Yasmin Yonashiro, a sakelière que não tem vergonha de servir caipilé


Uma das grandes referências em saquê das Américas compara o serviço da bebida ao odori, dança japonesa

Por Fernanda Meneguetti

Fique tranquilo, não foi você quem nunca escutou. Sakelière está longe de ser um verbete de dicionário. Ainda assim, o termo cai bem. Yasmin Yonashiro é alguém cujo trabalho é oferecer, aconselhar e devotar-se ao saquê. Uma sakelière.

Metade cravada de seus 36 anos, Yasmin serviu, investigou, tomou e se apaixonou pela bebida. Do falecido Shaya, no Itaim, ao impecável Goya Zushi, nos Jardins, desenvolveu mais de 80 cartas personalizadas para restaurantes.

Entre uma e outra, desencanou de ser pedagoga e até virou embaixadora de marcas, como as Next Generation da japonesa Suntory (a vodca Haku, o gim Roku e o uísque Toki, que ela deve trazer para terras tupiniquins).

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“Desde o início, tudo o que se falava de shari, de peixe, de shoyu, de vinagre, de umami eu estudava, porque queria entender o que estava vendendo. Aí eu descobri o saquê”, confessa a sommelière. Ou foi o saquê que descobriu Ya?

Yasmin Yonashiro serve saquê no Jojo Ramen de Santa Cecília. FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO  Foto: FELIPE RAU

O fermentado alcoólico de arroz hipnotizou-a nos tatames do Kinoshita: “Eu atendia vestida de quimono, fazendo uma coisa que as pessoas veem como serviçal. Sendo mulher é uma coisa complicada, então assumi um personagem”.

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Com seus 20 anos, a jovem acatou o conselho de Susana San, esposa do chef da época, Tsuyoshi Murakami: “Fui aprender odori, a dança tradicional japonesa. Aí as coisas se uniram, porque o serviço é uma dança, você tem que saber lidar com as pessoas, criar uma energia e uma experiência memorável para elas, e o salão é o palco”.

Primeira aluna de Alexandre Tatsuya, sake samurai e dono da loja Adega de Sake; “filha postiça” de Dona Margarida Haraguchi, a mulher à frente do primeiro izakaya famoso de São Paulo; formada pelo Sake Service Institute, com sede em Tóquio; cortejada pela Playboy e divorciada para não ser “pescoço de homem” nenhum.

Yasmin é um furacão que passou por dezenas de produtores de saquê, serviu incontáveis doses e segue ensaiando seu próprio balé. “O odori é coisa de outra vida”, ela gosta de repetir. A bebida, por sua vez, foi a resposta a um anseio – o de trabalhar com a cultura japonesa. “Desde criança, fiz aula de japonês numa associação de bairro, via filme, mangá, anime. A gente não tinha tanto acesso e meus pais nem entendiam”, relembra.

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Agora, Ya está a caminho do Japão pela sétima vez. Pela primeira, convicta de ser nipo-brasileira, de ter a missão aproximar a cultura de lá às pessoas no Brasil: “O lámen hoje faz essa ponte junto ao saquê” – uma ponte que ela atravessa diariamente no Jojo Ramen, onde é sócia.

“No Japão tem tipo de saquê para as estações do ano, para mim tem momento, temperatura e companhia certa para cada um deles”, diz Yasmin Yonashiro . FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO  Foto: FELIPE RAU

Na unidade de Santa Cecília, aliás, o Hakutsuru Junmai seco sai até de torneira: “Por causa do odori, fico vidrada no gestual das mãos. Via o pessoal tirando chope e pensava: dá para tirar bem bonito. Imagine tirar um saquê on tap?”, confessa.

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Ao devaneio somou-se o fato de que provar chopes diferentes era mais barato do que pedir garrafas. “Quis fazer a mesma coisa para mostrar que saquê não é só refinado e para quem tem dinheiro”, complementa.

Do discurso, a especialista vai à prática: “Só peço que a pessoa não beba no massu, porque ele não valoriza o saquê, a borda é larga, o negócio é de plástico ou de madeira, que interfere no paladar e no aroma. Fora isso, nenhum preconceito. Até porquê, se não fosse a saquerinha, o saquê não teria o tamanho que tem hoje”.

Heresias descartadas, Yasmin já preparou muita caipilé enquanto embaixadora do Jun Daiti: “Tenho vergonha disso? Zero. Sempre tive a intenção de desenvolver o saquê no Brasil, seja no boteco, seja no restaurante japonês mais chique que tiver”.

Fique tranquilo, não foi você quem nunca escutou. Sakelière está longe de ser um verbete de dicionário. Ainda assim, o termo cai bem. Yasmin Yonashiro é alguém cujo trabalho é oferecer, aconselhar e devotar-se ao saquê. Uma sakelière.

Metade cravada de seus 36 anos, Yasmin serviu, investigou, tomou e se apaixonou pela bebida. Do falecido Shaya, no Itaim, ao impecável Goya Zushi, nos Jardins, desenvolveu mais de 80 cartas personalizadas para restaurantes.

Entre uma e outra, desencanou de ser pedagoga e até virou embaixadora de marcas, como as Next Generation da japonesa Suntory (a vodca Haku, o gim Roku e o uísque Toki, que ela deve trazer para terras tupiniquins).

“Desde o início, tudo o que se falava de shari, de peixe, de shoyu, de vinagre, de umami eu estudava, porque queria entender o que estava vendendo. Aí eu descobri o saquê”, confessa a sommelière. Ou foi o saquê que descobriu Ya?

Yasmin Yonashiro serve saquê no Jojo Ramen de Santa Cecília. FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO  Foto: FELIPE RAU

O fermentado alcoólico de arroz hipnotizou-a nos tatames do Kinoshita: “Eu atendia vestida de quimono, fazendo uma coisa que as pessoas veem como serviçal. Sendo mulher é uma coisa complicada, então assumi um personagem”.

Com seus 20 anos, a jovem acatou o conselho de Susana San, esposa do chef da época, Tsuyoshi Murakami: “Fui aprender odori, a dança tradicional japonesa. Aí as coisas se uniram, porque o serviço é uma dança, você tem que saber lidar com as pessoas, criar uma energia e uma experiência memorável para elas, e o salão é o palco”.

Primeira aluna de Alexandre Tatsuya, sake samurai e dono da loja Adega de Sake; “filha postiça” de Dona Margarida Haraguchi, a mulher à frente do primeiro izakaya famoso de São Paulo; formada pelo Sake Service Institute, com sede em Tóquio; cortejada pela Playboy e divorciada para não ser “pescoço de homem” nenhum.

Yasmin é um furacão que passou por dezenas de produtores de saquê, serviu incontáveis doses e segue ensaiando seu próprio balé. “O odori é coisa de outra vida”, ela gosta de repetir. A bebida, por sua vez, foi a resposta a um anseio – o de trabalhar com a cultura japonesa. “Desde criança, fiz aula de japonês numa associação de bairro, via filme, mangá, anime. A gente não tinha tanto acesso e meus pais nem entendiam”, relembra.

Agora, Ya está a caminho do Japão pela sétima vez. Pela primeira, convicta de ser nipo-brasileira, de ter a missão aproximar a cultura de lá às pessoas no Brasil: “O lámen hoje faz essa ponte junto ao saquê” – uma ponte que ela atravessa diariamente no Jojo Ramen, onde é sócia.

“No Japão tem tipo de saquê para as estações do ano, para mim tem momento, temperatura e companhia certa para cada um deles”, diz Yasmin Yonashiro . FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO  Foto: FELIPE RAU

Na unidade de Santa Cecília, aliás, o Hakutsuru Junmai seco sai até de torneira: “Por causa do odori, fico vidrada no gestual das mãos. Via o pessoal tirando chope e pensava: dá para tirar bem bonito. Imagine tirar um saquê on tap?”, confessa.

Ao devaneio somou-se o fato de que provar chopes diferentes era mais barato do que pedir garrafas. “Quis fazer a mesma coisa para mostrar que saquê não é só refinado e para quem tem dinheiro”, complementa.

Do discurso, a especialista vai à prática: “Só peço que a pessoa não beba no massu, porque ele não valoriza o saquê, a borda é larga, o negócio é de plástico ou de madeira, que interfere no paladar e no aroma. Fora isso, nenhum preconceito. Até porquê, se não fosse a saquerinha, o saquê não teria o tamanho que tem hoje”.

Heresias descartadas, Yasmin já preparou muita caipilé enquanto embaixadora do Jun Daiti: “Tenho vergonha disso? Zero. Sempre tive a intenção de desenvolver o saquê no Brasil, seja no boteco, seja no restaurante japonês mais chique que tiver”.

Fique tranquilo, não foi você quem nunca escutou. Sakelière está longe de ser um verbete de dicionário. Ainda assim, o termo cai bem. Yasmin Yonashiro é alguém cujo trabalho é oferecer, aconselhar e devotar-se ao saquê. Uma sakelière.

Metade cravada de seus 36 anos, Yasmin serviu, investigou, tomou e se apaixonou pela bebida. Do falecido Shaya, no Itaim, ao impecável Goya Zushi, nos Jardins, desenvolveu mais de 80 cartas personalizadas para restaurantes.

Entre uma e outra, desencanou de ser pedagoga e até virou embaixadora de marcas, como as Next Generation da japonesa Suntory (a vodca Haku, o gim Roku e o uísque Toki, que ela deve trazer para terras tupiniquins).

“Desde o início, tudo o que se falava de shari, de peixe, de shoyu, de vinagre, de umami eu estudava, porque queria entender o que estava vendendo. Aí eu descobri o saquê”, confessa a sommelière. Ou foi o saquê que descobriu Ya?

Yasmin Yonashiro serve saquê no Jojo Ramen de Santa Cecília. FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO  Foto: FELIPE RAU

O fermentado alcoólico de arroz hipnotizou-a nos tatames do Kinoshita: “Eu atendia vestida de quimono, fazendo uma coisa que as pessoas veem como serviçal. Sendo mulher é uma coisa complicada, então assumi um personagem”.

Com seus 20 anos, a jovem acatou o conselho de Susana San, esposa do chef da época, Tsuyoshi Murakami: “Fui aprender odori, a dança tradicional japonesa. Aí as coisas se uniram, porque o serviço é uma dança, você tem que saber lidar com as pessoas, criar uma energia e uma experiência memorável para elas, e o salão é o palco”.

Primeira aluna de Alexandre Tatsuya, sake samurai e dono da loja Adega de Sake; “filha postiça” de Dona Margarida Haraguchi, a mulher à frente do primeiro izakaya famoso de São Paulo; formada pelo Sake Service Institute, com sede em Tóquio; cortejada pela Playboy e divorciada para não ser “pescoço de homem” nenhum.

Yasmin é um furacão que passou por dezenas de produtores de saquê, serviu incontáveis doses e segue ensaiando seu próprio balé. “O odori é coisa de outra vida”, ela gosta de repetir. A bebida, por sua vez, foi a resposta a um anseio – o de trabalhar com a cultura japonesa. “Desde criança, fiz aula de japonês numa associação de bairro, via filme, mangá, anime. A gente não tinha tanto acesso e meus pais nem entendiam”, relembra.

Agora, Ya está a caminho do Japão pela sétima vez. Pela primeira, convicta de ser nipo-brasileira, de ter a missão aproximar a cultura de lá às pessoas no Brasil: “O lámen hoje faz essa ponte junto ao saquê” – uma ponte que ela atravessa diariamente no Jojo Ramen, onde é sócia.

“No Japão tem tipo de saquê para as estações do ano, para mim tem momento, temperatura e companhia certa para cada um deles”, diz Yasmin Yonashiro . FOTO: FELIPE RAU/ESTADÃO  Foto: FELIPE RAU

Na unidade de Santa Cecília, aliás, o Hakutsuru Junmai seco sai até de torneira: “Por causa do odori, fico vidrada no gestual das mãos. Via o pessoal tirando chope e pensava: dá para tirar bem bonito. Imagine tirar um saquê on tap?”, confessa.

Ao devaneio somou-se o fato de que provar chopes diferentes era mais barato do que pedir garrafas. “Quis fazer a mesma coisa para mostrar que saquê não é só refinado e para quem tem dinheiro”, complementa.

Do discurso, a especialista vai à prática: “Só peço que a pessoa não beba no massu, porque ele não valoriza o saquê, a borda é larga, o negócio é de plástico ou de madeira, que interfere no paladar e no aroma. Fora isso, nenhum preconceito. Até porquê, se não fosse a saquerinha, o saquê não teria o tamanho que tem hoje”.

Heresias descartadas, Yasmin já preparou muita caipilé enquanto embaixadora do Jun Daiti: “Tenho vergonha disso? Zero. Sempre tive a intenção de desenvolver o saquê no Brasil, seja no boteco, seja no restaurante japonês mais chique que tiver”.

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