Uruguai: um pequeno notável no mundo do vinho


Na próxima semana, 29 vinícolas uruguaias estarão em São Paulo para apresentar seus vinhos. Saiba aqui os mitos e as verdades sobre a produção do paisíto

Por Isabelle Moreira Lima
Atualização:

De Canelones

O Uruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunidade: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporânea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentação sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.

  Foto: Garzon|Divulgação
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Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânicos e rústicos, está duplamente enganado: 

● O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelmente bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.

●Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos. 

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●O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalidade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.

●Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde está a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacionais, embora seja propriedade de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilidade e uma ideia de modernidade. 

●Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedores, tem altos custos de produção. 

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● O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado 2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos. 

Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendimento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagens do paisíto. 

  Foto: Mariano Herrero|Divulgação
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MÁFIA HIPPIE 

Os irmãos Pisano, Gustavo, da enologia, Daniel, encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura, são como uma pequena máfia dentro do vinho uruguaio. Mas em vez de espalhar terror, formam uma espécie de máfia hippie, que prega uma relação emocional com a bebida. E como fazem vinhos! Em uma tarde com eles, provei mais de 30 rótulos. A região onde produzem em Canelones, chamada de Progreso, tem solo argiloso calcário como o da Borgonha, explica Daniel, e clima marítimo como o de Bordeaux. “Por isso, aqui acidez não se corrige”, diz com orgulho. A prova está no RPF Chardonnay 2011 (R$ 123,61 na Mistral), cheio de especiarias e longuíssimo, e no Cisplatino Tannat 2013 (R$ 65), que levou medalha de platina na premiação da revista inglesa Decanter como o melhor best-buy do ano.

Os irmãos Pisano. Gustavo (à esq.), da enologia, Daniel (centro), encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura. Foto: Pisano|Divulgação
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PIONEIRO 

A história do vinho uruguaio passa por Reinaldo de Lucca (na foto com a filha Agostina, que trabalha com ele), um dos pioneiros da conversão de vinhedos em 1980, quando o país viu que podia ir além do garrafão e passou a plantar variedades e clones específicos para produzir vinhos finos. Por influência de seus estudos na França, a Bodega De Lucca trabalha com castas europeias pouco comuns no Uruguai, como a Marsanne, a Nero d’Avola, a Aglianico e a Sangiovese. A vinícola lembra o laboratório de um cientista maluco e ao apresentar seus vinhos mais experimentais, munido da mais genuína empolgação, de Lucca rejuvenece décadas. Prove o Marsanne Reserva 2016 (R$ 85,28 na Premium) e o Pinot Negro Finca Agostina 2014 (R$ 118,25). 

Reinaldo de Lucca com a filha Agostina Foto: De Lucca|Divulgação
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ELEGÂNCIA 

Acolhedora e discretamente sofisticada, a família Bouza tem um papel importante na imagem do que é o vinho uruguaio hoje: faz rótulos igualmente amigáveis e elegantes e foi a responsável por desbravar a Albariño, cepa branca originária da Galícia, assim como a família, que tem mostrado resultados surpreendentes no país. Hoje, encontra-se rótulos com a cepa de outras vinícolas, mas foram eles que começaram. “Era o mais natural, minha família é galega”, explica o quase tímido Juan Bouza, patriarca e fundador da bodega, que oferece uma das estruturas mais atraentes para os turistas. Além do varietal Bouza Albariño (R$ 159,70 na Decanter), reserve uma data especial para provar o Cocó (R$ 258,50), corte de Chardonnay e Albariño. Seu frescor e riqueza de aromas vão tornar a data inesquecível.

Butique. Os produtores Juan e Elisa Bouza Foto: Mariano Herrera|Divulgação

MUJERES

O Uruguai parece um mundo masculino, mas há mulheres fortes no comando. Virginia Stagnari está à frente da Antígua Bodega Stagnari, ao lado da enóloga Laura Casella. De lá sai o delicadíssimo e elegante Mburumbuya 2015 (R$ 268 na Mercovino), um corte de Cabernet Franc, Syrah, Tannat, Merlot e Sangiovese. Já a Gimenez Mendez é comandada por Marta Méndez Parodi, que transformou uma pequena vinícola em uma potência de exportação, auxiliada pelo filho Mauro, que assina os vinhos da casa e é tido como uma das promessas da nova geração uruguaia. Da casa, prove o Alta Reserva Sauvignon Blanc (R$ 98 na Winelands) e o Premium Tannat 2013 (R$ 120).

Mãe e chefe. Virginia Stagnari com os filhos Foto: Antígua Bodega Stagnari|Divulgação

ORÁCULO

No fim de uma semana de viagem ao Uruguai encontrei Fernando Deicas em sua Estabelecimiento Juanicó e fiquei com a sensação de que tinha diante de mim um oráculo: tudo o que falava resumia ou punha em palavras o que vi e senti ao visitar os vinhedos de Canelones. “Aqui não podemos pensar em vinho barato, mas nos ‘de crianza’, com potencial de guarda”; “Não acredito das bodegas-corporação”;“O problema é que somos um país pequeno, desconhecido.” E é da sala de onde Fernando e o filho Santiago provam com a enóloga Adriana Gutierrez que sai o genial Prelúdio Branco (R$ 407 na Interfood), além da ótima linha Atlántico Sur (em torno de R$ 100). A vinícola prepara agora uma série de vinhos de corte de vinhedo único com consultoria de Paul Hobbs, com quem trabalha há 26 anos.

*VIAGEM A CONVITE DA WINES OF URUGUAY

De Canelones

O Uruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunidade: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporânea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentação sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.

  Foto: Garzon|Divulgação

Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânicos e rústicos, está duplamente enganado: 

● O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelmente bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.

●Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos. 

●O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalidade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.

●Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde está a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacionais, embora seja propriedade de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilidade e uma ideia de modernidade. 

●Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedores, tem altos custos de produção. 

● O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado 2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos. 

Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendimento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagens do paisíto. 

  Foto: Mariano Herrero|Divulgação

MÁFIA HIPPIE 

Os irmãos Pisano, Gustavo, da enologia, Daniel, encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura, são como uma pequena máfia dentro do vinho uruguaio. Mas em vez de espalhar terror, formam uma espécie de máfia hippie, que prega uma relação emocional com a bebida. E como fazem vinhos! Em uma tarde com eles, provei mais de 30 rótulos. A região onde produzem em Canelones, chamada de Progreso, tem solo argiloso calcário como o da Borgonha, explica Daniel, e clima marítimo como o de Bordeaux. “Por isso, aqui acidez não se corrige”, diz com orgulho. A prova está no RPF Chardonnay 2011 (R$ 123,61 na Mistral), cheio de especiarias e longuíssimo, e no Cisplatino Tannat 2013 (R$ 65), que levou medalha de platina na premiação da revista inglesa Decanter como o melhor best-buy do ano.

Os irmãos Pisano. Gustavo (à esq.), da enologia, Daniel (centro), encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura. Foto: Pisano|Divulgação

PIONEIRO 

A história do vinho uruguaio passa por Reinaldo de Lucca (na foto com a filha Agostina, que trabalha com ele), um dos pioneiros da conversão de vinhedos em 1980, quando o país viu que podia ir além do garrafão e passou a plantar variedades e clones específicos para produzir vinhos finos. Por influência de seus estudos na França, a Bodega De Lucca trabalha com castas europeias pouco comuns no Uruguai, como a Marsanne, a Nero d’Avola, a Aglianico e a Sangiovese. A vinícola lembra o laboratório de um cientista maluco e ao apresentar seus vinhos mais experimentais, munido da mais genuína empolgação, de Lucca rejuvenece décadas. Prove o Marsanne Reserva 2016 (R$ 85,28 na Premium) e o Pinot Negro Finca Agostina 2014 (R$ 118,25). 

Reinaldo de Lucca com a filha Agostina Foto: De Lucca|Divulgação

ELEGÂNCIA 

Acolhedora e discretamente sofisticada, a família Bouza tem um papel importante na imagem do que é o vinho uruguaio hoje: faz rótulos igualmente amigáveis e elegantes e foi a responsável por desbravar a Albariño, cepa branca originária da Galícia, assim como a família, que tem mostrado resultados surpreendentes no país. Hoje, encontra-se rótulos com a cepa de outras vinícolas, mas foram eles que começaram. “Era o mais natural, minha família é galega”, explica o quase tímido Juan Bouza, patriarca e fundador da bodega, que oferece uma das estruturas mais atraentes para os turistas. Além do varietal Bouza Albariño (R$ 159,70 na Decanter), reserve uma data especial para provar o Cocó (R$ 258,50), corte de Chardonnay e Albariño. Seu frescor e riqueza de aromas vão tornar a data inesquecível.

Butique. Os produtores Juan e Elisa Bouza Foto: Mariano Herrera|Divulgação

MUJERES

O Uruguai parece um mundo masculino, mas há mulheres fortes no comando. Virginia Stagnari está à frente da Antígua Bodega Stagnari, ao lado da enóloga Laura Casella. De lá sai o delicadíssimo e elegante Mburumbuya 2015 (R$ 268 na Mercovino), um corte de Cabernet Franc, Syrah, Tannat, Merlot e Sangiovese. Já a Gimenez Mendez é comandada por Marta Méndez Parodi, que transformou uma pequena vinícola em uma potência de exportação, auxiliada pelo filho Mauro, que assina os vinhos da casa e é tido como uma das promessas da nova geração uruguaia. Da casa, prove o Alta Reserva Sauvignon Blanc (R$ 98 na Winelands) e o Premium Tannat 2013 (R$ 120).

Mãe e chefe. Virginia Stagnari com os filhos Foto: Antígua Bodega Stagnari|Divulgação

ORÁCULO

No fim de uma semana de viagem ao Uruguai encontrei Fernando Deicas em sua Estabelecimiento Juanicó e fiquei com a sensação de que tinha diante de mim um oráculo: tudo o que falava resumia ou punha em palavras o que vi e senti ao visitar os vinhedos de Canelones. “Aqui não podemos pensar em vinho barato, mas nos ‘de crianza’, com potencial de guarda”; “Não acredito das bodegas-corporação”;“O problema é que somos um país pequeno, desconhecido.” E é da sala de onde Fernando e o filho Santiago provam com a enóloga Adriana Gutierrez que sai o genial Prelúdio Branco (R$ 407 na Interfood), além da ótima linha Atlántico Sur (em torno de R$ 100). A vinícola prepara agora uma série de vinhos de corte de vinhedo único com consultoria de Paul Hobbs, com quem trabalha há 26 anos.

*VIAGEM A CONVITE DA WINES OF URUGUAY

De Canelones

O Uruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunidade: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporânea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentação sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.

  Foto: Garzon|Divulgação

Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânicos e rústicos, está duplamente enganado: 

● O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelmente bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.

●Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos. 

●O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalidade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.

●Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde está a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacionais, embora seja propriedade de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilidade e uma ideia de modernidade. 

●Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedores, tem altos custos de produção. 

● O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado 2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos. 

Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendimento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagens do paisíto. 

  Foto: Mariano Herrero|Divulgação

MÁFIA HIPPIE 

Os irmãos Pisano, Gustavo, da enologia, Daniel, encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura, são como uma pequena máfia dentro do vinho uruguaio. Mas em vez de espalhar terror, formam uma espécie de máfia hippie, que prega uma relação emocional com a bebida. E como fazem vinhos! Em uma tarde com eles, provei mais de 30 rótulos. A região onde produzem em Canelones, chamada de Progreso, tem solo argiloso calcário como o da Borgonha, explica Daniel, e clima marítimo como o de Bordeaux. “Por isso, aqui acidez não se corrige”, diz com orgulho. A prova está no RPF Chardonnay 2011 (R$ 123,61 na Mistral), cheio de especiarias e longuíssimo, e no Cisplatino Tannat 2013 (R$ 65), que levou medalha de platina na premiação da revista inglesa Decanter como o melhor best-buy do ano.

Os irmãos Pisano. Gustavo (à esq.), da enologia, Daniel (centro), encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura. Foto: Pisano|Divulgação

PIONEIRO 

A história do vinho uruguaio passa por Reinaldo de Lucca (na foto com a filha Agostina, que trabalha com ele), um dos pioneiros da conversão de vinhedos em 1980, quando o país viu que podia ir além do garrafão e passou a plantar variedades e clones específicos para produzir vinhos finos. Por influência de seus estudos na França, a Bodega De Lucca trabalha com castas europeias pouco comuns no Uruguai, como a Marsanne, a Nero d’Avola, a Aglianico e a Sangiovese. A vinícola lembra o laboratório de um cientista maluco e ao apresentar seus vinhos mais experimentais, munido da mais genuína empolgação, de Lucca rejuvenece décadas. Prove o Marsanne Reserva 2016 (R$ 85,28 na Premium) e o Pinot Negro Finca Agostina 2014 (R$ 118,25). 

Reinaldo de Lucca com a filha Agostina Foto: De Lucca|Divulgação

ELEGÂNCIA 

Acolhedora e discretamente sofisticada, a família Bouza tem um papel importante na imagem do que é o vinho uruguaio hoje: faz rótulos igualmente amigáveis e elegantes e foi a responsável por desbravar a Albariño, cepa branca originária da Galícia, assim como a família, que tem mostrado resultados surpreendentes no país. Hoje, encontra-se rótulos com a cepa de outras vinícolas, mas foram eles que começaram. “Era o mais natural, minha família é galega”, explica o quase tímido Juan Bouza, patriarca e fundador da bodega, que oferece uma das estruturas mais atraentes para os turistas. Além do varietal Bouza Albariño (R$ 159,70 na Decanter), reserve uma data especial para provar o Cocó (R$ 258,50), corte de Chardonnay e Albariño. Seu frescor e riqueza de aromas vão tornar a data inesquecível.

Butique. Os produtores Juan e Elisa Bouza Foto: Mariano Herrera|Divulgação

MUJERES

O Uruguai parece um mundo masculino, mas há mulheres fortes no comando. Virginia Stagnari está à frente da Antígua Bodega Stagnari, ao lado da enóloga Laura Casella. De lá sai o delicadíssimo e elegante Mburumbuya 2015 (R$ 268 na Mercovino), um corte de Cabernet Franc, Syrah, Tannat, Merlot e Sangiovese. Já a Gimenez Mendez é comandada por Marta Méndez Parodi, que transformou uma pequena vinícola em uma potência de exportação, auxiliada pelo filho Mauro, que assina os vinhos da casa e é tido como uma das promessas da nova geração uruguaia. Da casa, prove o Alta Reserva Sauvignon Blanc (R$ 98 na Winelands) e o Premium Tannat 2013 (R$ 120).

Mãe e chefe. Virginia Stagnari com os filhos Foto: Antígua Bodega Stagnari|Divulgação

ORÁCULO

No fim de uma semana de viagem ao Uruguai encontrei Fernando Deicas em sua Estabelecimiento Juanicó e fiquei com a sensação de que tinha diante de mim um oráculo: tudo o que falava resumia ou punha em palavras o que vi e senti ao visitar os vinhedos de Canelones. “Aqui não podemos pensar em vinho barato, mas nos ‘de crianza’, com potencial de guarda”; “Não acredito das bodegas-corporação”;“O problema é que somos um país pequeno, desconhecido.” E é da sala de onde Fernando e o filho Santiago provam com a enóloga Adriana Gutierrez que sai o genial Prelúdio Branco (R$ 407 na Interfood), além da ótima linha Atlántico Sur (em torno de R$ 100). A vinícola prepara agora uma série de vinhos de corte de vinhedo único com consultoria de Paul Hobbs, com quem trabalha há 26 anos.

*VIAGEM A CONVITE DA WINES OF URUGUAY

De Canelones

O Uruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunidade: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporânea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentação sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.

  Foto: Garzon|Divulgação

Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânicos e rústicos, está duplamente enganado: 

● O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelmente bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.

●Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos. 

●O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalidade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.

●Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde está a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacionais, embora seja propriedade de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilidade e uma ideia de modernidade. 

●Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedores, tem altos custos de produção. 

● O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado 2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos. 

Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendimento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagens do paisíto. 

  Foto: Mariano Herrero|Divulgação

MÁFIA HIPPIE 

Os irmãos Pisano, Gustavo, da enologia, Daniel, encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura, são como uma pequena máfia dentro do vinho uruguaio. Mas em vez de espalhar terror, formam uma espécie de máfia hippie, que prega uma relação emocional com a bebida. E como fazem vinhos! Em uma tarde com eles, provei mais de 30 rótulos. A região onde produzem em Canelones, chamada de Progreso, tem solo argiloso calcário como o da Borgonha, explica Daniel, e clima marítimo como o de Bordeaux. “Por isso, aqui acidez não se corrige”, diz com orgulho. A prova está no RPF Chardonnay 2011 (R$ 123,61 na Mistral), cheio de especiarias e longuíssimo, e no Cisplatino Tannat 2013 (R$ 65), que levou medalha de platina na premiação da revista inglesa Decanter como o melhor best-buy do ano.

Os irmãos Pisano. Gustavo (à esq.), da enologia, Daniel (centro), encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura. Foto: Pisano|Divulgação

PIONEIRO 

A história do vinho uruguaio passa por Reinaldo de Lucca (na foto com a filha Agostina, que trabalha com ele), um dos pioneiros da conversão de vinhedos em 1980, quando o país viu que podia ir além do garrafão e passou a plantar variedades e clones específicos para produzir vinhos finos. Por influência de seus estudos na França, a Bodega De Lucca trabalha com castas europeias pouco comuns no Uruguai, como a Marsanne, a Nero d’Avola, a Aglianico e a Sangiovese. A vinícola lembra o laboratório de um cientista maluco e ao apresentar seus vinhos mais experimentais, munido da mais genuína empolgação, de Lucca rejuvenece décadas. Prove o Marsanne Reserva 2016 (R$ 85,28 na Premium) e o Pinot Negro Finca Agostina 2014 (R$ 118,25). 

Reinaldo de Lucca com a filha Agostina Foto: De Lucca|Divulgação

ELEGÂNCIA 

Acolhedora e discretamente sofisticada, a família Bouza tem um papel importante na imagem do que é o vinho uruguaio hoje: faz rótulos igualmente amigáveis e elegantes e foi a responsável por desbravar a Albariño, cepa branca originária da Galícia, assim como a família, que tem mostrado resultados surpreendentes no país. Hoje, encontra-se rótulos com a cepa de outras vinícolas, mas foram eles que começaram. “Era o mais natural, minha família é galega”, explica o quase tímido Juan Bouza, patriarca e fundador da bodega, que oferece uma das estruturas mais atraentes para os turistas. Além do varietal Bouza Albariño (R$ 159,70 na Decanter), reserve uma data especial para provar o Cocó (R$ 258,50), corte de Chardonnay e Albariño. Seu frescor e riqueza de aromas vão tornar a data inesquecível.

Butique. Os produtores Juan e Elisa Bouza Foto: Mariano Herrera|Divulgação

MUJERES

O Uruguai parece um mundo masculino, mas há mulheres fortes no comando. Virginia Stagnari está à frente da Antígua Bodega Stagnari, ao lado da enóloga Laura Casella. De lá sai o delicadíssimo e elegante Mburumbuya 2015 (R$ 268 na Mercovino), um corte de Cabernet Franc, Syrah, Tannat, Merlot e Sangiovese. Já a Gimenez Mendez é comandada por Marta Méndez Parodi, que transformou uma pequena vinícola em uma potência de exportação, auxiliada pelo filho Mauro, que assina os vinhos da casa e é tido como uma das promessas da nova geração uruguaia. Da casa, prove o Alta Reserva Sauvignon Blanc (R$ 98 na Winelands) e o Premium Tannat 2013 (R$ 120).

Mãe e chefe. Virginia Stagnari com os filhos Foto: Antígua Bodega Stagnari|Divulgação

ORÁCULO

No fim de uma semana de viagem ao Uruguai encontrei Fernando Deicas em sua Estabelecimiento Juanicó e fiquei com a sensação de que tinha diante de mim um oráculo: tudo o que falava resumia ou punha em palavras o que vi e senti ao visitar os vinhedos de Canelones. “Aqui não podemos pensar em vinho barato, mas nos ‘de crianza’, com potencial de guarda”; “Não acredito das bodegas-corporação”;“O problema é que somos um país pequeno, desconhecido.” E é da sala de onde Fernando e o filho Santiago provam com a enóloga Adriana Gutierrez que sai o genial Prelúdio Branco (R$ 407 na Interfood), além da ótima linha Atlántico Sur (em torno de R$ 100). A vinícola prepara agora uma série de vinhos de corte de vinhedo único com consultoria de Paul Hobbs, com quem trabalha há 26 anos.

*VIAGEM A CONVITE DA WINES OF URUGUAY

De Canelones

O Uruguai é pequeno, mas notável, você vai ver ao provar com atenção seus vinhos. A próxima semana oferece uma excelente oportunidade: será realizado em São Paulo o Tannat Tour, série de eventos que festeja o vinho uruguaio e tem como principal atividade uma degustação com rótulos de 29 vinícolas no Museu de Arte Contemporânea, na próxima terça (22), das 17h às 21h.Para entender e desfrutar melhor da atual produção uruguaia, fazemos aqui uma breve apresentação sobre o que esperar dela, e as verdades e mitos sobre os vinhos.

  Foto: Garzon|Divulgação

Se você pensa que aquelas plagas produzem apenas Tannats ultratânicos e rústicos, está duplamente enganado: 

● O Uruguai conta com uma enorme variedade de cepas que se dão incrivelmente bem em seu terroir, inclusive no que diz respeito a castas brancas como a hiper-aromática Sauvignon Blanc e a delicada Albariño.

●Há tempos, a Tannat foi domada e os produtores do paisíto hoje produzem com ela vinhos para todos os gostos. 

●O que é importante saber ao degustar o vinho uruguaio é que seu povo tem personalidade forte e seus vinhos seguem a mesma lógica. Produzidos por empresas familiares, são quase espelho de seus criadores, carregando em suas notas de degustação um certo DNA e sobrenome.

●Outro aspecto marcante nos vinhos daquele país é a acidez, alta pela forte influência do oceano Atlântico. Em Canelones, onde está a maioria das vinícolas, são 20 km de distância em linha reta do mar; outros projetos notáveis ficam na região costeira, como a Garzón, que ajudou a por o país no mapa global levando prêmios internacionais, embora seja propriedade de um argentino e seu espírito demasiado grandioso fuja do perfil do país. Mas os uruguaios, buena onda e buena gente, não se enciúmam e até gostam da adição hermana, que traz visibilidade e uma ideia de modernidade. 

●Agora se você acha que preço vai ser o grande atrativo dos vinhos uruguaios, como já foi com os argentinos e ainda é com os chilenos, esqueça. O país não é um lugar exatamente barato – pequeno e distante de muitos dos fornecedores, tem altos custos de produção. 

● O que o país faz bem são os vinhos de guarda, sejam tintos (provei El Preciado 2002, Tannat da Castillo Viejo, importada pela La Pastina, que ainda estava vivinho da Silva – fica a dica para quem quiser investir na safra atual) e até mesmo brancos. 

Mas não entenda o recado errado: não desanime porque não se tratam de pechinchas. Com certo desprendimento financeiro, é possível conhecer vinhos de caráter fora do comum. Nesta página, além de indicações de rótulos que valem (com algumas barganhas garimpadas), você conhece a história de alguns grandes personagens do paisíto. 

  Foto: Mariano Herrero|Divulgação

MÁFIA HIPPIE 

Os irmãos Pisano, Gustavo, da enologia, Daniel, encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura, são como uma pequena máfia dentro do vinho uruguaio. Mas em vez de espalhar terror, formam uma espécie de máfia hippie, que prega uma relação emocional com a bebida. E como fazem vinhos! Em uma tarde com eles, provei mais de 30 rótulos. A região onde produzem em Canelones, chamada de Progreso, tem solo argiloso calcário como o da Borgonha, explica Daniel, e clima marítimo como o de Bordeaux. “Por isso, aqui acidez não se corrige”, diz com orgulho. A prova está no RPF Chardonnay 2011 (R$ 123,61 na Mistral), cheio de especiarias e longuíssimo, e no Cisplatino Tannat 2013 (R$ 65), que levou medalha de platina na premiação da revista inglesa Decanter como o melhor best-buy do ano.

Os irmãos Pisano. Gustavo (à esq.), da enologia, Daniel (centro), encarregado das exportações, e Eduardo (dir.), da viticultura. Foto: Pisano|Divulgação

PIONEIRO 

A história do vinho uruguaio passa por Reinaldo de Lucca (na foto com a filha Agostina, que trabalha com ele), um dos pioneiros da conversão de vinhedos em 1980, quando o país viu que podia ir além do garrafão e passou a plantar variedades e clones específicos para produzir vinhos finos. Por influência de seus estudos na França, a Bodega De Lucca trabalha com castas europeias pouco comuns no Uruguai, como a Marsanne, a Nero d’Avola, a Aglianico e a Sangiovese. A vinícola lembra o laboratório de um cientista maluco e ao apresentar seus vinhos mais experimentais, munido da mais genuína empolgação, de Lucca rejuvenece décadas. Prove o Marsanne Reserva 2016 (R$ 85,28 na Premium) e o Pinot Negro Finca Agostina 2014 (R$ 118,25). 

Reinaldo de Lucca com a filha Agostina Foto: De Lucca|Divulgação

ELEGÂNCIA 

Acolhedora e discretamente sofisticada, a família Bouza tem um papel importante na imagem do que é o vinho uruguaio hoje: faz rótulos igualmente amigáveis e elegantes e foi a responsável por desbravar a Albariño, cepa branca originária da Galícia, assim como a família, que tem mostrado resultados surpreendentes no país. Hoje, encontra-se rótulos com a cepa de outras vinícolas, mas foram eles que começaram. “Era o mais natural, minha família é galega”, explica o quase tímido Juan Bouza, patriarca e fundador da bodega, que oferece uma das estruturas mais atraentes para os turistas. Além do varietal Bouza Albariño (R$ 159,70 na Decanter), reserve uma data especial para provar o Cocó (R$ 258,50), corte de Chardonnay e Albariño. Seu frescor e riqueza de aromas vão tornar a data inesquecível.

Butique. Os produtores Juan e Elisa Bouza Foto: Mariano Herrera|Divulgação

MUJERES

O Uruguai parece um mundo masculino, mas há mulheres fortes no comando. Virginia Stagnari está à frente da Antígua Bodega Stagnari, ao lado da enóloga Laura Casella. De lá sai o delicadíssimo e elegante Mburumbuya 2015 (R$ 268 na Mercovino), um corte de Cabernet Franc, Syrah, Tannat, Merlot e Sangiovese. Já a Gimenez Mendez é comandada por Marta Méndez Parodi, que transformou uma pequena vinícola em uma potência de exportação, auxiliada pelo filho Mauro, que assina os vinhos da casa e é tido como uma das promessas da nova geração uruguaia. Da casa, prove o Alta Reserva Sauvignon Blanc (R$ 98 na Winelands) e o Premium Tannat 2013 (R$ 120).

Mãe e chefe. Virginia Stagnari com os filhos Foto: Antígua Bodega Stagnari|Divulgação

ORÁCULO

No fim de uma semana de viagem ao Uruguai encontrei Fernando Deicas em sua Estabelecimiento Juanicó e fiquei com a sensação de que tinha diante de mim um oráculo: tudo o que falava resumia ou punha em palavras o que vi e senti ao visitar os vinhedos de Canelones. “Aqui não podemos pensar em vinho barato, mas nos ‘de crianza’, com potencial de guarda”; “Não acredito das bodegas-corporação”;“O problema é que somos um país pequeno, desconhecido.” E é da sala de onde Fernando e o filho Santiago provam com a enóloga Adriana Gutierrez que sai o genial Prelúdio Branco (R$ 407 na Interfood), além da ótima linha Atlántico Sur (em torno de R$ 100). A vinícola prepara agora uma série de vinhos de corte de vinhedo único com consultoria de Paul Hobbs, com quem trabalha há 26 anos.

*VIAGEM A CONVITE DA WINES OF URUGUAY

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