft Brew (Berkshire, Inglaterra), a Baird Beer (Numazu, Japão) e a Modern Times Beer (San Diego, Califórnia) são algumas já degustadas nesses eventos. “Foi uma noite incrível; viemos cedo e ficamos até tarde. Fiquei muito impressionado com o conhecimento e o entusiasmo de tudo mundo daqui”, afirma Matt Walsh, principal cervejeiro da Modern Times, que viajou para Cingapura para a ocasião.

A Good Beer Co. é o primeiro box de um camelódromo de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Além de sua lista de chopes de classe mundial e de seu local atraente e inusitado, a Smith Street Taps também faz sucesso vendendo cervejas premium a preços muito mais baratos do que os encontrados nas lojas tradicionais com quem compete. Eles podem fazer isso, em parte, porque seus gastos são menores. De acordo com a Agência Nacional do Meio Ambiente de Cingapura, em 31 de dezembro de 2014, 87% do aluguel das barracas custava menos do que 1.500 dólares cingapurianos (cerca de US$ 1.065) por mês, uma pequena parte do que muitos bares mais centrais pagam. Claro, agora que a dupla deu o pontapé inicial no fenômeno de barracas de cervejas artesanais, o modelo pegou. No Chinatown Complex, por exemplo, os irmãos Patrick Lim, de 61 anos, e Steve Lim, de 63, abriram a OnTap, a poucos metros da Smith Street, no final de 2014. A ideia é parecida, mas os Lims vendem apenas as cervejas e cidras próprias da OnTap, feitas em pequenos lotes do centro de Cingapura. Agora, a OnTap também possui boxes nos mercados ChompChomp e Sun Court. No que depender de Chao, iniciantes como a OnTap não são necessariamente competidores – e sim um sinal de progresso. “Ainda temos que fazer o mercado crescer e conseguir que mais gente beba boas cervejas”, explica.

The New York Times Destacado do fundo de casinhas que também funcionam como lojas no histórico distrito de Chinatown, em Cingapura, Daniel Goh se debruça sobre a mesa verde-limão, no segundo andar do Chinatown Complex, para fazer uma pausa em sua animada crítica sobre o rápido desenvolvimento da cena de cervejas artesanais na cidade-estado. “O que muita gente não sabe é que as pessoas costumavam vir aqui para morrer”, conta ele.

Daniel Goh na Smith Street Taps, barraca em que vende chopes artesanais de diversos cantos do mundo. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Goh está se referindo à Sago Lane, rua próxima daqui, que foi chamada de “Beco da Morte” na primeira metade do século XX por causa de suas muitas funerárias e lojas de caixões, e do sombrio costume de alguns cidadãos chineses de vir para as chamadas "casas da morte" quando estavam prestes a falecer. O governo proibiu esses lugares em 1961, e muitos dos comerciantes de funerárias já haviam ido embora há tempos quando a Sago Lane foi nivelada para abrir caminho para o labiríntico Chinatown Complex, cujo exterior brilha adornado com lanternas de papel chinesas incandescentes penduradas em zigue-zague sobre a movimentada rua abaixo. Lar de centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados, a estrutura é um dos mais antigos mercados de ambulantes / praça de alimentação ao ar livre de Cingapura. O governo construiu mais de 100 camelódromos de 1971 a 1986, enquanto autoridades, citando questões de gestão de resíduos e de saúde pública, atraíram dezenas de milhares de vendedores de comida das ruas para esses estabelecimentos que possuem vários boxes e a promessa de um aluguel barato. Apesar de ter roubado de Cingapura a alegre cultura das comidas de rua, ainda celebrada em muitas partes do sul da Ásia, hoje esses mercados desorganizados prosperam como espaços de encontro da comunidade e animados locais para comer. Aqui, chefs da região servem uma grande variedade de pratos quentes, frescos e baratos, desde especialidades de Cingapura, como a laksa (sopa com caldo de coco forte e picante) e arroz de frango, até comidas da Índia, Tailândia, Indonésia e mesmo ícones ocidentais como cachorro-quente e espaguete. Foi o aluguel barato do Chinatown Complex, o custo inicial mínimo e a chance de combinar cervejas com todas essas comidas locais que inspirou Goh, de 40 anos, a abrir em 2011 o Good Beer Co., primeiro box de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Oferecendo uma variedade de 60 garrafas importadas, a barraca fez tanto sucesso que, em janeiro de 2014, Goh se associou a um amigo que também negocia cerveja, Meng Chao, de 47 anos, para abrir a Smith Street Taps, ao lado da antiga.

O Chinatown Complex abriga centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Enquanto o Good Beer Co. negocia cervejas importadas, o Smith Street Taps começou como a primeira barraca a vender chope artesanal. “Foi arriscado. As garrafas podem ficar nas prateleiras, mas com o chope temos que renovar os barris muito mais rapidamente”, conta Chao. Até agora isso não foi um problema. Com 11 chopes - começaram com sete -, a Smith Street Taps logo se tornou o centro verdadeiro da nascente cena de cervejas artesanais de Cingapura, secando barris de 20 a 30 litros a cada dois ou três dias. Algumas cervejas, como a imperial stout Bomb! da Prairie Artisan Ales, de Oklahoma, duram menos de uma noite. “As pessoas vêm para tomar cervejas que nunca mais na vida terão a chance de experimentar, algumas vezes mesmo se viajarem até onde ela é feita”, explica Goh. Na Smith Street Taps, muitos importadores locais apresentam as cervejarias de fora aos cingapurianos colocando uma grande variedade de tipos de uma única fábrica na maioria das torneiras. A Siren Craft Brew (Berkshire, Inglaterra), a Baird Beer (Numazu, Japão) e a Modern Times Beer (San Diego, Califórnia) são algumas já degustadas nesses eventos. “Foi uma noite incrível; viemos cedo e ficamos até tarde. Fiquei muito impressionado com o conhecimento e o entusiasmo de tudo mundo daqui”, afirma Matt Walsh, principal cervejeiro da Modern Times, que viajou para Cingapura para a ocasião.

A Good Beer Co. é o primeiro box de um camelódromo de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Além de sua lista de chopes de classe mundial e de seu local atraente e inusitado, a Smith Street Taps também faz sucesso vendendo cervejas premium a preços muito mais baratos do que os encontrados nas lojas tradicionais com quem compete. Eles podem fazer isso, em parte, porque seus gastos são menores. De acordo com a Agência Nacional do Meio Ambiente de Cingapura, em 31 de dezembro de 2014, 87% do aluguel das barracas custava menos do que 1.500 dólares cingapurianos (cerca de US$ 1.065) por mês, uma pequena parte do que muitos bares mais centrais pagam. Claro, agora que a dupla deu o pontapé inicial no fenômeno de barracas de cervejas artesanais, o modelo pegou. No Chinatown Complex, por exemplo, os irmãos Patrick Lim, de 61 anos, e Steve Lim, de 63, abriram a OnTap, a poucos metros da Smith Street, no final de 2014. A ideia é parecida, mas os Lims vendem apenas as cervejas e cidras próprias da OnTap, feitas em pequenos lotes do centro de Cingapura. Agora, a OnTap também possui boxes nos mercados ChompChomp e Sun Court. No que depender de Chao, iniciantes como a OnTap não são necessariamente competidores – e sim um sinal de progresso. “Ainda temos que fazer o mercado crescer e conseguir que mais gente beba boas cervejas”, explica.

The New York Times Destacado do fundo de casinhas que também funcionam como lojas no histórico distrito de Chinatown, em Cingapura, Daniel Goh se debruça sobre a mesa verde-limão, no segundo andar do Chinatown Complex, para fazer uma pausa em sua animada crítica sobre o rápido desenvolvimento da cena de cervejas artesanais na cidade-estado. “O que muita gente não sabe é que as pessoas costumavam vir aqui para morrer”, conta ele.

Daniel Goh na Smith Street Taps, barraca em que vende chopes artesanais de diversos cantos do mundo. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Goh está se referindo à Sago Lane, rua próxima daqui, que foi chamada de “Beco da Morte” na primeira metade do século XX por causa de suas muitas funerárias e lojas de caixões, e do sombrio costume de alguns cidadãos chineses de vir para as chamadas "casas da morte" quando estavam prestes a falecer. O governo proibiu esses lugares em 1961, e muitos dos comerciantes de funerárias já haviam ido embora há tempos quando a Sago Lane foi nivelada para abrir caminho para o labiríntico Chinatown Complex, cujo exterior brilha adornado com lanternas de papel chinesas incandescentes penduradas em zigue-zague sobre a movimentada rua abaixo. Lar de centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados, a estrutura é um dos mais antigos mercados de ambulantes / praça de alimentação ao ar livre de Cingapura. O governo construiu mais de 100 camelódromos de 1971 a 1986, enquanto autoridades, citando questões de gestão de resíduos e de saúde pública, atraíram dezenas de milhares de vendedores de comida das ruas para esses estabelecimentos que possuem vários boxes e a promessa de um aluguel barato. Apesar de ter roubado de Cingapura a alegre cultura das comidas de rua, ainda celebrada em muitas partes do sul da Ásia, hoje esses mercados desorganizados prosperam como espaços de encontro da comunidade e animados locais para comer. Aqui, chefs da região servem uma grande variedade de pratos quentes, frescos e baratos, desde especialidades de Cingapura, como a laksa (sopa com caldo de coco forte e picante) e arroz de frango, até comidas da Índia, Tailândia, Indonésia e mesmo ícones ocidentais como cachorro-quente e espaguete. Foi o aluguel barato do Chinatown Complex, o custo inicial mínimo e a chance de combinar cervejas com todas essas comidas locais que inspirou Goh, de 40 anos, a abrir em 2011 o Good Beer Co., primeiro box de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Oferecendo uma variedade de 60 garrafas importadas, a barraca fez tanto sucesso que, em janeiro de 2014, Goh se associou a um amigo que também negocia cerveja, Meng Chao, de 47 anos, para abrir a Smith Street Taps, ao lado da antiga.

O Chinatown Complex abriga centenas de barracas de comida e lojas de artigos variados. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Enquanto o Good Beer Co. negocia cervejas importadas, o Smith Street Taps começou como a primeira barraca a vender chope artesanal. “Foi arriscado. As garrafas podem ficar nas prateleiras, mas com o chope temos que renovar os barris muito mais rapidamente”, conta Chao. Até agora isso não foi um problema. Com 11 chopes - começaram com sete -, a Smith Street Taps logo se tornou o centro verdadeiro da nascente cena de cervejas artesanais de Cingapura, secando barris de 20 a 30 litros a cada dois ou três dias. Algumas cervejas, como a imperial stout Bomb! da Prairie Artisan Ales, de Oklahoma, duram menos de uma noite. “As pessoas vêm para tomar cervejas que nunca mais na vida terão a chance de experimentar, algumas vezes mesmo se viajarem até onde ela é feita”, explica Goh. Na Smith Street Taps, muitos importadores locais apresentam as cervejarias de fora aos cingapurianos colocando uma grande variedade de tipos de uma única fábrica na maioria das torneiras. A Siren Craft Brew (Berkshire, Inglaterra), a Baird Beer (Numazu, Japão) e a Modern Times Beer (San Diego, Califórnia) são algumas já degustadas nesses eventos. “Foi uma noite incrível; viemos cedo e ficamos até tarde. Fiquei muito impressionado com o conhecimento e o entusiasmo de tudo mundo daqui”, afirma Matt Walsh, principal cervejeiro da Modern Times, que viajou para Cingapura para a ocasião.

A Good Beer Co. é o primeiro box de um camelódromo de Cingapura especializado em cervejas artesanais. Foto: Lauryn Ishak|NYT

Além de sua lista de chopes de classe mundial e de seu local atraente e inusitado, a Smith Street Taps também faz sucesso vendendo cervejas premium a preços muito mais baratos do que os encontrados nas lojas tradicionais com quem compete. Eles podem fazer isso, em parte, porque seus gastos são menores. De acordo com a Agência Nacional do Meio Ambiente de Cingapura, em 31 de dezembro de 2014, 87% do aluguel das barracas custava menos do que 1.500 dólares cingapurianos (cerca de US$ 1.065) por mês, uma pequena parte do que muitos bares mais centrais pagam. Claro, agora que a dupla deu o pontapé inicial no fenômeno de barracas de cervejas artesanais, o modelo pegou. No Chinatown Complex, por exemplo, os irmãos Patrick Lim, de 61 anos, e Steve Lim, de 63, abriram a OnTap, a poucos metros da Smith Street, no final de 2014. A ideia é parecida, mas os Lims vendem apenas as cervejas e cidras próprias da OnTap, feitas em pequenos lotes do centro de Cingapura. Agora, a OnTap também possui boxes nos mercados ChompChomp e Sun Court. No que depender de Chao, iniciantes como a OnTap não são necessariamente competidores – e sim um sinal de progresso. “Ainda temos que fazer o mercado crescer e conseguir que mais gente beba boas cervejas”, explica.

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