Muito se fala sobre o diabetes, principalmente sobre os alimentos que convêm evitar quando se desenvolve a doença. Mas você sabe o que deve comer no dia a dia depois do diagnóstico? Para te ajudar na escolha dos alimentos, convidamos a professora de nutrição da Anhembi Morumbi, Driele Cavalcanti, que ainda ensina receitas para fazer com os ingredientes recomendados.
Antes de começarmos, vale lembrar que o diabetes afeta cerca de 387 milhões de pessoas segundo dados recentes, além de contribuir para o desenvolvimento de comorbidades e o aumento da mortalidade. Em caso de suspeitas, procure um profissional.
Fibras alimentares
Segundo a especialista, as fibras têm sido muito estudadas na terapia nutricional do diabetes: “Elas reduzem o índice glicêmico dos alimentos, retardam a absorção dos carboidratos e evitam picos de glicemia. Os benefícios ainda incluem aumento da saciedade, melhoria do funcionamento intestinal, redução da absorção de colesterol e, consequentemente, diminuição de risco cardiovascular”.
Os ingredientes? As indicações são cereais, aveia, sementes de chia, fibra psyllium, frutas com casca e bagaço, verduras - especialmente as cruas - e legumes.
Zinco
O zinco é extremamente importante na síntese, no armazenamento e na secreção da insulina, e também protege as células hepáticas e pancreáticas dos radicais livres. Para adquiri-lo, basta ingerir carnes em geral, sementes de abóbora, soja em grãos, amêndoas e amendoim.
Carboidratos
Pode te chocar, mas a ingestão de carboidratos é considerada uma das mais importantes no tratamento nutricional do diabetes. “É importante salientar que, apesar de os carboidratos serem o principal nutriente associado ao descontrole glicêmico, eles têm ação importante no organismo e representam a única fonte de energia para alguns órgãos, como o cérebro. Além disso, os alimentos com carboidratos também são fontes de fibras, vitaminas e minerais relevantes para as reações metabólicas”, esclarece.
Porém, há alguns pontos para ressaltar: opte sempre pelas frutas, vegetais e cereais integrais e evite ou exclua alimentos ultraprocessados. Na hora de escolher, dê preferência para os com índice glicêmico baixo ou moderado, como feijões, ervilhas, lentilhas, aveia e quinoa.
Magnésio
“O magnésio participa como cofator essencial de diversas enzimas do metabolismo de carboidratos, além de modular a secreção e a ação da insulina nos tecidos alvo por meio da interação com os receptores desse hormônio”, explica Cavalcanti. Para inseri-lo na sua alimentação, procure por castanha-do-pará, avelã, caju e tofu.
Cromo
Este mineral também participa do metabolismo dos carboidratos, já que atua na captação de glicose pelas células. Ele potencializa a ação da insulina por diversos mecanismos. Você pode adicioná-lo à sua alimentação através de queijo, grãos integrais, espinafre e brócolis.
Proteínas
No caso do diabetes tipo 2, as proteínas - como carnes de todos os tipos, peixes, ovos, laticínios, leguminosas e sementes - têm apresentado efeitos benéficos, em particular no aumento da saciedade, contribuindo, assim, para o controle de peso.
Receitas
Agora que você pegou todas as dicas, confira três receitas para adicionar estes alimentos no seu dia a dia.
Berinjela recheada: Essa é para agradar aos fãs de berinjela e aos que não são apaixonados pelo legume. Serão necessários passata de tomate, atum, azeite, sal e parmesão para preparar a receita.
Bolo de banana: Este bolo de banana, que não leva açúcar, é misturado com uva passa e sua massa é feita com farinha de aveia, ovos, óleo de girassol e fermento em pó.
Wrap de atum com folha de couve-manteiga: Se procura por um wrap mais saudável e sem farinha, encontrou. Este é feito com a couve-manteiga no lugar do pão, mandioquinha cozida, atum, sal de ervas e pimenta-do-reino.