Sabor de infância: aprenda a fazer doces caseiros para comemorar o dia de São Cosme e Damião


Entenda de onde surgiu a associação da data com a distribuição de doces para as crianças e aprenda a fazer algumas guloseimas caseiras

Por Luigi Di Fiore
Atualização:

O Dia de São Cosme e Damião, celebrado oficialmente pela Igreja Católica desde 1969 no dia 26 de setembro e pelas religiões de matrizes africanas no dia 27 de setembro, tem como uma de suas tradições a distribuição de doces para crianças. Essa prática, que celebra doces clássicos da nossa culinária, é tipicamente brasileira, bem como as influências das religiões africanas nas celebrações dessa data.

A devoção a esses santos remonta ao período colonial. Segundo Heitor Montenegro de Carvalho*, historiador e mestrando do PPGH da Universidade Estadual de Campinas, a igreja mais antiga em atividade no Brasil é em homenagem a esses santos: a Igreja de São Cosme e Damião, localizada no município pernambucano de Igarassu.

“De acordo com a fé católica, Cosme e Damião foram médicos Anárgiros que não aceitavam qualquer forma de pagamento por sua caridade. Foram martirizados na Síria do século III, durante o reinado do imperador romano Diocleciano, em função de sua fé cristã.”

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O sincretismo religioso é notável nas celebrações de Cosme e Damião. Foto: Ellen Prado

No restante do mundo, esses santos não têm correlação direta com as crianças, e o historiador ressalta que essa tradição tem relação com o sincretismo religioso do período da escravização africana no Brasil. “É importante termos em mente a relação intrínseca entre a devoção a estes santos católicos e o culto aos orixás gêmeos, os Ibejis, oriundos da religião Iorubá, encontrando ecos nas religiões de matriz africana do Brasil (candomblé e umbanda), assim como na Santeria cubana”, destaca.

Ele explica que os Ibejis, para a fé Iorubá, representam a pureza e a inteligência sagaz das crianças. “São gêmeos, nascidos de Oiá, mas criados por Oxum. Na tradição oral do candomblé, os irmãos brincalhões se utilizaram de sua astúcia para enganar a morte (Icu) e em outro episódio, salvaram sua cidade da seca.”

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A influência das religiões de matriz africana nas celebrações de Cosme e Damião também contam com a presença da religião Vodum, com a figura de Hoho, que representa os gêmeos, sinais de bom presságio no nascimento para ambas as religiões africanas (Iorubá e Vodum).

As associações dessas religiões com Cosme e Damião surgiria, então, pelo movimento de resistência e preservação da religião e cultura africana em face à perseguição e opressão religiosa. A população escravizada seguia cultuando as suas entidades ao mesmo tempo que as identificavam por associação nos santos cristãos.

O culto às entidades crianças e relacionadas ao nascimento teria dado origem então, à distribuição dos doces na data, apesar de não representarem a única tradição culinária da data: o Caruru - cozido à base de quiabo, azeite de dendê e frutos do mar - é uma receita tipicamente consumida no Dia de São Cosme e Damião pelo Nordeste brasileiro.

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Quanto aos fenômenos recentes relacionados aos doces, guloseimas ultraprocessadas, como balas, pirulitos, confeitos, chocolates e biscoitos tomam conta de parte das celebrações, mas nada substitui os deliciosos quitutes caseiros clássicos da confeitaria nacional para essa celebração.

Os doces brasileiros são destaque, mas a data também é uma oportunidade para testar e ampliar as habilidades na cozinha com sobremesas que têm sabor de infância. A seguir, você pode conferir algumas receitas doces para celebrar o Dia de São Cosme e Damião.

Maria-mole

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Maria-mole caseira. Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Para a chef Helô Bacellar, do Na Cozinha da Helô, a maria-mole é um dos doces mais subestimados da confeitaria brasileira, e é uma das sobremesas que mais marcou a sua infância. Essa sobremesa prática e delicada tem como base o merengue, que terá a adição de um pouco de gelatina incolor para dar estrutura. Tudo é finalizado com flocos finos de coco, que podem ser tostados um pouco na frigideira para fazer maria-mole com sabor de coco queimado.

Veja a receita

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Bala de coco

Bala de coco Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Outra receita de infância de Helô Bacellar, mais um doce que leva coco. Sabe aquelas balas de coco que derretem na boca? Pois bem, você pode aprender o passo a passo para prepará-las em casa. A receita é um tanto trabalhosa e requer bastante atenção ao processo, mas pode ser uma experiência enriquecedora e diferente na cozinha, e o resultado fica magnífico.

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Helô dá algumas opções para a finalização, uma para fazer a bala de coco tradicional, e outra para fazer bala de coco gelada, que tem alguns passos extra. Também vale inovar e fazer balas de coco com outros sabores, como nozes, amendoim ou raspas de limão misturados na massa.

Veja a receita

Bala de café

Bala de café Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Uma bala mais simples de fazer, mas não menos saborosa, é a bala de café, igual às que se serviam antigamente, e que fecha as contribuições de Helô Bacellar para este caderno. A ideia é utilizar o café passado forte, junto ao mel, leite e outros ingredientes, em uma bala que é perfeita para embrulhar no papel manteiga e presentear.

Veja a receita

Bala de caramelo de microondas

Bala de caramelo de microondas Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

A chef confeiteira Lu Bonometti ensina a fazer o que provavelmente é o doce mais prático da lista. Basta misturar seis ingredientes e deixar poucos minutos no microondas para ter uma bala bem ‘puxenta’ e caramelizada. A receita recentemente viralizou nas redes sociais, e essa versão foi testada e aprovada pela confeiteira.

Veja a receita

Biscoito de amêndoas

Amarettoni del Santo Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

Bonometti também ensina a fazer um biscoito típico da cidade de Pádua, na Itália, que é uma receita-homenagem a Santo Antônio, santidade portuguesa sepultada na região. A base do doce é muito simples, levando apenas amêndoas, claras de ovo, laranja cristalizada e açúcar. Vale a pena experimentar.

Veja a receita

Quindim com coco fresco

Quindim com coco Foto: Elvis Fernandes/Divulgação

Essa receita brasileira tomou a forma que conhecemos hoje pelas mãos de mulheres escravizadas, e o coco fresco é o ingrediente que difere as Brisas do Lis portuguesas do quindim brasileiro: fácil de fazer, clássico e delicioso. Essa versão é da chef Mari Adania, da Feliciana Pães.

Veja a receita

Pé-de-moleque com chocolate

Pé de moleque com cobertura de chocolate Foto: Daniel Cancini/Divulgação

A chef e padeira Helena Mil-Homens, da padaria St. Chico, mostra uma variação do clássico pé-de-moleque, que ganha uma cobertura de chocolate cremosa e prática, dando um toque diferente para o doce. O amendoim é adicionado na parte com o chocolate, que vai por cima de uma massa doce bem prática.

Veja a receita

*Referências: Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi; Santo de Casa: Fé, crenças e festas de cada dia, de Luiz Antonio Simas; Sacerdotisas Voduns e rainhas do rosário: mulheres africanas e inquisição em Minas Gerais (século XVIII), de Aldair Rodrigues e Moacir Maia;

O Dia de São Cosme e Damião, celebrado oficialmente pela Igreja Católica desde 1969 no dia 26 de setembro e pelas religiões de matrizes africanas no dia 27 de setembro, tem como uma de suas tradições a distribuição de doces para crianças. Essa prática, que celebra doces clássicos da nossa culinária, é tipicamente brasileira, bem como as influências das religiões africanas nas celebrações dessa data.

A devoção a esses santos remonta ao período colonial. Segundo Heitor Montenegro de Carvalho*, historiador e mestrando do PPGH da Universidade Estadual de Campinas, a igreja mais antiga em atividade no Brasil é em homenagem a esses santos: a Igreja de São Cosme e Damião, localizada no município pernambucano de Igarassu.

“De acordo com a fé católica, Cosme e Damião foram médicos Anárgiros que não aceitavam qualquer forma de pagamento por sua caridade. Foram martirizados na Síria do século III, durante o reinado do imperador romano Diocleciano, em função de sua fé cristã.”

O sincretismo religioso é notável nas celebrações de Cosme e Damião. Foto: Ellen Prado

No restante do mundo, esses santos não têm correlação direta com as crianças, e o historiador ressalta que essa tradição tem relação com o sincretismo religioso do período da escravização africana no Brasil. “É importante termos em mente a relação intrínseca entre a devoção a estes santos católicos e o culto aos orixás gêmeos, os Ibejis, oriundos da religião Iorubá, encontrando ecos nas religiões de matriz africana do Brasil (candomblé e umbanda), assim como na Santeria cubana”, destaca.

Ele explica que os Ibejis, para a fé Iorubá, representam a pureza e a inteligência sagaz das crianças. “São gêmeos, nascidos de Oiá, mas criados por Oxum. Na tradição oral do candomblé, os irmãos brincalhões se utilizaram de sua astúcia para enganar a morte (Icu) e em outro episódio, salvaram sua cidade da seca.”

A influência das religiões de matriz africana nas celebrações de Cosme e Damião também contam com a presença da religião Vodum, com a figura de Hoho, que representa os gêmeos, sinais de bom presságio no nascimento para ambas as religiões africanas (Iorubá e Vodum).

As associações dessas religiões com Cosme e Damião surgiria, então, pelo movimento de resistência e preservação da religião e cultura africana em face à perseguição e opressão religiosa. A população escravizada seguia cultuando as suas entidades ao mesmo tempo que as identificavam por associação nos santos cristãos.

O culto às entidades crianças e relacionadas ao nascimento teria dado origem então, à distribuição dos doces na data, apesar de não representarem a única tradição culinária da data: o Caruru - cozido à base de quiabo, azeite de dendê e frutos do mar - é uma receita tipicamente consumida no Dia de São Cosme e Damião pelo Nordeste brasileiro.

Quanto aos fenômenos recentes relacionados aos doces, guloseimas ultraprocessadas, como balas, pirulitos, confeitos, chocolates e biscoitos tomam conta de parte das celebrações, mas nada substitui os deliciosos quitutes caseiros clássicos da confeitaria nacional para essa celebração.

Os doces brasileiros são destaque, mas a data também é uma oportunidade para testar e ampliar as habilidades na cozinha com sobremesas que têm sabor de infância. A seguir, você pode conferir algumas receitas doces para celebrar o Dia de São Cosme e Damião.

Maria-mole

Maria-mole caseira. Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Para a chef Helô Bacellar, do Na Cozinha da Helô, a maria-mole é um dos doces mais subestimados da confeitaria brasileira, e é uma das sobremesas que mais marcou a sua infância. Essa sobremesa prática e delicada tem como base o merengue, que terá a adição de um pouco de gelatina incolor para dar estrutura. Tudo é finalizado com flocos finos de coco, que podem ser tostados um pouco na frigideira para fazer maria-mole com sabor de coco queimado.

Veja a receita

Bala de coco

Bala de coco Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Outra receita de infância de Helô Bacellar, mais um doce que leva coco. Sabe aquelas balas de coco que derretem na boca? Pois bem, você pode aprender o passo a passo para prepará-las em casa. A receita é um tanto trabalhosa e requer bastante atenção ao processo, mas pode ser uma experiência enriquecedora e diferente na cozinha, e o resultado fica magnífico.

Helô dá algumas opções para a finalização, uma para fazer a bala de coco tradicional, e outra para fazer bala de coco gelada, que tem alguns passos extra. Também vale inovar e fazer balas de coco com outros sabores, como nozes, amendoim ou raspas de limão misturados na massa.

Veja a receita

Bala de café

Bala de café Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Uma bala mais simples de fazer, mas não menos saborosa, é a bala de café, igual às que se serviam antigamente, e que fecha as contribuições de Helô Bacellar para este caderno. A ideia é utilizar o café passado forte, junto ao mel, leite e outros ingredientes, em uma bala que é perfeita para embrulhar no papel manteiga e presentear.

Veja a receita

Bala de caramelo de microondas

Bala de caramelo de microondas Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

A chef confeiteira Lu Bonometti ensina a fazer o que provavelmente é o doce mais prático da lista. Basta misturar seis ingredientes e deixar poucos minutos no microondas para ter uma bala bem ‘puxenta’ e caramelizada. A receita recentemente viralizou nas redes sociais, e essa versão foi testada e aprovada pela confeiteira.

Veja a receita

Biscoito de amêndoas

Amarettoni del Santo Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

Bonometti também ensina a fazer um biscoito típico da cidade de Pádua, na Itália, que é uma receita-homenagem a Santo Antônio, santidade portuguesa sepultada na região. A base do doce é muito simples, levando apenas amêndoas, claras de ovo, laranja cristalizada e açúcar. Vale a pena experimentar.

Veja a receita

Quindim com coco fresco

Quindim com coco Foto: Elvis Fernandes/Divulgação

Essa receita brasileira tomou a forma que conhecemos hoje pelas mãos de mulheres escravizadas, e o coco fresco é o ingrediente que difere as Brisas do Lis portuguesas do quindim brasileiro: fácil de fazer, clássico e delicioso. Essa versão é da chef Mari Adania, da Feliciana Pães.

Veja a receita

Pé-de-moleque com chocolate

Pé de moleque com cobertura de chocolate Foto: Daniel Cancini/Divulgação

A chef e padeira Helena Mil-Homens, da padaria St. Chico, mostra uma variação do clássico pé-de-moleque, que ganha uma cobertura de chocolate cremosa e prática, dando um toque diferente para o doce. O amendoim é adicionado na parte com o chocolate, que vai por cima de uma massa doce bem prática.

Veja a receita

*Referências: Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi; Santo de Casa: Fé, crenças e festas de cada dia, de Luiz Antonio Simas; Sacerdotisas Voduns e rainhas do rosário: mulheres africanas e inquisição em Minas Gerais (século XVIII), de Aldair Rodrigues e Moacir Maia;

O Dia de São Cosme e Damião, celebrado oficialmente pela Igreja Católica desde 1969 no dia 26 de setembro e pelas religiões de matrizes africanas no dia 27 de setembro, tem como uma de suas tradições a distribuição de doces para crianças. Essa prática, que celebra doces clássicos da nossa culinária, é tipicamente brasileira, bem como as influências das religiões africanas nas celebrações dessa data.

A devoção a esses santos remonta ao período colonial. Segundo Heitor Montenegro de Carvalho*, historiador e mestrando do PPGH da Universidade Estadual de Campinas, a igreja mais antiga em atividade no Brasil é em homenagem a esses santos: a Igreja de São Cosme e Damião, localizada no município pernambucano de Igarassu.

“De acordo com a fé católica, Cosme e Damião foram médicos Anárgiros que não aceitavam qualquer forma de pagamento por sua caridade. Foram martirizados na Síria do século III, durante o reinado do imperador romano Diocleciano, em função de sua fé cristã.”

O sincretismo religioso é notável nas celebrações de Cosme e Damião. Foto: Ellen Prado

No restante do mundo, esses santos não têm correlação direta com as crianças, e o historiador ressalta que essa tradição tem relação com o sincretismo religioso do período da escravização africana no Brasil. “É importante termos em mente a relação intrínseca entre a devoção a estes santos católicos e o culto aos orixás gêmeos, os Ibejis, oriundos da religião Iorubá, encontrando ecos nas religiões de matriz africana do Brasil (candomblé e umbanda), assim como na Santeria cubana”, destaca.

Ele explica que os Ibejis, para a fé Iorubá, representam a pureza e a inteligência sagaz das crianças. “São gêmeos, nascidos de Oiá, mas criados por Oxum. Na tradição oral do candomblé, os irmãos brincalhões se utilizaram de sua astúcia para enganar a morte (Icu) e em outro episódio, salvaram sua cidade da seca.”

A influência das religiões de matriz africana nas celebrações de Cosme e Damião também contam com a presença da religião Vodum, com a figura de Hoho, que representa os gêmeos, sinais de bom presságio no nascimento para ambas as religiões africanas (Iorubá e Vodum).

As associações dessas religiões com Cosme e Damião surgiria, então, pelo movimento de resistência e preservação da religião e cultura africana em face à perseguição e opressão religiosa. A população escravizada seguia cultuando as suas entidades ao mesmo tempo que as identificavam por associação nos santos cristãos.

O culto às entidades crianças e relacionadas ao nascimento teria dado origem então, à distribuição dos doces na data, apesar de não representarem a única tradição culinária da data: o Caruru - cozido à base de quiabo, azeite de dendê e frutos do mar - é uma receita tipicamente consumida no Dia de São Cosme e Damião pelo Nordeste brasileiro.

Quanto aos fenômenos recentes relacionados aos doces, guloseimas ultraprocessadas, como balas, pirulitos, confeitos, chocolates e biscoitos tomam conta de parte das celebrações, mas nada substitui os deliciosos quitutes caseiros clássicos da confeitaria nacional para essa celebração.

Os doces brasileiros são destaque, mas a data também é uma oportunidade para testar e ampliar as habilidades na cozinha com sobremesas que têm sabor de infância. A seguir, você pode conferir algumas receitas doces para celebrar o Dia de São Cosme e Damião.

Maria-mole

Maria-mole caseira. Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Para a chef Helô Bacellar, do Na Cozinha da Helô, a maria-mole é um dos doces mais subestimados da confeitaria brasileira, e é uma das sobremesas que mais marcou a sua infância. Essa sobremesa prática e delicada tem como base o merengue, que terá a adição de um pouco de gelatina incolor para dar estrutura. Tudo é finalizado com flocos finos de coco, que podem ser tostados um pouco na frigideira para fazer maria-mole com sabor de coco queimado.

Veja a receita

Bala de coco

Bala de coco Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Outra receita de infância de Helô Bacellar, mais um doce que leva coco. Sabe aquelas balas de coco que derretem na boca? Pois bem, você pode aprender o passo a passo para prepará-las em casa. A receita é um tanto trabalhosa e requer bastante atenção ao processo, mas pode ser uma experiência enriquecedora e diferente na cozinha, e o resultado fica magnífico.

Helô dá algumas opções para a finalização, uma para fazer a bala de coco tradicional, e outra para fazer bala de coco gelada, que tem alguns passos extra. Também vale inovar e fazer balas de coco com outros sabores, como nozes, amendoim ou raspas de limão misturados na massa.

Veja a receita

Bala de café

Bala de café Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Uma bala mais simples de fazer, mas não menos saborosa, é a bala de café, igual às que se serviam antigamente, e que fecha as contribuições de Helô Bacellar para este caderno. A ideia é utilizar o café passado forte, junto ao mel, leite e outros ingredientes, em uma bala que é perfeita para embrulhar no papel manteiga e presentear.

Veja a receita

Bala de caramelo de microondas

Bala de caramelo de microondas Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

A chef confeiteira Lu Bonometti ensina a fazer o que provavelmente é o doce mais prático da lista. Basta misturar seis ingredientes e deixar poucos minutos no microondas para ter uma bala bem ‘puxenta’ e caramelizada. A receita recentemente viralizou nas redes sociais, e essa versão foi testada e aprovada pela confeiteira.

Veja a receita

Biscoito de amêndoas

Amarettoni del Santo Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

Bonometti também ensina a fazer um biscoito típico da cidade de Pádua, na Itália, que é uma receita-homenagem a Santo Antônio, santidade portuguesa sepultada na região. A base do doce é muito simples, levando apenas amêndoas, claras de ovo, laranja cristalizada e açúcar. Vale a pena experimentar.

Veja a receita

Quindim com coco fresco

Quindim com coco Foto: Elvis Fernandes/Divulgação

Essa receita brasileira tomou a forma que conhecemos hoje pelas mãos de mulheres escravizadas, e o coco fresco é o ingrediente que difere as Brisas do Lis portuguesas do quindim brasileiro: fácil de fazer, clássico e delicioso. Essa versão é da chef Mari Adania, da Feliciana Pães.

Veja a receita

Pé-de-moleque com chocolate

Pé de moleque com cobertura de chocolate Foto: Daniel Cancini/Divulgação

A chef e padeira Helena Mil-Homens, da padaria St. Chico, mostra uma variação do clássico pé-de-moleque, que ganha uma cobertura de chocolate cremosa e prática, dando um toque diferente para o doce. O amendoim é adicionado na parte com o chocolate, que vai por cima de uma massa doce bem prática.

Veja a receita

*Referências: Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi; Santo de Casa: Fé, crenças e festas de cada dia, de Luiz Antonio Simas; Sacerdotisas Voduns e rainhas do rosário: mulheres africanas e inquisição em Minas Gerais (século XVIII), de Aldair Rodrigues e Moacir Maia;

O Dia de São Cosme e Damião, celebrado oficialmente pela Igreja Católica desde 1969 no dia 26 de setembro e pelas religiões de matrizes africanas no dia 27 de setembro, tem como uma de suas tradições a distribuição de doces para crianças. Essa prática, que celebra doces clássicos da nossa culinária, é tipicamente brasileira, bem como as influências das religiões africanas nas celebrações dessa data.

A devoção a esses santos remonta ao período colonial. Segundo Heitor Montenegro de Carvalho*, historiador e mestrando do PPGH da Universidade Estadual de Campinas, a igreja mais antiga em atividade no Brasil é em homenagem a esses santos: a Igreja de São Cosme e Damião, localizada no município pernambucano de Igarassu.

“De acordo com a fé católica, Cosme e Damião foram médicos Anárgiros que não aceitavam qualquer forma de pagamento por sua caridade. Foram martirizados na Síria do século III, durante o reinado do imperador romano Diocleciano, em função de sua fé cristã.”

O sincretismo religioso é notável nas celebrações de Cosme e Damião. Foto: Ellen Prado

No restante do mundo, esses santos não têm correlação direta com as crianças, e o historiador ressalta que essa tradição tem relação com o sincretismo religioso do período da escravização africana no Brasil. “É importante termos em mente a relação intrínseca entre a devoção a estes santos católicos e o culto aos orixás gêmeos, os Ibejis, oriundos da religião Iorubá, encontrando ecos nas religiões de matriz africana do Brasil (candomblé e umbanda), assim como na Santeria cubana”, destaca.

Ele explica que os Ibejis, para a fé Iorubá, representam a pureza e a inteligência sagaz das crianças. “São gêmeos, nascidos de Oiá, mas criados por Oxum. Na tradição oral do candomblé, os irmãos brincalhões se utilizaram de sua astúcia para enganar a morte (Icu) e em outro episódio, salvaram sua cidade da seca.”

A influência das religiões de matriz africana nas celebrações de Cosme e Damião também contam com a presença da religião Vodum, com a figura de Hoho, que representa os gêmeos, sinais de bom presságio no nascimento para ambas as religiões africanas (Iorubá e Vodum).

As associações dessas religiões com Cosme e Damião surgiria, então, pelo movimento de resistência e preservação da religião e cultura africana em face à perseguição e opressão religiosa. A população escravizada seguia cultuando as suas entidades ao mesmo tempo que as identificavam por associação nos santos cristãos.

O culto às entidades crianças e relacionadas ao nascimento teria dado origem então, à distribuição dos doces na data, apesar de não representarem a única tradição culinária da data: o Caruru - cozido à base de quiabo, azeite de dendê e frutos do mar - é uma receita tipicamente consumida no Dia de São Cosme e Damião pelo Nordeste brasileiro.

Quanto aos fenômenos recentes relacionados aos doces, guloseimas ultraprocessadas, como balas, pirulitos, confeitos, chocolates e biscoitos tomam conta de parte das celebrações, mas nada substitui os deliciosos quitutes caseiros clássicos da confeitaria nacional para essa celebração.

Os doces brasileiros são destaque, mas a data também é uma oportunidade para testar e ampliar as habilidades na cozinha com sobremesas que têm sabor de infância. A seguir, você pode conferir algumas receitas doces para celebrar o Dia de São Cosme e Damião.

Maria-mole

Maria-mole caseira. Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Para a chef Helô Bacellar, do Na Cozinha da Helô, a maria-mole é um dos doces mais subestimados da confeitaria brasileira, e é uma das sobremesas que mais marcou a sua infância. Essa sobremesa prática e delicada tem como base o merengue, que terá a adição de um pouco de gelatina incolor para dar estrutura. Tudo é finalizado com flocos finos de coco, que podem ser tostados um pouco na frigideira para fazer maria-mole com sabor de coco queimado.

Veja a receita

Bala de coco

Bala de coco Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Outra receita de infância de Helô Bacellar, mais um doce que leva coco. Sabe aquelas balas de coco que derretem na boca? Pois bem, você pode aprender o passo a passo para prepará-las em casa. A receita é um tanto trabalhosa e requer bastante atenção ao processo, mas pode ser uma experiência enriquecedora e diferente na cozinha, e o resultado fica magnífico.

Helô dá algumas opções para a finalização, uma para fazer a bala de coco tradicional, e outra para fazer bala de coco gelada, que tem alguns passos extra. Também vale inovar e fazer balas de coco com outros sabores, como nozes, amendoim ou raspas de limão misturados na massa.

Veja a receita

Bala de café

Bala de café Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Uma bala mais simples de fazer, mas não menos saborosa, é a bala de café, igual às que se serviam antigamente, e que fecha as contribuições de Helô Bacellar para este caderno. A ideia é utilizar o café passado forte, junto ao mel, leite e outros ingredientes, em uma bala que é perfeita para embrulhar no papel manteiga e presentear.

Veja a receita

Bala de caramelo de microondas

Bala de caramelo de microondas Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

A chef confeiteira Lu Bonometti ensina a fazer o que provavelmente é o doce mais prático da lista. Basta misturar seis ingredientes e deixar poucos minutos no microondas para ter uma bala bem ‘puxenta’ e caramelizada. A receita recentemente viralizou nas redes sociais, e essa versão foi testada e aprovada pela confeiteira.

Veja a receita

Biscoito de amêndoas

Amarettoni del Santo Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

Bonometti também ensina a fazer um biscoito típico da cidade de Pádua, na Itália, que é uma receita-homenagem a Santo Antônio, santidade portuguesa sepultada na região. A base do doce é muito simples, levando apenas amêndoas, claras de ovo, laranja cristalizada e açúcar. Vale a pena experimentar.

Veja a receita

Quindim com coco fresco

Quindim com coco Foto: Elvis Fernandes/Divulgação

Essa receita brasileira tomou a forma que conhecemos hoje pelas mãos de mulheres escravizadas, e o coco fresco é o ingrediente que difere as Brisas do Lis portuguesas do quindim brasileiro: fácil de fazer, clássico e delicioso. Essa versão é da chef Mari Adania, da Feliciana Pães.

Veja a receita

Pé-de-moleque com chocolate

Pé de moleque com cobertura de chocolate Foto: Daniel Cancini/Divulgação

A chef e padeira Helena Mil-Homens, da padaria St. Chico, mostra uma variação do clássico pé-de-moleque, que ganha uma cobertura de chocolate cremosa e prática, dando um toque diferente para o doce. O amendoim é adicionado na parte com o chocolate, que vai por cima de uma massa doce bem prática.

Veja a receita

*Referências: Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi; Santo de Casa: Fé, crenças e festas de cada dia, de Luiz Antonio Simas; Sacerdotisas Voduns e rainhas do rosário: mulheres africanas e inquisição em Minas Gerais (século XVIII), de Aldair Rodrigues e Moacir Maia;

O Dia de São Cosme e Damião, celebrado oficialmente pela Igreja Católica desde 1969 no dia 26 de setembro e pelas religiões de matrizes africanas no dia 27 de setembro, tem como uma de suas tradições a distribuição de doces para crianças. Essa prática, que celebra doces clássicos da nossa culinária, é tipicamente brasileira, bem como as influências das religiões africanas nas celebrações dessa data.

A devoção a esses santos remonta ao período colonial. Segundo Heitor Montenegro de Carvalho*, historiador e mestrando do PPGH da Universidade Estadual de Campinas, a igreja mais antiga em atividade no Brasil é em homenagem a esses santos: a Igreja de São Cosme e Damião, localizada no município pernambucano de Igarassu.

“De acordo com a fé católica, Cosme e Damião foram médicos Anárgiros que não aceitavam qualquer forma de pagamento por sua caridade. Foram martirizados na Síria do século III, durante o reinado do imperador romano Diocleciano, em função de sua fé cristã.”

O sincretismo religioso é notável nas celebrações de Cosme e Damião. Foto: Ellen Prado

No restante do mundo, esses santos não têm correlação direta com as crianças, e o historiador ressalta que essa tradição tem relação com o sincretismo religioso do período da escravização africana no Brasil. “É importante termos em mente a relação intrínseca entre a devoção a estes santos católicos e o culto aos orixás gêmeos, os Ibejis, oriundos da religião Iorubá, encontrando ecos nas religiões de matriz africana do Brasil (candomblé e umbanda), assim como na Santeria cubana”, destaca.

Ele explica que os Ibejis, para a fé Iorubá, representam a pureza e a inteligência sagaz das crianças. “São gêmeos, nascidos de Oiá, mas criados por Oxum. Na tradição oral do candomblé, os irmãos brincalhões se utilizaram de sua astúcia para enganar a morte (Icu) e em outro episódio, salvaram sua cidade da seca.”

A influência das religiões de matriz africana nas celebrações de Cosme e Damião também contam com a presença da religião Vodum, com a figura de Hoho, que representa os gêmeos, sinais de bom presságio no nascimento para ambas as religiões africanas (Iorubá e Vodum).

As associações dessas religiões com Cosme e Damião surgiria, então, pelo movimento de resistência e preservação da religião e cultura africana em face à perseguição e opressão religiosa. A população escravizada seguia cultuando as suas entidades ao mesmo tempo que as identificavam por associação nos santos cristãos.

O culto às entidades crianças e relacionadas ao nascimento teria dado origem então, à distribuição dos doces na data, apesar de não representarem a única tradição culinária da data: o Caruru - cozido à base de quiabo, azeite de dendê e frutos do mar - é uma receita tipicamente consumida no Dia de São Cosme e Damião pelo Nordeste brasileiro.

Quanto aos fenômenos recentes relacionados aos doces, guloseimas ultraprocessadas, como balas, pirulitos, confeitos, chocolates e biscoitos tomam conta de parte das celebrações, mas nada substitui os deliciosos quitutes caseiros clássicos da confeitaria nacional para essa celebração.

Os doces brasileiros são destaque, mas a data também é uma oportunidade para testar e ampliar as habilidades na cozinha com sobremesas que têm sabor de infância. A seguir, você pode conferir algumas receitas doces para celebrar o Dia de São Cosme e Damião.

Maria-mole

Maria-mole caseira. Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Para a chef Helô Bacellar, do Na Cozinha da Helô, a maria-mole é um dos doces mais subestimados da confeitaria brasileira, e é uma das sobremesas que mais marcou a sua infância. Essa sobremesa prática e delicada tem como base o merengue, que terá a adição de um pouco de gelatina incolor para dar estrutura. Tudo é finalizado com flocos finos de coco, que podem ser tostados um pouco na frigideira para fazer maria-mole com sabor de coco queimado.

Veja a receita

Bala de coco

Bala de coco Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Outra receita de infância de Helô Bacellar, mais um doce que leva coco. Sabe aquelas balas de coco que derretem na boca? Pois bem, você pode aprender o passo a passo para prepará-las em casa. A receita é um tanto trabalhosa e requer bastante atenção ao processo, mas pode ser uma experiência enriquecedora e diferente na cozinha, e o resultado fica magnífico.

Helô dá algumas opções para a finalização, uma para fazer a bala de coco tradicional, e outra para fazer bala de coco gelada, que tem alguns passos extra. Também vale inovar e fazer balas de coco com outros sabores, como nozes, amendoim ou raspas de limão misturados na massa.

Veja a receita

Bala de café

Bala de café Foto: Ana Bacellar/Divulgação

Uma bala mais simples de fazer, mas não menos saborosa, é a bala de café, igual às que se serviam antigamente, e que fecha as contribuições de Helô Bacellar para este caderno. A ideia é utilizar o café passado forte, junto ao mel, leite e outros ingredientes, em uma bala que é perfeita para embrulhar no papel manteiga e presentear.

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Bala de caramelo de microondas

Bala de caramelo de microondas Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

A chef confeiteira Lu Bonometti ensina a fazer o que provavelmente é o doce mais prático da lista. Basta misturar seis ingredientes e deixar poucos minutos no microondas para ter uma bala bem ‘puxenta’ e caramelizada. A receita recentemente viralizou nas redes sociais, e essa versão foi testada e aprovada pela confeiteira.

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Biscoito de amêndoas

Amarettoni del Santo Foto: Luciana Bonometti/Divulgação

Bonometti também ensina a fazer um biscoito típico da cidade de Pádua, na Itália, que é uma receita-homenagem a Santo Antônio, santidade portuguesa sepultada na região. A base do doce é muito simples, levando apenas amêndoas, claras de ovo, laranja cristalizada e açúcar. Vale a pena experimentar.

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Quindim com coco fresco

Quindim com coco Foto: Elvis Fernandes/Divulgação

Essa receita brasileira tomou a forma que conhecemos hoje pelas mãos de mulheres escravizadas, e o coco fresco é o ingrediente que difere as Brisas do Lis portuguesas do quindim brasileiro: fácil de fazer, clássico e delicioso. Essa versão é da chef Mari Adania, da Feliciana Pães.

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Pé-de-moleque com chocolate

Pé de moleque com cobertura de chocolate Foto: Daniel Cancini/Divulgação

A chef e padeira Helena Mil-Homens, da padaria St. Chico, mostra uma variação do clássico pé-de-moleque, que ganha uma cobertura de chocolate cremosa e prática, dando um toque diferente para o doce. O amendoim é adicionado na parte com o chocolate, que vai por cima de uma massa doce bem prática.

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*Referências: Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi; Santo de Casa: Fé, crenças e festas de cada dia, de Luiz Antonio Simas; Sacerdotisas Voduns e rainhas do rosário: mulheres africanas e inquisição em Minas Gerais (século XVIII), de Aldair Rodrigues e Moacir Maia;

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