Tinto de verão: provamos 16 vinhos que vão bem com os dias quentes


Leves e frescos, esta relação traz 16 rótulos que vão muito bem – sim – com os dias quentes da estação e custam entre R$ 94 e R$ 399

Por Suzana Barelli

São os vinhos brancos que combinam com o verão. Assim ditam as regras. Mas vale desafiá-las e optar por um tinto também nos dias mais quentes da estação. Só vale frisar que não é qualquer tinto que vai casar com o calor. O caminho é apostar em vinhos mais leves, com poucos taninos e menor teor alcoólico, como os 16 rótulos provados nesta degustação.

Quem disse que vinho tinto não combina com o verão? Foto: Alex Silva/Estadão
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Em comum, eles são tintos feitos com variedades como pinot noir, dolcetto, gamay ou país, entre outras uvas que dão origem a bebidas menos encorpadas. A maneira como o enólogo elabora o tinto também importa: se a ideia é uma maior extração dos componentes da uva ou um longo estágio em barricas novas de carvalho, é melhor deixá-lo na adega, esperando os dias mais frios. Mas aqueles vinhos com menor passagem por barricas, ou mesmo elaborado apenas em tanques de inox, mais frescos e frutados combinam muito com a estação.

Alguns são até apelidados de glup glup, pela facilidade de beber uma taça seguida da outra. Optar por provar a bebida um pouco mais gelada também é uma boa pedida – deixe a garrafa na geladeira por duas horas e sirva em seguida. Se estiver gelado demais, o que dificulta sentir os seus aromas, é só esperar um pouco que a temperatura subirá rapidamente, revelando notas mais frutadas. 

Para facilitar na escolha, os 16 vinhos foram divididos em três categorias. Na primeira – praia ou piscina – estão aqueles rótulos mais leves e despretensiosos. Em seguida estão os tintos que combinam com a estação: também são leves, mas combinam com uma refeição ou um momento não tão descontraído como à beira d’água. Em terceiro estão aqueles que não tão levinhos assim, vão bem nos dias mais quentes, mas também se sairiam bem num início de outono. 

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Relação traz 16 tintos que vão muito bem – sim – com os dias quentes da estação Foto: Alex Silva/Estadão

Confira a seguir os vinhos degustados às cegas (sem saber que rótulo corresponde a qual vinho) numa tarde de muito calor, por Felipe Campos, professor da escola de vinhos The Wine School, e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Praia ou a piscina

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Puszta Libré! 2020Burgenland, Áustria (R$ 189, na Cave Leman)

O representante austríaco deste painel é elaborado com as variedades zweigelt (70%) e saint laurent (30%), traz cor rubi com reflexos violáceo, frutas frescas, como morango, em um estilo glup glup, muito frutado e fresco. No paladar, se destaca pela acidez rasgando, que esconde o açúcar. Bem leve, com fruta vermelha ácida, quase sem tanino. Tem 11,8% de álcool.

Tenaz 2019Vale de Itata, Chile (R$ 109, na Qualimpor)

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Projeto da vinícola Miguel Torres de valorizar os pequenos produtores, que cultivam vinhas ancestrais no sul do Chile. Este é um cinsault, que vem dos vinhedos de José Miguel Castilho. De cor rubi de média intensidade, tem um agradável aroma de morango tanto fresco como maduro, com outras frutinhas vermelhas frescas e pimenta. É leve, com boa acidez, muito frescor e um leve picante no paladar. Tem 13% de álcool. 

Tenaz 2019 Foto: Alex Silva/Estadão

Unlitro Costa Toscana 2019Toscana, Itália (R$ 249, a garrafa de 1 litro, na Wines 4U)

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Corte das variedades alicante nero, alicante bouschet e carignan, este tinto segue as regras biodinâmicas. De coloração rubi mais clara, tem aromas que indicam certa evolução, como couro, que predomina, com pouco espaço para as frutas vermelhas. No paladar, tem corpo leve, para beber mais despretenciosamente, e com acidez alta, que vai harmonizar com um salaminho na beira da piscina. Tem 12% de álcool

Campanha Marselan 2018Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 105, na Salton)

Tinto que visa expressar as característica da uva marselan, elaborado sem passagem por madeira, apenas com o foco na fruta. É muito perfumado nos aromas, com flores e frutas vermelhas mais ácidas. De corpo leve, é muito fresco, com taninos leves, mas presentes, e boa persistência. Tem 12,5% de álcool.

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Mario Primo 2019Toscana, Itália (R$ 136,45, na Vinci)

Com garrafa mais bojuda, este tinto da Piccini tem cor rubi quase alaranjado de media intensidade. Nos aromas, lembra fruta mais evoluída, talvez indicando uma safra mais antiga. É salino, levemente herbáceo, com notas de sálvia e um toque de doçura no paladar. Falta um pouco de acidez. Tem 12% de álcool.

Bu End 2020Languedoc, França (R$ 115, na De la Croix)

Vinho natural da Domaine Rimbert, elaborado com muscat noir e syrah, traz aromas perfumados que remetem até a um vinho branco. É muito floral, lembrando dama da noite, com um toque frutado. De corpo leve, pouquíssimos taninos, fresco, equilibrado. Tem 12,5% de álcool

Combina com a estação

Creole 2019 Itata, Chile (R$ 399, na Le Petit Sommelier)

Elaborado com as variedades cinsault e país, esse tinto integra o projeto da Morandé Adventures, no qual os enólogos da vinícola têm a liberdade de criar os seus vinhos. Foi o melhor da degustação, com cor rubi de média intensidade, aromas de frutas vermelhas, como cerejas e morangos, um toque de especiarias, pimenta. De corpo leve para médio, taninos leves, mesmo presente, equilibrado e muito persistente. Tem 12,5% de álcool.

Creole 2019 Foto: Alex Silva/Estadão

Avalanche Printemps 2019Beaujolais, França (R$ 295, na Cellar)

Na apelação de Fleurie, Marc Delienne elabora este beaujolais de cor rubi de média intensidade, perfumado, com aromas florais e de muita fruta vermelha. Pouco encorpado, tem taninos mais leves, muito equilibrado e fresco. Tem 14% de álcool.

Via Revolucionaria La C. Grande 2019 Mendoza, Argentina (R$ 196, na Vinho Mix)

Belo vinho do irreverente enólogo Matias Michelini, no projeto Passionate Wine, elaborado com a uva criolla grande. De cor rubi meio alaranjado, traz notas salinas e minerais, com frutas tropicais, lembrando acerola, com um toque cítrico. De corpo leve, tem boa tensão no paladar, persistente e com final levemente salgado. Tem 11% de álcool. 

País Viejo 2020Maule, Chile (R$ 133, na World Wine)

Tinto gostosinho e fresco, com muitas notas de cereja e frutas vermelhas frescas, com um leve toque de especiaria, elaborado pela vinícola Bouchon no sul do Chile. Com corpo de leve para médio, tem poucos taninos, e um toque tostado no paladar. Fresco e persistente. Tem 13% de álcool.

País Viejo 2020 Foto: Alex Silva/Estadão

Beaujolais Villages Louis Latour 2020Beaujolais, França (R$ 157, na Inovini)

Beaujolais de cor rubi de media intensidade, com aromas que lembram uma inesperada graviola e também frutas vermelhas, com muita acidez. Com corpo de média intensidade, mesmo os aroma tendo indicado um vinho mais leve, com poucos taninos, porém mais firmes, muito fresco, persistente e equilibrado. Tem 13,5% de álcool. 

Leve, pero no mucho

Eric Rominger Pinot Noir 2020Alsácia, França (R$ 269, na Belle Cave)

De cor rubi de média intensidade, este pinot noir traz aromas de frutas vermelhas mesclada com notas que remetem à terra (o chamado sous bois). No paladar, tem corpo leve para médio, com algum tanino presente e firme, equilibrado, mesmo com uma ponta de álcool acima, e com leve tostado no final. Tem 13,5% de álcool.

Barbera d’Alba Massolino 2019Piemonte, Itália (R$ 327, na Zahil)

Este barbera de Serralunga d’Alba traz cor rubi de média intensidade, com aromas que lembram frutas vermelhas, com negras, como ameixas, e vermelhas. De corpo médio, taninos leves, porém presentes, muito fresco, pela acidez alta, tem uma ponta de álcool. Tem 14% de álcool. 

Coteaux Bourguignons 2016Borgonha, França (R$ 259,76, na Mistral)

Tinto de Joseph Drouhin, que combina a pinot noir (com 65%) e gamay (35%). Tem cor rubi de media intensidade, com um leve tostado nos aromas, lembrando caramelos, frutas vermelhas maduras, intensas e quase doces. No paladar, é equilibrado, com pouco tanino e boa acidez. Tem 13% de álcool. 

Koyle Costa Pinot Noir 2018Colchagua, Chile (R$ 199, na Setwines)

Em Paredones, com forte influencia do Pacífico estão os vinhedos deste pinot noir de cor rubi, com aromas de frutas vermelhas mais intensa, um toque floral e um sour bois. De corpo médio, taninos presentes, e um agradável tostado no final. Traz bom frescor e persistência. Tem 14% de álcool. 

Un Bon Petit Rouge Entre Copains 2020Côtes Catalanes, França (R$ 94, na Winebrands)

O rótulo convida para uma conversa neste vinho do sul da França, na região de Roussillon, elaborado com grenache noir e carignan. Apresenta cor rubi mais intensa, com notas de frutas vermelhas mais madura, ervas, com tanino mais presente e mais alcoólico. Tem boa persistência, com uma nota de pimenta no final de boca. Tem 13% de álcool. 

Un Bon Petit Rouge Entre Copains 2020 Foto: Alex Silva/Estadão

São os vinhos brancos que combinam com o verão. Assim ditam as regras. Mas vale desafiá-las e optar por um tinto também nos dias mais quentes da estação. Só vale frisar que não é qualquer tinto que vai casar com o calor. O caminho é apostar em vinhos mais leves, com poucos taninos e menor teor alcoólico, como os 16 rótulos provados nesta degustação.

Quem disse que vinho tinto não combina com o verão? Foto: Alex Silva/Estadão

Em comum, eles são tintos feitos com variedades como pinot noir, dolcetto, gamay ou país, entre outras uvas que dão origem a bebidas menos encorpadas. A maneira como o enólogo elabora o tinto também importa: se a ideia é uma maior extração dos componentes da uva ou um longo estágio em barricas novas de carvalho, é melhor deixá-lo na adega, esperando os dias mais frios. Mas aqueles vinhos com menor passagem por barricas, ou mesmo elaborado apenas em tanques de inox, mais frescos e frutados combinam muito com a estação.

Alguns são até apelidados de glup glup, pela facilidade de beber uma taça seguida da outra. Optar por provar a bebida um pouco mais gelada também é uma boa pedida – deixe a garrafa na geladeira por duas horas e sirva em seguida. Se estiver gelado demais, o que dificulta sentir os seus aromas, é só esperar um pouco que a temperatura subirá rapidamente, revelando notas mais frutadas. 

Para facilitar na escolha, os 16 vinhos foram divididos em três categorias. Na primeira – praia ou piscina – estão aqueles rótulos mais leves e despretensiosos. Em seguida estão os tintos que combinam com a estação: também são leves, mas combinam com uma refeição ou um momento não tão descontraído como à beira d’água. Em terceiro estão aqueles que não tão levinhos assim, vão bem nos dias mais quentes, mas também se sairiam bem num início de outono. 

Relação traz 16 tintos que vão muito bem – sim – com os dias quentes da estação Foto: Alex Silva/Estadão

Confira a seguir os vinhos degustados às cegas (sem saber que rótulo corresponde a qual vinho) numa tarde de muito calor, por Felipe Campos, professor da escola de vinhos The Wine School, e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Praia ou a piscina

Puszta Libré! 2020Burgenland, Áustria (R$ 189, na Cave Leman)

O representante austríaco deste painel é elaborado com as variedades zweigelt (70%) e saint laurent (30%), traz cor rubi com reflexos violáceo, frutas frescas, como morango, em um estilo glup glup, muito frutado e fresco. No paladar, se destaca pela acidez rasgando, que esconde o açúcar. Bem leve, com fruta vermelha ácida, quase sem tanino. Tem 11,8% de álcool.

Tenaz 2019Vale de Itata, Chile (R$ 109, na Qualimpor)

Projeto da vinícola Miguel Torres de valorizar os pequenos produtores, que cultivam vinhas ancestrais no sul do Chile. Este é um cinsault, que vem dos vinhedos de José Miguel Castilho. De cor rubi de média intensidade, tem um agradável aroma de morango tanto fresco como maduro, com outras frutinhas vermelhas frescas e pimenta. É leve, com boa acidez, muito frescor e um leve picante no paladar. Tem 13% de álcool. 

Tenaz 2019 Foto: Alex Silva/Estadão

Unlitro Costa Toscana 2019Toscana, Itália (R$ 249, a garrafa de 1 litro, na Wines 4U)

Corte das variedades alicante nero, alicante bouschet e carignan, este tinto segue as regras biodinâmicas. De coloração rubi mais clara, tem aromas que indicam certa evolução, como couro, que predomina, com pouco espaço para as frutas vermelhas. No paladar, tem corpo leve, para beber mais despretenciosamente, e com acidez alta, que vai harmonizar com um salaminho na beira da piscina. Tem 12% de álcool

Campanha Marselan 2018Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 105, na Salton)

Tinto que visa expressar as característica da uva marselan, elaborado sem passagem por madeira, apenas com o foco na fruta. É muito perfumado nos aromas, com flores e frutas vermelhas mais ácidas. De corpo leve, é muito fresco, com taninos leves, mas presentes, e boa persistência. Tem 12,5% de álcool.

Mario Primo 2019Toscana, Itália (R$ 136,45, na Vinci)

Com garrafa mais bojuda, este tinto da Piccini tem cor rubi quase alaranjado de media intensidade. Nos aromas, lembra fruta mais evoluída, talvez indicando uma safra mais antiga. É salino, levemente herbáceo, com notas de sálvia e um toque de doçura no paladar. Falta um pouco de acidez. Tem 12% de álcool.

Bu End 2020Languedoc, França (R$ 115, na De la Croix)

Vinho natural da Domaine Rimbert, elaborado com muscat noir e syrah, traz aromas perfumados que remetem até a um vinho branco. É muito floral, lembrando dama da noite, com um toque frutado. De corpo leve, pouquíssimos taninos, fresco, equilibrado. Tem 12,5% de álcool

Combina com a estação

Creole 2019 Itata, Chile (R$ 399, na Le Petit Sommelier)

Elaborado com as variedades cinsault e país, esse tinto integra o projeto da Morandé Adventures, no qual os enólogos da vinícola têm a liberdade de criar os seus vinhos. Foi o melhor da degustação, com cor rubi de média intensidade, aromas de frutas vermelhas, como cerejas e morangos, um toque de especiarias, pimenta. De corpo leve para médio, taninos leves, mesmo presente, equilibrado e muito persistente. Tem 12,5% de álcool.

Creole 2019 Foto: Alex Silva/Estadão

Avalanche Printemps 2019Beaujolais, França (R$ 295, na Cellar)

Na apelação de Fleurie, Marc Delienne elabora este beaujolais de cor rubi de média intensidade, perfumado, com aromas florais e de muita fruta vermelha. Pouco encorpado, tem taninos mais leves, muito equilibrado e fresco. Tem 14% de álcool.

Via Revolucionaria La C. Grande 2019 Mendoza, Argentina (R$ 196, na Vinho Mix)

Belo vinho do irreverente enólogo Matias Michelini, no projeto Passionate Wine, elaborado com a uva criolla grande. De cor rubi meio alaranjado, traz notas salinas e minerais, com frutas tropicais, lembrando acerola, com um toque cítrico. De corpo leve, tem boa tensão no paladar, persistente e com final levemente salgado. Tem 11% de álcool. 

País Viejo 2020Maule, Chile (R$ 133, na World Wine)

Tinto gostosinho e fresco, com muitas notas de cereja e frutas vermelhas frescas, com um leve toque de especiaria, elaborado pela vinícola Bouchon no sul do Chile. Com corpo de leve para médio, tem poucos taninos, e um toque tostado no paladar. Fresco e persistente. Tem 13% de álcool.

País Viejo 2020 Foto: Alex Silva/Estadão

Beaujolais Villages Louis Latour 2020Beaujolais, França (R$ 157, na Inovini)

Beaujolais de cor rubi de media intensidade, com aromas que lembram uma inesperada graviola e também frutas vermelhas, com muita acidez. Com corpo de média intensidade, mesmo os aroma tendo indicado um vinho mais leve, com poucos taninos, porém mais firmes, muito fresco, persistente e equilibrado. Tem 13,5% de álcool. 

Leve, pero no mucho

Eric Rominger Pinot Noir 2020Alsácia, França (R$ 269, na Belle Cave)

De cor rubi de média intensidade, este pinot noir traz aromas de frutas vermelhas mesclada com notas que remetem à terra (o chamado sous bois). No paladar, tem corpo leve para médio, com algum tanino presente e firme, equilibrado, mesmo com uma ponta de álcool acima, e com leve tostado no final. Tem 13,5% de álcool.

Barbera d’Alba Massolino 2019Piemonte, Itália (R$ 327, na Zahil)

Este barbera de Serralunga d’Alba traz cor rubi de média intensidade, com aromas que lembram frutas vermelhas, com negras, como ameixas, e vermelhas. De corpo médio, taninos leves, porém presentes, muito fresco, pela acidez alta, tem uma ponta de álcool. Tem 14% de álcool. 

Coteaux Bourguignons 2016Borgonha, França (R$ 259,76, na Mistral)

Tinto de Joseph Drouhin, que combina a pinot noir (com 65%) e gamay (35%). Tem cor rubi de media intensidade, com um leve tostado nos aromas, lembrando caramelos, frutas vermelhas maduras, intensas e quase doces. No paladar, é equilibrado, com pouco tanino e boa acidez. Tem 13% de álcool. 

Koyle Costa Pinot Noir 2018Colchagua, Chile (R$ 199, na Setwines)

Em Paredones, com forte influencia do Pacífico estão os vinhedos deste pinot noir de cor rubi, com aromas de frutas vermelhas mais intensa, um toque floral e um sour bois. De corpo médio, taninos presentes, e um agradável tostado no final. Traz bom frescor e persistência. Tem 14% de álcool. 

Un Bon Petit Rouge Entre Copains 2020Côtes Catalanes, França (R$ 94, na Winebrands)

O rótulo convida para uma conversa neste vinho do sul da França, na região de Roussillon, elaborado com grenache noir e carignan. Apresenta cor rubi mais intensa, com notas de frutas vermelhas mais madura, ervas, com tanino mais presente e mais alcoólico. Tem boa persistência, com uma nota de pimenta no final de boca. Tem 13% de álcool. 

Un Bon Petit Rouge Entre Copains 2020 Foto: Alex Silva/Estadão

São os vinhos brancos que combinam com o verão. Assim ditam as regras. Mas vale desafiá-las e optar por um tinto também nos dias mais quentes da estação. Só vale frisar que não é qualquer tinto que vai casar com o calor. O caminho é apostar em vinhos mais leves, com poucos taninos e menor teor alcoólico, como os 16 rótulos provados nesta degustação.

Quem disse que vinho tinto não combina com o verão? Foto: Alex Silva/Estadão

Em comum, eles são tintos feitos com variedades como pinot noir, dolcetto, gamay ou país, entre outras uvas que dão origem a bebidas menos encorpadas. A maneira como o enólogo elabora o tinto também importa: se a ideia é uma maior extração dos componentes da uva ou um longo estágio em barricas novas de carvalho, é melhor deixá-lo na adega, esperando os dias mais frios. Mas aqueles vinhos com menor passagem por barricas, ou mesmo elaborado apenas em tanques de inox, mais frescos e frutados combinam muito com a estação.

Alguns são até apelidados de glup glup, pela facilidade de beber uma taça seguida da outra. Optar por provar a bebida um pouco mais gelada também é uma boa pedida – deixe a garrafa na geladeira por duas horas e sirva em seguida. Se estiver gelado demais, o que dificulta sentir os seus aromas, é só esperar um pouco que a temperatura subirá rapidamente, revelando notas mais frutadas. 

Para facilitar na escolha, os 16 vinhos foram divididos em três categorias. Na primeira – praia ou piscina – estão aqueles rótulos mais leves e despretensiosos. Em seguida estão os tintos que combinam com a estação: também são leves, mas combinam com uma refeição ou um momento não tão descontraído como à beira d’água. Em terceiro estão aqueles que não tão levinhos assim, vão bem nos dias mais quentes, mas também se sairiam bem num início de outono. 

Relação traz 16 tintos que vão muito bem – sim – com os dias quentes da estação Foto: Alex Silva/Estadão

Confira a seguir os vinhos degustados às cegas (sem saber que rótulo corresponde a qual vinho) numa tarde de muito calor, por Felipe Campos, professor da escola de vinhos The Wine School, e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Praia ou a piscina

Puszta Libré! 2020Burgenland, Áustria (R$ 189, na Cave Leman)

O representante austríaco deste painel é elaborado com as variedades zweigelt (70%) e saint laurent (30%), traz cor rubi com reflexos violáceo, frutas frescas, como morango, em um estilo glup glup, muito frutado e fresco. No paladar, se destaca pela acidez rasgando, que esconde o açúcar. Bem leve, com fruta vermelha ácida, quase sem tanino. Tem 11,8% de álcool.

Tenaz 2019Vale de Itata, Chile (R$ 109, na Qualimpor)

Projeto da vinícola Miguel Torres de valorizar os pequenos produtores, que cultivam vinhas ancestrais no sul do Chile. Este é um cinsault, que vem dos vinhedos de José Miguel Castilho. De cor rubi de média intensidade, tem um agradável aroma de morango tanto fresco como maduro, com outras frutinhas vermelhas frescas e pimenta. É leve, com boa acidez, muito frescor e um leve picante no paladar. Tem 13% de álcool. 

Tenaz 2019 Foto: Alex Silva/Estadão

Unlitro Costa Toscana 2019Toscana, Itália (R$ 249, a garrafa de 1 litro, na Wines 4U)

Corte das variedades alicante nero, alicante bouschet e carignan, este tinto segue as regras biodinâmicas. De coloração rubi mais clara, tem aromas que indicam certa evolução, como couro, que predomina, com pouco espaço para as frutas vermelhas. No paladar, tem corpo leve, para beber mais despretenciosamente, e com acidez alta, que vai harmonizar com um salaminho na beira da piscina. Tem 12% de álcool

Campanha Marselan 2018Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 105, na Salton)

Tinto que visa expressar as característica da uva marselan, elaborado sem passagem por madeira, apenas com o foco na fruta. É muito perfumado nos aromas, com flores e frutas vermelhas mais ácidas. De corpo leve, é muito fresco, com taninos leves, mas presentes, e boa persistência. Tem 12,5% de álcool.

Mario Primo 2019Toscana, Itália (R$ 136,45, na Vinci)

Com garrafa mais bojuda, este tinto da Piccini tem cor rubi quase alaranjado de media intensidade. Nos aromas, lembra fruta mais evoluída, talvez indicando uma safra mais antiga. É salino, levemente herbáceo, com notas de sálvia e um toque de doçura no paladar. Falta um pouco de acidez. Tem 12% de álcool.

Bu End 2020Languedoc, França (R$ 115, na De la Croix)

Vinho natural da Domaine Rimbert, elaborado com muscat noir e syrah, traz aromas perfumados que remetem até a um vinho branco. É muito floral, lembrando dama da noite, com um toque frutado. De corpo leve, pouquíssimos taninos, fresco, equilibrado. Tem 12,5% de álcool

Combina com a estação

Creole 2019 Itata, Chile (R$ 399, na Le Petit Sommelier)

Elaborado com as variedades cinsault e país, esse tinto integra o projeto da Morandé Adventures, no qual os enólogos da vinícola têm a liberdade de criar os seus vinhos. Foi o melhor da degustação, com cor rubi de média intensidade, aromas de frutas vermelhas, como cerejas e morangos, um toque de especiarias, pimenta. De corpo leve para médio, taninos leves, mesmo presente, equilibrado e muito persistente. Tem 12,5% de álcool.

Creole 2019 Foto: Alex Silva/Estadão

Avalanche Printemps 2019Beaujolais, França (R$ 295, na Cellar)

Na apelação de Fleurie, Marc Delienne elabora este beaujolais de cor rubi de média intensidade, perfumado, com aromas florais e de muita fruta vermelha. Pouco encorpado, tem taninos mais leves, muito equilibrado e fresco. Tem 14% de álcool.

Via Revolucionaria La C. Grande 2019 Mendoza, Argentina (R$ 196, na Vinho Mix)

Belo vinho do irreverente enólogo Matias Michelini, no projeto Passionate Wine, elaborado com a uva criolla grande. De cor rubi meio alaranjado, traz notas salinas e minerais, com frutas tropicais, lembrando acerola, com um toque cítrico. De corpo leve, tem boa tensão no paladar, persistente e com final levemente salgado. Tem 11% de álcool. 

País Viejo 2020Maule, Chile (R$ 133, na World Wine)

Tinto gostosinho e fresco, com muitas notas de cereja e frutas vermelhas frescas, com um leve toque de especiaria, elaborado pela vinícola Bouchon no sul do Chile. Com corpo de leve para médio, tem poucos taninos, e um toque tostado no paladar. Fresco e persistente. Tem 13% de álcool.

País Viejo 2020 Foto: Alex Silva/Estadão

Beaujolais Villages Louis Latour 2020Beaujolais, França (R$ 157, na Inovini)

Beaujolais de cor rubi de media intensidade, com aromas que lembram uma inesperada graviola e também frutas vermelhas, com muita acidez. Com corpo de média intensidade, mesmo os aroma tendo indicado um vinho mais leve, com poucos taninos, porém mais firmes, muito fresco, persistente e equilibrado. Tem 13,5% de álcool. 

Leve, pero no mucho

Eric Rominger Pinot Noir 2020Alsácia, França (R$ 269, na Belle Cave)

De cor rubi de média intensidade, este pinot noir traz aromas de frutas vermelhas mesclada com notas que remetem à terra (o chamado sous bois). No paladar, tem corpo leve para médio, com algum tanino presente e firme, equilibrado, mesmo com uma ponta de álcool acima, e com leve tostado no final. Tem 13,5% de álcool.

Barbera d’Alba Massolino 2019Piemonte, Itália (R$ 327, na Zahil)

Este barbera de Serralunga d’Alba traz cor rubi de média intensidade, com aromas que lembram frutas vermelhas, com negras, como ameixas, e vermelhas. De corpo médio, taninos leves, porém presentes, muito fresco, pela acidez alta, tem uma ponta de álcool. Tem 14% de álcool. 

Coteaux Bourguignons 2016Borgonha, França (R$ 259,76, na Mistral)

Tinto de Joseph Drouhin, que combina a pinot noir (com 65%) e gamay (35%). Tem cor rubi de media intensidade, com um leve tostado nos aromas, lembrando caramelos, frutas vermelhas maduras, intensas e quase doces. No paladar, é equilibrado, com pouco tanino e boa acidez. Tem 13% de álcool. 

Koyle Costa Pinot Noir 2018Colchagua, Chile (R$ 199, na Setwines)

Em Paredones, com forte influencia do Pacífico estão os vinhedos deste pinot noir de cor rubi, com aromas de frutas vermelhas mais intensa, um toque floral e um sour bois. De corpo médio, taninos presentes, e um agradável tostado no final. Traz bom frescor e persistência. Tem 14% de álcool. 

Un Bon Petit Rouge Entre Copains 2020Côtes Catalanes, França (R$ 94, na Winebrands)

O rótulo convida para uma conversa neste vinho do sul da França, na região de Roussillon, elaborado com grenache noir e carignan. Apresenta cor rubi mais intensa, com notas de frutas vermelhas mais madura, ervas, com tanino mais presente e mais alcoólico. Tem boa persistência, com uma nota de pimenta no final de boca. Tem 13% de álcool. 

Un Bon Petit Rouge Entre Copains 2020 Foto: Alex Silva/Estadão

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